Previously on Revenge…
Para Lídia a sentença foi a morte...
— Creio que será uma noite belíssima. Sem os estragos dos eventos passados causado por você e aquele rapaz estranho Nathan.
— Quem és tu, tio João?
Quem nunca pecou e ousará a atirar a primeira pedra? Tio João estava sem nenhuma pedra mais nas mãos
— É isso que faço quando sou livre pra curtir com minhas amigas.
— Ellen, please! Vá curtir! (...) Pois é o que você faz de melhor. Exceto por me encher com teus problemas.
Vi o olhar de Ellen suplicando por socorro. Porém neguei minha absolvição a ela.
— Eu posso morar aqui?
— Yes, baby.
Papai sempre me levava ao mar. Dizia que o mar nos força a sonhar.
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Querido diário. Para cada obstáculo brotado, desvio-me para novos caminhos que me guiam rumo a minha vingança. E desses novos caminhos uma convicção: O findar eclipsa de forma embusteira. Obstáculos me fortalecem.
— Meow, miau! O gatinho mau veio fingir amar o dono em troca de leite? — ironizou Nathan recebendo-me em sua mansão, nunca visitada por mim, com um short e sem camisa, expondo aquele corpo branquelo, magricelo, espalhado de sardas.
Sorri. Senti falta das suas piadas infames. Aproximei minha boca de seus lábios, encostando-a em seus secos lábios e umedecendo-os roçando meus lábios molhados nos seus. Ele mantinha-se parado, imóvel e todo apavorado. Tal expressão era divertida. Me afastei, observando detalhe por detalhe de sua luxuosa mansão e me sentando em umas das cadeiras lhe contando tudo que havia acontecido nesses últimos dias.
— That’s it. Após a morte da Lídia, tudo se enquadra como eu planejei. Capeside todo está vulnerável e revoltado. Sob o comando de uma Rainha acuada que não sabe mais lidar com seu povo. Porém esperta, pois ela abafou todo escândalo evitando que outros países soubessem do ocorrido, com a ajuda de seu amigo jornalista Marcos Trip.
— Capeside é uma gostosa maçã. Vermelha e suculenta! .E Nhac! Toda podre por dentro...
— Anyway, i’m sorry. Porém se eu lhe usasse no meu plano contra Lídia, ficaria tudo mais evidente do que Victória desconfia. Espero que tenha sido boa a viagem que lhe pedi pra fazer. Prefiro sua lealdade no escuro do que às claras.
— E esse corpinho aqui?! — indagou se levantando, se aproximando e pegando minhas mãos passando no seu tanquinho seco e liso — Você o prefere pelado ou às claras?
Olhei no fundo de seus olhos. Olhei em direção ao seu short e um volume enorme que apenas crescia cada vez mais. Segurei atrevidamente e sentia o quão grande e grosso era seu pau. Ele suspirou. Eu salivava. Mas apenas me levantei, desconcertado, largando-o e ficando de costas, em silêncio.
— Mas então... — quebrou ele o silêncio — Esse tal de Marcos Trip. Não é o jornalista que ajudou Victória contra seu pai? Teremos então uma nova revanche?
— You’re wrong. Eu quero dar um descanso a Rainha. — ele me olhou surpreso — Aguardar. À espera de um vacilo que a derrubará definitivamente.
— Então navegaremos em mar calmo? Argh! Proponho uma diversão pra sustentar o tédio!
Nathan avançou em cima de mim, segurando meus braços e enfiando ferozmente sua língua em minha boca, me beijando e me agarrando, desesperadamente. Retribui e cravei minhas unhas em suas costas. Ele deu um gemido de dor, acompanhado de uma risada, mas manteve sua língua quente roçando com minha em nossas bocas. O gosto daquele meu galeguinho sardento. Seu pau pulsando. Tudo que anos atrás vivíamos e...
— Not! — interrompi o afastando e o deixando sem entender. — You’re wrong. Again.
Respirei, fui até ele e beijei sua testa. Acenei negativamente e fui embora.
Durante o trajeto de carro ao retorno para casa, me vi perturbado com aquele beijo. Nunca defini, nem dava importância a minha relação com Nathan. Em minha cabeça, éramos apenas cúmplices e trocadores de provocações. Porém em meu coração, ele era aquele que foi o meu primeiro amor e beijo. Desviei meus pensamentos, porém acabei por pensar em Daniel. O que eu sentia por ele? O que queria dele? Agora ele estava morando lá em casa. Eu o tinha para mim. Mas depois do ocorrido dele com a Ellen parecia que não funcionávamos como antes. Ele parecia temer contar certas coisas pra mim. Droga de relação! Alterei novamente meus pensamentos, porém me veio tio João. Tão cercado de mistérios. O amava, sem dúvidas, mas não conseguia esquecer o que ele fez comigo. E na hora da morte de Lídia, ele não tinha pedras nas mãos. Ele pode ter sido quem tacou a pedra que a matou. Ele ainda era o tio que eu amei ou o mistério violou todo seu caráter? Tais pensamentos me corroíam. Decidi não pensar mais. Seria possível?
— Ei man... — cumprimentei entrando na sala e vendo Daniel deitado no sofá, sem camisa, e olhando vagamente pra frente — How are you? (...) You’re ok? What’s up?
Sentei-me ao seu lado. Ele parecia querer falar algo, mas não sabia como começar. Resolvi então tentar resolver nossa situação
— Look, eu sei que estamos abalados desde que você invadiu e usou o meu espaço transando com a Ellen. E tentamos ignorar isso, mas precisamos de clareza. ‘Cause i need you, baby. And you need me. E nós precisamos de tudo que tínhamos antes e como nos fazíamos tão bem. So... I’m sorry. Por tudo que eu te disse, seu hétero idiota!
Sorri e encontrei o riso de Daniel exibindo seus dentes estreitos. Ele tentou falar algo, mas o abracei, o impedindo que viesse estragar aquele momento.
— Não quero ser rude, mas... Que ceninha gay, hein viado! — falou uma voz estranha.
Soltei Daniel e me levantei. Contemplei o dono da tal voz estranha. Ele tinha cabelos castanhos claríssimos, olhos azuis e pele esbranquiçada. Jovem. Devia ter a minha idade. Daniel coçou a cabeça, e levantou-se, chamando a atenção do estranho rapaz apenas com olhar.
— Caralho viado! Ele que é o Emmet? A bich... Quer dizer, o... Pô, ele nem parece ser!
— Thiago! — exclamou Daniel — Foi mal aí, Emmet. Esse aí é o meu brother Thiago. Um Zé Ruela sem noção mesmo! Eu te falei dele uma vez, lembra? Aquele...
— Yes! O teu primeiro melhor amigo que roubou sua primeira namorada. — provoquei.
— É... — concordou Daniel, visivelmente sem graça, enquanto Thiago me fuzilava — Mas a gente resolveu esquecer dessa parada! Ele voltou hoje a Capeside, me procurou e a gente se entendeu. E agora a gente vai dar um rolé, belê?
Assenti. Mas ele ao menos nem me convidaria?
— Ah, e Emmet. É bom sermos nós novamente, sua bichinha ciumenta! — brincou Daniel sorrindo, me dando tapinha e indo me beijar no rosto, como costumava fazer, mas hesitou devido a presença de Thiago e apenas me deu um forte abraço.
Daniel saiu junto com Thiago. Entendia bem de más pessoas que se escondiam por boas atitudes. Um bom mascarado distingue o que é disfarce e realidade. E Thiago era uma farsa. Mas resolvi aguardar. Aguardei também a volta de Daniel, para almoçarmos juntos, porém o almoço transformou-se em janta e nada de sua volta. Telefonei para o seu celular, e em resposta, ouvi Thiago gritando, devido ao som forte de música e pessoas, dizendo que estava tudo bem. Nada estava bem.
Não se pregam os olhos quando a mente vocifera. Resolvi sair, me divertir também.
Peguei uma barca rumo ao norte de Capeside. Pois era no norte de Capeside que ficava as coisas “impróprias”, como as casas noturnas. Mas tudo controlado pelo governo, afinal não se devia exceder nas imoralidades. Ao descer da barca, fui caminhando pela praia. E foi lá que notei a solitária presença do meu gigante sentado nas areias.
— Tio João? — perguntei incrédulo.
Ele me encarou com seu olhar rústico e voltou a olhar o mar. Estava sem camisa. É chover no molhado descrever sempre o quão ele é belo, forte e excitante. Mas em cada músculos ali delineados... Era o paraíso que eu queria habitar. Sentei-me ao seu lado e recostei minha cabeça nos seus braços fortes.
— O que tu fazes por essas bandas, piá? — perguntou quebrando o silêncio.
— Vim procurar as baladas... Boates... Mas e você? O que faz aqui? — perguntei não obtendo a resposta me desencostando dele — Existe uma frase... Que o mar lhe força a sonhar. Acho que é isso que você faz aqui. Mas a minha curiosidade é... O que é que lhe força a viver? Sonhos?
— Sim... Planejá-los. Reviver o passado. Imaginar tu em meu futuro.
Tio João acariciou meu rosto com seus dedos calejados. Fechei os olhos e suspirei. Ele era tudo que eu queria, mas... Tentei levantar, porém ele me segurou fortemente.
— Não fujas, guri. Não parta. Não seja apenas um sonho porque eu te quero como a minha realidade.
— But i need, ok!? — implorei soltando-me — Porque você me quebra. Destroy me. Me deixa vulnerável. E isso me assusta, pois não posso dar a alguém tal poder sobre mim.
— Porque tu queres ter o controle total contra os Grayson, não? Piá, me escuta! Fica comigo. Juntos. Almejo tanto como tu a destruição dos Grayson. E você viu que posso fazer isso. Com tu ao meu lado. Sem tu se sujeitares a ser um Grayson.
— Não, tio João, não! A linha tênue do teu passado e teus sonhos jamais poderá ser viável, pois estamos de lados opostos! Eu não sou o Armando, tio João! Eu sou Emmet.
— Bah! Mas eu nunca falei do Armando pra ti! Exceto quan... Porque você sempre me chamas de tio? — o olhei fingindo desentendimento — E o mar, sonhos... O pai do Armando, o pai do Armando ele dizia tais frases! Você... Você! É você, Ar...
CONTINUA...
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Ei, ei, galerinha. Malz aí pela demora (1 dia de atraso só haha), mas foi pq n tinha mais escrito nd... E tava bem desanimado. Mas aí li alguns comentários, vi algumas pessoas curtindo, e agilizei logo de escrever. Vlw povin pela força õ/ contadordeserie_rj@hotmail.com