São exatamente 7:33 da manhã. Nem um segundo a mais nem a menos, por sorte tenho me levantado de maneira calma, diferente das primeiras vezes. Talvez já tenha me acostumado. Mas algo que eu nunca me acostumarei e com essa terrivel dor nas costas por dormir nesse banco de praça infernal, sem dizer da ressaca da bebedeira do dia anterior.
Lá vem o senhor Alberto abrir a banca de jornal, ele nunca se atrasa. Uma coisa que também não consigo engolir é aquele olhar como quem gostaria de dizer "Olha ai qual será o futuro da humanidade! Um bando de drogados e bêbados jogados na sarjeta." Talvez na próxima o melhor seria saltar logo que acordasse e dar o fora dali, mas não creio que conseguiria despertar tão rápido.
Bom talvez hoje seje diferente. Vou aproveitar e pegar um jornal. Merda faço isto sempre quem dera um dia fosse verdade. Vejamos "Menina desaparecida na noite de sexta feira talvez possa ter sido morta pelos pais." Ahmm..."Garoto de dez anos morre eletrocutado em tentativa de resgatar pipa na rede eletrica." Mas é lerdo ainda estava usando uma barra de ferro! E...sim claro a data de hojeNão digo que tenha sido uma decepção agora, mas não tenho como dizer que não estou desanimado. O melhor é ficar aqui sentado a esperar, por mais, que logo uma banda de ragge vira tocar e essa praça vai ficar pequena pra tanta gente estranha no mais já bastava eu!
Na verdade tenho outra opções, talvez criar outra lista de desejos para um dia ou quem sabe roubar um banco e torrar a grana em putaria ou em qualquer bosta. Mas se me pegassem ( o que seria nada dificil ) teria que passar o resto do dia em uma prisao que mais parece uma masmorra de tão podre, isso não seria nada legal. Enfim ou ir para a maldita escola e ver as mesmas mentirosas e falsas pessoas de sempre. Não sei são tantas opções!
Acredito que já tenho decidido vou a escola. Quero ver a angela a única que me entende e a qual realmente posso chamar de amiga, nos conhecemos desde crianças e sempre estudamos juntos, menos na 4 serie que por sinal não foi um dois melhores anos da minha vida. A primeira aula já era! talvez eu chegue em tempo para a segunda, mas não tenho certeza, fiquei embromando tempo demais aqui nesse banco.
Estou cheirando a bebida e minha cara parece ter sido trocada pela de um alien! Mas nem é, eu ir para casa agora e ver toda aquela putaria dos meus pais brigando e no final acabar sobrando para mim. Vou seguir pela avenida e logo chego na escola, invento uma boa desculpa e entro de boa.
São 7:45h e como se já estivesse escrito! Começa a serenar. Nem vou esperar passar nem nada vou continuar que já estou chegando mesmo. Ahh hahaha o sinal vermelho quase ia me esquecendo, já iria atravessar a rua.
_Olá a senhora pode se afastar da rua e esperar só mais um pouco para atravessar?_ Questionei uma madame vestida de execultiva, segurando de leve seu braço tentando conduzi-la para para bem antes do início do cruzamento.
_O que! Me solte seu garoto!_Ela me disse puxando o braço com uma cara de brava, só tive tempo de saltar para traz antes que ela me acertasse com o guarda chuva.
Em questão de segundos a senhora com passos apressados vai de encontro ao cruzamento, o sinal ainda estava vermelho porém isto não impediu que um carro em alta velocidade o atravessase muito antes que ela o percebesse. Desta vez o único mal que lhe ocorrera foi ter sido ensopada pela lâmina de água que se levantara, dos males um dos menores para ela. Passei por ela a rir baixinho enquanto ela tentava se enxugar inutilmente.
Isso é o que eu deveria fazer, rir! Enfim, acho que lá no fundo estou me tornando distante e amargo, mas é o que se esperaria acontecer mais cedo ou mais tarde.
A escola já estava fechada, pensei em ir até a diretoria mas resolvi tentar algo diferente. Me esforcei para pular o muro da quadra de esportes que fica de frente com a rua, pois sabia que a primeira aula era de EDF e possivelmente pegaria a turma indo para a sala de aula. Não deu outra! Rapidamente me infiltrei no meio do povo e logo chegamos a classe.
Me assentei no meu canto como de costume e procurei relaxar, talvez eu tirasse até uma soneca. Claro se não fosse o meu meu "amado " namorado não vir me cutucar.
_E ae lindo! Que houve...
Sua voz parecia mais falsa do que de costume mas era a mesma. O tom igual palavra por palavra como das últimas vezes. Com certeza o meu asco por ele vinha do conhecimento de como ele é atrás daquela máscara de anjo doce por quem me apaixonei. Logo cortei aquela ladainha e mandai ele voltar outra hora que eu não estava com ânimo para conversar. Ele saiu do mesmo jeito que chegou, com cara de besta.
Eu sei, qualquer um que me visse agora diria que eu sou no mínimo perturbado ou sem coração. Não lhes tiro o direito de pensar assim, porque sei que ninguém pode compreender de verdade o que sinto.
Baixei a cabeça mais uma vez e logo percebi que alguém sentavasse a minha frente. Levantei com um sorriso o meu rosto pois sabia quem estava ali.
_Bruno! Pensei que você não fosse vir hoje meu amigo!
_Oi! Angela minha amiga!_ dizia enquanto a abraçava.
_O que houve? Você parece estar com problemas...
_Não é nada. Não se preocupe._ Disse a ela tentando disfarçar.
_Nada. Sei...boa
_Mas me diz como foi seu aniversário ontem?_ Eu precisava perguntar isso a ela afinal eu tinha trocado sua festa para ir a uma rave na mesma noite. AHh se arrependimento matasse!
_Foi boa bruno. Porque você não foi? Fiquei te esperando...
_Me desculpa. Eu precisei ir ao pediatra com minha irmã e o bebê! _Certo eu estava arrependido mas não conseguia contar a ela a verdade.
_Ai bruno e o bebê está bem?
_O bebê?... Sim sim! Era só febre..._ Como eu me odeio!
As aulas foram passando e de certa forma fui me envolvendo outra vez com a vida "real", e estar com angela me ajudava muito nisso. Por vezes Higor me olhava, seu olhar era sereno e preocupado. Aquilo me dava uma vontade louca de ficar com ele, de beijar sua boca rosada, buscar abrigo em seus fortes braços. Mas não podia! eu sabia muito bem o que passava por sua mente nojenta e enganosa.
_Bruno!_ Exclama a professora de literatura._ Por favor venha a frente e nos fale sobre o poeta Álvares de Azevedo e sua obra poética.
A senhora Juliana ostentava um ar de superioridade e enquanto caminhava para a frente seu olhar me perseguia como se ela quisesse gritar "Quero ver você se safar dessa!"
Antes de começar fiz questão de mais uma vez olhar para ela com um sorriso no rosto, confirmando minha segurança. Na realidade eu queria dizer "Você vai ver! vou te deixar com cara de tacho agora!" Então me virei para turma e iniciei o meu discurso.
__Manuel Antônio Álvares de
Azevedo é o principal nome da
poesia ultra-romântica brasileira. Obras poeticas como Lira dos vinte anos e poesias diversas são claros exemplos de seu precioso acervo construído por cerca de quatro anos. As quais também exemplificam o estilo pessimista e se posso dizer melodramático! Entretanto suas obras não se limitaram somente a poesia, ele foi autor de peças teatrais e prosas como Conde da taverna e macário.
A essa altura a professora já me olhava surpresa. Como se eu pudesse ler seus pensamentos ou algo do tipo. Foi então que avistei o Higor compenetrado a me ouvir, decidi por continuar mas sem tirar os olhos dele,queria que ele percebesse que tudo que eu falasse era para ele.
__Em meio a histórias fantásticas essas duas últimas obras retratam a decadência humana. A sua perda de objetivo sua facilidade em trair. De se esquecer dos valores e acima de tudo trocar algo tão profundo como o amor por incertas e repugnantes traições em meio ao sexo casual, a necrofilia, o incesto e por fim a perda de sensibilidade é o puro cinismo.
Naquele momento eu me sentia mais leve, porém ainda a dor calava fundo no meu peito. Fui para a mesa a professora me olhava como se não me conhecesse mais. Tomou vários livros em sua bolsa e passou a entregar a turma. Ela dizia:
__Como nosso surpreendente colega vos disse e eu confirmo, será está nossa base para o último assunto do trimestre, por isso hoje vocês começarão a ler o livro Noite da taverna.__Ela faz uma pausa e bem em minha frente abre um sorriso cínico, e estende o livro para mim. __Livro ao qual foi muito bem pontuado por Bruno.
Peguei o livro de suas mãos mas não esbocei nenhuma expressão. Me deti a olhar a capa e a folhea-lo era que conhecida muito bem, sabia até de cor o número de um telefone escrito a trás com a frase " Quero dar tenho o cú guloso, me liga!" Hilário! quem sabe eu não ligue qualquer dia desses. O que eu teria a perder, passei a olhar o Higor e disse para mim mesmo "NADA"
Os minutos passaram depressa e logo eu estava com Angela na cantina da escola comendo pão de queijo e refrigerante. Ela conversava comigo como das últimas vezes, mas dessa vez resolvi não contar a ela, pois sabia que lá no fundo se o fizesse, ela me veria como um maluco. Mesmo assim tivemos otimos momentos como sempre, ela com seu djins preto blusinha branca retro grande e seus belos cabelos cacheados a cair sobre seu busto. Uma linda garota e ainda mais a minha grande amiga!
Fui até o banheiro antes de ir para a sala. Usei o mictório como sempre e sem pensar fechei os olhos e apoiei a cabeça na parede esperando que todo aquele refrigerante saísse de uma vez. Ao meu lado como eu já esperava o bendito Higor aparece, ele abaixa o zíper da bermuda e se põe a mijar no urinou ao lado. Nossos olhos se cruzaram e ele me disse:
__Qual é Bruninho! Não vai me contar oque tá rolando?
Eu só olhei para ele. E fui em direção a pia para lavar as mãos. Pelo espelho pude ver ele se virar e me intimidar com seus belos olhos verdes. Então resolvi falar.
__Higor...__Ele veio em minha direção.__Me diz você um dia me amou?
__O que?! Mas é claro que eu te amo....ou você acha que tudo que nos passamos até agora foi por nada?
__Eu sinceramente já não sei mais...
__Porquê desse papo agora? Aconteceu alguma coisa?
Naquele momento minha angústia e de certa forma raiva renasceu e eu só pude exclamar enquanto saia:
__Não...mais vai acontecer! Seu idiota!!
Eu logo sairia pela porta, quando ele me puxa.
__Não foge!__Ele me disse em tom de desespero.
__Me solta!
__Não Bruno! eu te quero...
Merda de coração que ama quando não deve amar, eu deveria sair dali e esquece-lo mas o Higor me atrai me faz querer mergulhar em seu corpo e nos unirmos como era tao comum acontecer.
__Bruninho...__Ele passava seus dedos de leve em meu rosto, como eu adoro isso.__Quero poder te beijar te amar!
Eu o amo, sim com tudo o que sou. Fomos nos aproximando pouco a pouco,eu ainda relutando mas estávamos entregues. Primeiro veio um beijo suave meus olhos permaneciam abertos vidrados. Suas mãos desceram até minhas costas me aproximando do seu corpo. Minha mente saltava por vários pensamentos mas ao final me agarrei ao fato dele naquele momento ainda ser o homem que eu conhecera, e ainda não havia nada contra ele. Sorri então com um sorriso daqueles como se fosse a primeira queca a primeira trepada da vida!
Agarrei em seu pescoço e nos beijamos violentamente. Pulei em seu colo e comecei a rir, ele sorriu maravilhosamente enquanto me levava até um banheiro reservado. Fechei a porta a passei a tirar minha camisa ele beijava meu pescoço sugando. Fui apertando seu tórax quase a rasgar sua camisa que logo foi arrancada. Não tínhamos tempo para muito romance estamos doidos para foder! Eu o empurrei para sentar-se no vaso sanitario e aproveitei para deslizar suas calças, minha mão estava doida para agarr o seu volume. Não me fiz de rogado, sentei em seus joelhos e apertei aquelas deliciosas bolas e aquele pau que saltava dentro da boxer branca. Me coloquei de pé entre suas coxas e enquanto ele me beijava os mamilos suas mãos puxavam com força minha calça para baixo até que eu ficasse só de cueca, meu corpo estremecia de prazer.
Higor me levantou colocando minhas pernas abertas sobre seu quadril, minhas costas apoiadas na porta e nossas bocas alucinadas passeando uma nas outras e em nossos corpos. Fizemos uma pequena pausa e arrancamos nossas cuecas. De costas para ele, seu corpo me pressionava e seu pênis ajeitava-se entre minhas nádegas. Higor se movimentava cheio de tesão sem me penetrar. Aquilo me excitava como nunca! Eu estava sendo esmagado entre seu corpo e a parede, suas mãos agora apertavam minhas coxas deixando marcas ate que ele foi deslizando me na posição de quatro ainda com minhas mãos na parede. Ele fala besteiras em meu ouvido me fazendo cada vez mais colar me ao seu corpo. Com o seu corpo um povo afastado passamos a nos beijar calmamente e logo eu pode sentir que ele posiciona va seu membro para a penetração, a cabeça quente e macia abria minhas pregas pouco a pouco, e ele não economiza va em pressao.
Seu pênis foi deslizando para dentro do meu ânus, me tirando gemidos entre seus lábios. A cada cm que ele percorria, me abrindo cada vez mais eu sentia um arrepio que descia pela espinha . No final ele fez questão de morder a boca e tirar e colocar sua rola, calmante por duas vezes.
__Ahh to doido para te foder com muita força!__ ele me dizia olhando para minha bunda que recebia sua vara.
__Caralho me fode então! Vai...
Eu lhe emplorava em meio a gemidos. Ele afastou seu corpo do meu e com toda sua vara no meu cú, ele começou a meter de verdade, bombava rapido por um tempo e depois jogava se em mim beijando meu pescoço. Suas estocadas eram alucinadas eu me jogava para trás, estávamos nos fundindo em um só.
Com o rosto na parede eu fechava os olhos sentindo e apreciando tudo aquilo dentro de mim. Por vezes eu olhava para trás e o via com o rosto levantado para cima com uma cara de tesão da porra. Seus dedos mais uma vez apertavam meu quadril. Sua barriga estalava em mim criando um barulho auto e delicioso de sexo!
Após alguns minutos ele passou a dar estocadas mas fundas e dobrou sua rapidez, agora ele gemia alto, sabia que logo ele iria gozar. Comecei a me masturbar, putss como a sensação dessa porra e boa de mais! Meu pau latejava na minha mão e o meu cuzinho começou a se apertar, o caralho do Higor ainda assim me abria e cerca de dois minutos após isso ele literalmente se deitou sobre mim, o seus gemidos no meu pescoço eram ofegantes, pude sentir seu pau mesmo parado pulsando e despejando todo seu gozo dentro de mim. Com umas das mãos eu apertava sua bunda para continuar pressionando o contra mim. Todo seu corpo estáva estremecido. Aos poucos ele foi retirando seu pênis de mim enquanto nos beijamos docemente, ainda não havia gozado mas ele sabendo pos se a me chupar. Como ele era bom naquilo! Sua garganta engolia todo meu pau, sua língua me excitava ao passar entre minha glande. Não demorou muito e logo gozei fodendo sua deliciosa boca.
Rimos um tempo pela situação e após nos vestirmos fomos para sala. Ele me abraçava e não parava de me beijar o caminho todo. Eu sorria mas lá no fundo me sentia traído por mim mesmo "Como eu poderia ser tão burro!" Pensava.
As últimas aulas foram a mesma chatice e logo tambem o sinai tocou para irmos para casa. Não tinha material nem nada mesmo, só o livro que a professora nos havia entregue, o peguei e sai da sala. Ainda no corredor parei e comecei a pensar o que faria aquele dia. Se iria para casa ou ficaria na rua. Olhava para baixo por sob a mureta, nossa sala se encontrava no segundo andar, e não tão distante vi o Higor próximo a uma garota. Ela estava próxima demais dele, e meus olhos não podiam crer no que via, ele se jogando e se entregando aos beijos daquela garota. " Ahhhh eles estão juntos antes mesmo do que eu imaginei!" Comecei a pensar e uma lágrima escorreu do meu olho.
Poderia deixar meu corpo já fraco e sem rumo se deslizar cada vez mais pelo muro de proteção até que nada pudesse me segurar, talvez assim ele visse o meu corpo jogado e estatelado no chão. O lugar que ele havia me jogado a muito tempo! Talvez sim o fizesse nao perderia nada. Mas fui surpreendido por Angela tocando de leve meus ombros. Ela sorria e me falava sobre o quanto estava preocupada comigo, eu acenava com a cabeça mas ao mesmo tempo não conseguia tirar os olhos daqueles dois, eles seguiam juntos e ele até levava a bolsa dela. Quando eu ouço Angela começar a dizer:
__Olha Bruno o que você acha de ir...
__Na sua casa hoje!__exclamei mais para mim do que para ela.
__É! E como você sabia? eu iria te perguntar isso mesmo. É que a festa de ontem a noite acabou por sobrar muita coisa, então pensei em dar uma festinha só com os amigos...
__Claro!__Disse a ela porém olhando ao vazio. __Éh e o Bruno ira estar lá!
__Bom sim...acho. Ainda nao o convi...
__Pois é Angela pode deixar eu to lá hoje a noite!__ Disse a ela já saindo apressadamente.
__Tah Bruno...São as Dez!!
Claro!! Exclamei para mim mesmo enquanto descia as escadas. A festa na casa da Angela! foi lá que tudo aconteceu....e é lá que irei me vingar!
* ** ** *
Por fim decidi ir para casa me tranquei no quarto a tarde inteira, e quando já eram 18: 45h minha mãe chega em casa.
__Filho você está aí ?__Ela batia delicadamente a porta. Resolvi ficar em silêncio.
__Bruno eu sei que você está aí! Abre...__Ela aguardou alguns segundos e continuou.__ Seu pai e eu precisamos falar com você e sua irmã logo que ela chegar desça até a cozinha.
Eu estava deitado olhando para o teto ouvi ainda a respiração profunda dela atrás da porta por mais alguns segundos, e logo ouviusse seus passos em direção a sala. Estava com um nó na garganta que me consumia, não aguentando mais comecei a chorar. No início um choro profundo e depois só lágrimas que escorriam por meu rosto sem expressão. Era um pesadelo tudo aquilo, ficava a pensar se havia um objetivo para que estivesse acontecendo comigo.
Minha irmã já estava em casa ela chegava as 21:00h só que neste dia ela estava adiantada ainda eram 19:38h. Esperei até as 20:00 e fui até a sala, passei pelo sofá e avistei a bolsa da minha irmã e abri um leve sorriso. Antes mesmo de chegar a porta da cozinha ouvi minha mãe falando para Andreia algo como se já não estivesse mais suportando toda essa situação. Me aproximei em silêncio e Andreia minha irmã logo veio para me abraçar.
__Ue e essa bomba de chocolate?...pensei que lhe faria uma surpresa, eu te trouxe uma porque sei...
__Que eu adoro bomba de chocolate!__ Disse completando sua frase.
Ela sempre foi excelente em tudo. Com seus 24 anos trabalhava em outra cidade e ainda morava conosco. Nos ajuda em tantas coisas!
Meu pai estava ao fundo sentado nos observando. Logo eles diriam o motivo para toda aquela reunião. Me sentei tinha me exercitado mentalmente para ficar firme quando eles me contassem. Mas parecia que nada estava valendo naquele momento.
Minha mãe começou a falar e eu só pude ficar olhando para baixo. Ela dizia sobre a relação dela e do meu pai, e de como nada estava dando certo entre eles ultimamente. Por alguns segundos virei i olhar para meu pai ele me encarava docilmente, mas era nítido o quanto ele estava destroçado por toda aquela situação .
Toda aquela conversa eu já sabia de cor mais o que não conseguia passar por auto é quando minha mãe diz para nós:
__Então decidimos que vamos nos separar...seu pai escolheu ir para outra casa e vocês precisavam saber. No final das contas desejamos que nada mude em relação a todos nós...
__Que não mude nada?!__Comecei a rir debochadamente.
__Bruno!__Disse Andreia me repreendendo.
__Não andreia...__Levantei da mesa e sai em direção ao meu quarto.
Eu estava sufocando queria gritar e ao mesmo tempo chorar. Só consegui bater a porta do quarto e me jogar na cama. Minutos depois exausto com meus pensamentos adormeci.
Acordei assustado com o despertador do celular. Eram 21:15 fui ao banheiro tomar banho afinal tinha uma festa a ir e uma vingança a realizar. Sai pela porta do fundo e cerca de meia hora depois já estava de frente a casa da Angela. Suspirei profundamente e entrei com um dois meus melhores sorrisos.
Dentro da casa podia se ver várias pessoas, a maioria da escola. Mas ainda não via o Higor. Angela um pouco ao fundo percebe minha presença e vem para me cumprimentar.
__Que ótimo que você veio mesmo !__Ela me abraça. __E está todo gato, cheiroso. O Higor que lhe aguarde hen.
Ela sorria sinceramente.
__Sim! Ele que me aguarde...
Sorria para ela com todo meu ódio por ele.
__Então! Vem aqui quero te apresentar algumas pessoas.__Ela me puxou até um grupo de pessoas dentre eles alguns primos e amigos que eu não conhecia. Falamos por um bom tempo.
Olhei em todas as direções até que avistei o Higor. Ele estava parado no início da escadaria que dava para os quartos. 22:42h marca meu relógio de pulso, faltavam apenas alguns minutos. Não muito depois uma jovem mulher com um lindo corpo que com toda a certeza era a mesma que havia visto junto a ele pela manhã, se aproxima e depois de um rápido beijo ambos sobem as escadas. Me virei e fui até a mesa de som onde havia um mestre de cerimônias, então pedi a ele um favor e entreguei-o um pendrive.
Faltavam cinco minutos para as onze da noite, e não sei porque me senti atraído a subir as escadas. Chegando lá em cima entre um corredor amplo, avistei a porta onde se encontrava meu pesadelo. Pensei em voltar mas queria mais uma vez ter a certeza do lixo que era o homem que eu amava. A porta estava entreaberta, espreitei silenciosamente e em meio a penumbra e gemidos vi dois corpos nús tão grudados que não pude distingui-los rapidamente.
__Ouhh Higor! Me fode gostozo vaiiii!
A garota se explodia de desejos pulando como uma vadia em cima do maldito Higor. Fechei meus olhos e meu corpo em um impulso socou com as mãos a porta criando um estrondo. Não fiquei ali para saber o que aconteceria desci as escadas, e após alguns minutos acenei positivamente para o mestre de cerimônias. Ele com um sorriso disse:
__Bom. Temos aqui uma declaração de felicitações de última hora para nossa aniversariante Angélica! Foi então que no telão fotos minhas e de Higor começaram a ser projetadas. E como se tudo já estivesse calculado Higor e sua namoradinha desciam as escadas. Surpreso ao ver as fotos ele passou a olhar em todas as direções, seus país e amigos estavam alí. A cada foto que passava e inclusive algumas quentes, seus país o encaravam com asco. Ele não sabia onde colocar a cara, ainda não havia se assumido gay. Estava humilhado do mesmo jeito que me sentia, se sentia rejeitado igualmente a mim. Minha vingança estava concluída. Então ouço o bipe do relogio. 23:12h. Senti o desespero brotar olhei em todas as direções mas nada podia fazer, foi quando percebo um garoto a me olhar. Ele parecia me chamar, curioso fui em sua direção.
__Olá!__Disse para mim enquanto ele bebia champanhe calmamente.
__Eu te conheço? desculpa eu não estou lembrado.__Acabei olhando mais uma vez para o relógio, apenas mais um minuto me restava.
__Só mais um minuto não é?__ O belo rapaz disse, me fazendo arregalar os olhos em surpresa.
__Como assim?...você...você.__ Não consiguia formular palavras.
__Bruno amanhã quando você voltar me chame!__Ele falava apressadamente agora.
Ainda o olhava quando um forte brilho se fez. Um grande estrondo junto era a primeira bomba que explodia. Logo em seguida a segunda ambas em lados opostos do salão, em frações de segundos minha mente se desligava primeiro minha noção de realidade e depois minha sensibilidade física, porém antes ainda pude ouvir o estranho rapaz a dizer " Orquestra sinfônica zona leste!" Tudo se apagara então.
Em um salto com a mudança brusca de som, vindo de automóveis e pessoas falando, passos para lá e para cá, acordei. Com dificuldade abri meus olhos e com gosto forte de bebida e uma dor chata nas costas, fui me acomodando no banco duro da praça da cidade. Suspirei e automaticamente olhei em direção ao relógio. 7:33h da manhã, vi o jornaleiro se aproximando e ainda com a mente a vaguear fui levado a um estalo. O garoto na festa! Quem ele era? Como ele sabia de tudo aquilo?...e oque ele quis dizer com orquestra sinfônica zona leste? Eu preciso encontrá-lo. Ele foi a única coisa de diferente e alheio em todos esse malditos 25 dias que se repetem! Não pude parar de pensar maneiras de encontrá-lo, até que lembro de um artigo de jornal. Corri para a banca peguei um jornal e na segunda página pude ler. "Hoje diaa orquestra sinfônica da zona leste irá se apresentar na praça da cidade no festival de música as 8:30h, não percam seguirão várias apresentações de bandas de toda a cidade!" Meu olhar pairou surpreso por uma foto do mesmo rapaz que vi momentos antes na festa, em meio a outros da orquestra. Sentei outras vez no banco e olhando para o palco mais ao norte, pude ve-lo, ele me encarava como se já estivesse a minha espera.
CONTINUA.