8. O Amante
“O que você quer?” Perguntei, e saiu de uma forma grosseira sem querer.
“Eu só queria ver como você estava. Você saiu de lá, de um jeito.” Ele disse.
Eu ri.
“Você não precisa mais se preocupar comigo.” Disse enquanto caminhava atravessando a sala e indo em direção a cozinha. “Não estou mais sob seus cuidados.”
Ele hesitou em responder um minuto.
“Eu me preocupo mesmo assim.” Disse ele por fim e meu sorriso se esvaiu.
Eu me limitei a olhar em seus olhos. Aqueles profundos olhos verde-castanho. Eles me puxavam para um lugar novo, um lugar que eu nunca me sentia antes. Querendo ou não, ele me fazia sentir protegido, importante para alguém. Uma coisa que nesses últimos dias eu não conseguia sentir com mais ninguém. Kaius até então tinha sido o único homem a quem eu me sentia atraído, depois de Ian é claro. Mas eu me pergunto como não se sentir atraído por ele? Sua beleza era hipnotizante, seu corpo era esplêndido e sua presença era magnífica. Mas eu não podia. Eu não sabia se Kaius sentia alguma coisa por mim, mesmo que ele me tratasse muito diferente de como um homem trataria outro, mesmo que ele tivesse me provocado daquele jeito no córrego. Talvez ele quisesse ser meu amigo, um grande amigo. Mas a minha cota de melhores amigos que eu me sentia atraído tinha acabado.
“Ainda mais por saber que você está assim por causa do Ian.” Ele disse e desviou seus olhos me libertando do transe. “Ele não merece seu sofrimento.”
“Alguém merece?” Disse com uma leve pontada de ironia, o que estava se tornando freqüente. “Você é o único que sabe que o que eu sinto por Ian não é só amizade.” Disse ignorando Saxa, ela só tinha afirmado, mas eu confirmei como tinha confirmado para Kaius. “E sabe também que esse sentimento não tem futuro. Eu fui idiota em alimentar essa esperança idiota. Se eu estou sofrendo agora por causa disso, não é culpa dele. A culpa é totalmente minha.”
“A culpa não é sua” Disse ele imediatamente. “Ninguém tem culpa de se apaixonar por alguém, só quando não temos coragem de dar à cara a tapa, de se expor aos riscos.” Ele suspirou antes de dizer a ultima frase. “Como eu estou fazendo agora.”
Depois ele veio em minha direção. Como eu estava encostado na pia, quase sentado nela, a medida que ele foi se aproximando foi impossível recuar. Eu não estava entendendo o que estava acontecendo ali. Ele ficou a menos de dez centímetros de mim. Deixando-me completamente desconcertado.
“O que você esta fazendo?” Perguntei com os olhos arregalados.
“Correndo riscos.” Ele disse e diminuindo a distancia entre sua boca e a minha.
Quando ele finalmente chegou, eu virei o rosto. Tinha que ser daquele jeito. Eu estava muito confuso e ele não me explicava nada. Ele abaixou o rosto perto do meu ombro e sorriu.
“Correndo riscos” Repetiu ele.
“Kaius, você não pode fazer isso comigo.” Eu disse logo depois dele.
“William, eu gosto mesmo de você.” Ele disse de forma tão natural, mesmo com aquela voz surpreendente máscula.
“Como? Você não me conhece a menos de dois dias.” Perguntei.
Acho que eu não estava acreditando naquilo, não pelo fato dele dizer que gostava de mim e sim pelo fato de alguém dizer que gostava de mim, uma idéia que eu achava impossível. Como alguém poderia gostar de mim? Eu não era bonito, era magrelo e sem cor.
“Para nós é diferente, nossos sentimentos são mais intensos. Não é como se eu te conhecesse há dois dias, e sim dois anos.” Disse ele se afastando agora, me deixando um pouco mais confortável e mais confuso ainda. “Desde quando eu te vi, desde quando coube a mim cuidar de você. Desde aquele momento você se tornou minha prioridade de uma forma inexplicável. Além do mais, eu não disse que te amo, eu disse que gosto de você, muito, de um jeito diferente.”
Tenho que admitir que eu gostei daquilo. Era a primeira vez que eu escutava alguém dizer que gostava de mim. E embora Kaius não fosse Ian, de quem realmente eu gostava. Ele tinha de mim um apreço recíproco.
“Fica comigo William.” Ele disse com uma voz mais calma, amena e terna. “Eu vou fazer de tudo para você gostar de mim, como você gosta do Ian.”
Ian, as palavras dele voltaram em minha cabeça como um tiro a queima roupa “Eu nunca poderei ficar com você.” Kaius também era lobisomem, ele também não poderia ficar comigo. Ele estaria indo contra todas as regras de sua tribo.
“Mas você não pode ficar comigo Kaius, Ian me disse que uma relação como a nossa seria impura e inaceitável.” Não por sermos dois homens, mas sim por sermos de raças diferentes.
A resposta que ele me deu, fez meu coração mudar de ritmo e bater impaciente.
“Eu não me importo. Eu quero ficar com você acima de tudo, se for para ser expurgado da minha tribo eu serei sem nenhum arrependimento. A única coisa que eu me arrependeria seria deixar você. Eu sou assim não tenho medo de me entregar, e nesse momento eu quero me entregar a você.”
Só então eu entendi. Eu não amava Ian, eu só queria que ele me amasse.
Eu queria que alguém me amasse. Em 25 anos de vida, não houve ninguém alem dos meus pais e meu irmão, que disse isso para mim. Ou pelo menos que gostasse de mim. Eu nunca fui o mais social de todos, esse posto era de Ian. Mas dos poucos relacionamentos que eu tive, nenhum deles evoluía. No fim das contas eu me sentia usado, não se por que. Afinal eu não sou o tipo de pessoa que da para se usar.
Eu queria que alguém me amasse, e agora era visível que no meu subconsciente eu idealizava que para que isso acontecesse, eu deveria amar. E Ian apesar de tudo, era a única pessoa que estava do meu lado. Era a única pessoa que era próxima o suficiente para que eu tivesse certeza que por ele eu possuía algo amais do que nossa forte amizade.
Então meu subconsciente agiu de novo. Eu costumava seguir apenas o que ele ordenava, e ele estava ordenando agora que eu me entregasse para Kaius, me entregar totalmente. Era a chance que eu tinha de ser amado finalmente.
Ele estava ali na minha frente pedindo para que eu me desse a ele. Foi o que eu fiz.
Num impulso quase contra a minha natureza eu puxei ele pela cintura para perto de mim colando nossos corpos instantaneamente, acendendo um fogo inexplicável. Ele avançou contra a minha boca, no mesmo instante que eu avancei contra a dele. Foi forte, um beijo faminto quase doloroso. Ele me levantou e me sentou na pia. Antes eu tinha a impressão de que era um pouco mais alto que ele, mas agora com toda essa aproximação eu percebi que era só uma impressão mesmo. Só agora sentando na pia ele e nós tínhamos a mesma altura.
O beijo passou de quente e faminto para calmo e frio, não frio, carinhoso. Uma das mãos dele permanecia na minha cintura enquanto a outra explorava meu cabelo me provocando arrepios. Eu o abraçava com as duas mãos, impedindo que ele saísse dali. Agora que eu o tinha, agora que sabia o seu gosto, não queria deixá-lo de forma alguma.
Engraçado, a algum tempo atrás eu estava morrendo de ciúmes de Ian, agora não sentia mais nada daquilo. Era como se finalmente ele voltasse a ser só meu amigo, meu eterno melhor amigo. Kaius inexplicavelmente havia se tornado meu remédio, contra todo aquele sentimento que eu relutava em esconder e agora tinha sumido magicamente.
De repente eu cansei daquele beijo calmo. Eu estava excitado, completamente excitado e sentia que ele também estava, graças a pressão do seu membro contra o meu. Passei minhas mãos para dentro da camisa dele, e cravei as unhas nas costas dele e ao mesmo tempo mordi o lábio inferior dele. Ele gemeu um pouco alto demais, não sei se foi por dor ou prazer, não conhecia nenhum tipo de gemido como aquele ainda.
Ele se afastou um pouco e me olhou surpreso com um sorriso sacana no rosto.
“Nossa, depois eu que sou o selvagem.” Ele disse
Eu ri e puxei ele de novo.
“Alguém...aqui...precisa...tomar...uma...atitude.” Disse entre selinhos rápidos que eu dava em sua boca.
“Ah!” Ele disse tão surpreso quando antes. “Você quer atitude?”
“Quero um lobo.”
Minha resposta foi quase como uma senha pra que ele se transformasse completamente. Antes ele estava calmo tentando ser o mais carinhoso possível, mesmo que seu tamanho e força impedissem isso. Agora ele estava realmente selvagem. Sua mão puxava o meu cabelo com força, sentia seus dentes pontiagudos no meu pescoço. Ele estava usando tanta força que às vezes doía, mas era aquilo que eu queria. Eu também estava transformado.
Eu prendi ele pela cintura entre as minhas pernas e ele me ergueu. Me levou até o quarto, e nos jogamos na cama. Nem sei como ele encontrou o quarto, já que sua língua não saiu da minha boca nem por um segundo. Mesmo assim chegamos lá. Eu cai de costas na cama e ele por cima de mim, seu peso sobre mim era a coisa mais excitante de todas que eu já tinha experimentado até agora, seu calor me aquecia e me incendiava de uma maneira devastadora. Eu ansiava por ele, cada centímetro dele.
Ele levantou e arrancou a camisa num segundo, fez o mesmo comigo. Ele era muito rápido, isso me excitava mais ainda. Agora pele a pele, eu queimava por inteiro. Minhas unhas se arrastavam nas costas dele, depois eu percebi que um liquido expeço molhava a minha mão. Ele quis retribuir o favor, seus dentes afiados perfuraram meu pescoço. Havia dor claro, mas aquilo me levava à loucura não faço a menor idéia do por que.
Ele abriu o zíper da minha calça onde meu membro já pulsava sem controle e colocou a mão sobre ele e apertou, eu gemi tão alto que fiquei com medo dos vizinhos escutarem. Impressionante como naquele momento qualquer coisinha, se transformava em uma experiência avassaladora. Ele abaixou a minha cueca deixou meu pau a mostra. Apesar de ser magrelo e pequeno, eu tinha um membro que podia ser considerado grande em me dia aos outros. Nunca tive vontade de medir, apesar que isso fosse um ritual que todo homem passa. Ele começou a me punhetar de leve, mas eu não agüentei, parecia que ele queria me torturar com aquilo, ele beijava a minha boca e eu sentia o gosto metálico do meu sangue. De repente ele foi descendo novamente pelo meu pescoço, passando pelo ombro depois meu peito, em cada área que ele passava ele mordia, na verdade ele quase me arrancava um pedaço. Quando ele chegou na barriga eu quase gozei, mas consegui me manter para ele. Kaius segurou meu pau com uma mão e me lançou um olhar típico dele, com um sorriso. Era o puro êxtase do momento, sentir sua boca no meu pau, seus dentes me marcarem por inteiro, seus olhos fixados nos meus. Eu estava tendo espasmos de prazer, então ele percebeu que eu iria gozar logo. Mas provavelmente ele não queria que aquilo acabasse tão cedo, ele soltou meu membro e voltou a beijar a minha boca.
Usei toda a minha força para virar ele, o que foi com um pouco de dificuldade já que Kaius era o dobro de mim. Mesmo assim eu consegui, sentei por cima da sua cintura, e comecei a morder seus lábios, depois morder seu pescoço e orelha. A cada passo ele tremia de uma forma diferente, quando mordi seu mamilo ele rugiu tão alto que agora tive certeza de que meus vizinhos sabiam o que estava acontecendo, talvez estivessem até assustados. Desci a língua pela sua barriga tentando aproveitar cada centímetro daquele corpo rígido e definido. Nessa altura o meu prazer já se confundia com o dele. Quando abri o zíper seu membro já saltou sem nenhum comando, ele estava duro feito uma rocha. Eu já tinha visto aquele mastro, mas não naquelas proporções. Olhei para os olhos dele e senti que eles imploravam para que eu colocasse aquele mostro grosso na minha boca, foi o que eu fiz. Com um pouco de dificuldade eu coloquei seu pau na minha boca e fiquei chupando por algum tempo, eu não tinha experiência com aquilo, mas pelo menos ele parecia estar gostando, e seus gemidos me diziam que eu estava me saindo bem. Também estava gostando, apesar de tudo aquilo ser totalmente novo para mim eu estava aproveitando cada momento.
Num súbito momento ele me jogou de para baixo dele, arrancou a roupa que faltava. Agora sim, estávamos os dois despidos completamente. Ele ficou ente as minhas pernas e colocou seu membro por baixo de mim. Permitindo que ele roçasse na minha bunda. Era maravilhoso sentir aquilo. Enquanto isso ele me beijava ferozmente, como um lobo faminto.
De repente eu senti seu pau ser pressionado contra meu anel, sabia o que ele ia tentar e tremi por isso. Mas eu estava em estado de êxtase, eu provavelmente só sentiria prazer com tudo aquilo, então eu permiti que ele me invadisse. E foi o que ele fez, e fez isso com toda a sua magnificência. Senti ele me atravessar completamente e nós dois urramos, porem eu urrava de dor. Aquele mastro me fez sentir como se estivesse sendo completamente rasgado. Mas de um momento para o outro eu já me recompus, já começava a sentir um prazer viciante com as estocadas magníficas que ele dava. Cada vez que ele chegava ao fim, parecia um tapa.
Ficamos assim por um tempo, depois eu fiquei por cima. Onde eu conseguia controlar o quanto entrava e o quanto saia e era deveras mais cômodo pra mim. Mas ele disse que estava quase lá então eu aumentei mais a velocidade da cavalgada e ele urrou no fim, me enchendo de um liquido quente. Sem tirar ele de dentro de mim comecei a tocar minha própria punheta, e nem sequer um minuto depois eu já gozei na barriga dele. Deitei sobre ele e o beijei. Ficamos ali recuperando o fôlego, com beijos calmos e molhados.
Depois de um tempo eu me joguei pro lado e ele se levantou e foi em direção ao banheiro, eu fui depois, quando ele já estava quase saindo. Antes de entrar no Box, ele me deu um sorriso, como se dissesse alguma coisa.
Voltei, ele estava esticado na cama, só com uma cueca, assim como eu. Deitei sobre seu peito e ele me envolveu em seus braços. Ele tinha consumido todas as minhas energias, e eu tinha certeza que tinha feito o mesmo.
“William.” Ele sussurrou.
“O que?” Respondi já de olhos fechados.
Ele hesitou por um momento.
“Boa noite pequeno” Ele disse e beijou meu rosto.
Eu não respondi. No segundo após meus olhos já estavam fechados o suficiente e minha mente emersa em sonhos.