Entre Três - 6 (parte 3) (final do capitulo)

Um conto erótico de Gui Mariano
Categoria: Homossexual
Contém 1522 palavras
Data: 25/03/2013 14:17:13

- Me explica isso Guilherme e se você mentir eu ligo pro nosso pai agora.

Fudeu...

- Anda garoto. Me diz a verdade. O que o Ricardo tava fazendo com você aqui?

Eu precisava mentir. Francisco não era nada compreensível.

- Ele me ajudou a chegar em casa. Só...

- Lógico. E depois por causa do esforço ele teve que tomar um banho. Ele te deu um banho também Gui?

Meu irmão estava sendo inconveniente, me insultado daquele modo.

- E desde quando isso é da sua conta, Francisco?

- Eu sou seu irmão!

- Quer saber a verdade! Você ficou fora durante um ano fora. Um ano inteiro e não falou comigo todo este tempo. O que te faz pensar que você pode chegar aqui e pedir satisfação da minha vida?

Neste momento eu me enfureci. Meti um soco em seu peito e depois mais outro. Sem perceber lágrimas desciam pelo meu rosto. Francisco me puxou para um abraço e se sentou comigo no sofá da sala. Eu afundei meu rosto em seu peito e meu choro foi se cessando.

- Se eu te contar tudo você promete não gritar comigo.

- Eu prometo não te matar. Pode ser?

Eu aceitei a proposta. Ergui meu rosto e limpei minhas lágrimas. Meu irmão me olhava atento esperando minhas explicações. Durante alguns minutos eu o deixei a par sobre Fábio, Ricardo e Rafael. Sua expressão era um mistério para mim. Enquanto eu falava, ele não me interrompia e quando eu terminei Francisco continuou em silencio.

- E foi por isso que o Ricardo saiu daquele jeito daqui...

- Guilherme, o que você pensa que esta fazendo? – disse ele normalmente como se eu não fosse entender a língua dele.

- Nada!

- Fazer nada seria ter recusado transar em menos de 24 horas com três caras diferentes.

- Como se fosse muito diferente do que você faz.

- Ok, mas eu não transo com gente tão próxima. Gui, Ricardo tem dez anos a mais que você e o Rafael muito mais. Você não pensa no que a mãe ou o pai vão pensar disso?

- Eles não vão saber Fran.

- A claro. Com você transando com o tio do Fábio aqui em casa é lógico que eles não vão saber.

- Não era para ter rolado nada aqui, mas eu não consegui me conter.

- Puxa, não podia apagar o fogo depois? Guilherme você não pode mais ver o Ricardo, nem se envolver com o Rafael.

- Você vai começar com isso de novo? – eu disse me levantando. - Chega, Fran. Você não é meu pai.

- Mas a menos que você queria que nosso pai se intrometesse é melhor me ouvir!

Me virei e sai da sala lhe deixando sozinho. Me enfiei no meu quarto onde eu podia me ver livre do mundo.

Liguei o aparelho de som o mais alto possível e procurei pelo meu material de arte. Acendi um cigarro, peguei meu caderno e grafite e comecei a atacar o papel. Eu sempre desenhei. Eu gostava do modo que isso me relaxava. Todos me elogiavam pela minha destreza, mas eu fazia isso por mim, não por eles.

Meus dedos estavam pretos de tanto apertar o pedaço de grafite que criava formas no branco. Quando dei por mim eu percebi o que estava desenhando. Traguei o cigarro e vi no caderno o desenho de uma cama com três homens em seu volta, mas eu não tinha desenhado seus rostos. Aquilo estava me assombrando.

Sob a luz da janela a formas escuras pareciam ganhar movimento e as três pessoas pareciam se distanciar da cama fria. Quando o telefone tocou eu dei um salto na cadeira.

Abaixei o som e peguei meu celular.

- Alô? – perguntei antes de tragar o final do meu cigarro.

- Oi Gui. É o Ricardo.

“Por favor Francisco, não entre no meu quarto agora”, eu pensei.

- Oi, você chegou bem em casa? Pensei que você ia cair de cara no chão de tão feliz. – perguntei.

- Ser estabanado é do seu feitio, Guilherme. Eu não sou retardado, e sim estou bem.

- Por acaso você me ligou para eu desligar o telefone na sua cara?

- Não. Te liguei para ouvir sua voz e te fazer um proposta.

Uma hora tinha se passado e mesmo assim ouvir Ricardo me fez me sentir bem. Mas o tom de sua voz prometia coisas que eu não estava pronto para ouvir.

- Eu não faço ensaio nu, Ricardo. Não insista. – disse brincando.

- Eu não preciso da desculpa de um ensaio para te ver nu, Gui-lher-me.

Aquilo me ascendeu na hora.

- Então o que você quer de mim?

- Por enquanto, eu quero sair contigo amanhã. Jantar, na minha casa.

- Acabamos de nos conhecer e você já quer eu va a sua casa?

- Eu acho que já te conheço muito bem, garoto.

Eu ia aceitar de imediato, mas uma barreira prendeu minha boca. Francisco não iria me deixar em paz enquanto eu continuasse a sair com Ricardo. Eu precisava de tempo.

- Não Ricardo. Eu não vou.

- Por que Guilherme? – disse ele desapontado.

- Porque estou ocupado. Tchau. – desliguei.

Joguei o aparelho na cama, mas na verdade eu queria era ter jogado o Francisco da janela. Ricardo deveria estar confuso e magoado, sem entender o que eu queria.

Afinal eu não sabia mesmo, porém não precisava ter acontecido daquele jeito.

O telefone tocou novamente. Eu ignorei cada toque com um aperto no coração. Quando eu ia me aproximar do aparelho, Francisco entrou no quarto e pegou meu celular primeiro.

- O que você esta fazendo?

- Fica calado.

Ele ligou para alguém. Eu não sabia o que ele podia estar fazendo e por isso apenas observei. Francisco estava totalmente alterado e eu não queria que ele descontasse em mim.

- Alô? É o Ricardo?

- Ei! Desliga isso – eu gritei.

- Ouve bem seu desgraçado. Você não vai nunca mais olhar pro meu irmão, muito mesmo tocar nele. Fica longe ou eu te denuncio!

Nesta hora eu tentei impedi-lo. Peguei coragem de onde eu não sabia onde tinha e o enfrentei. Francisco era mais alto e forte e facilmente ele me derrubou no chão com um empurro.

Ele abriu meu celular e tirou meu chip e jogou o resto na cama.

- Eu to te avisando Guilherme. Você não vai mais falar com esse cara ou eu conto pro nossos pais. E se ele tentar alguma coisa eu vou na policia.

- Por que você ta fazendo isso?

- Porque eu sou teu irmão e você parece ter perdido todo o juízo.

Francisco quebrou o meu chip ao meio e me deixou sozinho no quarto. A queda fez minha perna doer e minha cabeça também. Eu so me lembro de chorar e depois desmaiar no tapete.

Quando acordei eu estava na minha cama. O quarto estava escuro pela noite e eu vestia meu pijama. Senti algo deitado ao meu lado. Era meu irmão. Na hora eu poderia ter apertado o meu travesseiro em seu rosto até ele morrer, mas eu não o odiava.

Francisco sempre me protegeu. Desde que eu era pequeno. Pelo fato de eu viver me machucando ele sempre me ajudou a me recuperar e dormia comigo para ter certeza de que eu não ia me matar durante a noite.

Algum remorso deve ter povoado a cabeça dele para que se deitasse ali comigo. Não me contive e o chutei. Ele estava de costas e meu pé bom se encaixou no meio de suas costas. Surpreendi me quando na hora ele se virou.

- Se fizer isso de novo eu quebro sua outra perna.

- Quebra tudo Francisco. Você sempre resolve tudo assim.

- Resolvo quando você não me escuta.

- Eu não tenho que te escutar sempre, seu imbecil. Você não é o dono da verdade.

- Mas eu tenho juízo.

- SAI DO MEU QUARTO!!!

-SÓ QUANDO VOCÊ APRENDER!

Nisso ele pulou em cima de mim. Eu pensei que ele ia me quebrar ao meio, mas não. Ele começou a me fazer cócegas e por mais nervoso que eu estivesse eu comecei a rir.

- Fala que me ama Gui. – disse Francisco rindo.

- Nunca!

- Fala ou morre.

Nesta hora eu voltei no passado.

Lembrei-me de Marcos, meu ex. Toda vez que brigávamos ele fazia a mesma brincadeira. Me fazia cócegas até eu não aguentar e depois dizia “Fala que me ama” “Fala ou morre”.

- Para, para. Por favor.

Tentei empurrar Francisco, mas ele não desistiu da tortura. Eu me desesperei e enquanto o empurrava minha lágrimas desciam pelo rosto. Estava escuro e por isso meu irmão so percebeu a situação quando eu já soluçava.

- Que foi? Te machuquei?

Aquilo foi demais pra mim. Eu não queria me lembrar de Marcos. Ele tinha me destruído, me traído. Por causa dele eu me tornei uma pessoa diferente, que não confia nos desconhecidos e não da chances ao amor.

- Desculpa, não chora.

Francisco me abraçou e senti sua ternura. Minhas lágrimas molhavam seu peito, mas ele não se importava.

- Calma Gui. Ta tudo bem. Me desculpa.

Meu irmão se deitou e me pós sobre seu peito. Suas mãos passavam por meu cabelo e também por minhas costas. Eu adormeci em seus braços com lágrimas no rostoMais um conto sem sexo, mas era preciso para terminar o capitulo.

No próximos virão mudanças.

Obrigado pela leitura e comentem.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Gui Mariano a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Hum... Relação no minimo duvidosa, mas vamos esperar pra ver.

0 0
Foto de perfil genérica

Muito bom mesmo... Conteúdo bem interessante. 10

0 0
Foto de perfil genérica

amei.

o francisco precisa diminuir um pouco dessa furia que ele tem.

e agora como voce vai ficar ja que ele quebrou o chip?

e o que vi acontecer agora?

seus pais descobrim sobre voce e os tres?

e qual a reaçao deles?

continua lgo.

ate o proximo.

0 0
Foto de perfil genérica

UM imrão compreensível é tudo além de cuidar com respeito e atenção.

Parabéns pelo conto.

Volte logo.

0 0
Foto de perfil genérica

Perfeito! Mas esse Francisco é meio doido. Acha que manda em voce a esse ponto credo kkk Mas ta otimo continuaa

0 0