Sangue... a minha sala ficou arruinada de sangue. Phelip, Ezequias e Isabel chegaram ao hospital antes do meio-dia. Eles foram atendidos e a dupla ficou esperando na sala de espera por notícias. Enquanto isso chegávamos em Los Angeles, nos Estados Unidos. Fiquei orgulhoso de DJ, pois, ele já dominava bem o inglês. Ele ficou responsável pelos irmãos e Dora. Fomos direto para o hotel e dividimos nos quartos.
- Aiii... como é bom deitar depois de 1000 horas de voo. - disse Mauricio se jogando na cama.
- É mesmo? - perguntei deitando em cima dele e o beijando. - Quer descansar?
- Não... eu quero você. - ele disse me beijando.
- Sete anos. - falei.
- Sim... a cada dia me pergunto como nós conseguimos...
- Com um pouco de amor... carinho... amizade... cumplicidade... e o drama ajudou bastante. - falei o beijando novamente.
- Verdade... e também com ajuda do seu sexo gostoso. - disse Mauricio me abraçando.
- Temos muito para aproveitar da cidade. - falei sorrindo.
- Ai... Pedro... Pedro...
Desesperado Phelip ligou para Fernanda, a amiga estava de férias com Osvaldo, eles estavam fazendo um mochilão no Peru.
- Eu não estou entendendo direito... a ligação está muito ruim. - falou a garota.
- Fê?! Fê!!!!!??? - gritou Phelip.
- Quem era? - perguntou Osvaldo saindo da barraca.
- O Phelip... não entendi direito... meu Deus... será que aconteceu algo?
- Espero que não... mas, segunda já voltamos ao Brasil... vem dormir... vem... - chamou Osvaldo.
Nos Estados Unidos contratamos um daqueles ônibus de passeio. Conhecemos alguns estúdios e fomos a um restaurante maravilhoso. Passar aquele tempo de qualidade com a minha família era essencial para o nosso relacionamento.
- Estão gostando? - perguntou Mauricio.
- Sim!! - gritaram os meninos em única voz.
- Eles estão agitados. - disse Dora sorrindo.
- Eiii?! Vamos ir para o hotel... tomar banho? - perguntei.
- Ahh pai?! Porque?! - perguntou Paulinho.
- Podemos ficar mais um pouquinho?
- Pai Mauricio? - perguntei.
- Só mais 10 minutos. - ele disse sorrindo.
- Você é um coração mole né? Eu tenho que ficar sendo o mal.
- Você já tem muitas qualidades... alguma tem que ser negativa. - ele falou me abraçando.
- Ai... ai... ai...
No hospital, os pais de Ezequias e o meu pai chegaram e perguntaram o motivo do rapaz está no hospital.
- Conte Phelip... o que aconteceu? - perguntou meu pai.
- Ele... ele... ele...
- Quebrou uma lâmpada na casa do Pedro e eu pedi para o Ezequias arrumar... ele... subiu na mesa e ela quebrou... - disse Isabel.
- Sim... foi isso...
- Jesus... - disse a mãe de Ezequais chorando.
- Mas, ele vai ficar bem? - perguntou Luiz pai dele.
- Sim... de acordo com o médico sim... ele só vai levar alguns pontos. - disse Priscila.
- Oi mana.
- Oi gente. - falou ela sorrindo. - Bem... dona Eleonora e seu Luiz, ele está bem... perdeu muito sangue, mas já está estável. - disse a minha irmã.
- Que bom... mas, gente ele caiu tão longe assim? - perguntou Eleonora.
- Sim... sim... - respondeu Phelip.
- Olá? - disse um médico se aproximando. - Sou o Dr. Ulisses. Bem... já podem trazer roupas para o jovem. O quarto está frio, pois, o aquecedor está com problemas.
- Roupas? - perguntou Eleonora. - Ele não estava vestido.
- Bem... bem... - disse Phelip nervoso.
- Ficamos com medo e tiramos a camisa dele... depois tiramos a calça, pois, tinha muito sangue. - falou Isabel.
- Eu te amo. - falou Phelip abraçando Isabel.
- Ei... precisamos arrumar a bagunça lá na casa do Pedro. - disse Isabel cochichando.
- Verdade... olha se você quiser ir... eu arrumo o resto depois. Preciso ir pegar roupas para ele - falou Phelip.
Uma semana se passou e nós fomos para Nova York. Dora ficava abobada com tanta beleza... a peguei chorando certa vez.
- Dora? Está tudo bem? - perguntei me aproximando.
- Sim seu Pedro.
- Não... não está... me diz. - falei sentando e pegando em suas mãos.
- É que... meus filhos... fico pensando... eles morreram tão novos, nunca tive oportunidade de dar isso para eles.
- Ei... para... para de chorar... não seja boba. - falei a abraçando. - Você merece isso... merecer conhecer o mundo... a vida... você merece demais.
- Obrigada seu Pedro.
- E lá do céu... eles devem está feliz em ver você aqui... toda estilosa... no frio de Nova York.
- Obrigada. - ela disse me abraçando.
Em São Paulo, Márcio tentava seguir a vida normalmente, mas os cinco anos que passou preso não foram o suficiente para aliviar sua consciência. Depois da polêmica envolvendo sua família, a mãe de Márcio perdeu quase todas as ações que possuía, se mudaram para uma outra cidade e ela passou a trabalhar em uma empresa.
- Mãe... eu to bem. - disse Márcio no telefone.
- Meu filho... venha pra cá.
- Eu não posso... estou em liberdade provisória. Se eu pensar em sair daqui volto para a penitenciária. - falou ele.
- Eu sei... o Júnior conseguiu uma vaga na industria. O horário é ruim, mas o salário é bom. - disse a mulher.
- Mãe. Desculpa por estragar tudo... fui inconsequente... mimado... destrói duas famílias, a nossa e a do Paulo. - ele disse chorando.
- Não se preocupa. Vamos nos reerguer. Agora eu preciso ir. Te amo.
- Também te amo mãe. - ele disse desligando o celular e chorando igual uma criança no chão de seu pequeno apartamento.
Depois de empacotados, as crianças dormiam iguais a anjos. Dora também decidiu se recolher. Mauricio e eu decidimos curtir a noite Nova-iorquina.
- Nossa é boate é legal! - gritou meu esposo.
- O que?!! - gritei.
- Essa boate é legal!!!
- É sim... muito bom. - falei o puxando para a pista de dança.
Beijar o Mauricio em público é o meu maior prazer, ele é gostoso e outra... ele é exclusivamente meu. Dançamos até quatro da manhã. Sim... era aquela vida que eu queria para mim... mas, muita coisa mudaria... e esse tempo deixaria saudades.
Email - contosaki@hotmail.com