Passei a manhã aprendendo como se usa o Windows Vista (Que windows ruim! Santo Cristo - Jhoen), parece que vou ter que de fazer um curso, hihihi. Almoçamos juntos e ele me trouxe de volta à casa. Ele foi apanhar os pais no sítio e deve dormir por lá com eles por sugestão minha.
Preciso de um tempo até nos ver amanhã. Durante a tarde eu pensei em uma forma inusitada de demonstrar o quanto eu o amo, Rubinho tem um amigo de aplica piercing e é tatuador.
Não pensei duas vezes, liguei pra ele, tomei nota do telefone do profissional e faz mais ou menos umas cinco horas que estou com minha pele ardendo com o nome de Marcello tatuado em minha virilha. (Isso que é amor hein! - Jhoen)
Marcello ainda não sabe, quero que seja uma surpresa pra ele. Acho que ele vai gostar. Aqui em casa o clima continua aquele, estou falando só o necessário com minha irmã para evitar conversas mais ríspidas, voltei a dizer a minha mãe que se ela precisasse conversar poderia contar comigo e que eu estava preocupado com ela.
Até onde sei os telefonemas cessaram, meu pai tem estado mais em casa e quanto a meu cunhado, bom prefiro dizer que estamos higienicamente distantes. Um beijo a todos e desculpem haver estado longe, mas foram contingências
“Pois é Claudinho, é isso que eu tinha que desabafar contigo e eu não tinha nem jeito de falar. Em Pirinópolis que quis lhe dizer e em outras vezes também, mas às vezes a coragem faltava ou alguém atrapalhava. Já estava na hora de eu dizer pra alguém. De desabafar mesmo.
Foi difícil guardar isso durante esse tempo todo e o pior é que eu olhava para o Marcello e me achava um crápula por sentir isso por alguém que... bom eu lhe contei isso porque eu acho que entre as qualidades que você possui está a tolerância. Você consegue imaginar como foi difícil pra mim? Putz, eu adoro o meu primo. Ele é como um irmão, não, na verdade é um irmão e eu jamais iria querer machucá-lo.
Sabe, as vezes foi difícil segurar pra não fazer besteira, mas graças a Deus eu pensei direito e consegui controlar isso dentro de mim. Eu demorei pra te contar também porque às vezes eu olhava pra você e não sabia como você reagiria, se iría pensar mal de mim, entende? Poxa eu não sabia que juízo você faria de mim. De certo modo eu acho que isso iría machucar você, ou você poderia pensar que eu sou um cara de moral duvidosa, sei lá. Mas eu quero que prometa uma coisa, na verdade eu sei que não preciso que prometa, acho que posso contar com a sua descrição quanto ao tema.
Quero que Marcello saiba por mim mesmo, mas não acho que estou preparado para encará-lo e contar, Não sei como ele reagiria. Talvez ficasse aborrecido comigo, é possível que releve e até entenda, talvez não dê importância, mas não tenho como prever e a amizade dele, o seu amor é muito importante para mim. Eu sei que posso contar com a sua ajuda porque essa história me doeu muito”.
Dito isso Guto me deu um beijo na testa como de hábito, um sorriso triste, entrou no carro e saiu. Eu estava com uma bomba nas minhas mãos, sei que coisas assim ocorrem sempre, entendo que paixão é coisa difícil de controlar, ela não escolhe hora nem lugar para acontecer, mas disso eu jamais desconfiei. Guto era realmente surpreendente em muitos aspectos.
Enquanto as palavras dele dançavam na minha mente e eu arrumava minhas coisas para sair, imaginava se Marcello deveria saber disso, prometi nada dele esconder, não mais deveria haver segredos entre nós, mas como lidar com isso? Mas, será que faria diferença a essa altura? Como deve ter sido chato para Guto olhar para Marcello todo esse tempo e lembrar que... bom.
Acho que Marcello até entenderia e pelo que dele conheço sei que ele não se importaria e que até apoiaria o Gutinho, mas posso fazer conta do tamanho da vergonha, contudo admirei a coragem dele me procurar e se dirigir a mim em confissão, senti no calor de suas palavras sinceridade e percebi pelo fato dele haver me procurado antes que qualquer outra pessoa uma consideração imensa.
Guto é muito especial para mim e penso que nada pode alterar o amor que sinto por esse rapaz que tem no afeto que devota ao meu Marcello a maior razão que posso encontrar para dele me agradar.
Era 13h30min desta tarde de quarta-feira e ainda sentia-se no ar o cheiro da chuva de ontem à noite. Havia marcado com Marcello de almoçar, mas como imprevistos gostam de aparecem em vésperas de feriados tivemos que cancelar nosso almoço, “tudo bem” pensei, mais tarde nos veremos mesmo, viajamos hoje à noite para Goiás Velho, que é uma cidade do interior goiano, lindíssima, uma delícia. Marcello e eu a adoramos e será nossa primeira vez juntos lá.
“Dá um sorriso para mim” pedi a ele na intensão de quebrar aquela tensão. Ele sorriu um sorriso meio triste e contraído. Senti que algo de sério o incomodava e me calei, temi parecer um idiota tentando diminuir a seriedade do momento. Chegamos à academia de tênis de Brasília, na verdade não entendi o porquê do lugar e perguntei a Guto que respondeu que queria um lugar tranqüilo pra conversar comigo.
Descemos do carro e ele foi logo disparando “Claudinho, eu não consigo mais guardar isso dentro de mim e acontece que eu tinha que desabafar” Eu me senti meio assustado, sugeri que fossemos ao bar e tomássemos alguma coisa, ele achou a ideia ótima.
Depois do inacreditável gole que ele deu no copo de vodca ele disse: “Eu sei que o que eu vou dizer pode até parecer bobagem, mas me incomodou muito, e acho que ainda incomoda, na verdade eu não sei. O fato é que eu fui apaixonado por Luíza” Fiquei tonto, procurei as pernas e não encontrei.
Continuava a ver Guto falando, mas não ouvia mais. Sua voz ficou abafada. Estranheza das estranhezas, ironia das ironias, engano dos enganos. Recordei o exato momento em que a Lu me confidenciara que havia sido apaixonada por ele, recordei meu espanto não maior do que sentia agora.
Quis interromper o Guto e dizer a ele que ela também gostava dele, quis dizer um a monte de coisas, mas estava imensamente surpreso. “...e daí que eu não entendia a forma como ela me tratava, compreende, Claudinho. Quando eu a encontrava era difícil segurar porque eu sabia que estava sentindo uma coisa errada e eu devo ser mesmo um crápula porque quanto mais ela me ignorava ou mesmo quando ela desligava o telefone na minha cara quando eu ligava no celular do Marcello eu gostava mais dela.” Ouvi de Guto quando voltei a escutar o que ele dizia.
Ele parecia uma cachoeira, falando, falando, de como se sentia mal com aquilo, do seu receio de dizer a Marcello que havia gostado de Luiza, do receio de como isso ia fazer com que eu duvidasse da sua lealdade a Marcello e coisas assim. Lealdade é algo que eles têm entre si na mais alta conta, aprendi o significado dessa palavra com essa família.
Para mim, antes, era somente um conceito abstrato demais ao qual eu não havia sido apresentado. O fato é que eu tentei acalmá-lo não sem antes ouvir quase uma meia hora de episódios em que ele se achou péssimo com essa história. Parece que a coisa toda piorou quando Marcello, noutro dia, num desses momentos em que primos que se gostam, depois de muitas cervejas viram um para o outro e dizem que se amam porque um jamais escondeu o que quer que fosse do outro.
Fiquei tão surpreso com isso tudo que se me perguntarem o que comi não vou saber dizer. Na verdade nem sei se almoçamos.
Ele me trouxe de volta a casa depois disso e ainda não conversei com Marcello, penso que esse fato Guto mesmo tem que dizer se ele julgar que realmente isso merece ser reportado a Marcello. Acho que talvez não faça diferença alguma.
Pensei em telefonar a Lu e dizer a ela que o que ela um dia sentiu não era unilateral, não se tratava de um amor platônico, mas me contive, me limitei a ouvir todo desabafo. Não me recordo dele haver demonstrado que ainda sentia alguma coisa, ele estava confuso, os verbos quanto a ela eram sempre no passado daí eu pensar que pudesse ser precipitada minha decisão de telefonar para Lu.
Sei na verdade é que isso tudo mexeu comigo não sei bem porquê. Estou muito compadecido pela Lu e pelo Guto, que desencontro horrível, que infelicidade. Pelo que senti de ambos era intenso, mas sei que a história deles dois morreu sem que pudesse haver nascido.
Ainda estou com muita vontade de ligar para ela e contar tudo e não sei se conseguirei segurar essa vontade, o que sei é que esse querido amigo Guto, o irmão que não tive, sofreu com isso tudo e agora tem uma enorme vergonha de dizer a Marcello o que passou. Difícil minha situação.
Como romper um segredo de confissão e trair a confiança de Guto de quem tanto gosto? Ocultar de Marcello e quebrar uma promessa de nada mais dele esconder? Deixar Luíza na ignorância e negar a ela e a Guto a possibilidade de se entenderem? O que fazer? Vou dizer uma coisa horrível, mas há fatos dos quais a ignorância é uma benção.
Faz um tempo eu pensaria que é um fato sem importância, mas depois de conhecer a forma como Marcello e sua família pensam compreendo que o que para mim é pouco para outro pode ser muito. Não sei o que fazer.
De qualquer forma ao chegar a casa tive o dissabor de encontrar meu cunhado em meu quarto acessando a Internet com o notebook que ganhei de Marcello. “O seu outro computador não está acessando a internet aí eu vi esse outro sobre a mesa liguei e acessei” Disse ele a mim que me limitei a dizer compassadamente e baixinho: “desligue-o, feche-o, levante-se, saia e por gentileza não torne a entrar em meu quarto ou mexer em minhas coisas na minha ausência."
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Valeu galera! Não se preocupam já organizei todos os capítulos até o final, só falta postá - los. Não irei abandoná - los ;)
Sosseguem o facho irei colocar as fotos, mas não são eles! hahahaha