Ao ouvir os gritos de minha mãe, resolvi descer antes que ela tivesse um infarto. Realmente ela tinha que se preocupar, pois há algum tempo tive que ir às pressas para o hospital por que não comia, simplesmente não tinha vontade.
Quando desci, ela já foi fazendo um monte de perguntas e mandou-me comer um lanche que ela mesma tinha preparado. A nossa empregada, Claudia, estava de folga e eu fui obrigado a comer “aquilo”.
Minha mãe é um pouco mais alta do que eu, quase 1,80 e meu pai também. Ela tem cabelos negros e com olhos também negros, já meu pai tem os olhos castanhos claros, puxei ele. Ele é advogado e ela a secretaria dele.
Terminando de comer chega meu pai que ao chegarmos à cidade foi ao escritório resolver algumas coisas.
- E ae garotão, nem deixou pra mim – dizia ele animado.
Eu somente pensei: se tivesse chegado antes tinha lhe dado tudo.
- Foi mau pai, estava tão bom que nem deixei nada. – Ri irônico pra minha mãe.
- Poxa... Ah, filhão renovei a matricula, não tem nenhum problema né, aquela escola é muito boa.
Eu logo pensei de novo ironicamente: e como... Queria morar lá.
- Problema nenhum pai, foi tudo resolvido já, e os meus amigos e o resto gostam muito de mim. – Disse eu já indo pro meu quarto, voltando aos meus “devaneios”.
-Ano Anterior, A segunda-feira-.
Depois do beijo, eu achava que tudo iria mudar. Mas chegando à escola percebi que tudo estava à mesma coisa. Gustavo e Bárbara chegaram aos beijos, vindo em direção ao nosso grupo.
- Fala galerinha linda- Dizia Bárbara- Tudo bem?
- Tudooo- Responderam em coro, eu permaneci calado e Gustavo também. O que gerou desconfiança.
Mas esses pensamentos foram interrompidos pelo sinal que informava a hora de ir pra sala. Resolvi ir antes ao banheiro, precisava um tempinho pra pensar. Péssima ideia, ele veio atrás.
- Espera a gente precisa conversar – Disse ele segurando meu ombro já dentro do banheiro. Tirei a mão dele e disse.
- Nós não temos o que conversar, foi um erro, e não vai aconte... – Ele me beijo de novo, mas dessa vez não continuei. Além de estarmos em público, eu também estava confuso. Empurrei e disse.
- Nunca mais faça isso, está louco, você tem... –tentei completar, mais fui interrompido.
- Estou louco sim, desde quando te vi. E ver você agarrando aquela garota na festa, quase se comendo me mostrou o que eu não conseguia ver, porra. Eu amo você!
Eu não dizia nada, apenas ouvia meio “assustado”. E assim ele continuou
- Só... Dê-me um tempo pra ficar livre pra você. Eu te amo e vamos ficar juntos Príncipe, MEU PRÍNCIPE.
Ele me deu um selinho e saiu. Fiquei um tempo no banheiro tentando respirar um pouco e lembrei-me da aula. Cheguei à sala ainda meio sem cor e a professora de inglês logo disse:
- ah, quer dizer que o Príncipe (era como eles me chamavam) queria matar minha aula.
- Desculpe professora, fui à secretaria. – Menti, mais também não estava com cabeça pra nada. E a Fran (minha grande amiga, desde a 5ª série estuda comigo, morena, 1,66, meio magrinha e usava um óculos que a deixava sexy. Ela sabia sobre minha bissexualidade) me pergunta.
- O que foi que aconteceu? Esta passando mal Henrique? – perguntava ela preocupada
- Não é nada, só não estou me sentindo bem, mais já vai passar- Disse tentando forçar um sorriso.
O resto do dia transcorreu normal, a não ser algumas piscadas e olhadas de Gustavo pra mim quando nos esbarravamos pelos corredores. O que me deixava bem excitado, mas tentava disfarçar.
Ao chegar em casa, estava somente Claudia e Bel, minha cachorrinha linda. Claudia pergunta.
- Como foi à escola? – perguntava ela curiosa, como se desconfiasse de algo.
- Foi... Foi tudo normal, e papai e mamãe? – Tentava mudar de assunto o mais rápido possível, mais Claudia sabia que tinha algo e que logo ele lhe contaria.
- Sei... Sei, já almoçaram e voltaram ao trabalho. E hoje vão voltar um pouco mais tarde, como é segunda, tem trabalho acumulado... Esta com fome?
- Achei que não iria perguntar, estou faminto. – Almocei e logo subi para meu quarto tentar ler meu livro. Estou lendo O Caçador de pipas de Khaled Hosseini, é bem legal. Tentativa frustrada. Fiquei pensando em tudo que estava acontecendo comigo. E resolvi que chamaria Gustavo pra vir na minha casa, afinal estaria sozinho, assim poderia conversar. Mal sabia ele que seria um dia inesquecível para os dois... A primeira vez.
-Fim do Flashback-
Tomei um susto com Bel lambendo meu rosto, e fiquei fazendo carinho nela até dormimos. A praia me deixou cansado.
Acabei tendo um sonho esquisito em que todos que conheço da escola, até meus amigos e parentes riam de mim, e eu assustado sem saber o porquê apenas sentei entre minhas pernas e chorei, chorei muito. Com muita dificuldade consegui despertar, era por volta de 11hrs00min da noite. Ufa, era só um pesadelo, pensei comigo mesmo e resolvi tomar um banho quente pra ir comer algo...
Fala ai galera, tudo bem?
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Agora vou dormir, amanhã tenho aula cedo. Beijos.