Ele era moreno claro, cabelos negros, deve ter uns 1,70 de altura, malhadinho mas nada exagerado. Olhos negros mas negros mesmo. Tinha um brinco na orelha esquerda. Definitivamente lindo. Isso ele era lindo.
- Oi. Foi tudo que ele me disse mas de alguma maneira aquilo me tocou de um jeito. Jeito? Tocou de jeito nenhum. Eu prometi a mim mesmo que não iria se apaixonar por ninguém. Espera eu disse apaixonar? Eu quis dizer envolver. Aí meu deus o que está acontecendo comigo.
- Ei. Mesmo se quisesse não teria como dizer qualquer coisa. Eu não estava digamos assim no meu estado perfeito.
Ele não me disse mais nada e não olhou nos meus olhos. Talvez por educação. Mas é de se estranhar que um garoto como ele estivesse sendo educado. Ele saiu pela porta a fora e não olhou para trás. Seria legal se ele olhasse. Eu queria que ele olhasse.
- Com licença diretor.
- A sim. Você deve ser o Pedro. É um prazer tê-lo aqui na nossa escola.
- Muito obrigado senhor. Eu só passei aqui para deixar tudo claro sobre os meus documentos.
Na verdade não era pra mim está ali. Isso foi idéia do meu pai. "Se você agradar o diretor o resto é moleza." Na verdade eu queria mesmo conversar com ele, mas com certeza não era sobre documentos e sim sobre o lindo garoto que tinha acabado de sair dali.
- Ah! Sim Pedro está tudo em ordem. Não precisa se preocupar com nada. Então o que está achando da escola.
- Nossa com toda a certeza e mais "aberta" que a minha antiga. E muito grande. Não será muito difícil para que eu possa me perder aqui.
- Compreendo. Mas posso resolvesse esse problema seu. Vou lhe arranjar um "guia".
- Que isso senhor?
- Alejandro
- Então senhor Alejandro eu acho que não chega a tanto.
- Nada de desculpas. Já sei até a pessoa certa para esse trabalho.
Ele me disse isso e se virou para o seu telefone em cima da mesa.
- Andreia me traga o Daniel aqui de novo.
Ele se virou para mim com um sorriso como se estivesse descoberto um maneira de acabar com a fome.
- Pedro eu andei olhado o seu histórico de notas e pude reparar que você é um ótimo aluno. Que nunca se envolveu em brigas. E que tem ótimas relações com os professor. Estou correto?
- Está sim senhor.
- Por favor tire o senhor. Eu não sou tão velho assim.
O senh... Quero dizer o Alejandro não era um muito velho. Tinha uma aparência de uns 30 anos, mas acabei descobrindo que na verdade ele é bem mais velho que isso. Mesmo pela idade ele era bem digamos assim conservado. Tinha um cabelo que está meio grisalho, um corpo esguio com se práticasse natação, músculos nos lugares, alguns pêlos aqui outros ali. O que podemos dizer dele era que ele com certeza arrasava com as tiazinhas kkk.
Antes de qualquer coisa ser dita por mim a porta se abriu e o garoto moreno lindo entrou.
- Mandou me chamar Alejandro?
- Mandei sim Daniel. Esse é o nosso novo aluno. Ele se mudou para nossa escola.
- E o que eu tenho a ver com isso?
- Seja mais educado garoto. Até parece que seu pai não te deu educação.
Tive que me segurar para não rir da revirada de olhos que o garoto deu para o senhor Alejandro.
- Eu quero que você seja o "guia" dele aqui na escola. Se ele precisar de ajuda você irá ajudar. Se ele tiver problema em matemática você o ajudará. Se ele estiver problemas com os garotos do time de futebol, você o ajudará. Se ele estiver no banheiro e não tiver papel você o limpa...
- Já entendemos Alejandro. Dissemos o garoto moreno eu ao mesmo tempo.
- Mas senhor Alejandro eu quero saber porq eu?
- Veja isso como um castigo, nada contra você é claro Pedro. Eu lhe disse que dessa vez é diferente. Que encontraria alguém para lhe botar no eixos novamente Daniel.
- Ah claro! Irá me castigar me fazendo de babá. Ótima idéia Alejandro. Porq não pega logo o cinto pra mim também Alejandro?
- Cada um tem uma maneira de educar e essa é a minha Daniel.
- Tanto faz. Já sei que essa idiotase não vai durar muito.
- Agora que já sabe de tudo Daniel, por favor se retire da minha sala. Preciso falar com o Pedro sozinho. Mas não vá embora, você o acompanhará por um "tuor" pela escola.
Antes de sair da sala o tal Daniel fez uma reverência cheia de ironia, o que deixou bem claro pra mim que seria um inferno permanecer tanto tempo junto dele. Após Daniel se retirar da sala, o Alejandro virou-se para mim.
- Desculpe-me por isso Pedro.
- Tudo bem senh... Quero dizer Alejandro. Mas agora entrando no assunto, eu tenho certeza que o senhor não mandou que esse tal de Daniel me "ajudasse" não é verdade?
- Você é bem mais inteligente do que parece Pedro. Mas sim, a situação é bem o contrário. Eu quero que você o ajude. O Daniel era muito bom aluno. Só tirava notas boas e respeitava os professores.
- O que aconteceu para que ele ficasse desse jeito?
- A menos de Daniel um ano e meio a mãe dele faleceu. Leucemia. Foi terrível. Ele não superou como o pai. E se revoltou contra tudo e contra todos. E passou a andar com uns maus elementos daqui da escola.
- E você quer que eu o ajude a voltar a ser como era é isso?
- Isso. Pedro eu sei que não vai ser fácil. Com toda certeza não. Mas por ver o seu histórico, confirmei que você seria a pessoa certa para esse trabalho.
- Com toda certeza não vai ser fácil e é por isso que eu aceito.
- Mas Pedro você não quer pensar um pouco antes de... O que você disse?
- Que eu aceito esse trabalho.
Não sei exatamente o porque só sei que seria muito "excitante" o ajudar a voltar a ser o "garoto perfeito" que era. Não que eu estivesse interessado nele, longe disso é só que talvez esse garoto quisesse ajuda para superar as dificuldades da vida mas como não tinha confiança em ninguém ou apenas receio nunca se abriu.
Sai da sala ouvido o Alejandro agradecer a Deus por finalmente ter mandado um anjo para esse escola.
Na porta da secretaria estava o Daniel. Como eu já disse antes ele era lindo. Está vestido com uma calça jeans preta meio colada o que realssava bem as suas belas coxas. Uma bota preta muito linda. Uma blusa regata branca e um colete preto com um desenho de tigre nas costas e um cabelo meio despentiado arrumado em um corte militar. Como eu disse ele era lindo com aquele estilo rockeiro-playboy.
Vou andando até a porta. Paro em um frente a Daniel e olho nos seus negros olhos.
- Então guia por onde começamos?
- Vou dizer uma coisa. Só porq diretor disse que tenho que fazer toda aquele baboseira não significa que eu tenho que fazer. E espero que você fique de bico calado.
- Ah claro! Agora deixe-me falar. Não é porq você é um garoto idiota como você é que significa que você pode falar o que quiser comigo e sair como se nada tivesse acontecido. Se você irá sim fazer o que o diretor disse.
- E quem irá me impedir de fazer o contrário? Você? Estou morrendo de medo.
- É bom que esteja mesmo. Porq eu não sou tão indefeso quanto paresso.
Claro que aquilo era um blêfe, se ele me desse um murro eu com toda a certeza desmotaria ali naquele chão.
- É melhor controlar a boca o boneca, se não quiser ficar sem dentes nela.
Disse um garoto gordo que estava vindo junto com a tropa de maus elementos.
- Algum problema aí Daniel? Quer que a gente de uma lição nesse viadinho?
Me segurei para não pular no pescoço daquela baleia de duas patas. Com toda a certeza eu sairia dali num caixão, mas fazer o que?
- Sem problema Doug, se a donzela aqui se machucar estarei mais ferrado ainda. Podem ir pra sala. Só irei resolver isso é já vou.
A turma e o gordo saíram me olhando torto, e novamente ficamos o Daniel e eu.
- Você é bem corajoso pro seu tamanho. Talvez pode até entra no grupo.
Disse isso e saiu. Mal ele sabe que ele irá sair daquilo rapidinho. Depois de alguns passos ele parou e se virou para mim.
- Vai vir para o seu tour ou quer que eu te leve no colo?
Dei um sorriso torto, e andei até ele. O meu plano para o reabilitar começa agora.
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Fala moçada bonita. Desculpa pela demora com a continuação e que eu fiquei muito sem criatividade nesse início de semana, mas estou volta aos eixos. Esse capítulo foi meio monótono e acho que os próximos 4 também porq são o início da estória. Mas prometo que terá muita emoção depois. Então é isso e muito obrigado por ler e se der comentem, com elogios ou críticas.