IX
Mulheres são seres estranhos. Não possuo a pretensão de dialogar aqui sobre aquilo que faz uma mulher ser uma mulher, conheci muitas e todas foram totalmente diferentes umas das outras, cada uma possuindo características e pequenos motivos que me seriam precisos paginas e paginas para detalhar, de forma a realmente impregna-las com aquilo que as fazia serem seres estranhos. Mas elas o são, e muitas vezes agem de formas que ignoram totalmente o bom senso e a lógica que os homens tanto gostam de sentir-se donos. Lucille agiu assim, e mesmo sendo tão nova, deu-me aulas que só muito mais velho veria novamente.
Costumavamos sair juntos da escola. Nada de mãos amarradas, mas ainda sim apenas nós dois, caminhando, conversando, interagindo. Era pra mim um pequeno prazer, menor que as sexualidades em si, mas ainda muito agradável. O sotaque dela fazia malabarismos engraçados, e riamos sem medo algum. Porem durante uma semana, mais para o meio do ano, Lucille ficou de fazer um trabalho de química com uma garotinha. Obviamente sempre que tínhamos oportunidade fazíamos juntos, a sala toda já nos via como alguma espécie de namorados, mas nessa vez foi a própria professora quem designou os grupos. Lucille estava fazendo com uma garotinha meio sardenta, de cabelos negros, cujo nome eu já me esqueci a muito tempo. E por estar compromissada com essa garota, começou a ir embora com ela, acertando os detalhes do trabalho. Eu me despedia dela na porta da escola e ia embora sozinho. “apenas uma semana” era o que ressoava em minha cabeça. Eu estava enganado.
Tempos depois, conversando com essa garota, fiquei sabendo que ambas iam conversando não apenas sobre o trabalho, mas também sobre todo o resto que os humanos conversam, sexo incluso. E mesmo a garotinha de cabelos negros sendo um bocado inexperiente neste assunto, sabia ouvir aquilo que outros garotos da escola andavam falando. A primeira barreira a cair, dizia ela, era sobre o pretenso namoro, que Lucille rejeitou no ato. “somos apenas bons amigos” dizia ela, sem nenhum receio de deixar claro que o “bons” significava. As conversas avançavam dia após dia, até chegar ao ponto de Lucille descobrir quais eram os outros meninos da sala que desejam enterrar seus dedos e pintos aonde eu já entrava. E dessa noção para o ato em si foi questão de poucos dias. Lucille era mesmo uma garota estrangeira.
Voltamos a voltar juntos, depois dessa semana de trabalho, mas claramente as coisas estavam ligeiramente diferentes. Ainda trepavamos e tudo mais, mas era como um instrumento musical com uma única corda ligeiramente desafinada, eu não conseguia pincelar exatamente o que estava errado, mas algo estava. E numa segunda feira Lucille rejeitou nossa caminhada comum na hora de ir embora, tentou argumentar que tinha uns estudos para fazer, coisas para comprar, eu não sei o que mais.
Obviamente, não cai nisso.
Ela foi por um caminho e eu, tentando ser o mais furtivo que conseguia, a segui. Não demorou muito mais que alguns minutos para ver que Lucille estava indo a um encontro com outro garoto.
Não me lembro exatamente quem era o garoto com que Lucille tinha ido ficar, só me lembro dele ser maior que eu, quase uns 5 centimetros maior, e ser mais corpulento também. Eu, desde novo, fui franzino, corpo de “bêbado decadente”. Lucille se encontrou com este rapaz, beijou-lhe ligeiramente e sairam andando. Eu os seguia de longe, sem conseguir ouvir se conversavam. As mãos estavam separadas.
Andaram um pouco e logo entraram numa casa ainda em construção. Não havia ninguém e eu logo em seguida entrei junto. Sabia que não tinha força moral nem coisa parecida para impor em Lucille algum tipo de fidelidade para comigo, mas algo dentro de mim deseja saber tudo. E quando os encontrei, num quarto ainda totalmente de tijolos, vi Lucille punhetando o cara com uma sofreguidão imensa. Ela estava agachada, o rapaz sem calças, e com as duas mãos usava o pinto dele de uma forma muito mais violenta do que comigo, nas salas de aula. Punhetava-o enquanto chupava, e o cara apenas se contorcia de olhos fechados, completamente incapaz de realizar outra ação. Ele talvez não tivesse consciência das capacidades sexuais da estrangeirinha. E quando já não aguentava mais, pegou-a com violência, retirou sua calça e já começou a meter em sua buceta, naquela buceta que tantas vezes eu tinha lambido e enfiado os dedos e tudo mais aquilo que pude conseguir. Mas se por um lado o cara era claramente mais inexperiente que eu, apenas forçando tudo dentro dela, desesperado por ser um arroubo de masculinidade, por outro possuía vantagens anatonicas, causando em Lucille tudo aquilo que eu não poderia, com meu pinto jovem. E enquanto ele tentava entrar com o corpo todo dentro da minha garota, ela não apenas gemia como implorava por mais e mais violência, seu sotaque carregado de suor e lagrimas de tesão. Quando percebi estava também me masturbando, ver Lucille naquela situação era embaraçoso mas muito excitante, eu me encostava num canto e tentava diminuir uma espécie de dor que não conseguia expressar em mim com prazer. E então Lucille fez o rapaz deitar e montou em cima dele, tomando as rédeas novamente do sexo. Era um pinto novo para ela, e ela estava adorando.
Tive desejos de interrompe-los, talvez fazer uma cena, declarar como havia confiado nela e que tudo agora estava acabado entre nós, mas não fui tão idiota. Tive desejos de pedir, de implorar se podia participar também, ficar apenas chupando seus peitos, ficar apenas tocando nela, beijando-a, fazendo qualquer coisa, tive desejos de falar “posso também?” mas não fui tão deprimente. Apenas fui deprimente o bastante para me masturbar enquanto a garota que havia saído comigo por quase dois meses se contorcia como uma serpente em cima de um pinto.
Em um momento ela deixou claro que conseguia me ver. O cara claramente não, estava preocupado demais em tentar ficar em pé de igualdade a aquilo que Lucille estava fazendo, mas em um momento enquanto ele tentava chupa-la, Lucille apenas olhou para a minha direção e sorriu enquanto eu me masturbava com aquela cena. Apenas sorriu.
mulheres são seres estranhos. Lucille era uma delas. Uma estrangeira que nunca entendi realmente, nem tenho a pretensão de entender.