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Estou morrendo, acho. Faz três dias que eu não consigo dormir. Três dias em que estou realmente doente, acho, e não consigo pregar os olhos de forma consistente. Alem disso há tonturas, minha barriga se recontorce em dores e quando vou ao pequeno banheiro de casa há pequenos desastres. Estou morrendo, acho.
A mais ou menos duas semanas que Vivian saiu daqui, ficamos trepando por quase uma semana, semana esta em que ela me obrigou a ficar em casa, quieto, apenas bebendo com ela e ouvindo música. E trepando feito dois pequenos animais no fim da existência na terra, o mesmo desespero mas sem a mesma finalidade. Houve alguns dias em que Érica me observava enquanto comia Vivian, se masturbava olhando nos meus olhos nos gozos dela, mas isso logo a cansou. Ou isso ou o marido retornou ao local de mandatário principal daquela pequena buceta. E Vivian ao que parece cansou-se de meu pinto, ou daquilo que completa o meu pinto – a pior parte dele, todo o resto de meu corpo – e resolveu voltar à caça de homens. Disse que iria comprar comida, pegou sua bolsa e sua roupa e foi embora. É mais uma mulher que me abandona, é mais uma mulher que se cansa de tudo aquilo que sou. Há três dias estou trancado em casa, sozinho, comendo não sei que horas, creio que tendo momentos de febre. Talvez ela tenha me infectado com alguma coisa, e agora isto esta devorando minha carne por dentro, sugando minha porra mais que sua boca, bactérias e vírus engolindo tudo, lambendo minhas bolas por dentro, lambendo até não sobrar mais nada. Há três dias não consigo dormir. Acho que vou beber alguma coisa, se tiver forças pra tanto.
Quando anoitece o bastante pra eu ter sorte de alguma alma caridosa me salvar no bar, tomo um banho gelado, visto uma roupa não desesperada, mas nada vistosa e avanço para o bar mais movimentado que conheço não o mais longe, mas o com mais possibilidade de ter algum tipo de sexo fácil. Estou há três dias sem dormir e preciso cansar todo o meu corpo. Pego um ônibus e apenas um casal esta no fundo, avanço pelo ônibus tropegamente, olhando ora pro rosto do homem, ora pras pernas da garota, ela tem cabelos pretos e um par de pernas a mostra lindos. Os cabelos curtos da moça se misturam aos olhos do homem enquanto ele chupa o pescoço dela, lambendo e percorrendo todo aquele pequeno paraíso feito de carne. A mão da garota agarra a perna do homem com força, desejando-o. Estou a quase dez segundo olhando para essa cena, estou há três dias sem dormir e preciso desgarrar-me de todo esse mal estar, ou posso me dar realmente mal.
Sento no bar, não é o tipo de bar que costumo frequentar. Aqui as luzes são melhores, não há a decadência pútrida no ar nem a sensação de desesperança daqueles que não mais esperam nada alem de mais um gole agradável. Há moços e moças bonitas, saudáveis, excitados por tudo aquilo que querem ser um para os outros. Ouço risadas e conversas altas. Pessoas sentadas em mesas de madeira lustrosa passando a mão na perna um dos outros, masturbando não as carnes, mas sim o ego uma das outras. Não me sinto bem aqui, mas preciso de movimento. Não sinto que estou na melhor das minhas condições mentais.
Quando percebo estou bebendo na mesa de um pequeno grupo de pessoas, três mulheres e quatro caras. Há uma nariguda loira bem gostosa mas feia, uma mais morena e completamente mediana e outra mais gorda, de cabelos mais curtos que das outras duas mas nada minúsculo. Eu não tenho a menor ideia de como vim parar aqui, mas não fico mais que dez segundos com o copo de cerveja vazio na mão, a garota gorda avança sempre para enchê-lo enquanto olha-me nos olhos e sorri alguma coisa que eu não entendo. Devo estar com febre, sinto ressoar na minha cabeça uma cantoria de vozes, uma espécie de grito longínquo e constante. Passo a mão na perna da gorda e ela sorri pra mim, tento sorrir de volta, mas não sei se consigo. Minha mão avança um pouco mais em cima de sua buceta, ela veste um vestido curto, que fica mais curto pela quantidade de carnes que ela possui a mais em seu corpo do que o considerado ideal pela sociedade. Os outros garotos e as garotas da mesa estão conversando e a moça gorda também, animados, uma animação que eu não lembro mais há quantos anos tive, há quantas décadas. As pessoas falam, riem, eu tento rir junto e enfio um dedo dentro da buceta da gorda. É uma buceta igual a todas as outras que enfiei um dedo, diferente de cada uma delas, cada uma única e cada uma um mistério diferente. A gorda se excita e, mesmo com a garota loira já sacando que eu estava masturbando sua amiga, retiro o dedo de dentro dela e levo à sua boca. Ninguém para de conversar, riem de alguma coisa que eu não entendo, uma história sobre um cinema e pessoas comprando temperos para uma festa. Não durmo há três dias, estou com febre, meu copo de cerveja é virado e recompõe sua forma ideal logo em seguida. Consigo ver todo um universo nas borbulhas amarelas da cerveja, sinto cada célula da buceta da garota gorda, cada célula pulsando junto com meu dedo, com meus dois dedos, com meus três dedos dentro dela. Sua mão avança para meu pau, retira facilmente o zíper e começa a me punhetar lentamente, com discrição, e a cada avanço mais insistente de meus dedos, as veias de meu pinto sentem a resposta do aperto da mão dela, misturando vergonha com tesão. Eu bebo um copo de cerveja, bebo uma garrafa de cerveja. Estou há três dias sem dormir.