Cu é sempre cu
Nossa vida em comum naquele ap foi engrenando, pouco a pouco, em sua normalidade. A fase de entusiasmo sexual dos primeiros quinze dias foi lentamente se acomodando às nossas agendas, compromissos, afazeres, horários. D. Nair era eficiente e, juntos, conseguíamos manter o ap relativamente arrumado. Cláudio e Rubão me colocaram a par de seus arranjos, evitando as presenças de amigos como faziam antes. A única exceção era Evandro, pelo fato de ser casado e muito discreto. Afinal, eles não tinham se assumido como homossexuais, e continuavam gostando de bucetas. Rubão, por exemplo, um mês depois de minha entrada no ap, me avisou numa sexta que iria sair com uma garota: não fica triste não, eu curto... entende, sinto falta de cheiro de mulher e gosto de xota. Deu um tapinha em minha bunda e completou: vou deixar um restinho pra te comer depois, tá bom?
Fiquei meio sem saber o que dizer, mas Cláudio me abraçou por trás e segredou em meu ouvido: melhor, sobra mais pra mim, vou te foder tanto que você vai ter de pedir pra parar. Eu me sentia, em certa maneira, dividido. Sabia que não era namorado de nenhum dos dois mas, ao mesmo tempo, ambos eram muito atenciosos comigo, me protegiam, me davam a segurança que eu necessitava naquele momento de descoberta da cidade, do mundo, dos afetos mais fundos e sinceros. Eu me sentia rapidamente amadurecer e deixar para trás aquele boboca que saíra do interior sem a menor experiência diante da vida. Numa viagem rápida de feriado que fiz para casa todos notaram minhas transformações de amadurecimento.
Algum tempo depois, foi Cláudio quem saiu com uma garota. Dessa vez fiquei triste, eu era mais afeiçoado a ele, embora entendendo bem a situação de meu parceiro. Rubão percebeu meu estado e tivemos uma longa conversa sobre nós, a situação criada, os desejos que eles sentiam por mim e, ao mesmo tempo, as cobranças que recebiam dos amigos e amigas. Que não estava sendo fácil para eles viverem uma vida dupla, mantendo em segredo o que se passava naquele ap. Rubão não era bonito como o ruivo, mas exalava uma presença viril, atitudes que me enfeitiçavam e gestos que tinham o poder de me embriagar, como o de passar a mão em meu rosto e boca e fazer escorregar seus dedos por entre meus lábios para serem sugados e mordiscados. Isso despertava nele um desejo feroz e seu pau se intumescia de imediato, do mesmo modo como desencadeava em mim a ânsia de recebê-lo profundamente.
Umas duas semanas depois Cláudio viajou num final de semana e Evandro apareceu na tarde de sábado. Rubão e eu nos largamos no sofá e ele se acomodou numa poltrona. Cerveja rolando, papo vai, papo vem, num certo momento Rubão começou a alisar minhas costas por baixo da camiseta. Eu fiquei meio apreensivo, mas Rubão continuava agindo normalmente. Aquilo certamente foi percebido por Evandro, que sorria olhando para nós. Barba por fazer, algumas marcas de acne no rosto redondo, os óculos claros deixavam ver os curiosos olhos castanhos acompanhando a mão do amigo. Nunca tínhamos tocado no assunto, mas me lembrava de que ele havia visto, algum tempo antes, eu e Cláudio na cama. Nunca comi um cu, acredita?, foi a frase ouvida nesse momento. Porque, a Luíza não curte?, indagou Rubão. E seguiu-se um diálogo entre eles sobre as dificuldades de fazer as mulheres liberarem. Evandro e Luiza tinham se casado cedo, sem muita experiência anterior, e ele até tentara foder a mulher por trás, mas ela reclamava que doía e nunca deixou.
Como a conversa já estava pra lá de íntima, Rubão se permitiu deslizar a mão para dentro da minha bermuda e me alisava, sem o menor pudor, as nádegas. Tentei me esquivar, um pouco constrangido, mas Rubão me prendeu: fica aí garotão, ele tá caindo de saber que eu te como. Acedi, diante da evidência. A coisa prosseguiu mais um pouco quando Evandro fez um pedido inesperado: sei que deveria ir embora, mas eu tenho a maior curiosidade... posso ver uma foda de vocês? Morro de vontade de saber como rola... só ver, pode ser?, fico de longe. Eu e Rubão nos entreolhamos e certamente meu olhar denunciou minha indecisão. Topa, Tuca.... vamos mostrar pra ele como é.... que problema tem?
Fomos para o quarto e nos despimos, enquanto Evandro foi à cozinha buscar uma cadeira. Alojou-se espremido atrás da porta fechada: não vou tirar a roupa, não quero atrapalhar, façam de conta que não estou aqui, disse ele. Rubão estirou-se em transversal na cama, para permitir ao amigo observar a chupada que iniciei nesse momento. Eu não olhava para Evandro, por timidez, mas ao mesmo tempo uma secreta força me impelia a me mostrar, a caprichar nos movimentos e na entrega à volúpia. Rubão gemia baixinho, também embalado no prazer exibicionista, ostentando seu belo caralho ereto.
Algum tempo depois ele sentou-se na cama, alcançou a camisinha e o lubrificante e começou a demonstrar para Evandro como preparar um cu para levar ferro. Eu fui colocado com a bunda virada para a porta e percebia, pelo vão de minhas coxas, Evandro seguidamente alisar seu pau inteiramente duro dentro da calça. Quando eu estava pronto, Rubão pediu ao amigo para levantar-se e se aproximar para assistir de perto o cuzinho abrindo. Ele disse que não, mas já tinha colocado seu pau pra fora e iniciara uma compassada punheta. Rubão foi me penetrando lentamente, fazendo seu tarugo desaparecer, seus pentelhos se esfregarem em minhas nádegas. Gemi de tesão, senti o impacto da dilatação, e o calor tomou conta de mim. Como uma rameira, requebrei minhas ancas, em sintonia com os movimentos de meu macho. Evandro estava prestes a gozar e Rubão disse-lhe para acabar em minha boca. Receoso ele se levantou e eu puxei-o para perto de mim, absorvendo a grossa cabeça que expeliu farta carga de sêmen. Após alguns urros do amigo, Rubão puxou-o e ele caiu sobre a cama, ali ficando estatelado, enquanto me virava no frango assado para também ele chegar ao gozo.
Após um breve intervalo, levantou-se e saiu do quarto. Olhei para Evandro, ele estava deitado, absorto, talvez viajando em suas fantasias, a calça aberta e o pau mole repousando sobre a coxa. Lentamente alcancei-o e comecei a suga-lo, para novamente sentir o sabor que ali ainda restava. Ele apenas levantou a cabeça me olhando, talvez para se certificar de que efetivamente seu cacete estava sendo sugado, que crescia, que se avolumava em suas generosas proporções. Eu estava diante do maior pau que jamais encontrara: 22 centímetros de carne dura e grossa, torta para a esquerda, uma deslumbrante cabeça roxa em formato triangular.
Absorvi o quanto deu, lambi as laterais, as bolas do saco, voltei ao cabeção majestoso várias vezes. Tomado pela volúpia, pedi a Evandro para me comer. Ele não saia do lugar, razão pela qual retirei todas suas roupas, encapei seu pau e me acomodei de cócoras sobre ele, iniciando uma lenta descida de corpo. Evandro parecia estar fora de sintonia, eu olhava seus olhos e neles percebia um misto de felicidade e surpresa. Pouco a pouco, a ferramenta foi absorvida, entre meus gemidos e meneios de quadril, fazendo o jebão alojar-se profundamente em minhas entranhas. Foi um impacto considerável. Doeu um pouco, apesar de eu estar bem aberto por Rubão, mas meu instinto de vadia me impeliu a prosseguir, a dar aquele cara todo o prazer que ele jamais experimentara. Eu me contorcia, num vai e vem compassado, fazendo o pau deslizar entre minhas mucosas, exalando meu calor interior.
Nenhuma palavra foi dita, mas nossos olhos grudados um no outro comandaram todas as ações. Desci o corpo sobre ele, fui lentamente me virando e ele me acompanhou, de modo que chegamos ao frango assado. Me fode com vontade agora, mais suspirei do que consegui articular, dando início à série de estocadas vigorosas que ele desferiu na sequencia. Seu gozo logo brotou, ele estava demais ansioso; mas não o deixei sair, sugando com meu esfíncter, durante longos minutos, o que ainda restava de porra naquele saco e naquele cilindro de carne que aos poucos murchava. Evandro se sacudia, labaredas percorriam seus músculos, seus olhos abriam e fechavam, num inconfundível orgasmo jamais antes experimentado. Eu tinha acabado de desvirginar um cara de 29 anos.
Nunca ficou claro para mim se aquela cena fora armada pelos dois ou se aconteceu, efetivamente, pela sucessão dos acasos e coincidências. Resolvi não investigar. Rubão tomara um banho e ficara deitado no sofá, certamente para não constranger o amigo, o que me fazia crer que ele tinha articulado tudo; mas Evandro me parecera sincero demais em todas as suas atitudes para estar apenas fazendo um jogo. Foi embora sem muitas palavras, provavelmente atordoado pelas novas sensações e descobertas.
Rubão e eu jantamos, ouvimos música, ficamos de bobeira fazendo pequenas coisas pessoais, sem voltar ao assunto. Já deitados para dormir, ele me perguntou se havia sido bom e eu lhe contei alguns lances do ocorrido, especialmente minha surpresa com o grande cacete de seu amigo. Ele riu, perguntou-me se eu estava arrombado, e dedilhou minha bunda em busca de evidências. Percorrendo minha arruela, certificou-se de que ela estava mais larga, o que desencadeou nele uma onda erótica. Com a outra mão afagou meu rosto, passou os dedos em meus lábios, eu os mordisquei e comecei a sugar. Ele aumentou o ritmo das estocadas com os dedos em meu cu e disse: vou ter que te comer de novo, viadinho tesudo.
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