Gosto de averiguar bem os fatos, pois desta forma posso fazer uma triagem e ser absolutamente seletivo quanto ao material a ser publicado. Aprecio especialmente os casos sobrenaturais, pois mexem com o imaginário dos vivos, tendo em vista que o assunto trata de pessoas mortas. A suposta relação interdimensional entre pessoas vivas e pessoas que já se foram é algo bastante controverso e encarado preconceituosamente pela sociedade incrédula, porém cada indivíduo, dotado que é de livre-arbítrio, tem sua própria opinião a respeito. Eu, claro, tenho a minha, a qual acredito seria discordada por muita gente. Mas deixa pra lá, né? Afinal, opinião e religião em debate, não raro geram confusão.
Bom, muita gente certamente já ouviu falar da loira do banheiro e de uma série de outras chamadas lendas urbanas envolvendo lindas (e assustadoras) garotas. Algumas histórias são muito semelhantes, exceto por pequenos detalhes que não podem passar despercebidos à atenção do pesquisador. Eu, particularmente, sou meticuloso e exigente. Muitas vezes, um mesmo caso se repete em lugares absolutanente diferentes, porém com algo em comum, ou seja, o espectro, ou o suposto fantasma. Veja bem, sei de casos de estupros em que as vítimas foram atacadas em suas camas, e as narrativas batem entre si: as pessoas (mulheres e homens), entraram num súbito estado de letargia mórbido-consciente (o termo é meu e denota sono profundo com consciência involuntária) e sentiram algo invisível violando seus corpos. Uma destas vítimas foi Evandro Neghetti (nome fictício), que à época do fato, residia na Rua perpendicular à R. Tietê, em Vila Seabra, no bairro de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo (SP), próximo à delegacia de mundo 59. O fato se deu em 2003.
Pois bem, segundo narrado pelo mesmo, estava ele certa noite deitado quando repentinamente sentiu alguém subindo em sua cama. E
Sem poder reagiu, ele simplesmente sentiu quando a pessoa deitou por cima dele e começou a estuprá-lo, com penetração "real". Segundo ele, algo penetrava seu ânus com movimentos bruscos que balançavam a cama violentamente. Embora não houvesse dor, ele sentia como um membro invisível a estocá-lo com ensandecida volúpia. Entros homens e mulheres passaram pela mesma situação em muitos lugares diferentes mundo à fora.
ELISHÉVA
Mas o caso mais intrigante aconteceu em 1983. Foi o caso de um jovem alagoano que, de viagem para Petrolina (Pe), chegou a uma cidade do interior pernambucano chamada Petrolândia. Localizada à margem do Rio São Francisco, era uma bela cidade, porém foi submersa nos anos 80 para dar lugar à usina hidrelétrica de Itaparica.
O jovem resolveu pernoitar na cidade e hospedou-se no hotel mais conhecido da cidade, o SHEIK HOTEL, da senhora Albertina Francisco.
A noite, ele resolveu procurar um lugar pra beber umas cervejas, e quem sabe, conhecer uma garota. Próximo ao Sheik havia um point frequentadíssimo, a CHURRASCARIA BEIRA RIO. Mas ele queria dançar, por isso pediu informações e seguiu a avenida por uns dois ou três quilômetros até chegar à danceteria.
Empolgado, ele começou a beber e dançar. Era pouco mais de meia-noite quando ele viu chegar uma garota loira e muito gata. Ela se aproximou dele e começaram a dançar e beber juntos. (Segundo testemunhas, o rapaz começou a agir como um louco, falando sozinho e dançando como se estivessr de frente com alguém) Mais ou menos 3 horas da madrugada, rolou o primeiro beijo. (Segundo testemunhas, as pessoas riam, pois o jovem agia como se beijasse alguém mas estava sozinho) E só então se apresentaram: o nome dela era Elishéva. (Pesquisei o nome, é hebraico e significa "meu Deus é abundante", "Deus de abundância").
O casal então saíu da danceteria aos beijos. Ela então o convidou para ir para sua casa. Ele ficou com medo dos pais da jovem, mas ela disse: "Meus pais estão dormindo!". Ele então foi com ela. A casa ficava à Rua Marquês de Olinda, distanciando uns mil metros do Sheik Hotel. Era uma casa antiga e confortável. Entraram na ponta dos pés e ela o conduziu ao seu quarto. Mal entraram, ela começou a beijá-lo intensamente e ele não se fez de rogado. Logo estavam na cama, envolvidos pela intensidade do momento. O cama rangia, enquanto ele a penetrava alucinadamente. E assim, eles transaram várias vezes. Aquela era uma noite pra nunca ser aquecida. Dormir pra que? Até às 5 horas, foi sexo contínuo. Extasiados, ficaram então deitados lado a lado, em silêncio. Ela então lhr disse: "Daqui a pouco meus pais se levantam, mas você não vai embora sem tomar café. Você vai comprar pão pra gente? A padaria é perto. Quando chegar, é só entrar, a porta vai ficar aberta, viu? E a cozinha é ali" apontou. Ele então foi. Estava queimando de tanta felicidade. Que noite! Que garota! Estava apaixonado. Perdidamente. Continuar a viagem? Ele não sabia mais nem onde pisava. Comprou os pães e voltou. "Os pais dela ainda dormem", pensou, adentrando a casa na ponta dos pés. E seguiu pàra cozinha. Pôs os pães à mesa e se aproximou a fim de abraçar a moça pela cintura. Ela estava toda coberta por um lençol, de costas no fogão. Agarrou-a com força e ouviu um estridente grito de susto. Mas o susto do jovem foi muito maior ao perceber que não abraçara Elishéva, mas uma jovem senhora que só podia ser a mãe de Elishéva. Apavorada, a milher não parava de gritar. E a coisa ficou ainda mais feia quando seu marido desceu correndo, um revólver calibre 38 na mão pronto pra cuspir bala na cabeça do suposto tarado. E parecia que quanto mais ele tentava se explicar de maneira coerente, mais se desexplicava e se complicava, pois tornava-se mais incoerente e sem razão. Foi preciso chegar a polícia pra que os ânimos se acalmassem e por fim o rapaz pudesse se explicar sem gaguejar tanto por medo de morrer inocente.
Ele então disse que estava ali a convite de Elishéva. Aí o pai ficou mais doido ainda, bufando e chorando de raiva. "Blasfêmia! Isso é uma ofensa à minha filha e a nós!" Mas o rapaz aturdido insistia: "Pelo amor de Deus, chamem ela, pois ela haverá de confirmar o que digo!"
O pai aflito então, diante do doutor Delegado de polîcia, pegou o rapaz pela beca e o arrastou até a sala-de-estar e parou diante de um quadro grande a embelezar a parede. A moldura no quadro mostrava uma linda jovem loira, com um olhar logeiramente vazio e uma certa melancolia representada nas cobrancelhas ligeiramente erguidas, algo quase imperceptível. "Olha bem, infeliz infame! Foi esta a moça que te convidou pra tomá café aqui in casa, foi?", perguntou o homem cheio de angústia e dor. "Sim! Foi ela sim, senhor! Elishéva! Chame ela, chame! Ela deve está dormino, porque nóis dançou a noite interinha!". O silêncio dominou a casa, deixando o rapaz confuso e sem entender nada. Depois de um tempão, a mãe de Elishéva disse, tristemente, as lágrimas a escorrer dos olhos: "Não, meu filho. Não pode tê sido ela não, num sabe? Porque minha filha já tá morta há três anos, completados ontem.
O jovem insistiu que não era possível que ela estivesse morta, pois muita gente os tinha visto juntos na danceteria. Foi então que o delegado pediu que ele contasse tudo que havia acontecido. Ele então contou tudo. Ao finalizar, ele disse: "... e eu deixei inclusive minha jaqueta cum ela."
O delegado então pediu autorização para entrar no quarto de Elishéva, fechado há três anos. A mãe disse: "Tudo bem, dotô, o quarto dela tá arrumadinho, do jeito que ela deixou. Minha filha era tão organizadinha." O delegado foi conduzido até lá. E ao entrar, a mãe tomou um susto, pois a cama estava desforrada. Havia vários vestígios de umidade no segundo lençol (depois comprovados ser material espermático). Em cima da escrivaninha, dobrada com muito carinho, a jaqueta do rapaz. E pra espanto da mãe, uma peça de batom encontrava-se fora do lugar. Quando descobriram o espelho da penteadeira, oculto atrás de um lençol onde estava bordado com letras douradas o nome Elishéva Carvalho de Albuquerque, todos se arrepiaram. Lá estava escrito: "Com amor, Elishéva".
Querem saber o que aconteceu ao rapaz? Ainda hoje ele encontra-se internado numa clínica psiquiátrica de nome "Centro Espírita Bairral", na cidade de Itapira, interior do estado de São Paulo. Obviamente não seria ético identificá-lo. O nome Elishéva esta correto, não obstante resolvi ficcionar os sobrenomes materno e paterno, pois tratam-se de famílias conhecidas e que não autorizaram publicação.
Os pais de Elishéva não tiveram outros filhos, porém adotaram duas crianças (uma de cada gênero), mas somente cinco anos após o passamento da filha. Com a inundação de Petrolândia, rejeitaram a nova cidade construída em lugar da cidade submersa e migraram para Santa Catarina onde vivem hoje, aos 70 anos de idade. Ambos os filhos adotivos, atualmente ele com 33 e ela com 30, são engenheiros e trabalham na Petrobras.
Eu sou SayMan, e este foi mais um conto da vida real. Fiquem com Deus, meus amigos.