... Era tanta sacanagem que Zé já começava a perder a concentração. Foi então que do meio da multidão lasciva
subiu ao palco uma mulher, a mais linda que Zé já vira em toda sua vida. E ela parou diante de Zé e começou a fazer uma
dança acrobática tão radical que Zé parou de respirar diante dos movimentos de seu corpo nu. Num momento ela estava com uma
perna atrás da cabeça e a outra nas costas, no momento seguinte já estava com a cabeça voltada pelas costas e aparecendo
por debaixo de suas pernas, aí subia a língua enorme e enfiava dentro da vagina depilada. E a língua crescia vertiginosamente
a medida que era introduzida em movimentos violentos para dentro e para fora, num frenesi absoluto. Outras mulheres
começaram a subir no palco e a cercar Zé numa dança tão depravada que nem em seus piores pesadelos o sertanejo jamais
imaginara que alguém fosse sequer capaz de pensar em dançar. Então elas se lançaram sobre ele e começaram a despi-lo
rapidamente. Uma delas segurou o enorme cacete de Zé e enfiou gulosamente na boca enquanto o olhava fixo nos olhos, os
enormes olhos parecendo faíscar. Outra, por debaixo, socou a baita linguona na bunda de Zé enquanto ele gemia sem saber se
era de prazer, de dor ou de vergonha. E a linguona penetrava tanto que parecia querer ir buscar o cocô escondido lá nas
profundezas dos intestinos do pobre homem entregue à luxúria absoluta. Aí a mulher retirou repentinamente a linguona do
rabo de Zé e movimentou serpentinamente seu gigantesco linguão, o qual agora se mostrava bifurcado qual língua de serpente.
Então ela sorriu sadicamente e se ergueu diante de Zé. E só então ele pôde ver o enorme cacetão duro e grosso se erguendo
diante de seus pobres olhos arregalados. A mulher levantou suas pernas cabeludas rumo ao céu e
deu uma cusparada pegajosa certeira em sua bunda peluda e já toda cagada de tanto ser bagunçada pela língua do monstro.
Ela então segurou seu pavoroso cacetão e levou em direção ao ânus do pobre coitado e enfiou com gosto. Ele gritou, mas
de novo já não sabia se gritava pela dor que lhe era infligida ou pelo prazer que aquilo lhe provocava. Ele chegava a virar
os olhos, mas sem saber por que. E era de dar pena, duas enfiavam as línguas nos seus ouvidos que pareciam atingir as
imediações do cérebro, uma chupava seu bilau, duas outras esticavam suas bolas, ainda outra socava a língua em seu umbigo,
limpando-o da sujeira acumulada de anos sem tomar um banho; outras duas encapetadas mordiscavam seus mamilos já doloridos,
enquanto uma em cada mão chupava-lhe os dedos, cavando sob suas unhas pretas de tanto grude; as duas restantes enfiavam
seus pés inteiros dentro de suas bocas numa chupança de dar medo. E em meio a tudo isso, por alguma razão desconhecida,
daquele amontoado de mulheres demoníacas e enlouquecidas de vontade de trepar, a que realmente fazia a grande diferença era
a de língua bifurcada que enfiava o rolão continuamente dentro do rabão já afolosado de Zé do Fole.
De repente, Zé deu uma gozada violenta que chegou a revirar os olhos. E foi depois dessa gozada que Zé viu voltar sua
sanidade de sertanejo macho. Então ele se lembrou do que falou para Dolores: "Você vai vê só, Dolores, hôji eu toco de
quarquer jeito. Nem qui seja nus quintos dus inferno!"
E aí Zé se lembrou do bonitão garboso que surgira no enorme cavalo negro em meio à secura da caatinga. E foi então
que a ficha caíu na cabeça de Zé do Fole. E ele soltou um grito que ecoou por todo aquele inferno de luxúria.
- Minha Nossa Sinhora! Eu fui trazido pelo próprio Demônio prus quintos dus infernos!!!
E ninguém parecia ouvir Zé enquanto ele gritava por socorro. Pelo contrário, aí que o comiam com mais prazer e vontade.
Então Zé do Fole se lembrou de sua santa favorita. Então ele começou a berrar, misturando choro com o lamaçal de esperma
que aqueles demônio lançavam em sua cara, por todas as partes de seu corpo, mas principalmente... dentro de seu rabo que já
começava a se habituar às estocadas da demônia loira gulosa e doida por um bom rabo de homem. E ele gritava mais e mais,
clamando pela sua santa protetora.
- valei-me, minha Nossa Sinhora du Perpétuo Socorro!
Num salto, os demônios se afastarm dele, os braços em cruz tentando se proteger de algo.
E Zé continuou a gritar, repetindo sua súplica deseperada. Então ouviu-se um estrondoso "CHEEEEGAAA!!!", e apareceu o
bonitão garboso e elegante.
- Chega dessa ladainha, Zé! Tu já tocou demais e esta cansado. Vou levá-lo embora.
Zé, todo lambusado de porra, foi conduzido a um enorme salão. Quando as portas foram abertas, Zé escancarou a boca
parcialmente desdentada. Era ouro e dinheiro pra todo lado, onde quer que olhasse. Montanhas e montanhas de tesouros
incalculáveis. Diamantes, coroas de todo tipo, colares de todos os modelos, tamanhos e formas. Estátuas que brilhaval tanto
que pareciam a luz do sol.
O homem bonitão, garboso e elegante então falou, com sua voz grave e estridente: (aliás, Zé já estava começando a gostar
daquele vozeirão)
- Pode pegar o que quiser, tudo que quiser e quanto puder carregar! Você merece, tocou bonito e ainda participou
ativamente da minha festa! Você é dos nossos, Zé do Fole!
Zé pensou, pensou e repensou, mas não se decidia. Mas por fim, chegou a uma conclusão.
- Eu num quero nada, não, dotô... Eu só quero i imbora pá minha casa e pá junto di minha famia.
- Tu tá é falando muita besteira, Zé. Onde já se viu, trabalhar e não receber pelo seu trabalho? Deixa que eu decido
seu preço.
O bonitão então pegou umas cinquenta pedras enormes de diamantes e colocou num enorme bisaco e jogou nas costas de Zé,
quase quebrando suas pobres colunas. O coitado chegou a ficar torto com tanto peso. O homem então juntou dois dedos na
boca e liberou um assobiou estridente. No momento seguinte o cavalo negro chegou diante diante dele. O bonitão saltou em
cima do cavalo e puxou Zé pra garupa, como se o peso de Zé com todo aquele diamante dentro do bisaco não significasse nada.
O cavalo saíu à milhão e logo estava de frente a um paredão onde havia uma caverna negra. O bonitão mandou que Zé abaixasse a
cabeça e adentrou a caverna. Depois mandou que ele fechasse os olhos, e no momento seguinte, como num passe de mágica, lá
estava eles na catingona seca. Estranhamente, o sol ainda estava no mesmo lugar, como se o tempo não tivesse passado nem um
minutinho sequer. E lá estava o jeguinho magrelo, no mesmo lugar, esperando seu dono.
O bonitão garboso disse: "pronto, agora você está de volta, mas nunca mais será o mesmo novamente."
"É, nunca mais, mesmo, depois de tomar tanta vara...", pensou Zé do Fole.
- Agora você é um homem rico, Zé! Pode até virar "coronel Zé do Fole", o homem mais rico do Brasil! Só tem um problema: toda essa riqueza vai desaparecer no dia em que você chamar pelo nome da santa novamente. Toda tua pobreza voltará
sobre tu e tua família, só que dez vezes pior que antes. E não se esqueça, Zé:
UMA VEZ PROVADO O GOSTO DO DIABO,
MACHO OBSTINADO QUE FALA GROSSO, PASSA A FALAR FINO IGUAL MULHER
E QUANDO MENOS ESPERA JÁ É MANSO IGUAL VIADO E TUDO QUE QUER É DAR O RABO!
Quando Zé fez menção de dizer algo, só ouviu quando o bonitão gritou "Fui!", e desapareceu no vento.
Zé ficou pensativo. Pôs o bisaco pesadíssimo nos lombos do jeguinho e voltou para sua casa, onde a família o esperava.
Vendo-o todo sujo de porra, o filho caçula disse:
- Vixe, mainha! O paim tá todo sujo de mingau!
E a filharada cercou o pai, feliz pela sua volta. Zé tirou o bisaco de cima do jumento e levou a pesada carga para
dentro de casa onde mostrou todo o tesouro para a família deslumbrada. E então Zé contou tudo que havia acontecido, chegando
por fim ao que aconteceria se ele viesse a pronunciar novamente o nome de sua santa.
- Vixe mãe di Deus, Zé! Ó u qui tu arranjô pra nóis, hômi! E agora, se tu num falar mais o nome da santa, a gente vai
ficá pôdre de rico... Mais si tu falá o nome da santa, nóis vai ficá mais pobre do qui é hôji... U qui fazemo, pelo amô de
Deus?
Zé pensou, pensou e repensou, enquanto observava a família. Os filhos barrigudinhos e desnutridos, a olhá-lo com os
olhinhos esfomeados. A esposa, o olhar muito profundo e o rosto cadavérico de tanto sofrer. Zé então tomou uma decisão
definitiva e sem pestanejar! naquela mesma noite juntou as trouxas e partiu daquela terra seca e sem-futuro rumo à cidade,
onde na madrugada seguinte embarcou com a família num pau-de-arara rumo a São Paulo. Em São Paulo, mesmo com um bisaco
cheio de diamantes, ficaram morando por alguns dias debaixo de um viaduto qualquer junto com um bando de mendigos fedorentos.
Mas assim que recebeu uma orientação piedosa de uma alma bondosa (em troca de cinco pedronas de diamantes), Zé deu os
primeiros passos para uma nova vida, quando pagou com duas pedronas de diamantes um caminhoneiro de boa alma para que levasse sua família para a região de Campinas.
Continua em: "Zé do Fole Estuprado no Inferno! - Parte Final"