"É preciso suportar duas ou três lagartas, se quiseres conhecer as borboletas."
Pequeno Príncipe
Mas eu não sabia qual era o pior pesadelo, o sonho ou o da vida real. Quando eu fui acordado, tinha um monte de enfermeiras e agora homens vestidos de branco em volta do Douglas, eu fiquei assustado, o som que ouvia no sonho era de verdade. O Douglas estava morrendo.
Eu entrei em desespero, me levantei e me vi abrindo caminho entre as pessoas que estava em volta da cama para ver o
Douglas, mas um enfermeiro e uma enfermeira me seguraram e me levantaram a força para fora do quarto.
-Me solta, quero ver ele. Ele ta morrendo? Alguém me fala alguma coisa. –Eu gritava desesperado.
-Você não pode ficar aqui moço, tem que sair, por favor. –A voz do enfermeiro era longe, só conseguia ouvi o barulho do desfibrilador que tentava ressuscitar o Douglas, vi o seu corpo reagir com o choque, foram momentos de angustias e
sofrimento extremo, 1, 2, 3 vezes e nada da maquina mostra que seu coração estava batendo de novo. Nunca me sentir
tão mal igual naquele momento. Eu queria entrar na sala e ajudar, mas não podia fazer nada. Fiquei somente na janela, vendo aqueles momentos passam pelos meus olhos cheios de lagrimas. Mas alguém fechou a cortina, impedido de ver o que estava acontecendo.
Nunca tinha passado por uma experiência igual essa, vi pela primeira vez em muito tempo o que era perder o amor da minha vida, sim, eu ainda amava o Douglas e essa ocasião só fez fortalecer esse amor, mesmo namorando o Eduardo, eu ainda amava o Douglas. E não podia perdê-lo, eu rezei, fiz promessa, e esperei. Rapidamente chegou a família, não vi quem me abraçou, somente sentir o calor de braços envolta do meu corpo.
Levaram-me para uma cadeira, e sentei lá, estava em choque, o Douglas não podia morrer, não podia.
-Amor, calma, toma água. –Era a voz do Eduardo, mas eu estava parado, não pensava nem falava, somente fiquei ali.
Não sei quanto tempo passou, somente ouvir a voz do medico quando chegou na sala de espera, lá estava todo mundo.
Até o Roberto e o Tiago. O medico se aproximou e falou.
-Ele está instável, mas precisa de uma transfusão de medula urgente.
-Mas o Roberto é compatível? – Minha tia perguntou, olhei para o tio Antonio e vi o amargo na sua face.
-Infelizmente não, mas ainda estávamos esperando o resultado do restante da família.
-Quando que sai? –Dessa vez foi o Antonio que perguntou.
-Daqui uma hora, temos esperança que alguns de vocês sejam. –Ele falou e saiu da sala.
Eu abracei o Eduardo e chorei, chorei muito. Tinha esperança que alguém fosse compatível se não fosse ele podia morrer.
-Eu não quero que ele morra. –Eu falei com a cara enfiada no ombro no Eduardo. Ele levantou minha cabeça e falou.
-Vai ficar tudo bem, ele vai sair dessa. –Ele falou passando a mão no meu cabelo.
Essa hora que o medico pediu parecia uma eternidade, a sala de espera estava em um silencio enorme. Ninguém falava,
nem respirar direito era possível.
Até que finalmente o medico chegou.
-Tenho ótimas noticias, um de vocês é compatível. -Tudo mundo ficou em pé, e esperou a noticia.
-Quem é doutor, por favor, diga logo. –Eu falei não aguentado a espera.
-O Tiago. –Nessa hora todo mundo olhou para ele, e ele pareceu feliz, apesar de ver traços de medo no seu rosto.
-Tudo bem, quando começo? –O Tiago perguntou normalmente e fiquei feliz com a sua atitude e corri e o abracei, eu não tinha como agradecer por ele poder salva a vida do Douglas.
-Obrigado, obrigado mesmo cara. –Eu chorava de alegria no braço de Tiago, que me apertou mais forte e passou a mão na minha cabeça e falou.
-Que isso Luiz, ele é meu irmão, eu devo isso a ele.
-Você não sabe o que isso significa para mim.
-Agora vamos parar, por que seu namorado ta me olhando feio. –Ele falou e deu uma risadinha. Eu retribuo o sorriso e o soltei.
-Vamos começar agora Tiago, vem comigo. –O medico falou e acompanhou o Tiago para fora da sala.
Fiquei na sala e o Eduardo veio ate mim.
-Eu to muito feliz, tudo vai dar certo Edu. –Eu falei rindo e o Edu ficou serio. Mas depois começou a dar um sinal de
alegria.
-Sim, eu te falei, mas… quando isso tudo terminar precisamos conversar. –Ele falou serio, e isso me preocupou, mas agora eu queria só pensar no DouglasO que eu posso dizer sobre o que aconteceu? O Douglas não morreu, isso é certeza, mas as coisas mudaram, eu nunca me sentir tão feliz quando o medico saiu da sala de cirurgia e disse que tudo ia ficar bem com o Douglas, depois o Tiago
também ficou bem, tudo foi como um milagre e saiu como eu esperava. Mas depois? Como ia ficar a situação do Douglas, dos meus tios, e do Eduardo e eu.
Dês do começo eu me apaixonei pelo Douglas, eu o amava, e apesar de tudo que passamos juntos nunca deixei de ama-lo,
o Eduardo entrou na minha vida e conquistou espaço pelo seu jeito contrario do Douglas, ele era carinhoso, amigo, companheiro e fiel. Fiel? Engraçado eu pensar isso dele, apesar deu merecer tudo que aconteceu depois, eu me sentir mal pelo que fizeram comigo, mas depois vi que eu não ia fazê-lo feliz, meu coração era de outro, então ele tinha motivos para não ser fiel comigo, ele sentia que eu não podia ser dele.
O que aconteceu foi fácil de falar, mas difícil de viver, o Douglas se recuperou rápido, logo já estava de volta no seu quarto e com ótimas expectativas de cura, quando eu o vi abrindo os olhos, eu corri para seus braços, todos os motivos que eu tinha de ficar separado dele tinha desaparecido, mas ainda tinha o Eduardo, ele não merecia isso por enquanto.
-Douglas, que felicidade, você não sabe como eu me… -Eu não conseguir mais fala, pois eu já estava nos braços dele.
-Psiu meu pequeno, eu to bem, tudo ta bem agora. –A voz dele era rouca e suave.
-Eu que estava no quarto quando tudo aconteceu, eu me sentir tão… indefeso, eu não podia ajudar, me sentir a pior
pessoas de todas.
-Não fala isso, você me ajudou muito. Eu me lembro de uma coisa.
-O que? –Eu pergunto e me sento na cama dele.
-Eu vi uma pessoa, ele era um homem, tinha olhos azuis, e era muito bonito. Ele falou para eu ir com ele, mas eu não podia ir, eu… eu tinha que ficar aqui. –Ele falou e eu fiquei confuso.
-Por que você tinha que ficar aqui? -Eu perguntei e ele pareceu recuar da pergunta.
-Não sei, só sabia que eu tinha que ficar vivo, e não fui com ele.
-Eu também tive um sonho estranho. –Nessa hora eu contei o meu sonho, e ele pareceu supresso.
-Como era seu pai Luizinho?
-Espera, acho que tem uma foto dele na minha carteira. –Eu peguei a carteira e tirei uma foto muito velha do meu pai, eu
tenho essa mania de colocar fotos das pessoas que eu amo na minha carteira.
Quando ele viu a foto ele ficou branco, eu me preocupei.
-Douglas, ta bem?
-É ele, é ele o homem de olho azul. –Ele falou assombrado, e olhou para mim. –O homem do meu sonho é o seu pai, Luizinho.
Eu fiquei surpreso também, mas fiquei feliz em saber que meu pai estava perto. Eu sempre sentir ele, e agora tinha certeza.
-Sim, é meu pai, ele está com nós Douglas, sempre vai está.
-Sim, ele me deu uns conselhos, e eu vou segui. –Ele falou misterioso, e eu fiquei confuso.
-Você já viu o seu irmão? –Eu perguntei.
-Que irmão? Eu não tenho nenhum irmão. –Ta ai o mesmo Douglas de sempre.
-Não ferra tudo cara, ele é seu irmão sim, e salvou sua vida. –Eu falei bravo e ele ficou quieto.
-Você vai ver ele hoje. –Eu falei nervoso.
-Não quero vê-lo.
-Você nunca vai crescer? Não entende se não fosse por ele você estaria…morto?
Ele ficou quieto, eu sabia que peguei pesado, mas tinha que ser assim com o DouglasDe tarde o Tiago apareceu no hospital, e eu o chamei para conversar.
-Você quer falar com o Douglas hoje? –Eu perguntei com calma.
-Não sei, ele ta bem? -Ele parecia com medo.
-Ta ótimo, até começou a me xingar e reclamar por tudo. –Eu rir e o Tiago riu tenso.
-Fica tranquilo, ele é marrento, mas não morde. Vem comigo. –Eu segurei a mão dele e o levei até a porta do quarto.
-Espera que eu vou avisar ele. –Eu falo e entro.
-Douglas, acordar, você tem visita. –Ele estava deitado, acho que estava dormindo.
-Não quero visita, só quero você. –Ele falou rindo e eu assumo que aquilo mexeu por dentro.
-Cala a boca que é serio, ele ta aqui. –Eu falei e ele fechou a cara. –Douglas não começa, o que conversamos mais cedo?
-Ok guri, eu converso com ele, mas tem uma condição. –Ele falou e eu cheguei mais perto.
-O que?
-Quero uma recompensar por isso. –Ele falou e eu fiquei confuso.
-Que tipo de recompensa seu mercenário?
-Aceita ou não? –Ele perguntou com malicia.
-Ok, mas olha o que você vai aprontar.
-Pode deixar, mas tarde você vem aqui que eu te falo. –Ele falou e piscou para mim, vi que estava em um território proibido, mas fiquei calmo.
Chamei o Tiago e ele entrou com medo. Não fiquei no quarto, mas tinha esperança que ele pudesse ser amigos.
Do lado de fora fiquei esperando, ate que tive o desprazer de encontrar com a Fernanda.
-Oi. –Ela falou com um sorriso, e eu fiquei enojando.
-Hum. –Eu falei e fiz um sorriso falso e comecei a me afastar dela, mas ela me parou.
-Espera Luiz, precisamos conversar.
-Fala. –Eu me virei e esperei para ouvir a vadia falar.
-Desculpe Luiz, eu errei, mas… olha vou ser sincera eu queria mesmo seu namorado, mas ele não gosta mesmo de mim,
então perdão.
-Alem de vadia, ainda é hipócrita? Aceito suas desculpa, agora tchau.
-Espera, espera, eu tenho que te fala uma coisa.
-To ouvindo.
-Não é de mim que você tem que se preocupar, tem outra pessoa na jogada, e eu já os vi juntos. –Ela falou serio e eu por
um instante acreditei, mas depois vi que só podia se intriga de uma recalcada.
-Olha aqui menina, do meu namorado eu cuido, eu tenho certeza que ele não ia me trair, nem com você ou com ninguém.
Então saia da vida minha e dele. –Eu falei bufado de raiva.
-Eu já fiz minha parte em te avisa. Só fica de olho. –Então ela falou e saiu. Não liguei para o que ela falou, somente fui
ver minhas crianças que fazia tempo que não ia lá.
O Eduardo estava lá e passamos a tarde inteira brincado, depois fui para o quarto do Douglas.
-E ai, você não matou ele né? –Eu perguntei brincando, mas com a cara seria.
-Relaxa, eu não fiz isso com ele, mas posso fazer com outra pessoa. –Ele falou levantando uma sobrancelha e sentir a indireta.
-Você quer me matar? A única pessoa que ficou no seu lado? –Eu falei rindo, mas ele ficou serio e depois triste.
-Desculpe Douglas…
-Obrigado por tudo Luiz, eu não sei como te agradecer, você me salvou, se não fosse você, eu… -Ele não continuou mas
sabia o que ele ia falar. Eu cheguei mais perto dele e segurei sua mão.
-Em, eu fiz isso por você e acredito que você ia fazer o mesmo por mim, não precisa agradecer nada. Agora me conta como foi com o Tiago.
-Ele é um cara legal, dar para aguentar ele, apesar de ser irritantemente feliz. –Ele falou rindo.
-A felicidade do próximo te deixa com inveja Douglas?
-Sim, quando a minha felicidade está tão perto e eu não posso ter. –Ele falou triste olhando para sua mão que estava junto com a minha.
-Douglas, quando você sair daqui você vai achar uma pessoa que vai te fazer muito feliz, e tudo vai ficar bem. –Eu falei aquilo, mas menti por dentro, quem não ia ficar bem era eu.
-Eu não quero ninguém Luiz, essa experiência que tive aqui só me mostrou que não posso viver sem você, me desculpe por te fala isso, mas eu ainda te amo, eu ainda te quero, e eu sei que você ta com ele, que eu perdi o jogo, alias um jogo que eu mesmo desistir, mas eu me arrependo, só que percebi que minha vida ta baseada em arrependimento, por isso eu não tenho direito de pedir nada para você. –Ele falou e seus olhos caiam lagrimas, eu não conseguir falar nada.
-Sabe o que me segurou para não ir embora com o seu pai? –Ele perguntou serio.
-O que?
-No dia que sofremos o acidente de carro, antes de o caminhão nos jogar no barraco, eu olhei para seus olhos e falei que te amava, eu estava tão feliz em finalmente ter você comigo que não pude deixar essa vida sem nunca mais te olhar, te sentir, ouvi sua voz, mesmo se for para ser seu amigo, eu quero está do seu lado. –Ele tinha parado de chorar e agora sua voz saia doce e calma.
-Eu… -Não consegui fala nada, e ele falou.
-Não diga nada, só fique no meu lado, essa é minha recompensa, é isso que eu te peço.
Ele falou e eu concordei com a cabeça. Dei um beijo no rosto dele e sair do quarto. Então fui para o quarto de Aninha, precisava de alguém para fala, e ela sempre me ajudava.
Chegando lá, fui bem recebido como sempre.
-TIOOOO LUIZINHO, que saudade de você. –Ela estava na sua cama sentada e abriu os braços a minha espera.
-O meu amorzinho, desculpe por sumir, agora eu to aqui. –Eu falei e a abracei.
-Eu sei tio, os meus sonhos me disseram que você estava com problemas, é o tio Douglas. Mas ele ta bem agora, e os meus sonhos falaram que ele vai viver muito ainda. –Ela falou rindo.
Eu sempre me surpreendi com essa criaturinha maravilhosa, ela era intuitiva, nisso eu não tinha duvida, só ficava pensando como Deus permitiu que esse anjo pudesse ter uma doença tão mortal assim.
-Você ta bem linda? –Eu perguntei e ela ficou seria.
-To. –Ela falou olhando para baixo, vi que ela estava mentindo, sentei do lado dela e perguntei.
-O que foi meu anjo, me conta?
-Eu to morrendo tio, os meus sonhos me falou que vou morrer logo, mas eu to feliz, agora vou poder ficar perto do papai do céu, e meu pai vai poder parar de trabalhar tanto. –Eu fiquei sei palavra, ela era um exemplo para tudo mundo, vi que meus problemas perto do dela era minúsculo, e o mais impressionante era que ela aceitava isso.
Eu fiquei triste, mas ela falou.
-Tio, tudo bem, eu quero conhecer os anjos e o papai do céu. –Ela falou e dei um sorriso e falei.
-Sim, você vai conhecer os anjos, eles são iguais você, linda e maravilhosa.
-Ai eu sei que sou linda. –Ela fez uma pose, e nos rimos juntosCom meus tios parecia tudo bem, apesar de sentir um clima pesado quando eu estava em casa, mas não ia me intrometer mais nessa historia, eles eram adultos e sabia o que fazer.
Mas eu tinha que agradecer o Roberto e o Tiago, era de tarde, e então fui a casa deles, quando eu chego lá vejo um carro conhecido, era do Eduardo, e vou lá perto, o carro estava vazio, então toco a companhia da casa do Tiago e depois de alguns minutos ele abre a porta, estava sem camisa e com um sorriso no rosto, mas se desfez quando me viu.
-Luiz? –Ele parecia nervoso.
-Sim, é por que o carro do… -Antes deu terminar minha pergunta eu vejo um homem descer a escada, ele estava sem camisa também e quando me viu ficou branco.
-Eduardo. –Eu falo com um sorriso de raiva no rosto.
MINHA GENTE, DESCULPE A DEMORA, ACONTECERAM MUITOO PROBLEMAS COMIGO, QUE NAO VEM O CASO, EM BREVE POSTO O ULTIMO CAPÍTULO, BJSSS
