Me desculpem
Eu passei mais de uma semana sem postar, eu sei, mas foi porque eu tinha outras obrigações a fazer.
Hoje se inicia a reta final da temporada.
Aproveitem e por favor comentem e votem.
Aposto de o capitulo de hoje vai deixar vocês chocadosO carro parou em frente a minha casa. Abri a porta do carro e voei para fora. Esperei meu irmão sair e o peguei de surpresa. Agarrei sua camisa com as mãos e o empurrei contra o carro.
- Quem você pensa que é para controlar minha vida? – perguntei.
Francisco se surpreendeu, mas nada fez. Ele era bem maior do que eu e mais forte e poderia facilmente se desvencilhar. Porém ele respirou fundo e me encarou.
- Eu sempre te protegi e você sempre me ouviu. – começou ele a dizer. - Desde quando você era um garoto eu estava do seu lado impedindo que o pior te acontecesse e agora você me trata como um estranho.
- Isso não lhe da o direito de me tratar como um moleque. Eu não sou mais um garoto que fica se escondendo atrás de suas pernas, Francisco!
- O seu problema Guilherme, é que você sempre vai precisar de alguém que te proteja, pois casa passo seu te leva para um perigo pior.
Enfiei meu punho em seu rosto
Ana saiu do carro e puxou o namorado de minhas mãos. Antes mesmo que algo pior acontecesse, ela se posicionou entre nós.
Francisco dizia que queria me proteger, mas ele so estava sendo possessivo como eu nunca tinha visto antes. Era de assustar ver meu irmão afastar todos aqueles que so querem meu bem.
- Guilherme entre agora e, por favor, pare de brigar com seu irmão. – disse Ana. – Ele foi longe demais, eu sei, mas levar esta discussão para uma briga não vai valer nada.
Minha vontade era de jogar Ana no chão e partir pra cima de Francisco, mas eu so me arrependeria no dia seguinte. Dei as costas para os dois e segui em direção ao fim da rua.
- Onde você vai Guilherme? – perguntou Ana
- Vou matar o Fábio, mas eu prometo que volto antes das 22:00.
Ninguém tentou me impedir. Vi Francisco e Ana entrando em casa. Olhei para frente e segui apressado para a casa de Fábio. Aquele garoto tinha muito que ouvir.
Sua casa não era muito longe da minha e em pouco tempo eu já estava na frente da sua porta. Quando toquei a campainha minha Tia me recebeu. Dei um “boa noite” seco e corri para dentro. Passei pela casa e vi meu tio conversando com alguém na sala. Levei um susto quando vi Ricardo sentado no sofá com a cabeça entre as pernas.
Ele levantou a cabeça e me viu parado ali. Ricardo se levantou e veio na minha direção. Eu o impedi e acenei com a cabeça para meu Tio. Minha vontade era de abraça-lo e beija-lo ali mesmo. Dizer ao mundo que eu não me importo.
- Oi Tio Jorge. – eu cumprimentei. – O Fábio esta?
- Sim, ele ta no quarto dele. Parece que ele passou mal hoje.
- Eu vou lá falar com ele. Com licença.
- Espera. – disse Ricardo. – Você ta bem?
- To sim. – disfarcei um sorriso para meu tio não desconfiar.
Dei as costas para ele e fui até o quarto de Fábio. Abri a porta sem bater e vi ele deitado na cama olhando pro teto. Peguei um travesseiro que estava no chão e joguei na cara dele. Se eu tivesse algo mais ameaçador nas mãos com certeza eu teria jogado.
- O que você pensa que esta fazendo seu idiota. – eu disse gritando.
- Gui? O que você ta fazendo aqui? – disse ele assustado.
Pulei em cima dele comecei a socar seu peito. Descontei toda a raiva e frustração no corpo de meu primo. Fábio conseguiu me segurar, mas eu consegui dar uma joelhada no saco dele. Na hora ele me soltou e se contorceu. Eu apenas o ignorei e deitei ao seu lado enquanto ele sofria. Nesta hora eu me soltei e as lagrimas caíram. Chorei de raiva.
- Você é um filho da puta, Guilherme. - disse ele entre dentes.
- E você um viadinho com medo de se assumir. – rebati.
Fábio conseguiu se recuperar, porém não tentou nada contra mim. Quando ele me viu chorar envolveu um braço em mim.
- O que foi que eu te fiz? - perguntou ele.
- Você deixou de lado o que sente so por causa do medo que tem pelo meu irmão. – respondi olhando pro teto.
- Gui, eu já disse. Se meus pais soubessem eles iam arrancar meu couro...
- E desde quando você liga para o que alguém pensa? Já vi você fazer coisas piores e nem ligar para o que seu pai iria dizer. - virei meu rosto para ele e o encarei. – Alguns anos atrás sua mãe disse que iria te mandar para a casa dos seus avós se você entrasse em brigas, mas mesmo assim você me protegeu daqueles caras quando eu era menor.
- Era diferente, eu estava te protegendo...
- E na praia? Você nem conhecia aquelas pessoas, mas mesmo assim você não se importou e ficou comigo na frente delas.
- Gui...
- Cala boca Fábio. Você nunca foi covarde. Eu sempre pude contar com você e nunca me negou ajuda. Por causa de alguma bosta que meu irmão disse você decidiu enfiar o rabo entre as pernas?
- Ele foi bem convincente.
Fábio me puxou para um abraço e beijou meu rosto.
- Você veio aqui me pedir para não desistir de você? – perguntou Fábio.
- Não seja prepotente... Eu não quero que você desista do que gosta.
- Guilherme, eu não posso competir com o meu tio ou com Carlos. Muito menos lutar com seu irmão.
- Então esta historia toda de ter medo do seu pai era mentira?
- Na verdade não, mas o que realmente me impede de continuar é ver você com aqueles dois.
Dei um selinho nele e me levantei da cama.
- Eu não estou com ninguém, Fábio e ao mesmo tempo não quero mais estar sozinho. Você tem que entender isso.
- Fazer o que? – disse ele voltando a olhar pro teto.
Fui em direção a porta, mas antes de sair eu olhei para trás e chamei meu primo.
- O que você sente por mim? De verdade? - perguntei
Fábio olhou para mim e demorou um tempo para responder.
- Eu acho que sinto que eu poderia ser feliz ao seu lado. Você me faria um homem, Gui.
Me despedi dele e sai do quarto. Ricardo estava parado no corredor como uma estatua. Ele me encarava com receio como se ele tivesse feito algo ruim. Corri na direção dele e o abracei e felizmente ele retribuiu.
- Desculpa Gui.Depois que você saiu e fui logo atrás no meu carro. Eu queria te trazer de volta. Lutar com seu irmão se fosse preciso, mas minha irmã me ligou dizendo que o Fábio estava estranho e pediu para eu passar aqui.
Afundei meu rosto em seu peito e me senti tranquilo. Mesmo meu irmão me proibindo de me manter perto de Ricardo eu sempre voltava pra ele e cada vez era melhor que a anterior.
- Tudo bem. Eu já falei com o Fábio - respondi me afastando dele. - Eu tenho que voltar.
- Eu te levo. Já esta tarde.
- Não, meu irmão... – Seria uma bomba na cara de Francisco se eu chegasse lá com Ricardo. -Vamos.
Ricardo pegou na minha mão e me levou em casa. No caminho meu coração palpitava por causa da expectativa que isso seria. Em pouco tempo estávamos na porta de casa e eu já podia ouvir os gritos da minha mãe. Quando abri a porta de casa eu vi os sete infernos rodando nos olhos de Dona Sonia.
- Onde você estava Guilherme? – disse minha mãe quase soltando fogo pela boca.
- O Fábio me ligou mais cedo. Ele não estava muito bem. Eu acho que eu passei meu azar pra ele...
- O que ele esta fazendo com você? – interrompeu meu irmão.
Olhei pro lado e vi Ricardo nervoso. Sua raiva era palpável ao meu lado.
- Se você não se lembra, irmãozinho, o Ricardo me ajudou hoje. Ele estava na casa do Fábio e fez questão de me trazer aqui.
- Saia daqui. - disse minha mãe de repente. - Saia agora daqui Ricardo.
- Mãe, por favor. – disse.
- Guilherme você não esta em posição agora de exigir nada. – disse meu pai que ao contrario de minha mãe, estava calmo. - Por favor Ricardo, nós temos que falar com nosso filho.
Eu entendi tudo. Ricardo ficou constrangido e se despediu de mim. O levei até o lado de fora e quando voltei todos continuavam a me encarar.
- Você não se cansa de me controlar? Francisco. – perguntei. - Você contou pra eles?
- Sim. Eu te avisei. Eu disse Guilherme que você estava sem juízo. - disse Francisco.
- Guilherme, você ultrapassou todos os limites. – disse minha mãe tentando se acalmar, mas seu ódio era visível. – Ricardo tem dez anos a mais que você. E ele tem uma noiva. Como você pode se envolver com ele?
- Eu não sou uma criança, mãe. Eu sei muito bem o que é certo e errado. Daqui poucos dias eu terei dezoito anos e me envolver com um cara mais velho não parecerá tão ruim. Quanto ao noivado ele foi cancelado.
Minha mãe abriu a boca para dizer algo, mas foi em vão. Logo ela apertou seus lábios de raiva. Meu pai estava mais calmo, porém preocupado.
- O que sua mãe esta tentando dizer Guilherme, é que ela não apoia vocês dois juntos. - disse meu pai com um tom mais calmo.
- E eu também. – disse Francisco.
Meu pai encarou meu irmão.
- Filho, leve Ana para cima. Deixe que eu e sua mãe resolvemos esta situação.
Francisco olhou de volta para meu pai como se ele tivesse o ofendido com suas palavras. Ele as ignorou e se aproximou de mim.
- Se você não quer que a mamãe tenha um ataque é melhor ligar agora para aquele babaca e terminar tudo.
- Francisco, chega! – ordenou meu pai.
- Realmente, pai. Para mim já chega.
Francisco agarrou meu braço e me encarou.
- Você diz que eu não posso cuidar da sua vida. Diz que sou apenas seu irmão, mas eu tenho uma novidade para você. – disse Francisco.
- Não, Francisco. Pare. – disse Ana
Ana tentou impedi-lo de dizer, mas ele continuou. Mamãe chorava com a mão no rosto e papai tentava consola-la
- Eu tenho uma coisa para te contar a muito tempo. É uma vergonha que carrego, mas agora eu preciso te dizer, Guilherme.
Eu estava paralisado. Meu irmão me olhava como se quisesse que eu o salva-se de algo.
- Francisco ele não precisa ouvir isso, por favor. - pediu Ana pela ultima vez.
- Sabe Guilherme. Existe uma razão para eu sempre ter te protegido. Estivesse sempre ao seu lado em todos os momentos. Sei tudo o que já te aconteceu, cada momento. O motivo disso não é o fato de eu ser seu irmão Guilherme. É bem maior que isso.
“Por favor não diga nada”, eu pensei, mas foi em vão. Ele acabou dizendo:
- Eu sou seu pai Guilherme. Eu e Ana somos seus pais de verdade.
Continua...