Para mim havia se passado, somente cinco minutos, mas o relógio marcava oito da manhã. Acordei com o barulho nos corredores do colégio, era hora de ir para casa, coisa que só acontecia nos finais de semana. Me levantei e fui ao banheiro, me higienizei, troquei de roupa e fui puxar Arthur da cama.
- acorda cara, ja é hora de ir pra casa
- ah Tom, só mais cinco minutos, não to afim de ir agora
- tudo bem cara, mas depois passa lá em casa pra gente trocar umas ideias.
- beleza
Então coloquei minha mochila nas costas, e saí para o corredor, aquela claridade do corredor queimou a minha visão, tive que esfregar meus olhos, que viam tudo embaçado. O fluxo de pessoas no corredor era grande , tinha homem pra todo lado, todos conversando e com mochilas nas costas. Alguns estavam vestidos como jovens de verdade, já outros com as "capas", porque tinham pais rígidos que não permitiam roupas ocidentais. Como é chato ter que viver de aparências, ter que vestir algo só para agradar os pais, eu já havia passado por isso, mas com os passar do tempo lutei e fiquei firme, para conseguir ao menos o direito de me vestir como gosto e de me sentir bem com as minhas roupas.
Dentre os meninos, eu conseguia encontrar Isaac com muita facilidade. Ele estava ao lado do bebedouro, conversando com Albert. Isaac usava uma calça jeans que ficava linda en seu corpo, um tênis preto adidas que combinava com sua linda camiseta branca gola v e uma jaqueta preta de couro que ficava até apertada em seus músculos do braço. Mas porque eu estava reparando tanto em Isaac ?
- Oi Isaac - fui rapidamente falar com ele, por um impulso
- E ai tom - disse Isaac
- Oi pra você também Tom! - disse Albert
- Oi Albert, foi mal, eu ia falar contigo
- ah sei!
- Cadê o Arthur? - perguntou Isaac
- ta dormindo ainda - respondi
- acho que vou lá acordar ele - disse Albert
- haha, boa sorte - disse Isaac para Albert
- a gente se vê depois, parceiros - disse Isaac, cumprimentando a gente e saindo em seguida.
- então passo em sua casa às dez da noite?
- ah pode ser, a gente não vai demorar muito né Isaac?
- não sei, por quê ?
- não sei se meu pai, vai deixar eu entrar em casa tarde da noite
- então você dorme lá em casa ok
- tudo bem então, acho que já vou indo, até mais Isaac
- te vejo logo Tom - disse Isaac sorrindo.
Seu lindo sorriso ficou em minha mente durante todo o percurso até à minha casa. Eu estava como um idiota no mundo da lua, tanto que quase fui atropelado inúmeras vezes. Bem, a minha cidade tem uma das maiores densidades demográficas do mundo, o número de automóveis é grande, o fluxo no trânsito é intenso, as ruas sempre cheias, com os mercados abertos, cheios de compradores. A minha casa ficava em uma rua morta, atrás de um mercado muito movimentado, meu pai tinha duas lojas naquele mercado. A minha casa, era muito bonita e confortável, mas eu não gostava dela, eu tinha uma família grande. naquela casa viva meu pai, minha mãe, minhas duas irmãs, um casal de tios, uma prima, e meus avós maternos. Como em toda casa a minha também tinha alguns problemas de família. Meu pai como sempre, se achava o dono da razão e era muito severo, a minha mãe sempre defendendo meu pai e minhas irmãs mimadas, a minha avó era a mais legal de todas, era super divertida e sempre estava contra o meu pai, meu avô estava sempre calado, e minha prima era uma grande amiga.
Cheguei em casa, mas no fundo não me sentia em casa, a minha verdadeira casa era a escola, estava na hora do café da manhã, certamente todos estariam sentados à mesa como sempre. Cheguei, a minha suposição estava certa, todos estavam à mesa, eu ouvia o barulho dos talheres, meu pai não gostava de muita conversa durante as refeições.
Subi para o meu quarto que estava como deixei no domingo, fiquei feliz por ninguém ter mechido em nada. Ouvi o barulho de passos, alguém estava subindo a escada. Era a minha mãe
- oi meu filho
- oi mãe
- como foi no colégio?
- foi tudo ótimo, mãe
- ah que bom, venha para o café da manhã
- não to afim
- mas por que? acho melhor você parar com essa palhaçada
- mas isso é um inferno, pra que tomar café com vocês? não to afim de fazer o teatro da família feliz
- se você quiser algo de seu pai é melhor agrada-lo
- tudo bem, então tchalô*(*vamos)
Então descemos para o café da manhã
- bom dia! -disse me assentando à mesa.
Todos responderam, mas mantiveram o silêncio e não conversaram muito
- meu filho, depois da refeição quero falar com você
- tudo bem baldi*(*pai)
Algum tempo depois todos foram terminando a refeição e saindo, deixando eu e meu pai a sós.
- Tom, hoje preciso de sua ajuda no mercado
- ah tudo bem, pai eu vou sair hoje à noite com um amigo, tá ?
- tudo bem, desde que você me ajude
- vou te ajudar, então que horas vamos ao mercado?
- vamos depois do almoço, vá descansar um pouco.
Então fui para o meu quarto e dormi até a hora do almoço. Almocei e fui para o mercado ajudar meu pai. A loja do meu pai era de tecidos, muito movimentada, eu ajudava meu pai a carregar e organizar mercadorias. Às vezes eu também fazia entregas, carregava rolos de tecidos nas costas, nossa cara era muito pesado e ficava ainda mais complicado tendo que carregar aquele peso em uma rua muito movimentada, fazia muito calor, meu pai não gostava, mas eu trabalhava sem camisa, e mesmo assim sentia bastante calor, meu corpo chamava bastante a atenção das garotas que ficavam no mercado, eu percebia os olhares das meninas. Na hora do intervalo a tarde, minha prima me entregou um bilhete que dizia: " Fiquei muito afim de te conhecer, me encontre nos fundos do mercado"
- Pai, vou dar uma volta! - disse saindo em direção aos fundos do mercado, lá não passava ninguém.
Lá estava ela, uma garota linda, com cabelos pretos e longos cobertos por um véu, olhos verde esmeralda, seu corpo era tão lindo quanto o seu magnífico sorriso. Seus olhos brilharam ao olhar para mim.
- Olá- disse ela
- Oi linda, tudo bem?
- estou ótima, me desculpe se te atrapalhei, mas eu queria muito te conhecer.
- ah sem problemas
- eu estava vendo você passar carregando todo aquele peso, sem camisa seu corpo brilhava como um diamante em meio aquele calor, você é muito lindo, eu queria muito te conhecer, por isso pedi à Padma que lhe entregasse o bilhete para te conhecer
- você é muito linda.
Eu não estava afim de ficar com ninguém, mas fiquei com ela, talvez eu estivesse carente. Seus lábios eram macios, seu beijo era envolvente, minhas mãos percorriam por todo o seu corpo, mas eu não estava vendo Sabrina ali, não via mais seu rosto e seu corpo, eu estava vendo Isaac, eu estava me imaginando com Isaac. Paramos de nos beijar e trocamos alguns selinhos.
- Isaac...
Sabrina parou de me beijar e me olhou assustada.
- O que foi Sabrina? não ta gostando?
- Tom, você me chamou de Isaac
CONTINUA (...)
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ESPERO QUE TENHAM GOSTADO (:
Obg por lerem meu conto (:
LEU? ENTÃO COMENTA PFVR! ((: