Capítulo 3 - Sem título.
Vocês devem está pensando que eu fiquei me corroendo de ciúmes e que eu iria dá na cara daquela menina. Não, não foi bem isso. Gente, eu não gostava do menino. Não como vocês imaginam (safadinhos). Eu tinha um carinho por ele, uma amizade. E convenhamos, eu o conheço a praticamente 1 dia, seria impossível, repito, impossível eu começar a pelo menos gostar dele nesse curto espaço de tempo. Não que eu seja uma pessoa de coração duro, porém, uma pessoa tem que me conquistar aos poucos, ou então, nada rola (sou canceriano, me processem). Continuando, após o beijo eles falaram algo que eu não consegui ouvir, mas deu para perceber que foi algo meio que um "senti saudades" e um "eu também". Virei meu rosto para um artista de rua que fazia retratos, que parecia ser mais interessante do que segurar vela para os dois. Não demorou muito e ele me apresenta ela.
- Murilo, quero que conheça Jeny, minha namorada. - disse ele radiante. Deu para perceber que ele gostava mesmo dela.
- Olá, prazer. Então, sejam bem vindo a Londres. hahaha - estendeu a mão e eu a apertei.
- Olá e obrigado. Seu namorado já fez o favor de me encantar por ela. haha - rimos todos.
O Jimmy a chamou para sentar-se conosco enquanto a garoa que tinha começado a cair parasse. Os dois ficaram fazendo carícias, enquanto eu ficava lá, segurando vela. Depois de um tempo, não aguentando mais aquela situação, comuniquei ao Jimmy que iria dá uma volta.
- Espera, mas você não vai se perder?
- Não cara, eu tenho um mapa na minha bolsa, fica de boa.
- Eu não confio em mapas. - disse receoso.
- Mas eu sim. - falei e comecei a andar rápido. Não queria da mais satisfações a ele.
A essas alturas a garoa já tinha passado, era só uma nuvem, pensei. Com o mapa em mãos, eu comecei a traçar o meu roteiro do dia e a minha primeira parada, seria o Palácio de Westminster, já que eu estava mais próximo dele. Mesmo eu estando do outro lado da margem do rio Tâmisa, dava para ver o quanto aquele lugar era lindo. Tirei algumas fotos e segui o passeio. Minha próxima parada seria a London Eye, que quase eu tive um treco quando a minha cabine ficou lá no alto. Altura nunca foi minha matéria preferida.
Já se aproximava a hora do almoço, então eu resolvi voltar a pousada para comer alguma coisa. Quando cheguei, tinha várias pessoas lá (de onde veio tanta gente? o.o), então tratei de subir para o meu quarto e tomar um banho delicioso que só aquele chuveiro me proporciona. De banho tomado e roupas trocadas, sigo para a sala, onde a maioria das pessoas já tinham ido embora para seus trabalhos ou passeios. Mesmo assim, peguei meu prato feito e segui para outro lugar em paz. Quando eu estava seguindo para o meu quarto, escuto um barulho que parecia ser de um violino vindo do térreo. Comecei a subir as escadas que levavam até lá e a cada degrau que eu subia, mais o som do violino ficava forte. Quando eu me aproximo do final, vejo uma vista de tirar o fôlego, mesmo assim, não tive tempo de raciocinar quando vejo quem estava tocando o violino. Sim, era ele, o Jimmy. Ele tocava tão graciosamente que eu fiquei perdido em meio as notas que ele soltava. Prendi o fôlego quando ele deu aquele solo triste e ao mesmo tempo revigorante, que toca a alma e seduz o seu pensamento.
Não percebi quando ele parou de tocar... Eu queria mais! Encarei-o por um tempo e ele estava ainda virado para aquela vista linda. Aquilo relaxava a alma.
- Vejo que você encontrou o meu esconderijo. haha - ele tinha percebido minha presença?
- Eu... Eu, posso descer se você quiser...
- Não cara, vem cá e senta. - ordenou.
Fui caminhando vagarosamente até chegar perto dele. Sentei na primeira coisa que vi e comecei a comer. Estava faminto! Ele continuo olhando para o nada e eu estava estranhando isso. Geralmente quando se reina o silêncio, ele puxa assunto ou faz alguma brincadeira, mas agora ele estava, pensativo. Não me atrevi a perguntar o que estava se passando, mas não foi preciso.
- Aqui é o meu lugar preferido de toda essa cidade. É onde eu coloco meus pensamentos em dia, por isso costumo ficar calado, gosto dessa paz que isso me proporciona.
Um alivio se pôs em eu. Pensei que tinha acontecido algo. Perto dele eu me sentia um pouco previsível, porque ele sabia exatamente o que eu estava pensando, isso na maioria das vezes. Uma pequena raiva me subiu a cabeça, mas passou assim que ele começou a tocar o seu maravilhoso instrumento dos deuses. Deixei a minha comida de lado e comecei a observá-lo tocar. O vento que vinha em sua direção, fazia sua blusa dá leves dançadas e os fios do seu cabelo se assanharem, mas isso não tirava a ternura que aquele momento me proporcionava.
- Não sabia que você tocava violino... E tão bem. - ele parou bruscamente e me encarou sorrindo.
- A muitas coisas sobre eu, que você não sabe.
- Eu gosto de mistérios, me atiçam o pensamento. - falei em tom de desafio.
Ele sorriu de novo. Seu sorriso era lindo e com certeza eu me perdia naquele branquidão, que cegava os meus instintos. Após ele tocar mais um pouco para eu, sua madrinha chama-o para resolver o problema de encanação de um dos apartamentos. Ele prontamente foi e guardou seu violino em um pequeno armário que tinha ali. Tranco-o e colocou, veio até eu e colocou a chave no meu peito.
- Confio em você.
Já falei dos seus olhos? Acho que não. Mas bem, seus olhos eram de um castanho claro que me lembrava mel puro. Eram doces. Eles estavam a me encarar naquele momento e me senti seguro a guardar aquela chave com todas as minhas forças. Segurei-a e ele desceu. Fiquei mais um tempo ali em cima, aproveitando a brisa. Mas algo me chama a atenção lá em baixo, em uma rua. Parecia ser uma manifestação e tinha muita gente, por sinal. Resolvi dá uma passada por lá antes de conhecer outros lugares. Desci e guardei a chave dentro de uma caixinha que eu tinha, depois prossegui o meu caminho.
A manifestação era para falar que as pessoas que doassem dinheiro para um hospital local, que cuidava de crianças com câncer. Achei muito bonitinha a atitude deles e anotei no meu pensamento de ir nesse hospital depois, conhecer esse trabalho e doar alguma coisa. Ainda fiquei um tempo observando a passagem deles pela rua. A maioria das pessoas estavam fantasiadas de palhaço e faziam (obviamente) palhaçadas para algumas pessoas que passavam na rua. Um em especial me chamou a atenção. Ele era o mais extrovertido e era impressão minha ou as mulheres que estavam ali, ficavam suspirando quando ele passava? Não, não era impressão minha. Apesar da pouca maquiagem, dava para perceber que ele era bem bonito. Olhos azuis, corpo bonito, branco e cabelos castanhos. Acho isso uma combinação fatal. Fiquei-o observando e nem percebi quando ele se aproximou de eu.
- Boa tarde senhorio.
Ele estendeu a mão para eu, com um ato de reverência e eu a peguei. Mas antes das nossas mãos se encostarem, uma rosa surgiu da sua mão, o que me assustou. As pessoas aplaudiram sua performance e aqueles olhos azuis estavam a me encarar. Encare-o de volta. Péssima escolha! Me perdi naqueles olhos, que ficaram mais intensos quando eu sorri timidamente.
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Olá pessoas. Bem, mais uma parte do capítulo e espero que estejam gostando. Mais uma vez, desculpe-me qualquer erro ortográfico e se o conto ficou curto de mais. Prometo melhorar ao longo da série. Outra coisa, não sei se vou conseguir manter o ritmo de publicar todos os dias. Mas não vou passar mais de 2 ou 3 dias sem publicar, ok? Beijos e até mais. *-*