Era um sono suave, calmo e delicioso. Suas mãos percorriam minha pele. Seu toque era como uma descarga elétrica sobre mim. Excitante. Sensual. Terno. Era delicioso sentir seus dedos percorrendo todo meu corpo.
Eu não estava sozinho. Ele estava lá. Seu corpo estava lá. A luz que adentrava o quarto parecia brincar com nossos corpos nus, que repousavam sobre a cama. Apenas um lençol branco e fino cobria parte do meu corpo.
“Eu te amo.”
Acordei de repente. Havia amanhecido e mais um dia de dores de cabeça estava começando. Ainda podia sentir seu perfume em minha pele. Eu não deveria pensar nele, mas não podia evitar. Minha mente vivia me pregando peças. Estava ficando cada vez mais difícil negar o sentimento que ele plantou em meu coração. Mas eu precisava lutar contra isso. Meu pai. Precisava vingar meu pai.
Vesti minhas roupas e fui ao escritório. Existiam assuntos pendentes, principalmente após a morte do meu pai. A empresa estava um pouco desorientada com tudo isso. Foi marcada uma reunião a meu pedido onde eu precisava colocar alguns pontos e esclarecer algumas dúvidas. A presidência ficou com Melbourne, mas os contratos precisavam ser revisados por mim. Essa foi a minha exigência. Não poderia me desligar da empresa, pois ela era minha fonte de renda.
Após tudo estar o mais resolvido possível decidi sair um pouco. Retornei a casa, troquei de roupa e fui passear pela cidade. Fiquei alguns instantes admirando o Royal Albert Hall. Sempre sonhei em fazer uma apresentação lá. Anne sempre me apoiou, pois dizia que eu tinha uma voz muito hipnótica. Uma voz de sereia. Tolices!
Dirigi-me a um parque. Sentei-me em um dos bancos e fiquei admirando as pessoas. Sempre leves e despreocupadas, aproveitando o dia. Sorrindo. Brincando. Amando. Sendo amadas. Lembrei-me dele. Como será que ele estava? Faz anos que não o vejo. Sinto saudades. Saudades dos seus braços ao meu redor. Saudades do seu hálito quente em meu pescoço. Saudades de me sentir protegido, como se apenas nós existíssemos e o mundo não passasse de uma doce ilusão.
_ Perdido no tempo e espaço?
Virei meu rosto para ver de onde vinha a voz. Um homem com roupas mais leves para corrida estava parado a minha frente. Sorriso lindo, cabelos desgrenhados, feição máscula com toques infantis, corpo musculoso e com o olhar mais confortante que vi nos últimos anos. John Stelled, meu melhor amigo.
_ Um pouco. O que faz aqui? – Perguntei com um sorriso.
_ Correndo, não percebeu? Sempre venho me exercitar aqui e você sabe bem disso. Estranhei te encontrar aqui. – Disse enquanto sentava-se ao meu lado.
_ Ando meio sem rumo. Estou me cansando, John. É desgastante. Não dá pra levar isso adiante. Quero entregar os pontos. Eu não sei se posso mais. – Disse liberando as lágrimas.
_ Se acalme, vamos! – Dizia me abraçando.
Era bom ter um amigo por perto. Não sei se me orgulho disso ou não, mas tenho que confessar. Quando eu decidi embarcar nessa aventura e concluí que precisava transar com alguns dos bandidos para conseguir o que eu queria, fiz algo que espero que não me recriminem. Conversei com o John, que me era mais que um amigo, e ele aceitou ser o meu primeiro. E foi essa a decisão que tomei: entreguei a ele minha virgindade para que nenhum daqueles seres imundos a tivesse. Estranho e puritano? Talvez. Talvez não seja a melhor definição. Mas era assim que fui criado. John era meu melhor amigo.
_ Eu sempre estarei do seu lado e você sabe disso. – Disse dando um beijo em minha testa.
_ Nós já conversamos sobre isso, John. Eu nunca vou poder te amar como você espera e você sabe disso. Por que não refaz sua vida? – Perguntei percebendo a burrice que havia acabado de dizer.
_ Você é a minha vida. Sei que não me ama, mas não procuro alguém que me ame porque não sinto vontade. Eu sou bonito, posso ficar com quem eu quiser, mas é com você que eu quero estar. E você sabe bem disso. Caso ele não volte, eu estarei aqui. Sempre pronto pra te dar todo amor e carinho que você merece. – Disse segurando o meu rosto e olhando em meus olhos.
_ E se ele voltar?
_ Nesse caso, vou ter que duelar com ele pela sua mão. – Disse fazendo piada.
John não era um lorde inglês, mas tinha umas atitudes bregas que eram muito fofas. Nossa amizade foi escrita pelo tempo e nada poderá nos separar. Achei estranho ele não tocar no assunto da morte da Ashley, mas talvez ele não soubesse.
_ E se nós fôssemos para sua casa comer algo? – Questionou-me lambendo os lábios.
_ Depende muito do que você pretende comer, meu caro. – Disse fazendo careta.
_ Não poderia ser você coberto com chocolate e nozes? – Lambeu os lábios de novo.
_ Tudo bem. Chega dessa safadeza toda. Meu pai morreu e isso não faz de mim um objeto sexual. – Disse soltando-me do seu abraço e levantando do banco.
_ Acalme-se! Estava brincando! – Disse rindo do soco que dei em seu braço.
_ Vamos! Anne deve ter pedido à cozinheira para preparar algo especial, já que eu estou de luto e preciso de alguns mimos. – Disse rindo da minha colocação.
_ Eu posso te mimar o tempo que precisar. – Disse colocando sua mão em minha cintura.
_ Poderia parar com suas cantadas baratas?
_ Por quê? Eu sei que você ama esse meu lado desinibido!
_ Menos, John! Menos!
_ Parei, mas ainda não me dei por vencido. – Disse me dando um beijo na bochecha.
Não havia como eu não ficar um pouco envergonhado com aquilo. Hoje eu vejo que foi a atitude mais idiota que já tomei em toda a minha vida, mas valeu a pena de certa forma. Eu tinha uma pessoa que sempre estaria ao meu lado.
Conhecemo-nos na escola. Ele não era um dos melhores alunos, mas sentava ao meu lado. Um dia ele me pediu para ajuda-lo a fazer um trabalho e a partir daí nos tornamos cada vez mais amigos. Éramos muito diferentes em tudo, menos na crença em um mundo melhor e mais livre. As pessoas vivem presas a opiniões grotescas que deformam a sociedade e oprimem a verdadeira felicidade de muitos.
Fomos para a minha casa e conversamos muito. Ele foi para casa, mas prometeu que voltaria. Disse que queria me levar a uma festa. Eu não estava com vontade de sair, mas ele não me deixaria em paz de forma alguma. Aceitei como uma forma dele me deixar sossegado por algumas horas.
O dia passou voando e a noite chegou. Não demorou muito para que ele chegasse em minha casa. Lindo como sempre. Impressionante como ele fazia questão de comprar roupas que marcassem e muito os seus músculos. Depois de tudo o que aconteceu, eu já não sabia se tudo isso era para se vangloriar de sua beleza ou se ele ainda tentava me conquistar.
Não era algo muito fácil de lidar. Eram duas pessoas diferentes. Duas épocas diferentes. Será que ele está bem? Será que ainda pensa em mim? Muitas dúvidas ecoavam em minha mente e eu divagava nelas. Por alguns minutos, que me pareceram longos minutos, me perdi em meus próprios pensamentos e despertei deles ao notar o sorriso que iluminava a face do John.
_ Podemos ir? – Perguntou
_ Claro. Só me deixe pegar uma coisa antes de sairmos. – Disse dirigindo-me ao meu quarto.
Em uma das gavetas do meu criado-mudo eu guardava uma pequena arma. Ela era bem simples e talvez ninguém a notasse. Eu não poderia sair desprevenido por aí. É correr um risco desnecessário. Caso houvesse seguranças na entrada da festa, eu daria um jeito deles não perceberem a minha arma. Preciso tomar mais cuidado.
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Oi galera! Tudo bem? Espero que sim!
Espero que tenham gostado dessa parte do texto e espero estar agradando... Bem, vamos aos avisos:
1- ando muito ocupado e não sei quando vou postar;
2- farei uma cirurgia daqui há alguns dias;
3- vou tentar escrever a história no meu período de repouso, mas não sei se vai dar... sabem com é né... faculdade, curso de inglês, família me enchendo etc etc etc... hehehe
um grande abraço a todos... obrigado por tudo... e agora eu deixo duas perguntas:
1- quem é ele? não é akami? hahaha
2- quem será esse cara dos devaneios do Jeremy, hein? tbm não sei quem é... kkkkkkkk
Amo vcs!