- Bom dia Eric, como dormiu? - falou minha mãe, dona Jade.
- Bom dia mãe, dormi bem sim e a senhora? - respondi me sentando à mesa para tomar café.
- Bem, cadê seu pai? Chame-o para vir tomar café, vá. - mandou minha mãe com seu jeito carinhoso de sempre.
- Ok… - fui à garagem onde provavelmente meu pai se encontrava.
- Bom dia pai, minha mãe está chamando para tomar café, venha. - falei para o senhor Lucas.
- Ok, bom dia e estou indo já! - respondeu ele.
Quando estou indo para a cozinha eu esbarro com minha irmã. Vanessa estava descendo e já estava arrumada para irmos para a faculdade, ela cursava publicidade na mesma faculdade que eu, já estava no ultimo período, tinha 23 anos e era muito parecida comigo, exceto por ter o cabelo meio ondulado e os olhos que eram castanhos escuros.
- Oi maninha! Cadê o Alex? - perguntei com indiferença.
- Está descendo fofinho. Vamos lá pra cozinha estou faminta. - fomos para a cozinha onde já estavam meu pai e minha mãe.
Esperamos um pouco até que chegou a pessoa que faltava. Alex como no geral era muito parecido conosco, tinha 26 anos, era alto e malhado, formado em educação física trabalhava em uma academia da qual é sócio com outros dois professores. Cabelos curtos lisos, olhos negros e sua expressão era descontraída sempre.
Assim que todos terminaram de comer, eu e Nessa partimos para a faculdade, Alex foi para o trabalho, meu pai pra empresa automotiva dele e minha mãe permaneceu em casa, ela trabalhava pela internet na manutenção de uma rede de blogs de determinada empresa.
Chegando à faculdade para o meu quarto período de direito resolvi encontrar com meus amigos primeiro antes de entrar para a aula que começaria em breve. Fui até a cantina onde combinamos de nos encontrar e quando cheguei, lá estavam André e Lola em uma mesa.
- Oi seus lindos! Como estão, saudades. - cumprimentei Lola com dois beijos e um braço e André da mesma forma.
- Estamos ótimos, gato, e você? - perguntou Lola fazendo menção para eu sentar com eles.
- Bem, bem, estarei melhor se o tio “Vocês tinham que perder” não fizer o que ele fez semestre passado. - rimos da piada interna, um professor passou um trabalho de simulação de juizado sobre a vara criminal e meu grupo ganhou, mas era para supostamente perdermos já que estávamos defendendo o réu, ele fez um escândalo, mas ficou por isso mesmo.
Batemos um papo rápido e resolvemos entrar para a aula que começava naquele instante. Horas se passaram e entre os primeiros tempos e o intervalo dois professores já haviam passado pela turma. Mais algumas aulas e tivemos o intervalo para o almoço e depois mais duas horas de aula e seríamos liberados, já que o horário era integral manhã-tarde.
Meus amigos e eu fomos para nossa mesa de sempre, ao todo éramos 12 pessoas. André, Lola, Vanessa, eu e mais oito primos e primas meus e da Nessa que estudavam na mesma faculdade. Os únicos diferentes na nossa mesa eram justamente meus amigos, mas eles não ficavam intimidados por isso, os dois eram brancos então se destacavam em meio às 10 outras pessoas mulatas.
De repente do outro lado do bandejão chegou um grupo de pessoas que pareciam ser próximos, como irmãos ou primos igualmente a nós. Eu perguntei alguém se sabiam de onde tinham vindo, já que nunca tinha reparado em uma formação igual ou além da nossa antes.
- Ei povo, sabem quem são? - apontei para o grupo de 10 pessoas que se sentavam em uma mesa ao outro extremo do restaurante.
- Não são os Bragança? - disse Lola.
- Mas eles não eram cinco ou seis? Quero dizer… da onde surgiram tantas pessoas assim? - de repente alguém aleatório a nosso grupo chegou perto e falou.
- Eram seis, mas agora parece que chegaram mais quatro. Dois deles entraram esse semestre, são calouros, e os outros dois vieram transferidos de outra universidade por motivo de mudança. - informou o garoto do noticiário do jornal da faculdade, David. Ele era muito gostoso, mas meio lerdo, voltei do meu devaneio e agradeci pela informação.
- Bom pelo visto eles não foram muito com a nossa cara, não é? - observei enquanto todos olhavam ao mesmo tempo com certa dúvida para mesa dos Bragança e logo em seguida ignorando-os.
- A Eric deixa isso pra lá! E aí pessoal qual vai ser do fim de semana alguém já tem uma ideia? - Nessa é muito baladeira, quase todo final de semana ela arrumava alguma coisa para irmos, sempre todos juntos, às vezes isso era chato, mas na maior parte do tempo era legal, o motivo que era a parte mais obscura da nossa história.
Enquanto falávamos dos planos, uma pessoa em especial da outra mesa levantou e foi em direção a bancada comprar alguma coisa. Até então não havia reparado muito bem na mesa oposta a nossa, mas agora podia ver que todos sem exceção usavam pelo menos uma peça vermelha em suas roupas. E o cara que tinha levantado usava um boné vermelho.
Assim que ele saiu do balcão e voltou à mesa eu parei de prestar atenção no que não devia e continuei a discutir sobre o que faríamos depois da primeira semana de aulas. Começar o semestre com estilo era uma marca nossa e que ninguém discutia.
- Bom pessoal está combinado então, vamos à boate Floresta Negra no sábado, não se esqueçam de que ela fica na entrada norte da cidade, ok? - minha irmã deu as últimas coordenadas e voltamos para a sala de aulas, pois já havia dado o horário da próxima aula.
Passaram-se duas aulas e eu não estava com tanta vontade de assistir mais nada, por isso eu inventei uma historinha para o professor quando ele me barrou na saída da sala, e saí em direção supostamente à secretaria acadêmica, mas desviei e fui ao banheiro lavar o rosto e ver se eu conseguia resistir às horas finais de aula.
Eu, dentro do banheiro, ouvi um burburinho vindo de um dos reservados, fui investigar o que era, e para minha surpresa quando eu abaixei eu vi dois pares de pés. Eu segurei o riso, por que sabia que era safadeza de alguém. Eu fui para o reservado do lado tentar ouvir alguma coisa que pudesse me indicar quem poderia estar ali.
- Hm… David que boca gostosa essa sua… - ouvi som de beijos. Eu estava me segurando para não gargalhar, nunca esperaria isso do David.
- Seu safado… - disse ele com um riso de malícia que pude ouvir. - Ainda espero te pegar de jeito na cama Adriano. - quando ele disse isso eu estaquei no lugar e não pude acreditar, Adriano dando amasso com o David dentro do banheiro, logo ele que eu achava que fosse o mais hétero da faculdade, hétero de Taubaté né, eu teria que agir, mas poderia ser perigoso, esperei.
Enquanto eu estava seguro e escondido ouvi quando David saiu do banheiro e Adriano estava lavando as mãos tentando disfarçar o que eles acabaram de fazer. Com eu sempre arrasava eu abri a porta do meu reservado e deixei minha figura com ar de superioridade surgir de braços cruzados com um sorriso de desdém para Adriano que disse:
- ERIC! O que você está fazendo aqui? - ele perguntou.
- Acho que a pergunta não é essa Adriano, ou devo dizer “David que boca gostosa essa sua” - agora sim eu pude soltar a gargalhada que tanto lutei para reprimir.
- Você ouviu tudo não foi? - ele perguntou e eu acenei um “sim” com minha cabeça. - Bom então só há uma coisa a se fazer… quanto vale o seu silêncio? - ele perguntou com a voz dura.
- Oras como assim quanto vale… eu sou uma pessoa do bem… - ri comigo mesmo. - eu não vou contar a ninguém, sério. - usei todo meu poder persuasivo, mas não pretendia contar mesmo. - falo sério Adriano, não vou contar, não tenho nada a ganhar com isso, então…
- Não tem? - ele arqueou uma sobrancelha. - Sendo assim, irei acreditar em você, parece mesmo que está falando a verdade, mas, por favor, não conte ok? Se não eu perderia a reputação que lutei pra conseguir aqui nesse lugar! - ele quase implorou.
- Ok, ok! Tudo bem eu não contarei. - nessa hora uma coisa que não esperava aconteceu. Ele me puxou pela cintura e me deu um beijo de tirar o fôlego.
- OI? O que você está fazendo? - perguntei pra ele, empurrando-o.
- Tinha uma queda por você no segundo período quando fizemos matéria juntos… - revelação grande aquela.
- Ui… disso eu não sabia! - fiquei com cara de surpresa olhando pra ele. - Mas já que estamos aqui e não estou com vontade de assistir aula. - olhei pra ele com ar de safado e agora quem foi se encafifar no reservado com Adriano era eu. Quem diria o Adriano, branco, alto, forte, cabelos pretos lisos, barba por fazer, olhos verdes e voz grossa de homem, estava de amasso comigo.
Depois de um tempo nós voltamos para nossas respectivas classes. Quando cheguei o professor já era outro e terminei de assistir à aula com conversas paralelas com Lola e André.
- Você estava pegando quem no banheiro? - disse Lola quase gritando.
- Isso fala mais alto, Lola. - eu olhei carrancudo para ela.
- Tem razão Lola, ele estava com o Adriano o vice-presidente do DCE! - disse André que constatou que ninguém havia nos ouvido.
Conversamos e contei mais detalhes de tudo que aconteceu. Deu o fim do nosso dia na faculdade e saímos, encontramos com os meus primos e primas e fomos em direção à saída da faculdade quando do outro prédio saiam os Bragança. Nos misturamos à multidão e quando fui me aproximando do portão o mesmo garoto de boné vermelho esbarrou comigo e eu virei para pedir desculpas e tive somente um relance de seu rosto, mas pude notar duas coisas, o murmúrio de desculpas e um par de olhos douradosOii pessoinhas, que bom que vocês gostaram do conto, e sim eu também muito interessante essa criatividade toda ter saido de dentro da minha cachola Ru/Ruanito SAHUSAHhsauahsuh' Oliveira Dan eu também gosto muito de lobisomens principalmente se eu tivesse um igual o Jacob mas... u.ú King.biel, Digo123, Wanderson 16, P-day (Patrick), (Al) aew está a continuação espero que aproveitem, em breve posto outro capítulo... beijõs!!
