O namorado da minha amiga *44

Um conto erótico de Jhoen Jhol
Categoria: Homossexual
Contém 1946 palavras
Data: 04/04/2013 21:09:59

Ele me informou que eu havia sido submetido a uma tomografia e que estava tudo em ordem e que não havia dano à minha cabeça que era a parte que mais o preocupara. Sua explicação apesar de didática não me convencera de todo, mas considerei que seria errado duvidar do que ele dizia afinal ele era o médico.

Perdi a noção do tempo e quando dei por mim percebi que era noite, uma confusão de coisas dançava na minha cabeça e imaginei como estaria minha sobrinha e como devia ter dado trabalho para Cláudia, que estava grávida me socorrer, imaginei como ela devia ter ficado assustada com minha queda. Seria bom se ela visse que eu estava bem.

Mais tarde eu saberia que o porteiro havia me socorrido, me encontrou por acaso na hora da ronda. Minha mãe ainda não sabia que estava no hospital, seu telefone havia passado toda a tarde fora de área, Meu pai dizia para eu ficar calmo, perguntei por minha irmã e como ela estava ele disse que bem e estava em casa. Passei por outros procedimentos, todos incômodos e, de repente, lembrei de Marcello, precisava falar com ele, mas não sabia como.

A medicação pouco amortecia a dor que agora parecia mais aguda. Eu estava com uma roupa estranhíssima, parecia uma camisola azul. Pedi para o meu pai telefonar para meu trabalho, mas ele disse que àquela hora já haviam fechado o escritório, era 21h15 e Marcello devia estar me esperando sem saber de mim.

Eu me preocupei com ele e insisti para que meu pai telefonasse para casa. Eu esperaria por mais uma hora até saber que minha mãe estava a caminho. Quando ela chegou à portaria soube pelo porteiro que eu estava internado e ficou sobressaltada, chegou aflita, mas pediram que ela se acalmasse até que estivesse melhor para poder me ver.

Cuidei de tranquiliza-la dizendo que estava tudo bem, mas na verdade mentira, doía muito. Aquela noite seria um inferno, senti muita dor e frio, queria falar com Marcello e não me agradava ver meus pais ali mal acomodados, se revezavam em uma cadeira desconfortável.

Durante a madrugada senti mais frio e não conseguia respirar direito; às 3h da manhã desconfiaram que pudesse haver líquido no meu pulmão em consequência da perfuração, mas todos os resultados deram negativo. Menos mal pensei.

Meus pais tiveram que voltar a casa para tomar banho e se trocarem, pensaram em se revezar, mas disse a ambos que estaria bem e que desse um recado a Marcello dizendo que estava bem, mas que estava no hospital, disse que tentassem não deixar ninguém assustado, pedi que ligassem para o meu trabalho e informassem o ocorrido.

Pouco depois de saírem, vejo Marcello entrar pela porta (era 5h30min), barba por fazer, cabelo desalinhado, gravata frouxa e roupa do dia anterior. “Eu procurei você em um monte de lugares a noite toda; a grossa da sua irmã não sabia dizer nada o despreparado do porteiro da noite também não, agora a pouco é que encontrei o porteiro do dia no seu prédio e ele me disse onde você estava” disse ele me abraçando, pedi que abraçasse um pouco menos porque ainda doía.

Ele quis saber o que ocorrera e falei só sobre os ferimentos, não quis dizer que fora Cláudia que me empurrara, acho que isso pouco contribuiria para o quer que fosse além do fato de ela, provavelmente, estaria muito assustada. Marcello estava abatido, ligou para o trabalho e disse que ficaria o resto do dia fora, ao ouvir isso disse a ele que não era necessário, mas ele redarguiu que não ia sair dali.

Conversou com o Dr. Efrain e me mudaram para um apartamento, meu convênio não cobria isso, mas ele fez um acerto na recepção.

Quando meus pais voltaram estranharam não me encontrar na enfermaria, ouvi quando agradeceram a ele por haver me conseguido acomodações melhores. Ele acordou com eles que dormiria no hospital como de fato o fez durante os dias em que fiquei sob cuidados médicos. Não imaginava o quanto era complicado tratar de costelas quebradas.

Os enfermeiros me explicaram que tive a infelicidade de cair em um ângulo muito pouco favorável e isso agravou a queda. Fiquei constrangido por haver dado tanto trabalho e por ter que fazer xixi numa coisa esquisitíssima nos dois primeiros dias.

Abrir mão da prerrogativa masculina de fazer xixi de pé, fere o orgulho de qualquer um. hihihi.

Durante o dia eu tinha a companhia de meu pai ou minha mãe, a noite Marcello vinha ficar comigo e Guto assim que soube veio também; chegou perguntanto “Meu Deus a cara de quem você arrebentou dessa vez? Marcello você tem que por limite nessa garoto” hihihi Ele deu um beijo na minha testa e disse baixinho “fica tranqüilo que o tio Guto está por aqui!” hihihi Pode? Em que adiantava? hihihi

Cássio e quase todo escritório foram me visitar. Meu chefe é um anjo e cuidou dos ajustes lá no escritório. Guto passou algumas noites com Marcello também; do pessoal do prédio recebi algumas visitas, também os pais de Marcello quase todos os dias e alguns dos membros da igreja dos meus.

Rubinho me foi visitar no quarto dia de internação e desta vez Marcello não rosnou hihihi, agradeceu a visita e se mostrou um cavalheiro, mas o senti meio enciumado quando meu colega passou a mão sobre minha testa. Meu cunhado apareceu no quinto dia e disse que não acreditou no tamanho do azar, ficou até bastante tempo e voltou outras duas vezes; jamais imaginei receber uma visita dele.

14 dias.

Nesses catorze dias, não recebi sequer um telefonema de Cláudia, imaginei o quanto estaria arrependida e envergonhada, também não telefonei a ela simplesmente mandava dizer por meus pais que se cuidasse e que procurasse se alimentar por conta do bebê. (Bem capaz dela está planejando o que vai fazer contigo, quando for falar com ela - Jhoen)

Houve um dia em que a dor estava difícil de suportar e chamei o enfermeiro, pedi para que me sedassem um pouco, o médico receitou algo leve que me deu um sono entrecortado por momentos em que de tão leve podia ouvir alguns sons, num desses momentos em que parecia que eu voltava a superfície, pude ver a silhueta de uma senhora ao lado de meu pai próxima à cama, parecia um sonho, acho que o fato dessas saídas do meu pai têm me deixado cismado.

Tive pena de Marcello, ele se instalou no sofazinho para duas pessoas e dormia encolhido; antes me esperava dormir, mas ele é muito simpático e logo ganhou a amizade dos enfermeiros, conseguiu uma cama para por ao lado da minha e uma ligação clandestina da tv por assinatura do alojamento dos residentes para meu quarto que ficava bem ao lado hihihi, enjoei de assistir televisão hihihi, ô vida meu Deus! Hihihi. Eu me sentia um vegetal hihihi.

Alta e férias.

Terça-feira última recebi alta, ou terá sido segunda, nem sei, perdi a noção do tempo, eu estava me sentindo um velho preso naquele hospital. Tudo tinha gosto de isopor hihihi. Não agüentava usar aquela camisola azul, é humilhante hihihi.

Quando voltei minha mãe me disse que Cláudia foi passar um tempo na chácara de uma amiga da família, ela estava mal porque Aurélio havia entrado com o pedido de divórcio, pobre Cláudia tenho medo que surte de vez de tão descompensada que se encontra.

Fiquei arrasado, aliás, todos nós estamos até Marcello lamentou esse rompimento. Peço que me perdoem por haver estado distante sem nada dizer, mas ocorre que estava embaraçado entre talas, ataduras e curativos. Perdoem-me. Tranquilizo a todos a respeito do meu estado e a todos responderei.

Observei que recebi e-mails com orações os quais agradeço imensamente e digo que jamais foram tão bem-vindos. Mais uma vez vocês a força que recebo de vocês, anjos que cuidam de mim, me ajudaram a cicatrizar feridas, literalmente, posso dizer. Preciso encontrar uma nova palavra para dizer o quanto amo a todos vocês, obrigado pelas mensagens e toda a preocupação. Um beijo a todos e perdoem-me pelo sumiço.

"Tudo bem, Claudinho, fizemos um ajuste e antecipamos suas férias, fique tranquilo. Assim que se sentir melhor, se quiser pode ir se inteirando de alguns relatórios que sua equipe lhe enviará por e-mail, no mais cuide-se garoto, pois quando voltar haverá muito trabalho te esperando, um abraço e veja se melhora logo, faço uma visita depois para você.” Cássio confirmou minha antecipação de férias, por telefone, sei que é incomum, mas adoro meu chefe. Hihihi

Exagrama.

“MING I” (Obscurecimento da luz)

“... É FAVORÁVEL MANTER-SE PERSEVERANTE!”

Jamais esse exagrama havia saído para mim e não entendi, de certo modo temi o que pudesse significar. Faz alguns anos passei de certa forma a temê-lo irracionalmente e imaginava o dia em que ele viria me visitar.

Embora Cláudia diga ser bruxaria ela está muito enganada e inúmeras vezes quis explicar a ela do que se tratava o livro das mutações, mas ela é muito radical e muito pouco impermeável a novos pontos de vista.

Naquela tarde MING I me deixou confuso embora o I-ching sempre me houvera falado claramente até então.

Quando Marcello chegou conversamos sobre sua viagem ao Canadá, ele a prorrogou e quis me falar mais a respeito, mas mudei de assunto, ele percebeu que eu não queria falar sobre o tema e respeitou. Eu me lembrava daquele exagrama e sentia um pressentimento ruim. Aquela foi uma noite péssima.

Havia me acostumado desde sempre com a frieza de Cláudia diante do que

eu por ela sentia; é engraçado, porém houve um tempo que ela, para mim, era um exemplo, eu a achava inteligente, esperta era o orgulho da casa. Um cem número de vezes dela quis me aproximar; tentei estabelecer uma relação fraterna entre nós; desisti, percebi que dois são necessários para se dançar um tango e ela não bailaria comigo; mas confesso, esperei por um abraço que não veio.

Um simples, "Como está?" seria suficiente naquela manhã quando a vi entrar pela porta da sala. É estranho, mas reconheço que sua indiferença ainda me fere, jamais pude compreender ao certo o motivo de tanta repulsa a mim. Ela me acenou quase que por acidente, não nos víamos havia dias, mas mesmo assim Cláudia agia como se houvéssemos estado juntos havia pouco.

Imaginei que devia estar envergonhada pelo que havia me causado e essa era sua forma de se proteger. Pobre Cláudia, presa em sua armadura de bronze e o pior, esquecera como dela se desvencilhar e agora estava aprisionada nesta imagem dura de pedra que nada sente. Imagino o quanto sofre, Aurélio lhe faz falta bem sei, embora não admita. Cruzou a sala e se dirigiu ao quarto, dormiria pelo resto do dia só acordando aborrecida no início da noite quando Letízia chorou.

"Não entendo sua irmã, ela não o vê faz dias e quando o encontra nem lhe fala direito" Ouvi de Marcello, que tem passado todo seu tempo livre ao meu lado; desde que voltei do hospital ele começou a dormir em meu quarto na casa dos meus pais sob pretexto de dar auxílio caso fosse necessário. Ele ignora o fato de Cláudia haver, por acidente, me ferido ao me empurrar, acho que agi de modo correto quando resolvi nada lhe dizer, penso que talvez ele ainda nada entenda dessa alma conturbada de Cláudia.

Pobre Cláudia; com quais demônios interiores tem que lidar? Mas mesmo sabendo que ela houvera me agredido, penso que ele compreenderia, mas não tinha certeza de suas reações primeiras.

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Essa Cláudia tá cada dia pior (Hosana nas alturas salve essa menina!).. Obrigado pelos votos e comentários :P

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Comentários

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Essa claudia me dar nojo aff, e o Marcellö é muito fofinho.

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Cláudia não tem demônios interiores.. Ela é um demônio hahahaha. O Cláudio é uma boa pessoa mesmo, se fosse comigo, o Marcelo já estava sabendo do que a Cláudia fez, ou eu faria uma comidinha bem especial pra ela, com purgante na receita hahahahaha

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