O namorado da minha amiga *46

Um conto erótico de Jhoen Jhol
Categoria: Homossexual
Contém 1767 palavras
Data: 06/04/2013 17:40:37

As palavras de Cláudia, volta e meia me vinham à mente. Guto notou que eu não estava bem, quis me perguntar o que ocorria, mas pelo meu tom triste quando respondi que não era nada ele soube entender que eu não queria tocar no assunto. Ir a uma festa quando se acaba de saber que sobrevivera à tentativa de um aborto doméstico dói, não queiram saber o tanto, mas como não comparecer à casa de Marcello?

Seus pais me esperavam. Eu não podia estragar mais ainda o seu natal, contudo eu me senti horrível o tempo todo. Embora ele insistisse para que fossemos a outro lugar, mas não me sentia de forma alguma no direito de simplesmente não ir à casa dos seus pais.

Terminei por reconhecer que ir à casa da família de Marcello foi o melhor que poderia haver feito, o calor daquela gente e aquela atmosfera barulhenta e afetuosa ajudou a diminuir a dor das feridas do primeiro impacto.

“Não sei o que está acontecendo, mas saiba que estou do seu lado” Disse Gutinho, que a certa altura teve que sair não sem antes dizer que era só dizer o nome e que poderíamos fazer com que parecesse um acidente e que ninguém precisava ficar sabendo.

“Roubamos um carro, arrancamos a placa, nos livramos do corpo e em algumas horas cruzamos a fronteira com o México” Disse ele. Hihihi Pode uma coisa dessas? “Zero em geografia, Gutão” disse a ele sorrindo que me deu um beijo na testa dizendo “a proposta está de pé!” Guto é um moleque mesmo, sorte de Heitor, Guto é um rapaz excepcional. Abraçou Marcello e se foi.

“Claudinho, sofrimento não serve para nada e tenho certeza de que sua irmã exagerou no que disse, eu estou aqui e é isso que importa, eu sou agora a sua família e o quero, desejo viver ao seu lado enquanto houver ar em meus pulmões. Desculpe por haver perdido a cabeça com sua irmã, mas quando eu a vi pronta para machuca-lo eu não pude me segurar” Disse Marcello me abraçando na cozinha de sua casa. Eu me senti protegido

Recebi um telefonema do meu pai pedindo para que voltasse para casa, dizendo que precisávamos conversar e que Cláudia havia perdido a cabeça; disse a ele que não tinha condições e que ainda estava muito confuso, mas que é certo que voltaria para conversarmos, depois. Minha mãe ao telefone chorava, não me recordo da última vez em que a vi chorar ou mesmo se tinha certeza dela poder chorar; procurei acalma-la dizendo que estava bem ao que ela respondeu que meu lugar era em casa.

Respondi que depois conversaríamos, mas agora precisava de um tempo. A noite foi longa, mas Marcello conseguiu inverter meu estado lastimável. Dormi em sua casa. Durante a noite acordei muitas vezes e em todas elas Marcello estava acordado e me sorria sempre dizendo com sua voz doce e seu erre marcado que aprendi a amar, “eu estou aqui, meu Coelhinho, dorrrrrme”.

No dia seguinte...

No dia 26 dormi por toda manhã e acordei quando passava das 14h. Marcello havia se levantado, trouxera comida, me carregou para o chuveiro. Ele me vestiu e disse que durante a manhã, enquanto eu dormia, havia saído e me preparado uma surpresa boa.

“O que você fez?” Perguntei a ele que respondeu que só depois contaria. Pensei em voltar à casa e conversar com meus pais, mas a vontade era pequena e decidir que melhor não. Voltar à casa, era estranho, mas não me sentia mais aquela como minha casa.

Marcello me levou para darmos uma volta e sem que eu percebesse comecei a desabafar com ele minha dor e despejei coisas que nem me lembrava mais. Ele a tudo ouviu calado se limitando tão somente a me abraçar. Foi tão importante sua presença.

“Sabe Marcello, eu sempre senti que havia diferença entre Cláudia e eu, mas não compreender esse ódio sempre foi ruim e saber que meus pais brigam por minha causa dói” disse eu a ele ao que ele respondeu que isso não era verdade e que meus pais gostavam muito de mim, mas perguntei a ele o porquê de me haverem escondido isso; Marcello quedou calado.

Mais à noite retornei para ver meus pais, mas não subi, preferi conversar no play atrás do prédio. Minha mãe chorou quando eu me recusei subir, ela disse que não merecia isso, mas eu a acalmei dizendo que não tinha nada haver com ela e sim com Cláudia que estava lá e com quem não mais queria discutir. Meus pais desceram e conversamos longamente.

Disseram que não queria que as coisas fossem assim deixadas, que eu não precisava sair de casa daquele modo, que Cláudia precisava de auxilio clínico e que estava fora de si, coisa a qual concordei, Meu pai estava mal, mas todos os índices haviam sido medidos e ele não corria risco algum.

Marcello esperou no carro e quando me levantei para ir embora minha mãe me disse que minha mãe biológica insistia para me conhecer. Meu pai protestou dizendo que não era o momento, mas minha mãe o interrompeu dizendo que fôra um erro não haver permitido esse contato antes e que era um erro maior impedí-la agora.

“Não julgue sua mãe, Cláudio, ela era jovem e...” Interrompi minha mãe dizendo que ela era minha mãe e que sempre a amaria, disse que não estava pronto ainda para conhecer quem fosse e que tudo esta vindo muito rápido e que não saberia como reagir. Sempre imaginei que meus pais biológicos estivessem mortos.

Disse também que não a julgava, mas que precisava de um tempo para somar tudo e então compreender de forma única. “Pondere a respeito” Ela me disse me abraçando e dando um beijo em meu rosto. Esperei por aquele abraço uma vida inteira e naquele momento a rocha se mostrou humana como jamais a vira antes. Minha mãe havia se transformado.

À noite Marcello insistiu em sair, disse que estava preocupado comigo, mas relutei dizendo que precisava pensar em minha vida. E como seriam as coisas agora, ele se calou, mas me convenceu a sair. “Quero que você veja o que fiz” ele disse ao que perguntei onde era, ele simplesmente disse que era uma surpresa boa.

É inegável a força que esse moço tem feito para que eu me sinta melhor, agradeci com um sorriso, pensei que não era justo para ele também sofrer junto comigo e não me custava tentar melhorar um pouco. Fomos ao Brasília Shopping e encontramo-nos Guto, ele estava muito contente, desconfiei da razão, e tive certeza; notei que Guto está apaixonado, mas não quis comentar.

Dali saímos, no estacionamento Marcello colocou uma venda em meus olhos, disse que era uma surpresa boa ao que respondi que sempre gostara de suas brincadeiras. Rodamos um pouco e quando se tem os olhos cerrados perde-se rapidamente a noção de direção, lembro de haver cochilado, hihihi.

As palavras de Cláudia ainda me doíam, havia esquecido, mas às vezes elas vinham dançar em minha mente; acho que nem preciso dizer o quão foi constrangedor para mim essa situação toda e a forma como Marcello soube. Ele se mostrou extremamente aborrecido com minha irmã; chegou a dizer que seria um presente para todos se ela simplesmente sumisse, mas se desculpou por isso depois.

“Chegamos! Agora você não terá que se aborrecer mais com sua irmã” Disse ela sorrindo. Onde estávamos? Não tinha certeza. Subimos por escadas, contei 43 passos e quando ele tirou a venda estávamos dentro de um apartamento; notei pelo cheiro da tinta que havia sido pintado havia pouco. Um sofá vermelho ainda tinha plástico, pouca mobília, simples, clean, bem ao gosto de Marcello.

“Gostou?” Ele perguntou e respondi que sim, “Venha dar uma olhada na cozinha” ele chamou. “É nosso, meu e seu, tudo bem que não é onde nós pensávamos em princípio, mas a chácara do pai não é longe daqui e o antigo dono fez negócio sem reservas e o preço foi ótimo, eu ia contar na noite de natal, mas não houve tempo para isso, fechei negócio faz uns dias. Já medi a distância e são exatos 20 minutos de carro ate o meu trabalho e mais ou menos 25 até o seu” Marcello falava me fazendo sentir uma felicidade imensa, mais por vê-lo tão contente que pelo fato em si.

“Agora podemos ficar juntos de verdade, sem aborrecimentos de Cláudia; não há razão para que o contrário ocorra” Disse ele. Eu me senti diferente, como se houvesse caminhado muito e quando não mais as pernas respondiam havia chegado ao fim. “Não é do tamanho que eu queria, mas nos acomodará bem. A cama é ótima, venha ver” Disse Marcello me arrastando para ver o quarto, a parte da casa que mais lhe agrada a atenção. Somos muito bons de cama, dormimos horrores hihihi.

“Conversei com meus pais que entenderam que preciso de um espaço para nós e eles me deram força, daí faz uns dias optei por averiguar esse apartamento que já havíamos visto e sei que você gostou dele. É só para começarmos, mas se não servir podemos ver outro, o fato em questão é se você quer mesmo sair da casa dos seus e viver comigo.” Disse Marcello ao que respondi que como prometera, até o final do ano estaríamos juntos.

Não havia o que responder, passaríamos aquela noite mesmo alí, assim, já. Ele sorriu e disse ser o homem mais feliz do mundo. Voltamos à casa dele e buscamos algumas coisas, passamos quase quatro horas trazendo coisas e mais coisas. Voltaríamos depois à casa dos meus pais para buscar o que não levei da primeira vez.

“Quando Marcello e eu já estávamos instalados pensamos em pedir alguma coisa para comer, observei que Marcello havia comprado um aparelho para fondue que ainda estava na caixa, disse que poderíamos inaugurá-lo “Você sabe mesmo fazer?” Ele perguntou rindo (olha que desaforado hihihi) ao que respondi que era um dos poucos pratos que sabia, bom, pela relativa simplicidade não há como errar.

Macello desceu para comprar água mineral e fiquei em casa separando e picando o queijo. Depois de um tempo ouço o interfone tocar. “Amor, abre pra mim esqueci minhas chaves” Era Marcello abri e continuei a picar o queijo quando de repente a ficha caiu, comecei a chorar, percebi o ambiente à minha volta, estava em minha casa, cozendo para a pessoa que mais amo no mundo e embora Cláudia houvesse me ferido dizendo que eu era o fruto maldito de uma união ilícita eu estava ali, respirando, vivo.

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Comentários

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Até parece que os filhos são responsáveis pela atitude dos pais!!! Culpar uma pessoa por ser fruto de uma união ilícita é mostrar que não sabe raciocinar!Agir assim no século XX (quando o conto foi escrito) é um retrocesso de vários anos.Espero que , de agora em diante, a felicidade se mostre plena par os dois. Um abraço carinhoso par Coelhinho e Cachorrão (se leem o conto) e para os que nos colocaram em contato com ele (RenanSonhador e Jhoen Jhol)

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coelhinho lindo....que bom que o marcello cuida de voce......mas e o Guto...apaixonado ?

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Muito bacana,isso sim é amor de verdade,amo vcs 3,claudio,marcelo,gusto,vcs me alegra dimais n10

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Muito bacana,isso sim é amor de verdade,amo vcs 3,claudio,marcelo,gusto,vcs me alegra dimais n10

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Que bom que o cachorrão consegui um apartamento agora eles tem um lar, adoreii.

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sem palavras nem comentários para esse capítulo em especial. =')

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