Hotel California - Dia 4

Um conto erótico de Camaleão
Categoria: Homossexual
Contém 1250 palavras
Data: 07/04/2013 11:17:42
Assuntos: Homossexual, Gay

======================= 4 DIA

Meus sonhos foram conturbados. Eu não lembro o que sonhei, mas lembro que tinha Cadu envolvido. De qualquer modo, levantei da cama. Lucas estava deitado sozinho, roncando. Caio estava deitado com uma loiraça que até daria os parabens posteriormente.

Coloquei um bermudão de praia, fiquei sem camisa mesmo, estava quente, e sai para ver o dia.

Estava lindo! Um céu azul, da cor dos olhos dele. O sol estava brilhando forte. Estava estranhamente vazio. Todos deveriam estar dormindo devido a festa do dia anterior. Era somente nove horas. Sem rumo, comecei a vagar, até sentar em um banco.

Comecei a pensar em tudo o que eu havia feito. Ficar com alguém do mesmo sexo parecia muito distante até algumas semanas atrás. Se "apaixonar" por essa pessoa mais ainda. Desmaiar um cara por causa dele. E depois, ser jogado fora, como um brinquedo que não queremos mais. Fiquei uma hora imerso em pensamentos. Até que eu vi Marcus, o cara que eu havia nocauteado, passando um pouco mais adiante. Precisava pedir desculpas, urgente. Levantei e fui em sua direção.

- Marcus, espera! - Ele me olhou e pareceu um pouco assustado.

- Late...

- Cara, eu só queria pedir desculpas por ontem... - Tentei fazer o meu tom de voz mais arrependido possivel. Ele parou, me avaliou, olhou pra baixo por um segundo, quando levantou a cabeça, me deu um murro na cara.

Eu sinceramente não esperava por isso. Doeu um pouco, senti meu nariz sangrando.

- Agora eu te perdoo. - Ele me olhou com um olhar de paz.

- Sei lá, quer jogar ping-pong? ou Xadrez? - Perguntei tentando parecer seu amigo.

- Ihh cara, nem rola! Você já pegou um amigo meu, dois vai ficar ruim de mais... - Ele falou sério.

- Sem problemas... - Eu não queria pegar ele. Eu só queria tentar me divertir. Retornei ao meu banco.

Só então caiu a ficha: Cadu não iria me procurar. Na hora eu fiquei indeferente, mas cada vez mais esse pensamento me invadia. Senti um enorme vazio dentro de mim. Era como se alguém tivesse arrancado todos os meus órgãos e injetado ar. Comecei a chorar silenciosamente. Fiquei alguns minutos nesse estado. Até que eu lembrei: as roupas dele estavam no meu quarto.

Fui até lá, peguei sua mala e tudo o que havia dele e levei até o achados e perdidos do hotel. Foi muito mais dificil fazer isso do que parece. A cada passo, eu sentia seu cheiro emanando de suas roupas. Minha vontade era ficar com tudo, não devolver nada! Mas eu não o fiz. Entreguei. Na hora que eu entreguei, tive que sair correndo. Lagrimas brotaram involuntariamente dos meus olhos. Era como se eu matasse os ultimos pedaços de Cadu de mim. Era como se eu me matasse.

Voltei até meu chalé. Deitei e comecei a chorar igual a uma criança. Seu cheiro ainda estava na roupa de cama, mas logo eu pediria para o "serviço de chalé" trocar. Se era pra matar, é bom matar tudo.

Esperei Lucas e Caio acordarem, já era hora do almoço. Enquanto almoçavamos, a camareira arrumaria o nosso quarto. Fomos até o restaurante. Comemos lagosta, estava delicioso. Até que eu vi, de longe, Cadu, com a mesma vadia de antes. Eu só o havia visto tão feliz quando nós fizemos sexo pela primeira vez. Tentei permanecer forte. Mas era dificil.

Terminamos de almoçar e voltamos ao chalé para tirar uma soneca pós almoço. Chegamos, tudo estava diferente. Tudo limpo, arrumado. Corri até minha cama. O cheiro era outro. pensei comigo "pronto. Agora nada me lembra ele". Quem derá fosse assim. Se amores se esquecessem com o trocar de lençois, ele já estaria extinto. Eu queria esquecer, mas sempre havia alguma coisa que me lembrava ele: justamente minhas lembraças.

Deitei, comecei a chorar, e com o tempo peguei no sono.

Acordei devia ser quase duas e meia da tarde com batidas fortes na porta. Fui atender. De longe senti aquele cheiro, era ele! Mas não deixei me iludir, com certeza só queria suas malas. Abri a porta de fato era ele.

- Minhas malas. - Ele falou rápido, seco e aspero.

- No achados e perdidos. - Fiz questão de falar e bater a porta na cara dele. Ele não voltou a bater.

Lucas acordou e Caio também. Os convidei a ir para a sala de jogos. Fomos. Lá jogamos de tudo. Sozinho ganhei dos dois na sinuca. Ganhei dos dois no xadrez, ping pong e etc...

Na hora de sair, trobamos com alguém, com a vadia do do Cadu. Ela me olhou com um olhar de desprezo, fiquei imaginando se era por causa da trombada ou por causa do Cadu. Realmente não sei.

Voltamos ao chalé pois deveriamos descançar para a festa da noite: A Boiada! Era tema Cowboy. Menu principal: churrasco! Seria ótima, se eu não estivesse destruido por dentro. Seria uma bosta a festa, sabendo que o cara perfeito estava com outra por ai, falando mal de mim. Seria boa, se ele estivesse ao meu lado. Se ele fosse o meu cowboy. Mas não era. Não estava ao meu lado. Então, a festa seria ruim. Mas eu iria, vai que, por um milagre ou por obra do destino ele mudasse de idéia. "E se ele mudasse de idéia? Eu me rebaixaria a tal para ficar denovo com ele?" esse tipo de pensamento era comum em minha cabeça.

No nosso chalé, eu, Lucas e Caio estavamos discutindo sobre quem havia pegado a mais gata. Até que eu mandei:

- Lucas, se você tivesse visto a loiraça que o Caio tava, você não ia discutir quem havia pegado a mais gata e sim como o Caio havia pegado UMA gata. - Eu e o Lucas rimos, Caio continuou sério.

- Babacas... - Ele ficou irritadinho - Não intendo isso! O Camaleão é gay e consegue pegar qualquer gata desse hotel com 30 minutos de conversa! Eu tive que conversar com a Amanda por três dias pra comer ela! - Ele falou com uma voz intrigada.

- Ahhh Beeee! É muito mais facil quando joga no mesmo time nééée! - Falei com a voz mais gay possivel. - Mas agora sério! Eu não sou gay. Me considero bissuxual. Se não eu não pegaria gatas, só gatos. - Falei com naturalidade.

- Então cara, por que que você ficou com aquele cara? Achei que tu era macho! - Lucas parecia intrigado.

- Ahh... Você sabe o que eu sempre pensei sobre isso... Se alguém faz, é porque deve ser bom! Então eu o conheci, rolou uma quimica, ficamos. Mas já acabo... - Pelo que eu percebi, lucas estava recebendo bem melhor do que eu esperava.

- E é bom? - Ele perguntou.

- Achei que fosse melhor... Mas se você quiser, posso te mostrar. - Na hora eu comecei a subir minha mão pela sua perna até parar perto da sua virilha. Ele deu um tapa da minha mão e levou na brincadeira.

Embora Lucas fosse meu melhor amigo, eu nunca havia visto ele pelado, só de sunga ou cueca. Fiquei um pouco curioso. Caio já havia visto. Não era lás grandes coisas...

Continuando: Descançamos, trocamos de roupa, e fomos. Todos estavam caracterizados igual. Todas as mulheres de bota de couro, minissaia jeans e camiseta curtinha amarrada e os homens de calça, cinto com fivela, botinas e alguns só com colete de couro, sem camisa, mostrando as barrigas saradas.

Bebemos, mas tudo parecia sem sentido. Cadu não estava lá, a cada segundo eu o procurava, mas não encontrava. Fiquei somente até metade da festa, em seguida, mesmo sozinho, fui embora para chorar a falta de Cadu até dormir.

=============================== FIM DO 4 DIA

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