Contos de Escola - Cap 2

Um conto erótico de leoaraújo
Categoria: Homossexual
Contém 1492 palavras
Data: 15/04/2013 16:28:54
Assuntos: Gay, Homossexual

Saudações! Queria agradecer a todos os comentários de apoio e incentivo! Fico contente que tenham gostado!

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“Fantasmas existem por um motivo: para que você não cometa o mesmo erro duas vezes” - Dr. House

Um fato curioso sobre mim. Eu sempre decoro letras de músicas, filmes, seriados e livros. Essas frases são úteis em algumas ocasiões. Por conta desse hábito, sempre tenho alguma frase pra descrever o que eu penso e o que eu sinto.

Bom meu caro leitor, logo após esse cruzar de olhares, não consegui pensar em mais nada. Toda minha concentração sumiu. Aquele tom de verde não saia dos meus pensamentos. Mas consegui prestar atenção nas aulas.

Na hora do almoço retornei para minha casa. Eu teria aula a tarde duas vezes por semana, mas por ser primeira semana não teria aula, então ficaria em casa.

Durante a tarde tentei descobrir algo a mais dos donos daqueles olhos verdes. A única coisa de útil que eu descobri foi o nome dele: Eduardo Santiago. Só com isso eu já havia ganho o dia.

Como não tinha nada para fazer, deitei em minha cama. Como todo bom jogador de RPG, minha imaginação ia longe. Coloquei um Jack Jonhson, e ali deitado, comecei a imaginar eu a Eduardo Santiago amigos. Do que ele gostava, o que ele fazia, onde ele morava e etc...

Mas também, como todo bom jogador de RPG, eu sei que uma hora a imaginação tem que ser separada do mundo real. O resto do meu dia foi normal. Li um pouco, escutei música, dormi, joguei vídeo-game e só. Por fim, jantei e fui dormir, pensando se no outro dia eu veria aqueles olhos verdes novamente.

Mas como disse House, fantasmas só existem para que nós não cometamos os mesmos erros, logo não me deixei iludir. Era somente um par de olhos verdes, não um amigo.

No outro dia não foi diferente. Acordei, troquei de roupa, aprontei e fui pra escola. Lá também não foi diferente. A aula estava um tédio, o mais legal era desenhar coisas aleatórias no meu caderno. A aula foi se seguindo até que o sinal do intervalo bateu. Fui um dos primeiros a sair da sala.

Assim que eu sai já olhei para o lugar onde Eduardo Santiago estava. Mas ele não estava lá. Fiquei triste. Mas resolvi andar pela escola, vai que ele estava em algum lugar. É claro que estava. Ele estava na cantina, com mais duas garotas sentados em uma mesa.

Ele estava tão sorridente com as duas garotas que resolvi nem interromper. Aliás, se eu interrompesse nem saberia o que falar. Acho que “Oi! Quer ser meu amigo?” ficou perdido no jardim de infância.

Comprei algo na cantina e retornei para minha sala de aula esperar o professor para a aula.

Durante duas semanas minha vida se resumiu nisso. Eu ia pra escola e na hora do intervalo eu não sossegava até encontrar aquele par de olhos verdes pelos corredores. Quando encontrava, voltava para minha sala para continuar assistindo aula. Eu sei, era uma futilidade. Mas cada vez que eu via aqueles olhos verdes, enigmáticos, eu me sentia menos triste e, estranhamente, menos só.

Como eu disse, durante duas semanas eu fiz isso. Mas teve uma quarta-feira que eu não saí da sala na hora do intervalo para procurar aqueles olhos verdes.

Assim que aula acabou, eu fui tirar algumas dúvidas com o professor. Depois de sanadas minhas dúvidas, voltei e fiquei sentado em minha carteira arrumando meu material. Fiquei conferindo um exercício do dever de matemática que eu tinha certeza que havia feito errado, até que uma voz me chamou.

- Desculpe o incomodo, mas você é Leonardo Araújo? – Era uma voz doce, educada. Mas como eu estava altamente concentrado, nem vi quem era. De cabeça baixa mesmo respondi.

- Sim. Só um minuto!

- Ah desculpe. Volto depois, quando você não estiver tão ocupado. – A mesma voz doce disse em um tom de decepção. Quando eu escutei a pessoa se afastando, levantei pra ver quem era.

A única coisa que deu pra eu ver foi aquele par de olhos verdes me fitando antes de saírem de sala. Me senti um burro retardado mental. Na hora levantei correndo para falar com ele, mas na hora que eu sai no corredor ele estava entrando na sala, junto com o professor.

Voltei pra sala entristecido, um pouco mais do que eu geralmente me sentia. Mas como isso era normal em mim, ninguém perguntou o que havia ocorrido.

De novo, não consegui me concentrar na aula. O arrependimento de não querer conversar com as pessoas estava me corroendo. Isso sempre me atormentava, mas hoje passou dos limites. Durante todo o dia fiquei pensando no que ele queria falar comigo. Bom, teria que esperar o dia seguinte.

O outro dia chegou, fiz meu ritual matinal (acordar, tomar banho, trocar de roupa, tomar café e ir pra escola) um pouco mais cedo. Eu teria que falar com Eduardo Santiago antes da aula ou então a curiosidade me mataria.

Cheguei na escola meia hora antes da aula só para falar com ele. Fiquei sentado em um banco em frente a sua sala, só esperando ele chegar. Assim que ele chegou, levantei e fui falar com ele.

- Ei cara! Espera! – Ele parou e me olhou com aquele olhar enigmático esperando eu falar algo. – Foi você que queria falar comigo ontem na hora do intervalo? – Perguntei, tentando disfarçar meu interesse em falar com ele.

- Foi sim. Você é Leonardo Araújo?

- Sim, sou eu mesmo. Por que?

- É que eu ouvi falar da sua inteligência, e estou com uma dúvida em física e o professor não conseguiu me explicar direito. Você pode me ajudar? – Sua voz doce já era motivo suficiente para ajudá-lo. Mas não me deixei iludir, eu já tinha um amigo que só era meu amigo porque eu o ajudava.

- Uai cara, se eu conseguir, ajudo sim. Na hora do intervalo você me procura em minha sala?

- Procuro sim. Aliás, prazer, Eduardo Santiago. Mas me chame só de Edu. – Ele estendeu a mão. Apertei.

- Prazer, acho que você já sabe mas... Leonardo Araújo, mas me chame de Araújo. Todos me chamam assim. – Nos despedimos e cada um seguiu seu rumo.

Por sorte eu teria aula de física nesse dia e tava com todo meu material na mochila. Estudei toda a matéria que estávamos vendo e um pouco mais nas aulas que se passaram antes do intervalo. Eu teria que conseguir fazer esse exercício.

A hora do intervalo chegou e logo Edu entrou na sala trazendo uma folha. A maioria dos meus colegas haviam saído de sala. Ele puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado.

- Como foi a aula? – Ele perguntou

- Chata, igual todas as outras. – Respondi.

- Aqui, esse exercício, eu tentei 3h fazer ele e não consegui. – Na hora que eu li sabia que eu tava fudido. Era uma questão do ITA, logo, era semi-impossivel. Mas, por sorte, a questão era pouco complexa. Em 5 minutos eu resolvi ela.

- Pronto. Dá a letra B. Qual você achou?

- Não achei! – Ele deu uma risada gostosa – Como você fez? – Expliquei o que eu fiz, ele compreendeu o que eu disse. Bom, muito bom.

Ele agradeceu e se despediu, na hora que ele levantou e passou por mim, foi que eu reparei em seu perfume. Ele usava o meu perfume favorito (embora eu mesmo não o usasse). Quando ele estava quase na porta ele virou pra mim e disse:

- Leonardo, esse sábado eu vou dar churrasco em minha casa, se você quiser ir... Te passo o endereço ao fim da aula.

- Araújo, por favor. Eu vou sim. Precisa levar algo? – Concordei com uma voz animada.

- Ah.. Não. – Ele respondeu e saiu por fim.

Minha semana estava ganha. Ou melhor, resto de semana. Isso ocorreu na quinta-feira. Na sexta ele passou seu endereço. Ele morava no meu bairro. Umas duas ou três ruas pra baixo da minha. Fiquei pensando “Como eu nunca vi esse olhos antes?”.

Sexta a tarde ocorreu algo de muito interessante. Eu estava em casa, deitado em minha cama, pensando no churrasco quando toca meu telefone.

- Alô? Quem fala?

- Oo cara! Aqui é o Biel, beleza?

- To bem cara! E ai?

- Bem! Aqui, esse sábado você vai vim aqui pra casa.

- Não. Tenho um compromisso.

- Que compromisso? Você não sai! –Sua voz era como se ele tivesse levado um susto.

- Bom, tudo muda meu caro. Tenho um churrasco de um vizinho.

- Quem? – Era intensa sua voz.

- Um vizinho. Fico com ciúmes? – Perguntei em tom brincalhão.

- Sai fora! Mas beleza. Aqui, vou ter que desligar!

- Ok! Só por curiosidade, qual matéria? – Perguntei irônico.

- Matematica. – Ele respondeu rindo.

- Até mais!

Alguma coisa na voz do Biel ficou diferente depois que eu disse que não ia. Era raro eu rejeitar uma visita a casa dele. Mas rejeitei.

Havia encontrado compromisso melhor.

“Fantasmas existem por um motivo: para que você não cometa o mesmo erro duas vezes”. Fantasmas não existem. Não nesse caso.

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Comentários

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Gostei do lance de dar uma frase de um livro, ou música ou ... ligando, ou melhor, explicando/descrevendo a história abordada no conto. Interessante.

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gostei do seu uai, eu sou mineiro e me senti em casa kkkkkkk

ta muito bom o conto, 10

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Sua escrita está realmente muito boa, e a história também está bem legal. Estou gostando bastante.

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perfeito...maravilhoso....eu sou apaixonado por um colega de escola ha 6 anos.....rsrs

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Perfeito! Estou mergulhada em seu conto(mesmo que esteja só no 2 capitulo kkkk) me identifiquei mesmo com vc ^^, e com certeza irei acompanhar seu conto... Aguardando o próximo. BJS :3

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Surpreendente, não leio nada tao bom à décadas, uma narrativa excelente, e pelo jeito promete algo, me identifiquei um pouco com vc. E vou acompanhar o conto

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Motivo perfeito pra ficar um pouco longe desse Gabriel, adorando o conto pf, continua logo!!!

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