Acordei no outro dia e fui para a escola cheguei mais cedo e esperei ele chegar.
Nessa escola o portão abria as 6:00 não sei porque, mas 6:20 eu ja estava la, deu 6:30 e ele não tinha chegado, resolvi ir no mesmo lugar que ontem.
Chegando la, ele estava parado lendo seu livro. Com a mesma roupa, mas para mim era como se tivesse vendo ele pela primeira vez, eu não sei ele estava mexendo comigo.
Eu cheguei perto e ele me viu e foi levantando e colocando seu livro na mochila e passando por mim.
— Ei, eu só vim para começarmos a fazer o trabalho - disse olhando para ele.
— Apenas o trabalho? - ele se virou e me olhou com aquela cara de mal.
— Eu, não quero chegar sendo um idiota na escola, e ter a menor nota na minha vida na matéria que eu sou melhor, por um cara que não esta nem ai pela vida. - disse sem pensar.
Eu sei que nao devia ter falado aquilo mas eu ja tinha falado e nao tinha como voltar pra trás, ele parece que ficou puto com o que eu tinha falado. Ele veio e ficou na minha frente.
— Olha aqui, eu nao vou fazer o trabalho em dupla, eu sempre fiz sozinho, eu sempre fiz e sempre vou fazer. E eu ligo para a minha vida, e melhor voce pensar no que voce vai falar, antes de voce perca esses dentes. - ele disse e se virou.
— Voce que sabe.
Eu era um idiota. Mesmo assim eu tinha que continuar a viver. Fiquei por ali mesmo, e quando tocou o sinal, eu me levantei e fui para a sala.
Sentei e nao queria conversar com ninguém.
As aulas foram normais, mas eu não conseguia prestar atenção, a única coisa que ficava na minha cabeça era o Guilherme, eu nao iria ficar pensando nele, ele me odiava.
Hora de ir para casa, fiquei esperando meu pai me buscar. Mas todos tinha ja saído e eu fiquei sozinho, e recebo uma sms do meu pai.
" Filho não vou poder busca-lo desculpa"
Me levantei e fui andando.
Coloquei meus fones de ouvido. E coloquei a musica Mean na versao do Boyce avenue.
E fui andando. Não sabia como ir liguei meu gps do celular e fui chegando umas duas quadras da escola vejo um monte de alunos. Achei esquisito mas fui ver o que acontecia.
Estava tendo uma briga e quando vi quem estava nela meu coração disparou e quando eu vi quem estava apanhando meu coração parou.
Tinha 4 garotos incluindo o Lucas batendo no Guilherme. Ele estava sangrando. E ninguém fazia nada. Eu acho que fiz uma coisa que nao devia.
— Parem com isso. - entrei gritando.
— olhem quem chegou. - disse o Lucas.
— E ai chefe deixamos como voce queria ou devemos machucar mais um pouco. - disse um garoto da turma do Lucas.
— O que? Larguem ele, voces sao em 4 Contra um e se acham o máximo? - eu disse olhando para o Lucas.
Não prestei muita atenção no que o outro garoto disse.
— Ou você vai fazer o que?
—Não vou fazer, estou fazendo. - peguei meu celular e liguei para meu pai.
— Para que voce esta ligando? - perguntou o Lucas.
— Para a polícia - eu disse.
Eu sempre mentia, não muito mas algumas coisas, mas mentir tao bem como eu fiz ali ate eu acreditei em mim mesmo.
— Ok melhor você desligar. - disse um garoto.
— Alô queria falar sobre uma briga contra um amigo meu, na verdade é um assalto, isso. - eu disse para meu pai.
— VAmos embora- disse algumas pessoas.
E menos de 1 minuto todos tinham ido embora, deixando eu e o Guilherme ali.
— Jonas, o que esta acontecendo, responde agora, caralho.- gritou meu pai no telefone preocupado.
Eu nunca tinha ouvido meu pai xingar mas ele parecia muito preocupado. Imagina você ligar para seu pai e ele ouvir isso?
— Não é nada depois eu explico tchaw, não se preocupa.- disse desligando o celular.
Eu vi que o rosto dele estava vermelho, a camisa dele branca estava suja de sangue. Eu cheguei perto dele e fui ajudar ele levantar.
Ele me empurrou.
— NÃO ENCOSTA EM MIM - gritou Guilherme.
— Desculpa esta doendo? - pensei que ele pediu para nao encostar por esta doendo.
Puro engano.
— O que você quer? Mas mandar amiguinhos resolver seu problema, e depois bancar de herói? Melhor você vazar daqui antes que arrebente sua cara- disse ele se levantando.
— O que, você acha que eu mandei eles? Olha aqui garoto, eles poderiam ter me batido também, mas eu não liguei e fui o ÚNICO a te ajudar e é assim que voce me agradece?
— Em qual parte você não entendeu do " Não preciso da sua ajuda" - ele disse tirando sua camisa e limpando seu rosto.
Aquilo era jogar sujo, ver aquele garoto de roupa ja me matava, imagina ver ele sem camisa?
— A parte de que Todos, precisam de ajuda. - disse tentando nao parecer nervoso.
— Eu não sou todos se você não sabe.
Ele disse isso e saiu e foi embora.
Eu gritei " Por nada ".
E fui para casa pensando no ocorrido.
Jonas você é um idiota mesmo, você parece uma mulher de malandro apanha mas não aprende.
Essa era a última vez que eu ia me importar com ele.
Muito obrigado pelos comentários.