18+ 3- Procurando Respostas.
Acordei na manha de domingo, minha cabeça transbordava questões sobre oque aconteceu na noite passada, mais não era hora de perguntas, mas sim procurar algumas respostas. Fiquei deitado quase o dia inteiro, sabia que minha mãe só sairia do hospital na segunda então estava sozinho, eu e meus pensamentos. Quase umas sete horas da noite já, resolvi que era hora de se levantar e arrumar as coisas para manha, como seria de costume amanha as sete da manha seria a abertura para a nova turma da faculdade e eu estaria lá, assim como o Allan. Passei umas horas na net, segui para tevê, folheei uns livros, ate que meu celular tocou era minha mãe dizendo para não me atrasar amanha e que torcia por mim, e que amanha seria um novo começo para nos dois. Claro que não mencionei nada sobre a noite passada ela iria surtar talvez fosse ate o motivo de irmos embora, não queria mudar, não aguentava outra mudança.
Na manhã seguinte acordei era umas seis da manha me arrumei e sai de casa exatamente as seis e vinte, a faculdade não era muito longe, aquele lugar de sonhos não ficava longe. Ao chegar ao portão varias pessoas já estavam lá, umas rindo outras conversando, fui diretamente ao refeitório beber alguma coisa quente, porque aquele lugar estava frio como a ponta de um iceberg. Cheguei ao refeitório parecia uma festa estava cheio, comprei um chá quente, adorava chá de manha. Sentei em uma mesa no canto do refeitório, onde da extensa vidraça dava para ver o campo de futebol, mais essa visão todo foi quebrada pela sensação de ser observado, sabe quando alguém não para de te olhar que ate te incomoda, me virei discretamente e no final do corredor feito de mesas, estava lá Allan, olhando para mim, o vi acenar com um sorriso breve, voltei rapidamente meu rosto para a mesa peguei minhas coisas e sai do refeitório. Já eram quase oito horas e a cerimonia já foi anunciada, fui direto para quadra de esportes, onde havia uma fila de arquibancadas, sentei na mais alta, onde dava para ver quase tudo, o palco aonde os professores iam se apresentar, as pessoas em minha volta e Rafael. Parei o olhar sobre ele, seu cabelo loiro que parecia um dourado feito pelo sol, e seus olhos verdes como a relva de uma floresta fechada. Ele levantou a cabeça e me olhou com um olhar que nem eu consigo explicar, aquele olha atravessa minha mente, atravessava meu peito. E sem mais nem menos acenou com a cabeça, e sem tempo de retribuir o aceno ele voltou-se para o palco onde se dava a entrada os professores da faculdade. Foram duas intermináveis horas de discurso sobre força de vontade, aprendizado e mais os blá blá blá que vocês já conhecem. Estava tudo correndo bem, ate que uma mão sobre meu ombro me fez ver a ultima pessoa que queria ver aquele dia Allan, com um sorriso no rosto me disse.
-Podemos conversar? – Eu não conseguia responder, - Então fui tão mal assim ontem? Disse ele num tom meio que desconcertado.
A vergonha estampou minha cara, ele deu uma risada que as pessoas que estavam ao meu lado olharam com uma cara de espanto, então seguiu dizendo. –Vamos sei de um lugar mais reservado.
Ao me levantar da escada dei uma ultima volta de olhos no ginásio, e vi que Rafael me olhava.
Chegamos a uma sala vazia no segundo andar daquele imenso prédio, ele se sentou na mesa do professor enquanto eu fiquei parado na porta.
-Então disse ele em um tom de conversa casual, você esta me evitando?- Eu não disse nada apenas o encarava.
-Esta mais calmo, porque você estava aos pedaços quando te levei ate sua casa no sábado.- Estou bem respondi, a proposito isso é seu , abri minha mochila e tirei o casaco que me dera, que me aqueceu , que me deixou seu cheiro. –Obrigado, disse eu.
-De nada, quando precisar só falar, respondeu ele num tom confortante. –
-Tenho que ir, Allan, eu tenho que ir ver minha mãe. Não tinha que ver nada estava apenas evitando ele. Dei as costas e estava quase saindo quando ele me puxou pelo braço.
-Tem certeza que esta tudo bem? Perguntou ele num tom apreensivo. –Sim está, respondi , tenho que ir.
-Ele continuou me segurando, e com uma resposta pronta disse. –Se esta tudo bem, porque não me olha nos olhos? .
Pairei no ar por um segundo e respondi- Porque não quero, puxei meu braço e sai pelo corredor o mais rápido que podia andar, passei tão depressa que esbarrei em alguém e sem olhar quem era pedi desculpas. A pessoa puxou pelo braço e com um tom feroz olhou para mim e num só tom ouvi.
–Cuidado por onde anda, ao levantar minha cabeça vi a única pessoa que me olhava de um jeito de deixar eu sem folego Rafael. Olhei em seus olhos verdes e sem mais desci as escadas.
Meu Deus como já estava farto disso, do Allan, da faculdade, até do Rafael, e por pensar de um lado sem motivo algum, a faculdade estava quase vazia e sei que na terça já começavam as aulas. Cheguei em casa e fui direto pro quarto deitei-me em minha cama , e toda vez que fechava os olhos a imagem do Allan, a imagem daquele beijo vinha a minha cabeça como um flash de vidas passadas . Meus pensamentos foram cortados pela minha mãe entrando porta adentro me perguntado como tudo foi, respondi que estava tudo ótimo, ela se levantou da cama em que eu estava deitado e foi direto para a cozinha faze algo para nos dois comer. De repente ouvi a campainha tocando e minha mãe falando com alguém, imaginaria que fosse alguém do hospital, ate esse alguém entrar no meu quarto, era a ultima pessoa que precisava ver o Allan. Ele se pôs de pé no rumo da porta e com vagareza fechou a porta por suas costas dizendo que só sairia dali depois de ter algumas respostas.
-Então disse ele, Eu beijo tão mal assim? Juro se eu pudesse pular a janela ia ser agora.
-Vai me responde? O gato comeu sua língua? Lucas? Eu me sentei na cama e com uma franqueza disse- Não, é esse o problema, Então qual é? Retrucou ele.
-Nada Allan nada, ele sentou ao meu lado, passou a mão o meu rosto, e em um tom leve disse - Esta confuso né? -Sim respondi. – Não fique disse ele, se vim aqui na sua casa é porque vim por você, só foi um beijo cara, não fique nesse drama todo.
Não sabia oque dizer, não sabia oque pensar. –Sabe nem as garotas ficam assim, continuou ele, num tom sarcástico. –Fixei meus olhos no rosto dele e disse - Não tem graça, ele passou a mão pela minha cabeça e falo amanha te vejo na aula, e foi em direção à janela, -Não vai usar a porta, ele olhou para mim com aquele olhar que só ele sabia dar, e com uma cara de riso falo- Porta é para os fracos. –Comecei a rir, ele ficou olhando e perguntei oque foi? Ele respondeu, - Você fica tão bonito quando ri, voltou e me beijou novamente. E sumiu como fumaça janela a fora. Minha se adentrou ao quarto e perguntou cadê seu amigo, respondi com um sorriso nos lábios, - SAIU PELA JANELA-.