Então, se você chegou até aqui, é porque realmente gosta de mim, e quer saber o final. Foi bem interessante postar aqui na cdc, ver que vocês se interessavam em saber no que ia acontecer e tudo mais. Eu estou relendo, isso mesmo, eu estou relendo para poder finalizar o conto/história/estória, e eu não sabia se eu ria ou chorava com meus erros, ou quando eu trocava/troco os nomes dos personagens, ou até mesmo quando eu lia uma frase nonsense e ficava: whattafuck? – como diz uma amiga minha. Mas se tem uma coisa que eu aprendi aqui, foi que você deve primeiro escrever toda a sua história/estória/conto, para somente depois postá-la, sem deixar seus leitores malucos, digo isso porque sinto isso na pele (diretas para o Luke). E para a felicidade e tristeza de alguns, essa é oficialmente a penúltima parte, e alguns de vocês vão me caçar depois da última parte (eu ainda não escrevi, mas já esta tudo na minha cabeça). Beijinhos, amo vocês TODOS. Ah, e antes que eu me esqueça, Vivi, seu presentinho está lá embaixo.
Parte 19 – Final Party I
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Fiquei olhando para a letra dele. Todo o seu esforço. Cada letra desenhada e sem nenhum borrão ou erro. Eu era um incompetente. Peguei minha caneta preta, e escrevi com o maior cuidado:
“Henrique Cardoso.” Apenas.
Ele tinha conseguido me deixar para baixo.
Minha mãe já tinha chegado, e não desconfiou de nada. Graças a Deus nem o colégio tinha ligado por minha falta. Como eu sou querido!
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Henrique me olhava às vezes durante a aula, enquanto eu, e quase o tempo inteiro fazia isso. O olhar dele era diferente. Era... desafiador?
Eu achei muito engraçado – só depois – o escândalo que ele fez no dia de entregar o trabalho de literatura.
¬— Henrique e Hugo – disse Marina, serena como sempre quando o assunto era sério. Nesse caso, a entrega da pesquisa.
Eu levantei com a pesquisa na mão. Andei calmamente até a sua mesa e entreguei em sua mão branca e suja com alguns pingos de caneta azul. Ela avaliou por um segundo.
— Só o Henrique quem fez, Hugo? – disse ela abaixando um pouco os óculos.
Respirei fundo, e fiz que sim com a cabeça.
Nem tinha percebido o Henrique já ao meu lado, tentando convencer Marina que eu tinha feito uma boa parte. Deu que ficamos nós três discutindo se eu merecia ou não os pontos. E Henrique me defendeu com unhas e dentes. O resultado foi uma nota justa para os dois. Claro que ele ficou com mais, não que eu me importasse. Ele realmente merecia mais. Ele me olhou com uma cara de pouco amigos no curto tempo em que nos olhamos, e depois sentou.
— O que foi aquilo? – perguntou Clara curiosa. — Por que ficaram lá cinco minutos conversando?
— Apenas discutindo as notas. – respondi somente.
Na saída, quando eu estava perto da liberdade, eis que aparece ele, tipicamente segurando meu braço e puxando para o “o bosque”, era como eu chamava aquela parte do colégio, cheio de árvores, passarinhos saltitantes e alegres. Era incrível como tudo isso ficava melancólico agora. Apoiou-me sem delicadeza na árvore. Eu ainda não olhei para ele, olhava para o nada até sua mão no meu queixo virasse meu rosto para o dele.
— Eu já te disse que você é ridículo? – sua boca se movia pouco, falando baixo e educadamente.
Ridículo era isso.
— Não dessa forma. – respondi.
Ele revirou os olhos azuis.
— Estou te irritando ainda? – perguntei baixo.
— Muito. – respondeu mais perto.
Coloquei minha mão no seu peito e o afastei. Sua proximidade era a última coisa que queria. Senti seu coração bater forte, e olhei para seus olhos novamente. E não tinha mais raiva ou irritação neles.
— Acho que não deveríamos estar aqui... – disse tirando a minha mão dele, recolhendo-a, como se tivesse levado um choque.
Ele não se intimidou. E sua mão alisou meu cabelo. Fechei os olhos, por causa da força que aquele afeto tinha em mim.
— Também já te disse que odiei quando cortou o cabelo? – depois tirou um pouco da minha testa.
Meu cabelo já estava grande outra vez, e eu já sabia que ele tinha odiado isso. Deve ter sido por isso que cortei. Com uma “intenção involuntária” de machucá-lo. Vai saber.
— Você pegava tanto nele, que eu já desconfiava. – respondi com uma voz um pouco ressentida, e fazendo questão de ressaltar o passado.
Ele riu sem graça. Que sorriso maldito. Ficaria horas só olhando aquela boca.
— Então... – olhei para o nada novamente, e depois voltei a olhá-lo. — Como está seu namoro com a Carol? – eu sei que não deveria ficar perguntando isso, mas eu queria saber, já que nunca vejo os dois juntos.
Seu rosto ficou neutro, logo em seguida e ele esboçou outro sorriso.
— Eu a Carol... a gente só ficou... – era lindo como ele estava sem graça.
— Humm... – expressei um falso interesse.
— Olha Hugo, deixa eu te dizer uma coisa. – ele hesitou e passou a mão nos seus fios de ouro brilhantes. — Eu estava morrendo, me acabando de ciúmes de você com o Gustavo. – ele segurou meus punhos e os colocou contra o meu peito.
Disse sem nenhuma cerimônia. E eu achando que ninguém sentia ciúmes de mim. Quem diria. Ciúmes!
— Ciúmes? – eu queria rir.
— É Hugo, ciúmes... é difícil acreditar assim?
— Henrique, pelo amor de Deus... – olhei para sua mão em volta dos meus punhos. Ele desapertou um pouco, mas não soltou.
— Você sabia que Gustavo namora?
— Desde quando ele precisa namorar para que eu sinta ciúmes? – ele levantou a sobrancelha.
— Você acha que eu faria com que ele terminasse com a namorada? E ele não é gay. Além disso, pensava que você confiava em mim, do mesmo jeito que eu confiava em você. Eu te amava Henrique. Você era tudo que eu tinha. – disse com uma bola na garganta, segurando com todas as minhas forças para não chorar.
Ele estava passivo. Parecia digerir minhas palavras. E depois de um tempo, apenas me olhando profundamente nos olhos, que chegava me deixar sem graça, encostou seu corpo no meu, e em seguida me abraçou tão forte que pensei que fosse morrer. Suas mãos subiram por minhas costas, e depois ao meu cabelo, onde ele fez um carinho leve.
— Não me ama mais? – sussurrou no meu ouvido, com a voz carregada de receio.
E depois um soluço que quebrou meu coração, soou alto e claro. Ele estava chorando. Eu não conseguia falar nada. Suas lágrimas escorriam por seus olhos azuis, tristes. E de repente, éramos dois idiotas chorando. Eu o abracei de volta. E mais uma vez, eu me questiono sobre o amor. Era uma coisa complicada ou tão simples que ninguém entendia? Se ele me amasse ou não, não teria tempo de descobrir, porque, aos poucos o meu amor por ele me consumia de uma maneira rápida e cruel.
E como uma “borboleta afogada em mármore”, ele me beijou. Calmo no começo, e depois, a saudade falou mais alto, e não existiam mais lágrimas e dor. Só amor, eu acho.
— Eu te amo, Henrique. – sussurrei cheirando seu pescoço. E finalmente sentindo seu perfume de uma maneira que não me consumisse.
— Que tal uma carona até em casa? – perguntou, fazendo seus lábios roçarem levemente no meu ouvido esquerdo.
Sorri timidamente, logo depois que um frio que subiu por minha barriga. O abracei como resposta.
Ele me acompanhou até o seu carro. E enquanto isso, eu vi Clara com a mão na boca reprimindo um sorriso, e depois sendo puxada por Gustavo.
— O que você vai fazer na festa final? – perguntou Clara gritando.
Festa final era a apresentação das salas no final do ano. E eu não fazia ideia do que apresentar. Simplesmente dei de ombros, enquanto Henrique me puxou pelo braço. Era incrível como por onde ele passava, todos abriam caminho. Se eu estivesse sem ele, seria uma luta passar pelos meninos até do primeiro ano. Ele não abriu a porta do carro dessa vez, e quando estou entrando no carro, vejo o olhar quase demoníaco do Daniel. Encarava-me com uma raiva, que quase sai correndo. Fechei a porta do carro.
— Fecha os olhos. – ordenou quando entrou.
Hesitei, por um segundo, em seguida fechei. Escuto o barulho dele mexendo em alguma coisa, depois sinto sua respiração mais perto da minha, e seus braços roçam levemente nos meus, e seu perfume toma conta de mim. Suas mãos trabalham agilmente fechando a correntezinha na minha nuca. Logo depois um beijo me permite abrir os olhos, e vejo dois H’s de ouro, unidos por um tracinho.
Ele toca meu cabelo e diz que me ama*Presente do Vivi: http://migre.me/eaKi0