Meus queridos é com muita satisfação, que venho agradecer profundamente a cada um de vocês por todo o carinho, por toda a interação com este conto, que para mim, foi sem dúvida muito difícil escrevê-lo, mais eu espero ter correspondido as expectativas de vocês. Me perdoem qualquer falha que eu tenha causado, e quero dizer que sem vocês, eu Alexandre, autor, não sou nada. Mil beijos meus amores. Ah! Quando post o conto com o link de uma música, é interessante que vocês leiam ouvindo a música, pois o conto ganha mais veracidade.
Boa leitura e Curtam os finais desse desfecho louco e apaixonante.
https://www.youtube.com/watch?v=8UVNT4wvIGY
Ana enviou por anexo, todas as páginas do diário do Júnior, além de fotos dele matando o Thiago e sendo usado e torturado por caras que ele marcava encontros na internet. Agora o mundo do Júnior desabou de vez!
A cabeça do Paulo doía. Ele não conseguia acreditar no que via. Na verdade ele não conseguia associar aqueles crimes a um garoto de dezesseis anos e que sempre se comportou tão bem.
- Meu Deus! – ele começou a chorar. – Então ela estava certa. O meu filho é mesmo um psicopata. Não, não. Porque Deus? Demos tanto amor e carinho a ele. Um assassino... – ele repetia várias vezes aquela palavra.
Ele estava sem chão. Parecia um pesadelo aquilo tudo. Descobrir que o filho que ele tanto ama, e que fez o possível e impossível para cria-lo, seria capaz de tantas atrocidades...
- Como meu Deus? Como ele fez tudo isso debaixo dos nossos olhos, sem que ao menos eu percebesse alguma coisa? Comooo? – ele gritou, mas logo se conteve, pois sabia que a esposa não suportaria tamanha decepção. Mas de uma coisa ele tinha a certeza... O Júnior não ia escapar dele.
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- Oi Júnior. Não te vi na hora do intervalo. Vamo dá uma passada lá em casa hoje.
- Felipe, hoje eu não tô com cabeça pra game.
- Eu e o Leandro baixamos uns jogos incríveis cara. Bora!
- É Júnior, vai ser legal. A mãe do Fê nem se importa que a gente almoce lá.
- Eu Já disse que não estou bem! Que porra! Agora eu sou obrigado a aceitar todos os convites pra ir a tua casa?
- Calma cara. Não precisa estupidez. Ok então... Vou eu e o Leandro.
- Foi mal. É que não estou bem mesmo. Ah! Felipe, eu queria tirar umas dúvidas com a sua irmã sobre umas paradas de inglês. Você sabe que horas ela sai do curso?
- Cara, ela sai às cinco da tarde.
- Ok! Bom, eu vou indo. Divirtam-se! – Júnior se afastou e já sabia como se vingar da Ana. Ele ia marcar ponto na porta do local onde ela faz o curso.
Chegando em casa, ele achou estranho a casa está em silêncio. Imaginou que a mãe devia ter ido ao supermercado. E foi realmente o que ela fez. Aquele dia era o dia de fazer compras e ele nunca gostava de ir com ela.
- Enfim sozinho. Pai trabalhando, mãe fora de casa... Que alívio.
- Porque Júnior? Pretende fazer alguma coisa?
- Pai! – ele gelou.
- Quero te fazer uma pergunta e espero ouvir uma resposta sincera... Afinal, quem é você de verdade hein Júnior?
- Como assim pai? Que pergunta doida é essa?
- Eu e a sua mãe, criamos você com muito amor. Nunca deixamos faltar nada pra você. Para nós podia faltar tudo... Mas para o nosso Júnior, não! Porque hein?
- Eu não estou entendo o senhor. Que papo é esse?
- Você acha que ia nos enganar? Seu ASSASSINO!
O baque! Agora sim, ele tinha a certeza de que o pai descobriu a verdade.
- Pai, eu...
- Eu vou te matar seu assassino.
Ele partiu para cima do Júnior, com um cinto na mão, e como tinha o dobro de força, jogou o filho no chão e sem dor, nem piedade, bateu muito nele. Foi pancada por toda parte do corpo dele. O Paulo depositou toda a sua raiva e revolta, por saber quem era o filho de verdade.
- Para! Para com isso! – Júnior gritava em vão.
Paulo segurou no pescoço dele, e apertou ao ponto de deixa-lo sem ar. Quando viu que ia mata-lo, soltou ele e continuou batendo. Júnior gritava por socorro, mas sua voz só se perdia no eco.
- Me solta seu desgraçado! Eu odeio você.
- Isso! Mostra que você é mesmo este monstro. Vai, se revela. Seu assassino.
- Matei sim! Aquelas pessoas me prejudicaram, e eu tive que me vingar.
- E você ainda tem a coragem de me dizer isto, rindo? Toma seu mostro! Toma!
Ele bateu tanto no filho, que nem percebeu que ambos foram parar na cozinha. Júnior sabendo que estava indefeso conseguiu ficar de pé e pegou uma faca que estava sob a pia.
- Vem. Bate! Se atreva a encostar a mão em mim, para vê o que te acontece.
- O que mais me deixa tranquilo é saber que você não carrega o meu sangue!
No alto fervor dos acontecimentos, o Paulo acabou revelando toda a história para ele. Contou que nasceu de uma prostitua e drogada, e que o pai era foragido da polícia.
De certa forma aquela revelação desestruturou o Júnior. Quem sofre de transtorno de conduta ou princípio de psicopatia, é porque muitas vezes, já sofrera algum trauma na infância, mas óbvio que os fins não justificam os meios, pois ele foi criado com muito amor e carinho.
Júnior num ato de impulso se jogou pela grande janela de vidro e conseguiu fugir do pai. O Paulo ainda tentou segui-lo, mais foi em vão. Ele ficou parado, no meio da rua, aos prantos, enquanto todos os vizinhos olhavam para ele. Inclusive o Marcelo que conseguiu ouvir os gritos.
- O que aconteceu meu amigo?
- O Júnior Marcelo... – ele chorava muito. – O meu filho não é quem eu pensava que era.
- Como assim? – Marcelo franziu a testa.
- Dói, dói muito aqui dentro. – ele estava em desalento.
Marcelo o levou para dentro de casa, e mais calmo, o Paulo confessou tudo a ele. Desde os crimes cometido pelo filho, ao caso da adoção. Marcelo ficou perplexo. Sentiu uma culpa por dentro, por ter enganado o amigo. Afinal, ele foi várias vezes para cama com o Júnior.
- E agora? O que você pretende fazer meu amigo?
- Eu não sei... Eu não sei. Imagina quando a mãe dele souber de tudo isso?
Marcelo ficou mais um pouco com ele, e depois foi para sua casa. Ainda processava tudo em sua cabeça. Nem ele mesmo acreditava no que soubera. As lembranças do Júnior vieram em sua cabeça. O cheiro, o corpo, a forma como ele o dominava... Não conseguia associá-lo a um criminoso.
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Júnior andou quilômetros a pé, até chegar na casa de um cara que volta e meia, marcava transas com ele por e-mail. Na verdade, aquele rapaz, era uma espécie de ficante fixo. Júnior sabia que o cara era apaixonado por ele, mas nunca se interessou, pois só queria mesmo era sexo e nada mais.
- Oi. Me ajuda, por favor! Eu preciso de você.
- O que aconteceu cara? – perguntou o rapaz assustado, ao ver o estado dele.
- Eu briguei com os meus pais, e saí de casa. Eu não tenho pra onde ir. Me ajuda!
- Entra aí. – O tal cara, se chama Renato, e tinha vinte e seis anos. Ele acolheu o Júnior, pois morava sozinho e quis saber toda a história da tal briga. O Juninho inventou uma mentira e ele acabou caindo.
Passaram-se duas horas e o Paulo ligava para todos os amigos do filho e nada de resposta. Aquela altura, a mãe dele já sabia de tudo, e estava inconformada.
- O que faremos com ele Paulo?
- Vamos denunciá-lo na polícia. Ele tem de pagar pelo que cometeu.
- Mas se talvez...
- Pelo amor de Deus! Você ainda quer passar a mão na cabeça dele? Será que não compreende a gravidade da situação? Ele para mim morreu! Eu não tenho mais filho!
- Não diga isso! Você sabe que o Júnior é menor de idade e não pode ser preso. Eles vão manda-lo para uma clínica psiquiatra.
- Não me interessa para onde eles vão manda-lo; eu só não quero ser cúmplice de criminoso.
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Enquanto isso, debaixo do chuveiro, o Júnior sentia a dor e ardor da surra que tomara. Mas nada para ele, era pior, do que descobrir que foi enganado a vida inteira. Quem sou eu afinal? – ele fez esta pergunta para o seu consciente. Saiu do banheiro e pôs uma roupa que tentasse esconder as marcas. Claro que a roupa foi emprestada, pois saiu de casa só com a do corpo. O Renato estava sendo legal com ele, mas não sabia que o Júnior era um perigo.
- Você vai sair Júnior? Vai tentar se entender com os seus pais?
- Não Renato, eu vou... Colocar uma pessoa no lugar dela. – ele se referia a Ana. Como sabia que ela saia do curso às cinco da tarde, ele foi atrás da sua vingança!
Ele ficou de espreita e olhava de longe a Ana com mais duas amigas.
- Hoje eu acabo com você sua piranha mirim! Vamos ver quem é mais perigoso...
CONTINUA...