Quando as coisas estão boas, desconfie!
Às vezes coisas muito ruins têm que acontecer para tudo se encaixar, para tudo fazer sentindo e tudo fazia sentindo agora, eu nasci para ser dele e ele para ser meu, eu ainda podia sentir Luis em mim, eu ainda sentia seu cheiro no colchão mesmo eu estando de olhos fechados, tudo valeu a pena e ontem foi a concretização de tudo, ele é meu, sempre ia ser, independente do que ele me mostrasse, do que ele falasse, do que ele fingisse sentir.
Meus olhos fechados teimaram em abrir e eu pude perceber que ele não estava mais lá, levantei de supetão e fui verificar tudo em volta, banheiro, sala, cozinha, nada, olhei perto do tumulo da Carol, fui até o riacho, nem sinal dele, foi quando eu voltei para o carro e percebi que tinha uma marca de pneu diferente ao lado do meu carro, fui verificar se o celular do Luis estava no carro e para minha surpresa tinha um pequeno bilhete, pegue-o e comecei a ler...
" Jefferson,
O que fizemos ontem foi errado, eu não sei ao certo o que aconteceu conosco, mas eu tenho que ter um tempo para pensar sobre tudo isso, estou voltando para casa, não me procure. Ass: Luis"
Entrei em desespero na hora, peguei minhas coisas e fui atrás dele, demorei um pouco na estrada que tava lamacenta demais. Era quase meio dia quando cheguei na casa dos pais do Luis.
- Olá, tudo bom Dona Maria? Seu Bernado? O Felipe está?
- Tá não meu filho ele foi pra casa já.
- Como assim? O ônibus só sai às 14 horas...
- É que ele foi com o Roberto.
- Está certo, e ele saiu faz muito tempo?
- Tem meia hora, meu filho!
- Tá certo, obrigado.- falei e sai para estrada
Então o filho da mãe me deixa sozinho e parte com aquele miserável do Roberto. O filho da puta armou tudo, só podia ter sido, ele sempre teve olhos para o meu Luis, sempre quis ficar com ele, agora ele tinha a oportunidade perfeita, mas eu tinha quer ir atrás dele, ele tinha que saber que o Roberto não era nada daquilo que mostrava...
Sete anos atrás
Eu não sabia ao certo o que fazia se chorava ou se matava aquele filho da puta do Roberto, como ele pôde fazer aquilo logo com a Carol? E agora ele estava aqui na minha frente chorando, na de todos aqui na casa de Seu José, o pai de Carol.
- Eu não vou me casar com ela.
- Como assim? Seu filho da puta desgraçado, tu come ela, faz um filho nela e não quer casar?- por incrível que pareça era eu quem gritava.
- Calma, Jefferson. - Carol tentou me acalmar.
- Eu quero conversar com vocês dois, Jefferson e Roberto com mais privacidade pode ser?
- Falar o quê Seu José? O que tem para falar? Esse filho da puta tem que casar mesmo!- eu queria matar Roberto.
- Tá bom pai eu vou sair. - Carol nos deixou a sós
- Sim?
- Eu quero que você case com a Carol. - hãã?
- Isso mesmo, você!- eu não estava acreditando no que estava ouvindo.
- Como é que o senhor me pede um negócio desses?! Claro que não vou casar o senhor tá louco?
- Não, e nem venha com isso que eu posso acabar com a sua vida em dois segundos.
- Como assim?
- Eu sei que você ama o Luis, seu viado depravado! E eu vou matar o Luis se você não casar com a Carol!
Eu dei um murro na cara do velho, Roberto me segurou e eu comecei a chorar.
- Seu velho louco, nojento! Seu filho da puta, nem se atreva a tocar no Luis que eu mato você!
- Se eu fosse você pensava duas vezes antes de tomar atitudes precipitadas. - ele falou isso e saiu com a mão na cara.
Hoje
Eu liguei para Dona Francisca e pedi para falar com Sofia, expliquei a ela ia resolver umas coisas na capital e que estaria de volta logo para dar muito cheiro e brincar, pedi para Dona Francisca para cuidar bem de Sofia e agora estava a uma hora de chegar no apartamento de Luis, eu sempre soube aonde ficava, muitas vezes eu trouxe os pais dele até o prédio e ele nem desconfiava, eu tinha pedido a eles para não falar. Eu também sabia o número, uma vez perguntei a sua mãe com cautela. Então, eu só precisava arrombar a porta, bater em Roberto e tirar meu Luis de lá.
O engraçado é que naquela época eu não sabia o porquê da proteção de Seu José com o Roberto! Mas há um ano, no seu testamento, Carol também tinha deixado uma carta para mim, me contando tudo, agora eu tinha que tirar Luis de uma furada muito grande, antes que eu o perdesse de vez, não para o Roberto, mas para todo o sempre.
Eu andava como um louco na estrada, eu não via mais nada, não via as pessoas passando de um lado para o outro não via o ponteiro do meu velocímetro que já estava a centro e quarenta, quando olho para frente vejo o carro de Roberto, meu coração vai a boca quando percebo que tem alguém ao seu lado, só Podia ser o Luis, pisco o farol pra sinalizar, ele não diminui a velocidade, pisco novamente e nada, Luis olha para trás e me ver, com a cara de surpreso, sem entender nada.
Nesse momento, tenho uma ideia louca, de emparelhar os carros e pedi para o Luis mandar o Roberto parar... acelero mais o carro e emparelho, ainda tento falar alguma coisa, mas é tarde demais, eu não vi o carro que vinha em minha frente, ainda tento desviar, mas o carro capota, uma, duas, três vezes, toda a minha vida passa por mim nesses três segundos, tudo é muito rápido. Me lembro da primeira vez que vi Luis, de Carol me batendo, do meu primeiro beijo com Luis, do riacho, das brincadeiras, dos choros, do nascimento de Sofia, da despedida na rodoviária, da nossa noite de amor, todas às vezes que eu caminhei com Mel, de tudo, tudo passa na minha cabeça. Quando o carro para de capotar eu ainda tento me mover, mas eu não conseguia, era como se uma tonelada estivesse sobre mim. Por breves segundos eu ainda abro os olhos para ver Luis sair do carro e correr em minha direção.
Bom o conto ta na sua antepenúltima parte, tá pequeno e tô com preguiça de revisar hehe Então, obrigado a todos que estão lendo! Muito obrigado mesmo, ahh, vou demorar um pouco para postar o próximo! Acho que quarta eu posto! Obrigado e Abraço a todos!