Continuando...
Acordei como sempre ouvindo a música gritando nas caixas de som. Olho para o Everson, ele levanta seu cobertor discretamente e mostra seu pau pra mim e dá uma piscada. Eu apenas retribuo com um sorriso. Me levanto e começo a arrumar minha cama de bunda virada pra ele. Logo ele levanta e dá uma boa esfregada do seu pau na minha bunda. O Alexandre levanta logo em seguida e eu vou para perto dele e digo:
Eu: Bom dia Ale! Precisamos conversar hoje. Depois da missa me encontre no mercado da vila. Aproveito para comprar umas coisas que estou precisando e depois veremos para onde vamos.
Ale: Tudo bem! Mas não esqueça que não poderemos demorar muito pois a tarde tem passeio para a chácara e como todos são obrigados a ir...
Eu: Sem problemas não pretendo demorar mesmo...
Descemos para o café e depois para a missa. Na missa fiquei entre o Ale e o Everson sentados no último banco. O Everson não parava de me cutucar a missa inteira e o Alexandre brigando com ele o tempo todo. Estava um saco já.
Terminada a missa o Everson queria que eu o acompanhasse de volta. Falei que ia no mercado e ele queria ir junto. Falei que não, que eu iria com o Alexandre pois precisava conversar. O Everson ficou meio chateadinho mas aceitou.
Fiz minhas compras de costume para a semana e saí caminhando com o Alexandre conversando. Logo ele dispara:
Ale: Onde tu foi ontem a noite? Fui lá com os piás te esperar e tu não apareceu. Nem tu e nem o Everson...
Eu: Bom se não fui eu e nem o Everson tu já sabe porque. Não se faça de sonso, porque isso tu não é. Tu demonstrou muito bem isso quando fui dormir.
Ale: Tudo bem! Mas como foi? Foi melhor do que comigo?
Eu: Cara isso eu não vou responder. Me nego. Assim como não falei pra ele como foi contigo, não vou falar pra ti como foi com ele. Mas se isso te serve de consolo, eu já te falei que foi muito bom contigo, foi maravilhoso e isso eu não posso negar. Mas não vou ficar comparando um com outro, cada um foi especial a sua maneira. Mas não foi para isso que te chamei para conversar. Acho que ontem tu queria conversar comigo e como eu te dei bolo quero saber do que se trata. Depois eu quero falar também.
Ale: Pois é! Eu queria que tu me perdoasse. Mas me perdoasse mesmo. Eu estou muito arrependido de ter deixado as coisas acontecerem como aconteceram. Eu fui idiota, eu fui imbecil...
Eu: Sem dúvida nenhuma tu foi idiota. Imbecil talvez não... Te perdoar? Pois é! Você está pedindo talvez demais! Só o tempo vai poder fazer isso! Ou só você vai fazer isso acontecer, tudo vai depender de ti e de tuas atitudes. Voltar ao que era antes não tem como. Não agora. Tu me ensinou uma coisa com isso. Você me ensinou a não confiar e a não me entregar por inteiro a uma relação. Muito Obrigado!!
Ale: Mas... Mas... Como assim obrigado? Não gosto das tuas ironias!
Eu: Assim como eu não gosto da sua traição e no entanto eu tive de aturar. Estamos quites!
Ale: O que tu queria conversar?
Eu: Bem, eu queria saber exatamente o que tu sente ainda por mim. Pois não quero que você se iluda, porque como falei outro dia, o que eu ainda quero e sinto por ti é amizade.
Ale: Depois de tudo o que aconteceu e depois do quanto tu se afastou eu senti muito a sua falta. Descobri que o que eu sinto por ti é mais do que gostar. Não vou dizer amar pois acho forte demais ainda pelo que eu sinto por ti. Ontem te ver alegre depois de voltar com o Everson eu senti que estou te perdendo...
Eu: Não! Você já me perdeu. Me perdeu naquele maldito domingo. Mas não me perdeu por completo pois eu ainda sinto muita coisa por ti. A amizade continua. Vou manter a amizade. Se me provar que merece minha confiança de novo, quem sabe a amizade melhore.
Ale: Mas e agora? Vai namorar com o Everson? Vai fazer isso na minha frente?
Eu: Não. Não vou namorar com o Everson. Não por enquanto! Antes disso eu preciso me resolver, e depois resolver outras coisas e uma delas será isso. Não confio em mais ninguém por agora para me entregar assim. Mas não está descartado namorar com o Everson.
Chegamos de volta à casa e cada um foi fazer as suas coisas. O bom disso tudo é que agora eu não precisava mais sempre ter de andar com alguém comigo. Podia ficar sozinho onde eu quisesse e isso me possibilitava pensar mais o que iria fazer, Realmente eu ainda amava o Alexandre, e amava muito. Estava aprendendo também a amar o Everson, o seu carinho, tudo o que ele tinha de diferente do Alexandre, era mais ousado, carinhoso, prestativo, meio louquinho, me provocava, me atiçava a querer estar com ele. Já era final de outubro. No fim de novembro acabariam as aulas e estava programado o passeio de fim de ano do seminário. Todos iriam para a PRAIA. Eu mal podia esperar por isso. Nunca havia ido à praia...