Imediatamente me postei ao seu lado, sem saber o que fazer para controlar seu choro. Não sabia o motivo de encontra-se naquela situação. Segurei seu rosto, ainda intrigada, fazendo-lhe carinho.
Julia: O que houve, Taís? (ela não conseguia falar, após um longo período de choro compulsivo, respirou fundo e me abraçou)
Ficamos abraçadas por um tempo sem falar nada, sem perguntas ou cobranças...
Taís: Desculpa (ainda em soluços)...
Julia: Quer me contar alguma coisa?
Taís (balançou a cabeça negativamente): Não quero te perder.
Julia: Porque você está dizendo isso? O que está acontecendo?
Taís: Não é nada...
Julia: Como nada, Taís? Não estou te pressionando, nem te cobrando, mas dizer que não é nada.... quando você quiser conversar, vou estar aqui.
Taís me puxou para mais próximo a si, deu-me um beijo delicado e me encarou novamente.
Taís (com um leve sorriso): Você não existe! (nos abraçamos novamente)
Julia: Agora tá bom disso, né? Vem, vamos tomar banho.
Taís (abriu um sorriso largo): Quer tomar banho comigo, minha linda?
Julia (também rindo e levantando do chão): Você se recupera rápido, né?
Taís: A culpa é sua... (falando isso, levantou-se rapidamente, abraçou-me e me deu um selinho)
Julia: Vem... (puxando-a pela mão)
Tomamos banho e deitamos abraçadas. Dessa vez eu que a envolvi em meus braços, queria protegê-la do que lhe afligia, mesmo não sabendo o que era. Dormimos. No dia seguinte, a velha correria diária. Passei o dia no trabalho e Taís tentando terminar seus inúmeros trabalhos da faculdade pela manhã, já que a tarde teria que ir ao estágio. Passamos uns dias assim: eu, trabalho e faculdade, e Taís, trabalhos e estágio. Nos tempos livres, fugíamos para namorar um pouquinho.
Certo dia ela apareceu na faculdade, nem me lembrara que ela poderia aparecer por lá. Estava num jardinzinho, conversando com uns colegas, até que avisto Taís caminhando. Fico ali, parada, admirando aquela mulher linda desfilando em minha direção. Por instantes não lembrei onde estava e com quem estava.... Ela, então, cruza seu olhar com o meu e sorri. Não acreditei, mas veio em minha direção, com seu olhar fatal, ainda sorridente.
Taís: Boa noite!
Todos responderam: Boa noite.
Inclinou seu corpo, já que eu estava sentada num dos banquinhos do jardim, levantou com uma de suas mãos meu rosto e beijou-me. Não havia comentado com ninguém da minha relação com ela. Certamente ninguém suspeitava do que estava acontecendo entre a gente. Isso era óbvio pela cara de espanto de todos ali.
Taís: Boa noite, minha linda! Fiquei com saudades, vim te ver....
Gelei. Fiquei sem ação, não havia passado antes por aquela situação. Ela tinha sido a única mulher com quem me envolvera e aquele dia o primeiro na frente de outras pessoas.
Taís: Vou roubar ela de vocês rapidinho... (e me puxou pela mão)
Mais a frente, virou-se, juntou seu corpo ao meu e me deu um beijo super gostoso...
Taís: Desculpa, minha linda, não resisti. (rindo do meu susto)
Julia: Vai dizer que foi sem querer....?
Taís (rindo): Não, foi querendo e muito! (rimos, eu nervosa e trêmula com aquela situação)
Taís: Você sai que horas?
Julia: Hoje tenho as duas aulas, só às 22h.
Taís: Te vejo mais tarde? Dorme comigo...
Julia: Não sei se você merece.
Taís: Ah, mereço! Mereço você todinha. (colando novamente em mim)
Julia (afastando-me um pouco dela, mas rindo da sua provocação): Você tá demais hoje, né?
Taís: Eu quero você (olhando em meus olhos).
Julia: Tá (respondi sem graça), te ligo quando sair daqui.
Taís: Não quero. Te espero lá em casa. (deu um selinho e saiu)
Super sem graça, voltei para onde estava antes, imaginando os comentários que poderiam rolar. Besteira a minha. Ninguém comentou nada. Depois assisti minhas aulas e finalmente chegou às 22h. Sai correndo, louca para vê-la de novo. Fui a sua casa.
