Aí mais um conto pra vocês ...
Eu entrei em meu quarto e joguei a mochila em um canto qualquer, remoendo minha anciedade com a visita do Felipe.
Alguma coisa martelava em minha cabeça, provavelmente o que ele queria me dizer seria sobre a Alice, no fundo eu torcia para que fosse apenas isso.
Tirei a blusa de uniforme horrosa e coloquei uma camiseta preta de manga longa. Chutei os tenis para longe de meus pés e pulei no colchão.
Minutos mais tarde ouvi o barulho de um motor sendo desligado em frente a minha casa. Tremi novamente, era ele.
Segundos depois lá estava ele, todo sorridente usando apenas uma bermuda e camiseta sem manga, que o fazia parecer ainda mais perfeito.
- Eai. Falei.
- Oi. Ele respondeu se sentando de frente pra mim.
Concertei minha postura e cruzei as pernas como índio, nossos joelhos estavam quase se tocando.
- O que aconteceu?
- Acho que meu namoro esta acabando.
Felipe deu um sorriso sem humor e abaixou o rosto.
- Como assim?
- Ah, cara, sabe, eu ainda amo a Alice, de verdade mesmo, mas as coisas estão bem ruins.
- Ruins como? Perguntei cauteloso.
- Nossas ultimas brigas foram as coisas mais animadas que fizemos.
Fiz uma careta e pela primeira vez ele sorriu um pouco mais animado.
- É bobeira eu estar desabafando com você, né?
- Totalmente, também porque nunca namorei ou fiz qualquer coisa do tipo, mas acho que vocês precisam mudar as coisas.
- Como assim? Ele perguntou.
- Se as coisas de sempre estão chatas, então você tem que mudar. Não estou falando de fantasias sexuais, to falando de hábitos e essas coisas.
Falei e comecei a sorrir, sabia que a idéia era boa. Ele pensou por alguns instantes e depois pulou em cima de mim e começo a fazer cócegas.
- Você é inteligente baby! Ele falou continuando.
Gritei ate que ele parasse, e então comecei a bater nele, mas rapidamente Felipe apanhou minhas mãos e prendeu meus braços acima de minha cabeça, deixando o peso de seu corpo totalmente sobre mim.
- E agora, dominei você, o que vai fazer?
Revirei os olhos e chutei mais um pouco, mas ele so estava em cima e mais pesado cada vez que eu me mexia.
- Me beije e eu te solto.
Fiz careta novamente, escondendo os fogos de artifícios que estouraram em meu estômago ao ouvir aquelas palavras.
O corpo inteiro dele estava sobre mim, eu podia sentir suas coxas grosas precionando as minhas, seu membro tocando um local próximo a minha virilha e seus olhos tentadores me encarando a poucos centímetros, eu poderia beija-lo se quisesse, e eu queria.
Mas sabia que ele estava apenas brincando.
- Desiste?
- Totalmente. Falei rapidamente e pulando para trás, aquela proximidade estava sendo demais para mim.
Ainda mais depois de aconselha-lo para melhorar seu relacionamento meu coração partido, ou o que restou dele, foi mandado para o espaço.
* * *
Na manha do dia seguinte, não fui trabalhar, estava cansado, mas sabia que teria que recompensar no sábado. Mas não queria encarar o Felipe esta manha.
Desci para a cozinha e abri a geladeira, me inclinei sobre ela e fiquei procurando algo suculento para saciar a fome.
- Hum, delicia! Disse a voz de Jordan, me fazendo pular.
Me virei de frente para ele, arrependendo o fato de eu não ter vestido uma droga de short por cima da cueca vermelha e por baixo da camiseta.
- Vermelho é a cor da paixão. Ele falou dando um sorriso sacana.
- Então esta cor não serve pra mim. Falei apanhando uma maça e me sentando na mesa.
Jordan usava uma bermuda jeans escura e uma camisa polo com tênis que pareciam caros e importados.
- O que diabos você esta fazendo na minha casa? Perguntei.
Ele mexeu no cabelo ondulado antes de responder, eu podia jurar que estava olhando para minhas pernas.
- Seu pai ira até sua escola comigo para representar meu pai na hora de fazer a matricula.
Mordi a maça e então engasguei.
- O que ta dizendo?
- Isso mesmo, seu sonho se realizou, vou estudar o ultimo ano com você.
- Eca! Mais tempo com você?
- Como eu disse; o seu sonho.
Havia um sorriso sacana em seus lábios, mas não entrei no jogo.
Eu gostaria de ter vomitado, mas tudo que fiz foi da de ombros e correr escada acima. Sabendo que ele me observava ao subir os degraus de cueca.
Minha relação com Jordan era estranha desde que ele havia pegado Marcie e eu olhando-o da janela de meu quarto. Eu não estava olhando, ela que havia me chamado para vê-lo de toalha e o idiota resolveu olhar para nos justo quando cheguei.
Ela jura que ele me deseja, eu torço para que esteja enganada.
Me joguei na cama e peguei meu iPhone que vibrava. Era Felipe.
- O que aconteceu? Perguntou ele quando atende.
- Oi pra você também.
- Sem gracinhas, porque não me disse que iria cabular hoje? Eu não teria vindo.
- Eu vou repor sábado, e você odeia trabalhar sábado.
Ele deu uma risada gostosa do outro lado da linha, meu corpo inteiro se arrepiou.
- Verdade, mas podia ter me avisado.
- Sentiu minha falta? Provoquei.
- É claro, quem vai pagar meu almoço agora? Ele riu novamente.
- Se vira, tchaul.
Desliguei e coloquei o celular em cima do criado.
As horas do dia se arrastaram e finalmente eu estava no banco de trás do carro de minha mãe indo para escola ao lado de Marcie.
O primeiro dia de aula após o verão não havia sido emocionante, mas o segundo seria. Era quando os alunos novos chegavam e eu adorava ver os calouros perdidos e bonitinhos circulando por aí.
Entramos na escola e seguimos direto para a sala, como um infeliz presente de Natal que você não gostou de ganhar, Jordan estava sentado na cadeira atras de mim.
Cumprimentei todos os meus amigos e me sentei.
- Já sentiu saudades? Ele disse.
Revirei os olhos e ignorei, sou bom nisso.
- O professor de literatura este ano é o Marcelo e ele é um gato! Exclamou Márcie ao meu lado.
Jordan se remexeu em sua cadeira, parecendo incomodado. Eu sorri e respondi:
- Já viu os lábios dele? Per-fei-tos!!! Falei alto o suficiente para que ele escutasse.
Este jogo de provocação não era difícil. E eu poderia jogar facilmente.