Como Chamas 1x02: O QUE ACONTECE NA ILHA, PERMANECE NA ILHA!
- Onde você esta? Perguntei para meu pai ao telefone. Todos haviam sido liberados a quase vinte minutos e ninguém apareceu para me buscar.
- Desculpe, mas estou preso aqui no escritório e sua mãe esta aqui comigo. Não pode conseguir uma carona com algum amigo?
- Não, eu... Esqueci eu do um jeito!
- Bom você...
Desliguei antes do meu pai terminar de falar. Porque eu sempre tenho que da o meu jeito? Que droga de vida!
- O que ta rolando? Perguntou Marcie se aproximando e passando os braços em volta dos meus ombros.
- Meu pai não vem buscar. Falei irritado.
- Que saco... Ela disse me soltando e olhando para o outro lado. Marcie estava me inrrolando.
Suspirei e a puxei pela mão.
- Por favor não diz que esta sem carona hoje.
- Bem, meu pai vai se atrasar e acabei pedindo carona pro Gregori.
Arregalei os olhos de espanto.
- O gatinho de álgebra dois? Sua vadia! Falei começando a rir.
Márcie tinha queda por esse garoto a muito tempo, mas nenhum dos dois havia dito uma palavra um pro outro e eu já havia desistido de ajudar.
- Como isso aconteceu?
- Conversamos durante a aula e o assunto surgiu e depois eu dei um jeito de ele me oferecer carona.
Um carro conversível azul escuro parou perto de nos.
Gregori tinha olhos azuis, cabelo preto liso e penteado perfeitamente com gel e um rosto quadrado mais ainda bonito.
Marcie se voltou para mim.
- Te amo, mas ate amanha. Ela beijou minha bochecha e entrou no carro.
Gregori esticou o pescoço e olhou diretamente para mim.
- Tchaul, Danny. Ele disse.
Marcie olhou assustada para mim e eu fiz a mesma coisa. Como aquele garoto sabe o meu nome?
- Tchaul. Respondi, confuso.
O carro arrancou e antes que eu me desse conta uma moto monstruosamente grande. E, é claro, um garoto usando jeans escuros e blusa de uniforme. Quando tirou o capacete, o sorriso brilhante e bonito de Jordan apareceu em minha frente.
- Seu pai ligou pro meu e pediu para que eu te buscasse.
Revirei os olhos e bufei.
- Eu vou anda... Parei exatamente quando notei o jeito que ele me olhava. Eu não poderia rejeitar, ele estava me desafiando a andar de moto com ele.
E eu não poderia dar pra trás agora.
- Cade meu capacete? Perguntei.
Jordan pareceu surpreso por um momento, mas logo desapareceu.
- Toma. Ele pegou um que estava guardado no compacto embaixo do bando e me deu.
Coloquei o capacete e subi na moto antes que eu pudesse ter susto de consciência e pulasse fora daquela maquina.
- Pode segurar em mim se sentir medo.
Segurei na armação atras da moto.
- Vai.
E ele foi. Quase soltei um grito quando ele arrancou, mas depois de alguns quarteirões eu acostumei.
Eu vi ele sorrindo pelo retrovisor, e então coloquei as mãos em seu abdômen, era tão duro quanto eu imaginava.
Tenho que certeza de que pude sentir que ele ficar desconfortável, ou nervoso.
- Vai devagar... Eu não controlo minhas mãos em alta velocidade.
Deixei minha mão esquerda escorregar abaixo de seu tanquinho ate muito perto de seu membro. Tive certeza que ele gemeu e abri um sorriso maior ainda.
- Cuidado, garoto, cuidado. Foi apenas o que ele disse pra mim.
Deixei minha mão descer mais um pouco e apertei sua virilha, uma área definitivamente perigosa.
Ele estava gostando daquela situação e infelizmente, eu também.
Antes que eu pudesse provoca-lo mais um pouco, chegamos a minha casa.
Pulei da moto de joguei o capacete no colo dele, mas Jordan segurou meu braço antes que eu pudesse me afastar.
- Ei, não quer ir ate a minha casa não? Estou sozinho.
Franzi a sobrancelha, dando uma de desentendido.
- Eu iria fazer o que na sua casa?
Jordan sorriu e mordeu o lábio, como se estivesse adimirando algo que muito cobiçava.
- Bom... É... Você sabe...
Dei uma gargalhada mais cruel do que eu realmente pretendi.
- Boa noite. Falei e corri para dentro.
Feliz da vida comigo mesmo.
Um ponto para Dan e Zero para Jordan.
* * *
- Se você não comer nenhum pão de queixo, eu mesmo vou enfiar um em sua guela! Falou o Felipe quando nos sentamos na mesa ao ar livre da cafeteria que ficava ao lado do nosso serviço. Estamos tomando café da manha antes começar o turno.
- Não estou com fome. Respondi, fingindo estar muito interessado em minhas unhas.
Felipe segurou minha mão, me fazendo olhar diretamente para ele. Meu estômago gelou.
Eu odiava o quanto eu gostava daquilo.
- Esse lance de você não comer me deixa louco.
- Como assim? Perguntei puxando minha mão de volta.
Ele percebeu a rapidez que recuei.
- O que foi? Não posso te tocar?
Dei um sorriso forçado e me voltei para a rua. Estávamos esperando a Alice chegasse, por alguma conspiração do universo contra mim, eles não haviam saído para trabalhar juntos, o que significava mais tempo a sòs com Felipe.
O que por mais incrível que pareça era bom e terrível ao mesmo tempo.
- Andei pensando no que você disse, mas não sei o que fazer.
- Hum.
Eu não daria mais idéias a eles. A ultima havia me custado uma noite inteira de sono com sonhos bem safados com ele.
- Ei, você não me contou com foi sua viagem com sua Best nas ilhas de Porto Seguro. Como foi?
Senti meu rosto aquecer no momento em que me deixei pensar na viagem. Na primeira semana eu havia conhecido um garoto perfeito, Caio, e passei as três semanas mais felizes e secretas da minha vida, sem nem lembrar da existência do Felipe ( há! Quem me dera). Mas tudo acabou ocorrendo terrivelmente mal durante um lual e Caio desapareceu.
Fiquei devastado e por besteira quase acabei morto. Se não fosse minha Best nem sei se estaria aqui agora, foi logo após o ocorrido que acabei contando tudo sobre minha opção sexual e Caio para ela.
- Digamos que não foi exatamente o que eu esperava.
- Bom dia amores. Alice surgiu por trás de um garçom e tascou o maior beijo na boca de Felipe.
- Oi.
- Vamos? Falei me levantado, mas Felipe segurou meu braço.
- Calma baby, a Alice ainda nem comeu.
Pisquei, procurando uma desculpa qualquer para cair o fora dali.
Alice olhou para mim.
- Eu só... Tenho que ir. Falei puxando minha mao de volta para mim e correndo para a saída.
Felipe gritou meu nome, mas não me virei. O que quer que fosse poderia se dito depois.
Ao passar pela porta, bati a cabeça no peito forte se algum garoto e derramei todo o seu café.
- Meu Deus, nossa, me des... Ai droga. Falei ao olhar nos olhos de Caio.
Ele usava uma camisa xadrez azul, uma blusa branca por baixo e os mesmos jeans surrados com o buraco na coxa o qual eu havia enviado o dedo varias vezes. Seu cabelo incrívelmente preto estava penteado, o que era o contrario do garoto largardao e despreocupado da ilha.
- Puta merda! Ele falou ao notar quem eu era.
- Vocês já se conhecem? Perguntou a voz de Felipe atras de mim.
Me virei para ele assustado.
- Você conhece ele?
- Claro, ele é o meu irmão, Mike.
De repente, uma pancada de realidade bateu em minha cabeça me fazendo ficar tonto. Como é? Felipe? Irmão? Mike? O que diabos estava acontecendo?
Felipe continuava nos encarando.
- Vocês se conhecem ou não? E perguntou de novo.
Me virei para Mike. Chocado e decepcionado demais para fazer alguma coisa. Seus olhos pareciam um misto de confusão e arrependimento.
- Bom... Ele começou a falar mais eu interrompi.
- Nunca o vi na vida. Não o conheço.
Falei e voltei a andar. Quanto mais passos eu dava, mas pesado meu corpo parecia.
O verão havia voltado a mim como um tapa na cara, mas a dor era bem pior.
Eu havia ficado com o irmão do Felipe?