Eu era completamente apaixonada pela minha Taís. E fazer amor com ela era o que havia de mais perfeito em minha vida. Ela me fazia sentir a pessoa mais desejada do mundo e mais realizada também. Mas dessa vez foi diferente. Ficar ao seu lado era uma agressão para mim, depois de tudo que ela falou, da sua mudança. Precisava sair dali, me afastar dela e pensar em mim.
Me levantei e me dirigi ao banheiro sem falar qualquer palavra, deixando-a, ali, sobre a mesa, vulnerável... queria tomar banho (odeio profundamente banho gelado, mas era o que precisava). Assim, tomei meu banho e retornei a sala. Agora ela já tinha se vestido, meio constrangida pela nossa situação e com a minha reação, abraçou-me. Como era gostoso seu abraço, seu cheiro, seu toque... ela toda!
Julia: Tenho que ir agora.
Taís: Não vai, não. Fica comigo, Julia.
Julia: Não dá... me dá um tempo para pensar nisso. Te ligo depois, tá?
Taís: Minha linda, não faz assim, vai! Não me abandona.
Julia: Taís, por favor, não inverte a situação. Quem está abandonando quem aqui?
Taís: Tá certo, desculpa. Me liga quando chegar em casa.
Julia: Certo. Não sei se vou direto pra casa...
Taís: Você tá me deixando mais preocupada. O que vai fazer?
Julia: Pensar.... (sai)
Saí desorientada dali, não sabia onde ir. Ainda bem que encontrei uns amigos num bar vizinho a minha casa. Fiquei lá um tempo... bebi um pouquinho, o suficiente para relaxar e conseguir dormir.
No dia seguinte, confesso que fiz de tudo para não pensar nesse assunto. Não tinha em que pensar ou resolver (o que não tem remédio, remediado está, certo?), era aceitar o fato de que em uns dias não teria mais Taís. Essa contagem regressiva é torturante, viu! Hora de ir a aula....
Fui a faculdade, um pouco desanimada, é verdade, mas tinha que ir. Nem pude espairecer... os meninos comentaram do meu beijo em Taís no dia anterior...
Antônio: Aê, Julia, escondendo o jogo, né? Quer dizer que tá pegando aquela deusa? Se garantiu, heim! Dava tudo pra pegar aquela mulher...
Julia: Que conversa é essa, heim! Isso é jeito de falar dela pra mim? (Fiquei indignada. Que sem noção)
Sandro: Desde quando vocês tão juntas? Por isso que tavas enrolando Bruno quando ele se chegava....
Julia: E aê! Quer dizer que a conversa vai ser essa mesmo? Não estou nem um pouco afim dessa história.
Natália: Mas porque Ju, vocês ontem estavam um chamego só! O que houve, brigaram?
Julia: Brigar mesmo, não. Ela está se mudando, vai voltar.... para aquele inferno!
Silêncio.... (caras de espanto com meu descontrole)
Julia: Pessoas... sério, não quero falar sobre isso. (recebi nesse instante uma mensagem da minha Taís... "Minha linda, sinto sua falta. Deixa eu te ver." Super inquieta fiquei, mas não respondi. Não podia, se respondesse certamente seria para encontrá-la. Tinha que me preservar. Seguimos para a aula)
Não sei o assunto que foi discutido. Durante a aula recebi mais uma mensagem dela.... "Preciso te ver, por favor. Não aguento ser esnobada por você. Eu te amo, Julia." Não prestei atenção na aula. Só cai em mim quando comentaram que o trabalho era para a semana que vem e, claro, para nota. Era só o que me faltava agora... Fui direto para casa. Persisti na minha decisão de não encontrá-la, por enquanto, não resistiria. Mas não podia ser indiferente com o sofrimento do meu amor... liguei para ela.
Taís: Amor...?
Julia: Oi, como você está?
Taís: Pior impossível. Não se afasta de mim, amor. Deixa eu te ver, te amar. Não aguento mais essa angústia. Minha linda, não piora as coisas... (falou não segurando o choro, que parecia não ter fim. Fiquei calada, não sabia o que falar. também chorei.)
Taís: Eu estou indo para aí, tá?
Julia: Não vem. É melhor não.
Taís: Melhor, Julia? Melhor pra quem?
Julia: Melhor pra mim, pros meus sentimentos....
Taís (após um breve silêncio): Para com isso, Julia. Estou saindo agora e você vai dizer essa coisas quando eu estiver ai com você.
Tchau...
Chegou rápido. Abri a porta para que entrasse. Aproximou-se de mim timidamente (nunca vi Taís assim, sempre despojada, autoconfiante...), acariciou meu rosto e me deu um selinho. Nos abraçamos. Não sei qual das duas estava mais ansiosa, nossos corações não cabiam em nossos corpos de tão rápidos que batiam. Senti sua respiração em meu pescoço... que arrepio! Ela fazia de propósito, se aproveitava da minha fraqueza, sabia que não conseguia resistir a ela. Beijou meu pescoço, deu uma lamibinha na minha orelha e uma leve mordidinha...)
Julia: Aiii, não faz assim.
Taís: Porque? Você não quer? (mordeu meu lábio inferior e chupou. Que tesão senti!)
Nos beijamos com amor, carinho... doçura. Ela era demais. Segurou meus cabelos com sua mão direita e os puxou, dando-lhe espaço para desfrutar do meu pescoço todinho, como fazia com sua língua, dando-me lambidas intensas, chupou meu queixo, meu lábios.... nos beijamos novamente. Uma delícia.
Taís: Você é minha, entendeu?
Taís: E vai ser minha agora. (voltando a me beijar... enquanto nos agarrávamos, nos dirigíamos a minha cama, aproveitando para tirar nossas roupas...)