Antípoda - Parte 8

Um conto erótico de Hogu
Categoria: Homossexual
Contém 1334 palavras
Data: 23/05/2013 03:06:58
Assuntos: Homossexual, Gay

Boa Noite õ/, parte 8 adicionada. Desculpe qualquer erro :DAté que ele mordeu o meu lábio com força e me empurrou.

- Caralho isso doeu! – Tocando em meu lábio, uma pequena mancha de sangue estava nos dedos.

- É pra doer mesmo – começando a andar meio desengonçado.

- Espera! - Segurei o seu braço novamente - Não vai embora.

- Eu estou falando sério me solta!

- Por favor não faz assim... - Soltando-o – Escuta o que eu tenho pra falar.

- É só o que eu tenho feito mesmo - Ele parou e esfregou o rosto – Mas não agora, isso tudo foi demais pra minha cabeça. Me deixa ir.

Vendo seu estado, eu não consigo insistir numa conversa. Ele estava assustado, eu estava assustado, o que tinha acabado de acontecer foi intenso demais.

- Precisamos conversar, você sabe disso.

- Outro dia, agora eu só vou conseguir brigar com você...

- Onde e quando?

- Amanhã as 14h, em frente a instituição. - Virando as costas e saindo rápido.

- Eu vou estar lá – Gritei pra ele – Não vai fugir einMinha mente não registrou como eu cheguei em casa, passei pela Sônia e os meus pais igual um zumbi em direção ao meu quarto. Jogo-me na cama com roupa mesmo, refletia como tudo mudou tão radicalmente.

“Eu beijei um garoto... Poderia eu ser gay? Justo eu e logo com ele? Um garoto que não tem atrativo nenhum físico marcante”

“Acho que ele tem razão, só devo estar interessado nas coisas que ele fez de impressionante. Devo pedir desculpas pra ele amanhã”

“Mas as coisas que ele fez só atiçaram a minha curiosidade... Isso não te leva a beijar alguém! Não foi isso...”

“As atitudes que ele tomou ao longo desse tempo, resistindo a todo tipo de ameaça ou intimidação... Ele não fez isso porque podia se defender... E se eu nunca tivesse partido pra um confronto físico?”

“No episódio da surra, seja lá o que ele tenha feito, podia ter me machucado bem mais do que ele fez... Mas ele não fez! Logo depois salvou a minha vida, claro que poderia ser com qualquer pessoa... Mas parecia tão aliviado por me ver abrir os olhos”

“Eu gosto de ver ele sorrindo, brincando com as crianças, gosto quando ele me dá atenção, mesmo que seja pra me censurar. Isso não é amizade”

A resposta dessa reflexão veio acompanhada de uma sensação quente, uma vibração que irradiava por todo o corpo. Sim eu estava rindo bobamente e anestesiado, só podia estar apaixonado mesmo. Ouço alguém bater na porta.

- Está aberta.

- Com licença seu Erick, vi o senhor passar e vim trazer a roupa que o senhor me pediu.

- A sim, obrigado – levantando da cama pra pegar as peças, nem lembrava da festa – Mas eu não vou mais, não estou com cabeça.

- Algum problema?

- Não... Quer dizer... na verdade sim, mas resolvendo ele talvez as coisas mudem pra muito melhor – Sorrindo.

Ela já começava a se retirar, quando resolvo perguntar.

- Sônia, posso fazer uma pergunta.

- Pode sim senhor.

- Se você precisasse convencer uma pessoa de algo que ela não acredita sobre você, como você faria?

- Pergunta difícil seu Erick... - Ela ficou pensativa – Eu sou uma pessoa sincera, então eu tentaria pela maneira mais fácil da outra entender, sem muita enrolação. Ela acreditou tá bom, se não é problema dela, eu não to mentindo.

- Huum... Obrigado – Fechando a porta.

“Simplicidade, talvez essa fosse a chave... Caso a pessoa não fosse o Thales” , pensava enquanto esfregava a mordida no lábio ainda doloridaNo domingo eu acordei cedo, me vesti da melhor forma possível e me dirigi para o ponto de encontro. Ele já estava me esperando, usando uma camisa vermelha com capuz, uma calça jeans e tênis. Meu coração estava meio disparado e as mãos suavam.

- Oi – disse trêmulo chamando sua atenção.

- Oi, está pronto?

- Estou... Eu

- Então vamos, me segue – Começando a andar.

- Espera, aonde vamos? - Perguntei surpreso – Não iamos conversar?

- E vamos, mas não aqui, cala a boca e me segue.

Eu acinto com a cabeça e sigo seus passos pelas ruas, entramos por um parque florestado. Quando achei que ele pararia, ele começa a subir a trilha de um morro alto ( na verdade parecia mais uma escalada).

- Afinal onde vamos?? - Reclamei, já começava a me esquecer da razão de tudo aquilo.

- O lugar fica lá em cima, vamos ter total tranquilidade lá.

Finalmente chegamos ao final da longa subida e numa região plana, gramada e com poucas árvores. Era possível ter uma visão bem ampla da cidade, uma vista incrível sem dúvida.

- É meu lugar preferido, eu venho aqui pensar quando estou confuso ou precisando relaxar. - Olhava pro horizonte - Senta aí - apontando para o chão gramado e se sentou cruzando as pernas.

- Isso aqui é muito bonito mesmo, não sabia que um lugar desses existia na cidade – Sentando-me

- Pois é, mas eu não te trouxe aqui pra admirar a paisagem – O tom sério de sempre dele estava de volta - Agora me explica o que você queria dizer ontem.

Precisei de um tempo pra encontrar o foco, a subida tirou quase toda a minha concentração! Se a situação fosse outra, eu diria que foi planejado.

- E então?...

Respirei bem fundo e tentei começar, mas nada veio na minha cabeça. Esqueci completamente o que eu decorei na noite passada.

- Err bem... - Balbuciei nervoso – Para de me olhar desse jeito!

- Desse jeito como?

- Desse seu jeito sério irritante – Esfreguei a cabeça com o nervosismo – Quer saber? Foda-se! - Ele me olhou de forma indignada - Eu to fascinado por você! E não foi por nenhum truque de mágica, foi pelo seu caráter e seu jeito realmente teimoso de ser.

- Então eu te trouxe aqui em cima, pra você dizer que está fascinado por mim e não pelo que eu fiz?

- Sim, e eu sei que você também gosta de mim!

- A questão aqui não sou eu e sim você – Tentou desconversar nervoso.

- Apenas responda com sinceridade, eu sei que é difícil assumir, eu nunca fiz isso nem por uma garota mas tô fazendo por um garoto! Agora... Se você não gosta de mim, isso tudo é desnecessário, eu vou embora e nunca mais te perturbo. - Erguendo-me para esperar sua resposta.

- Espera! Eu... - Baixou a cabeça – Eu... Eu não vou mentir, também estou atraído por você. Eu te achava um babaca, mas depois você mudou tanto comigo... Que eu fiquei balançado. Mas nada me tira da cabeça que é porque eu te salvei, você só esta impressionado!

Lágrimas começaram a rolar o seu rosto, me lembrei da primeira vez que eu o vi abalado por minha causa no corredor. O remorso por sempre ter transparecido a superficialidade pras outras pessoas me invadiu de imediato, não conseguia ser convincente para ele sobre os meus sentimentos. Ajoelhei-me perto dele, toquei suavemente o seu rosto com as duas mãos, secando-lhe as lágrimas.

- Presta atenção: Não tem porque ficar assim, eu estou sendo o mais verdadeiro possível, talvez como jamais tenha sido com nenhuma outra pessoa. - Olhava no fundo dos seus olhos – Ainda te acho nerd e teimoso se você quer saber, mas eu gosto de você de verdade, tá sabendo?

Ele sorriu pra mim, assentindo com a cabeça.

- Eu acredito agora – me beijando de surpresa. Essa era a minha deixa pra ser romântico e beijá-lo! Mas ele tomou a dianteira... Fazer o quê, né?

O beijo durou muito mais tempo agora, ele beijava bem, muito melhor do que muitas garotas que já encontrei por aí. Talvez porque este tivesse o ingrediente a mais da paixão... Ele por fim nos separou delicadamente.

- Não podemos continuar...

- Por que? O que foi dessa vez??

- … Até que você saiba com o que está se metendo.

- Você não precisa me contar nada, eu não quero mais saber sobre os seus segredos filhote de Houdini – Ele riu.

- Bem, digamos que é um direito seu saber.

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Bem manolada, agradeço os comentários e os votos ^^. No próximo epis... Parte terá a explicação pra tudo isso, o segredo (que não é tão secreto assim), mas o mais importante do como e por que. Espero que gostem :D

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Comentários

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As descobertas sempre são as melhores...E os primeiros beijos...Sensacionais.

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Agora a brincadeira está falando boa! Estou amando o conto.

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haha gostei... Ahhh pensa num cara que vai ficar nos cotocos dos dedos esperando pelo próximo capítulo.. Então, sou eu =)

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