-O que você quer? Finalmente uma luz do céu iluminou sua cabeça e você está aqui para dizer que vai me ajudar com o trabalho? –tentei mudar o foco pra não poder retribuir o sorriso
-Não, na verdade uma borboleta me disse que você estaria interessado em mim não acreditei e resolvi saber disso pessoalmente –ele disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.
-E...e..e..e..u....na..a..ão...se..iii....d..do..q..ue...vo...c...é...es...tá.....fa...lando -meu corpo teve um ataque de pânico
-Se não sabe por que gaguejou tanto? E ficou vermelho feito um jambo? Tudo bem eu sei que sou lindo, e se você estiver disposto ficamos aqui e agora -ele sorriu
-E..u não po..sso -foi a única coisa que saiu da minha boca
-Não pode ou não quer? -seu sorriso ficou falho
-Não, não, não é isso... -por impulso segurei sua mão, ele sorriu, eu soltei e retribui um sorriso envergonhado
-Então com essas palavras você confirma que quer? -ele pegou minha mão
-Sim -abaixei a cabeça e sorri
-Seu sorriso é lindo, não deveria esconde-lo -ele acaricio meu rosto
-Obrigado –apenas soube dizer
-Então você ira em minha casa –ele deixou sua mão cai e fixou o olhar em mim
-O que? O que eu farei em sua casa? –fiquei um pouco assustado
-Iremos fazer o trabalho, o que mais faríamos? –ele debochou
-Trabalho? Faremos o trabalho hoje? Affz eu tinha planos, mas posso cancelá-los –ouvi a voz irritante de Sophie detrás de mim –onde você estava gatinho? –ela me jogou para o lado e se pos no meu lugar
-você se importa de voltar depois? Estou ocupado –percebi que ele fechou os punhos, e por todos os anos que eu o observava já sabia que isso significava inicio de estresse, e com o estresse viria a ignorância, e eu podia não gostar da Sophie, mas jamais desejaria seu mal
-Não, tudo bem, irei avisar aos outros integrantes da equipe que faremos o trabalho em sua casa –ele me olhou como se dissesse “eu posso resolver isso” e eu retribuir o olhar como se fosse um “depois conversamos” e sai
Por um momento fiquei feliz, iria beijar o primeiro garoto e também seria o meu primeiro beijo, sempre tive certeza de quem eu era, o único problema era me aceitar, eu tinha medo do que as pessoas poderiam fazer ou me dizer, mas eu passei 17 anos da minha vida fingindo ser feliz e não seria mais assim, estava disposto a enfrentar tudo e todos, ou eu achava que estava, nas ultimas semanas antes das aulas eu havia freqüentado varias boates gays, e percebi que o que a mim havia sido ensinado estava completamente errado, gays eram pessoas normais, a única diferença é que gostam de pessoas do mesmo sexo, mas antes na minha cabeça isso era errado, e eu me corroia toda vez que cogitava a hipótese de beijar, abraçar ou até mesmo conversar com alguém assim. Avisei ao amigo do Anderson apelidado de “cara de peixe” pela Danic e também avisei a ela, ambos concordaram e disseram que estariam contribuindo devidamente.
As aulas não demoraram muito há acabar somente por que eu não desejava seu fim, Danic percebeu minha frustração e quis saber o motivo lhe contei e ela disse que daria um jeito de tirá-los de lá, fiquei feliz, e a agradeci muito e ela disse que eu lhe deveria um favor e eu apenas sorri.
-Vamos? não pretendo demorar muito lá -disse cara-de-peixe
-Eu também não, Sophie você me ajuda? preciso de alguém para me dar opiniões sobre minha roupa -Danic disse
-Por que eu? você nunca falou comigo, eu não vou te ajudar, seu amigo é Roberto não eu -Sophie respondeu
-Droga! -murmurei
-E onde está o gatinho? -Sophie perguntou a cara-de-peixe
-Procurando um jeito de se livrar de você -Danic disse
-Olhe aqui sua vadia... -Sophie começou
-Ei.. vamos logo -disse Anderson se aproximando
-Vamos -todos nóis dissemos juntos
-Pareci que a tarde de alguém será divertida -Anderson sussurou no meu ouvido.
continua....
Comentem, o comentário de vocês que me deixa feliz a nota nem importa tanto. até a próxima