Amor (4)- Daniel Durftys.

Um conto erótico de Felipe Freitas
Categoria: Homossexual
Contém 1729 palavras
Data: 23/05/2013 20:11:50

Em um dia desses das ferias de junho, quando o frio congelava metade da cidade e as aulas foram suspensas eu tive que ficar no computador o dia inteiro, não dava para ir na represa, a chuva caia densa e gelada quase o dia inteiro...

Em um desses dias me interesei em me aprofundar um pouco mais na historia da familia Durftys, achei um blog de um dos namorados de Daniel "o filho morto". O blog já estava desativado e sua ultima mensagem foi essa:

"Alguns anos atras morreu Daniel, ele era um cara legal, o mais popular da faculdade... sempre que dava ele pegava seu violão e estacionava o Opala azul no estacionamento da facul e cantava e tocava como louco. Todas as meninas babavam aos seus pés, eu o odiava, ele era muito bom para ser legal.

-Ei...- Daniel gritou no corredor-... Preciso da sua ajuda.

-Esta falando comigo?- ele nunca ao menos olhou na minha cara e agora quer minha ajuda.

-Sim... eu ouvi que você tirou a nota máxima em paisagismo

-Tirei, e dai?- eu não suportava ver a cara daquele rapaz que toda semana estava namorando uma garota diferente.

-Será que você pode ir na minha casa me ajudar com uma coisa?- ele olhou para mim- eu preciso muito da sua ajuda, se não eu vou ficar de DP.

-Eu...- respirei fundo e tentei pensar em uma resposta-... ok, eu vou... onde você mora?

-Eu venho te buscar aqui na frente da escola no sábado, que tal?

E a semana passou voando, quando percebi já era sábado.

-Não consigo entender- ele não tirava os olhos de mim- Eu não tenho imaginação para fazer isso.

-Talvez se você para-se de olhar para mim e começa-se a olhar para o caderno...

E mesmo com tantas diferenças, Daniel sendo popular e eu sendo apenas mais um cara da faculdade ficamos amigos e depois disso sentimos crescer algo em nós. Quando descobri que Daniel participava de corridas proibidas pela cidade quase morri! ele dizia que era um vicio e que eu não devia me preocupar, eu não acreditava que eu sentia afeto por aquele garoto que só sabia magoar o coração de garotas que achavam que tinham alguma chance de ficar com ele. Também não demorou muito para ele se preocupar comigo, ou pelo menos demonstrar isso, ele me viu fumando na esquina da rua augusta com alguns amigos e quase espancou o cigarro.

-OQUE VOCÊ ESTA PENSANDO?- ele gritava- VOCÊ QUER MORRER? PARA DE FUMAR IMBECIL!

-Calma, eu não fumo muito.

E foi nesse mesmo dia que ele calou minha boca com um beijo, ele nem queria saber para meus amigos que assistiam a cena e nem para os amigos dele que estranhavam tudo aquilo. Eu não lutei nem resisti, apenas o beijei. Uma semana se passou e Daniel não respondeu minhas mensagens, não me ligou de volta e nem falou comigo -eu já devia saber... ele é do tipo garanhão, nem deve se lembrar que eu existo- via ele todos os dias passando pelos corredores, ele nem olhava para mim, eu percebia que ele estava com vergonha, afinal, ele me beijou na frente de um monte de pessoas que juravam de pé junto que ele só namorava com meninas. Uma semana depois minha mãe viu minhas mensagens, ela logo entendeu tudo e em um ataque de fúria "por ter descoberto a sexualidade do filho" me expulsou de casa. Eu estava sozinho e com medo. Eu estava na frente da casa de Daniel, encarando os grandes do portões e as gárgulas.

-Daniel- eu gritava

-Que estranho - Daniel pensava - Estou ouvindo a voz do Vinicius... mas deve ser só o vento lá fora...

-DANIEEEEL!- eu esperneava. Ele apareceu na janela.

-EU...- lagrimas caíram dos meus olhos- TÔ COM MEDO, FUGI DE CASA! POSSO DORMIR AQUI, COM VOCÊ?

-VAI PARA CASA VINICIUS, SÃO 02:00 DA MADRUGADA.

-POR FAVOR, ESTOU COM MEDO... TUDO ISSO PARECE UM PESADELO.

-CALA BOCA QUE EU VOU ABRIR O PORTÃO, MEUS PAIS ESTÃO DORMINDO! - Ele desceu e me viu em prantos, sem casaco e no frio...- Calma...- ele pegou o casaco que usava e me cobriu-... O vento esta forte hoje... me desculpa fazer você esperar.

-Eu senti saudades de você- eu chorava como um bebê- eu ainda sinto saudades de você... Eu sempre fiquei me perguntando "onde está você agora sem ser aqui dentro de mim?"

-Vamos entrar. - Fomos direto para o quarto dele, era grande e espaçoso.- Olha só o que eu achei... - ele pegou uma caixa velha e cheia de pó debaixo da cama- era da minha vó- ele abriu a caixa e tirou dois colares que se juntavam no centro onde tinham duas silabas "Da + Vi" - por coincidência, minha vó tinha o nome de Daniela e meu vô de Vitor, eu quero te dar o "Vi", se você aceitar seria uma honra, eu gosto de você...

-Claro que eu aceito...- peguei o colar de ouro e coloquei no pescoço, ele colocou o "DA" no pescoço também. Nos beijamos novamente, o clima esquentou, eu queria descobri o que tinha por dentro da calça jeans de Daniel... Fizemos amor e na noite seguinte eu me despedi dele e voltei para casa. Pensava em Daniel 24 horas por dia e mesmo assim não saciava minha fome de amor por ele. Toda vez que nos víamos no corredor era um motivo para um selinho, no começo foi estranho pois todos nos olhavam mas depois todos se acostumaram... Eu me sentia tão bem quando me esquentava com o casaco dele que portava o seu cheiro delicioso, me sentia tão bem quando ele tocava em meu rosto, me sentia tão bem nos braços dele, o calor, o beijo e os lábios dele faziam meu dia ficar mais claro e bonito.

Os dias passavam cheios de vida e amor mas de uns tempos para cá meio que de sem querer alguma coisa aconteceu, Luiz andava quieto só que quase ninguém percebeu, ele estava com um sorriso estranho, por dentro ele sofria.

Em uma dessas corridas proibidas pela cidade pouco se via a não ser os destroços do Opalo azul no chão... No dia seguinte o diretor veio na nossa sala e disse:

-O aluno Daniel Durftys não esta mais entre nós, que isso sirva de aviso para vocês também, não se envolvam com esse tipo de corridas proibidas, isso só trara desgraça na sua vida.

E na saída foi bonito e estranho, todo mundo cantando bem baixinho:

-"É tão estranho

Os bons morrem jovens

Assim parece ser

Quando me lembro de você

Que acabou indo embora

Cedo demais"

E até hoje quem se lembra diz que foi tudo por causa de um coração partido. Pelo menos é isso que os jornais disseram na época, não foi por causa de um coração partido... bom não devo contar mais pois isso pode me complicar, só quero disser que não voltarei a postar nada nesse blog pois estou sendo indiciado pela Sra. Durftys e seus advogados."

Acabei de ler chorando, olhei pela janela e vi Lucas chegando de uma reunião importante da família, ele tirou o terno milimetricamente preparado para ele, agora ele estava só de cueca mostrando o corpo branco da mesma cor que a cueca box. Ele coçou os pelinhos de cima do pênis e se despreguiçou esticando os braços no ar por cima de sua cabeça, o pelo da axila era dourado e liso como o de seu cabelo.

Eu não aguentava de saudades de Lucas, fui visita-lo, o portão com as grandes gárgulas estava aberto, eu entrei e bati na porta que se abriu sozinha, subi as escadas e procurei de comodo em comodo até achar o quarto de Lucas, acabei entrando em um quarto que mais parecia um hotel, havia de tudo lá, eu como sou curioso fui ver, descobri que era o quarto da Sra. Durftys pelas fotos posicionadas as lado da cama. Ouvi um barulho na escada, eu podia jurar que não era ninguém mas a maçaneta da porta se virou e eu corri para de baixo da cama. Tampei minha própria boca enquanto me encolhia no chão de mármore branco.

-VOCÊ SABE QUE EU CONFIEI EM VOCÊ!- A Sr.Durftys disse.

-CALA BOCA SUA VADIA ESCROTA!!!!- um de seus guardas disse se posicionando na frente da cama- EU MATEI AQUELAS PESSOAS POR SUA CAUSA! VOCÊ ME DISSE QUE EU TERIA TE TUDO AO SEU LADO!!! O QUE FOI UMA PLENA E SENSATA MENTIRA!

-Oooh Diego... me desculpe- ela disse com um ar irônico e abrindo os braço para um abraço- me perdoe, eu até esqueci que foi você que matou meu filho Daniel...- meu coração disparou quando ela disse Daniel.

-SÓ O MATEI POR QUE VOCÊ MANDOU!!!!

-NÃO ME CULPE SEU MERDA!!! VOCÊ SABE QUE ESSE BAIRRO DEVE SER PERFEITO E CHAMAR A ATENÇÃO DA CLIENTELA QUE NÃO QUER QUE SEUS FILHOS VIREM GAYS VENDO OUTROS GAYS SE BEIJANDO NAS RUAS!!!- ela abaixou a voz e sussurrou para o vento- o que eu não faria para trocar sua alma pela do meu filho- ela se virou rapidamente sacando a arma e atirando no segurança que caiu duro no chão. Meu coração disparou e eu tive que me segurar para não gritar - EU TE AMO!!! MAS VOCÊ NÃO PODE DESAFIAR A RAINHA.- o rapaz virou os olhos esbugalhados para debaixo da cama e olhou diretamente em meus olhos, ele parecia pedir "socorro" pelos olhos vidrados, ele virou para Sra. Durftys novamente e disse:

-VADIA!- ele deu o ultimo suspiro sua alma não estava mais em seu corpo.

Sra. Durftys sentou na cama e caiu em prantos, ficou chorando durante 5 minutos, depois pegou o rapaz pelo pé e o arrastou até o corredor da casa. Era minha chance de fugir, sai debaixo da cama e fui andando até a porta, havia um caminho de sangue no carpete, abri a porta com todo o cuidado, olhei para os lados e não vi ninguém, corri até as escada, a casa era gigantesca, não seria surpresa se eu me perde-se. Corri até a porta dos fundos e quando estava a 2 passos da liberdade ouço uma voz familiar:

-O que faz aqui, Felipe?

continua...

***********

Desculpem pela demora, finalmente consegui um tempo para escrever para vocês.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Felipe Nurks a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Esse conto é real ?? alguém pode me responder ?? parece ser apenas uma fabúla...

0 0
Foto de perfil genérica

Felipe, seu danado! Tô amando! 10, 10, 10, 10 e 10! Delícia de conto!

0 0