- Acorde Brian! Já esta a hora da escola. E você esta atrasado novamente! – gritava sua mãe do outro lado da porta.
- Já estou indo. Estou me arrumando.
Não era muito de costume, mais ele acordou cedo, talvez cedo demais pra ir à escola.
Seus olhos eram quase impossíveis de ver, mais a não ser isso, era impossível de se perceber que ele estava cansado.
Abriu a porta, desceu as escadas e foi pra a cozinha. Não se importou muito com a hora, já que tinha avisado Caroline que iria mais tarde hoje. Ele estava querendo ficar o mais saudável possível; tudo para que o Alex notasse a diferença. E sentou-se na cadeira.
- Mais que milagre esta acontecendo por hoje aqui. Você acordou cedo, esta tomando café... Quem é a garota? – sua mãe pergunta com um sorriso de orelha a orelha, mais Brian apostava que se ela descobrisse o real motivo pelo qual ele esta diferente o sorriso sumiria imediatamente.
- Garota alguma mãe. – respondeu ele tomando um gole de café que tinha na xícara.
Ela o olhou e não disse nada.
Ele se levantou da cadeira e foi para á porta da frente. Não adiantou coisa alguma mandar o SMS para Caroline. Ela estava na frente de sua casa o esperando.
- Estou indo mãe! – gritou.
Pegou sua bolsa que estava na sala e saiu para o carro dela.
- Você não acha muita falta de educação simplesmente me mandar um SMS falando que vai um pouco mais tarde? E ainda pior, nem me explicar o porquê da situação?
- Não era nada de importante, e também não é nada demais sair atrasado de casa, só te mandei aquela mensagem por que eu queria chegar atrasado à escola e não entrar. – mentiu.
Caroline não disse nada apenas apertou fundo o pé no acelerador, estava indo rápido demais.
- Poxa Caroline! Tenha calma, tem um ferido aqui dentro do carro, e não estou muito afim de outro braço quebrado não!
- Desculpe.
Dito isto ela desacelerou um pouco e continuou o percurso até a escola.
- O que aconteceu com você? – perguntou Brian.
- Não aconteceu nada.
Ele a continuou olhando, sabendo que tinha algo errado. Toda vez que você olhasse sem parar, acabava conseguindo o que queria. Claro; isso só se você fosse um BFF dela.
- Ugh! – grunhiu. – Tudo bem! É que eu conheci um cara, acho que estou gostando dele. Nós planejamos até ficar, mais ontem eu o vi com uma garota no hospital e agora eu estou SUPERABALADA!
- Hei! Quem é este garoto?
- Denis Scott. É um garoto de outra escola.
- Denis é um nome bonito.
No momento exato que em que ele disse esta frase, Caroline freou de uma maneira nada agradável fazendo com que Brian batesse a cabeça.
- Caramba Brian! Eu não gosto do nome dele, eu gosto dele! Você parece que não sabe o que é amar! Em algum momento na sua vida você soube o que é amar?
Brian não respondeu. Claro que ele sabia o que era amar!
Caroline não esperou pela resposta. Continuou andando com o carro e não disse uma palavra até chegar à escola. Alex já estava ao lado de sal carro e Caroline estacionou bem do lado.
- Oi- disse Alex quando Brian saiu de dentro do carro.
- Olá! – respondeu.
Os dois começaram a andar, e Brian nem se deu conta de que tinha largado Caroline sozinha.
- Quero falar com você sobre uma coisa. – disse Alex.
Brian começou a imaginar coisa do tipo “Eu gosto de você!” ou do tipo “Quer namorar comigo?”. Parecia que ele não ia falar nunca. Parecia que estava escolhendo a melhor forma de poder falar.
- Pode falar. – disse Brian muito sorridente.
- Sobre o que aconteceu no hospital...
- Sim? – interrompeu.
- Acho que é melhor... Nós esquecermos.
Está foi de surpresa! – pensou Brian.
- Eu também acho melhor.
Pensa, pensa, pensa! – pensava Brian – Como saio daqui agora?
- Então está tudo resolvido? Nós podemos, quero dizer... Continuarmos amigos, certo?
- E quando foi que deixamos de ser? – perguntou Brian, mas Alex não respondeu.
- Tudo certo. Tenho que ir agora, até.
Ele nem respondeu. Seu coração estava acelerado demais para responder a qualquer um que fosse.
Caroline chegou ao seu lado e perguntou.
- O que aconteceu aqui? Tem alguma coisa rolando e eu não estou sabendo de novo?
Brian só disse não com a cabeça e saiu correndo. Todos o olhavam enquanto ele passava. Más não só por causa do braço, era também por parecer que estava drogado, bêbado ou algo do tipo.
Correu para o banheiro. Por sua sorte não tinha ninguém lá dentro. Talvez por que as aulas já tinham começado e só restava ele para fora.
Era melhor assim, porque ele poderia chorar o quanto fosse e ninguém, o encheria a paciência.
Sua cabeça já estava começando a doer e ele já não estava aguentando mais. Ele poderia ir embora da escola só por hoje e ir para sua casa já que ninguém estaria por lá. Ou ficar escondido no banheiro até que o primeiro tempo acabasse.
Escolheu a primeira opção. Ele não sairia por aí na escola sem que ninguém notasse seus olhos vermelhos de tanto chorar.
Saiu de dentro da cabine e foi até o espelho para ver como estava seu olho, para poder ver se ainda tinha chance da outra opção, de esperar o segundo tempo.
Antes ele não tinha certeza, más agora ele tinha a total certeza. Seus olhos estavam inchados de mais para continuar na escola e ele tinha total certeza também de que se visse Alex novamente iria chorar.
Passou um pouco de agua no rosto e foi em direção da porta para sair, mais trombou com alguém.
Por favor, não, não seja quem eu estou pensando. - pensou Brian.
- O que você está fazendo aqui? Procurei-te por todo lugar.
- A-Alex – gaguejou Brian por causa do choro. – Eu tenho que ir agora. – disse e o saiu pelo lado, mas Alex pegou no seu braço bom antes que pudesse dar mais que três passos.
- O que aconteceu? – perguntou Alex e o puxou para dentro.
Sem olhar para cima Brian respondeu.
- Nada, tenho que ir agora.
Alex pegou no queixo e viu que Brian estava chorando.
- Por que você estava chorando?
Alex olhava nos olhos de Brian com um jeito intimidador.
- Eu não estava chorando. E agora me largue por que está me machucando. – tentou dizer Brian de forma mais tranquila possível.
Alex o largou, mais ao mesmo tempo o colocou encostado na parede, um bem perto um doutro.
- Alex, me dá licença agora, por favor?
- Não vou deixar você sair em quanto não me disser por que estava chorando.
Brian não respondeu, estava gostando de ter ele por perto, mas por outro lado estava odiando o jeito que o estava sufocando.
- Eu estava chorando por que... Estou com uma dor de cabeça e ela está doendo muito. Agora me dê licença! – Não era mentira sobre a dor de cabeça, mas também não era total verdade.
Só um completo idiota cairia nessa.
- Chega de mentiras Brian! Não suporto você mentindo pra mim! – gritou Alex, mas pareceu que ninguém ouviu. – Agora me conte a verdade!
Alex estava cada vez mais perto do rosto de Brian. Estavam a um centímetro de suas bocas se tocarem.
- Vo-você está me assustando. – disse ele.
Parecia que Alex tinha concordado com o que ele disse e se afastou. Faltava muito pouco para os dois se beijarem, más infelizmente não aconteceu.
- Por favor, me diga simplesmente a verdade, não estou te pedindo mais nada. Só a verdade. – e se afastou menos que um metro de distância.
Brian pensou em mentir (de novo), más parecia não ser uma boa ideia. O que será que Alex iria fazer da próxima vez que mentisse? Bater nele? Quem sabe até quebrar o outro braço.
Eu vou contar a verdade, não tenho outra chance a não ser essa. – pensou Brian.
A verdade iria sair da sua boca em três, dois,Você quer saber a verdade? – Alex se virou para ele e voltou a olhar em seus olhos, tão profundamente que parecia estar olhando através deles. – Então a verdade é está; eu acho que amo você mais parece que você não me ama, e você sabe como eu me sinto agora? Um lixo.