Como Chamas 1x12: PLANO DE MESTRE!
(Fall Finale)
Eu procurava Felipe em todos os lugares. Meu olhar percorria cada canto do lugar.
As luzes das sirenes do carro da policia ofuscava as paredes da minha casa e o quintal.
Um policial alto se aproximou e eu agarrei seu braço.
- Onde esta o Felipe?
Ele me encarou sem entender nada.
- O garoto que estava comigo quando invadiram.
Antes que ele tivesse a chance de responder, outro policial nos fundos da propriedade gritou:
- Pessoal, encontramos um corpo.
Senti um arrepio gelado percorrer minha espinha. Os pelos de meu pescoço se arrepiaram.
Um corpo?
Segui os policiais ate o local, mas nao consegui ver quem era. Meu coração batia a mil.
- É um garoto. Disse o outro policial.
Depois tudo escureceu.
12 HORAS ANTES...
- Você tem certeza? Ontem pareceu que você não tinha. Falou Felipe cruzando os braços e me encarando serio.
Eu nao esperava outra reação dele. Afinal, estou acusando o irmão dele de me atacar e tentar me machucar na noite passada.
- Eu tenho. Eu o vi correndo saindo de lá e o segurança disse que ele entrou por outro lugar.
- Dan, como meu irmão iria conhecer as entradas da sua escola?
- Dã, pela internet. Este é um colégio particular, eu mesmo já dei uma olhada no mapa.
Felipe ficou calado e se sentou em minha cama.
- Mas porque ele quebraria a janela do carro do nosso pai? Ele sabe que isso me traria problemas.
- Eu já disse, ele tentou me acertar.
Eu havia contado tudo o que aconteceu no estacionamento e no dia que fui perseguido na rua, mas Felipe parecia não ouvir nada.
- Porque meu irmão faria isso com você?
Eu não respondi. Não podia despejar toda a história de Porto Seguro sobre ele agora.
- O que quer fazer? Ir a policia?
- Eu não sei. Respondi.
Eu deveria ir, afinal, isso já foi longe demais. Eu quase fui morto, duas vezes, Capuz Preto não parece uma pessoa que quer só tomar cappuccino e bater um papo.
- Vamos chama-lo para vir aqui. Assim você pode confrontar ele e caso ele esteja mesmo querendo machucar você, eu vou estar aqui e isso não vai acontecer.
Felipe falava aquilo como se estivesse me contando a coisa mais idiota do mundo. Ele não podia simplesmente aceitar que Mike era o meu perseguidor?
- Tudo bem.
Meu celular tocou em cima do criado mudo e corri para alcança-lo. Era Marcie.
- Oi, tudo bem? Falei quando atende.
- Não sei. A mãe de Gregori acabou de me ligar para perguntar sobre ele.
- Como assim?
- Parece que ele não volto para casa depois de me levar embora.
Fiquei mudo na linha por alguns minutos. Eu não sabia o que dizer, Marcie estava notavelmente assustada.
Levou um bom tempo ate que ela fizesse Gregori a convida-lá para sair e agora o garoto desaparece. Parece que o destino quer dizer alguma coisa para alguém.
- O que quer fazer? Perguntei.
- Bom, podemos dar umas voltas na redondezas só para checar se ele esta bem.
- Mas nem sabemos onde ele esta...
- Eu iria com você se seu amor desaparecesse. Foi só o que ela disse.
Eu quase pensei em dizer que tinha outros planos, mas eu não poderia dispensar Marcie agora.
- Ok, eu vou.
- Legal, passo aí daqui a meia hora.
E desligou.
- O que ta pegando? Perguntou Felipe.
- Uma emergência com minha melhor amiga. Podemos fazer o lance do Mike a noite?
Felipe deu de ombros e me beijou.
Marcie passou aqui minutos depois dele ir embora.
Andamos praticamente cada centímetros de varias ruas. Olhando em becos, vielas estranhas e ruas desertas. Marcie mostrava pra varias pessoas nas ruas uma foto dos dois juntos no baile.
Mas não iria funcionar, a foto estava perfeita demais. Seria mais fácil perguntar sobre um garoto de olhos profundos e escuro e de cabelo lissisimo.
Quando deu duas da tarde, eu achei que era melhor parar.
- Best, já chega. Não agüento mais.
- Mas Dan ainda não encontramos ele.
- Então deixe que a policia faça isso.
Brigamos por um tempo ate ela se convencer e me levar de volta para casa.
As coisas estavam ficando cada vez mais sem controle.
Primeiro Jordan. E Mike e depois Felipe e meu agressor/perseguidor e agora isso.
Minha vida nunca havia estado tão agitada.
- Serio, você quer que vá ate sua casa?
- Claro. Precisamos conversar não acha?
- Tudo bem, a noite estarei ai.
Desliguei o telefone e desci para a sala de estar. Ainda estava cedo e era domingo, então meus pais provavelmente foram almoçar com amigos e me deixaram sozinho.
Alguém tocou a campanhinha e eu fui atender a porta.
Jordan estava sem camisa, todo suado e ofegante.
- Eu preciso falar com você. Ele disse.
- Entra aí.
Deixei a porta aberta e segui paro sofá e ele me seguiu.
Notei seu cabelo ondulado pingando e escorrendo pelo seu peitoral forte e abdômen malhado.
Não importa o quanto eu amava o Felipe, era quase impossível não se sentir atraído por Jordan.
- Dan, eu acho que amo você. Ele disse.
- O que?
- Cara, eu briguei com você, te xinguei de todas as maneiras possíveis e ate mesmo arrumei uma namorada... Mas, no fim do dia, quando estou sozinho em meu quarto, eu preciso olhar para sua janela e saber se você esta bem e feliz para que eu posso dormir em paz.
Pisquei e fiquei em silencio, eu não sabia o que dizer a ele.
Então, Jordan se inclinou e tentou me roubar um beijo, mas virei o rosto e me afastei.
- Sinto muito.
- O que foi? Você não quer...
Eu não respondi.
- Dan, um beijo, é só o que eu te peço.
- E eu te pedi um dia Jordan e você não foi capaz de esperar. E quer saber, no dia em que você me humilhou, eu estava prestes a aceitar ficar com você. Ia te dar a chance que você tanto pede, mas veja o que aconteceu.
Sua expressão mudou completamente. Arrependimento, confusão, nervosismo.
- Porque não disse nada?
- Você ja estava namorando e não é como se eu quisesse namorar alguém que pensa aquelas coisas sobre mim.
Ele estava de cabeça baixa e lagrimas escorriam de seu rosto.
Eu gostaria de abraça-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas sei que isso não é verdade.
- Tem outra pessoa?
- Tem. Contei a ele.
- É aquele garoto, irmão do seu amiguinho?
- Mike? Não de jeito nenhum.
- Mas então...
- Meu Deus, Jordan, você me pediu uma chance e eu disse não. Será que não pode aceitar isso?
- Eu não vou desistir de você. Vou lutar ate o fim.
- Boa sorte com isso.
Ele se levantou e saiu.
Fiquei pasmo no sofá por mais algum tempo, espero a sensação de sufoco me abandonar.
Quando o sol desapareceu, esperei que quieto ate que Mike aparecesse. Felipe ficou escondido na cozinha, com os ouvidos ligados.
Quando deu oito horas em ponto, ele chegou.
Abri a porta para ele e o guiei ate a sala.
- Porque você esta tentando me machucar? Falei.
Mike parou onde estava e me encarou.
- Como é que é?
- Não venha com essa de "Eu não sei de nada". Eu sei que esta por trás disso.
- Você não entende...
- Foi você ? Felipe falou e entrando na sala.
- Cara, eu...
- Porque esta fazendo isso?
- Não fui eu! Mike gritou.
Não parecia nervoso e mentiroso. Parecia chateado e ate mesmo assustado.
- Olha, alguém esta tentando me machucar e se não foi você, eu acho que...
Todas as luzes da casa se apagaram e ficamos os três no escuro.
Então, alguém chutou o porta da frente e três ou quatro silhuetas passaram para dentro. Gritei e corri em direção a escada. Algum dos meninos vinha atras de mim.
- Pro seu quarto, vai, vai! Falou Felipe me empurrando.
Tranquei a porta e tapei a boca com as mãos.
Meu coração batia a mil e eu não conseguia respira.
- O que ta acontecendo?
- Eu não sei Dan. Mas não podemos ficar aqui.
Ele pegou minha mão saímos do quarto. Descaímos as escadas devagar quando alguém puxou Felipe de volta para cima.
Ele e algum garoto começaram um briga e eu me encolhi em um canto. Logos os outros invasores saberiam e viriam para cá e não seria bom.
- Felipe, temos que sair!
Ele e o outro garoto continuaram brigando e cambaleando pelo corredor, ate foram parar na varanda.
Depois de muitos golpes, os dois acabaram caindo de lá. Tentei gritar mais não havia voz, não havia som, não havia nada, apenas escuridão.
Lentamente, mentalizei o caminho de minha casa ate o quintal, mas quando desci para a sala, alguém esbarrou em mim e me segurou pelos braços.
É o fim. Pensei.
Apesar do escuro, os flashes de luz dos postes do lado de fora me proporcionavam uma visão distorcida das coisas.
Olhei para a pessoa a minha frente e vi o par de olhos penetrantes, que pareciam ver sua alma, que eu só havia visto uma vez na vida.
Os olhos de Gregori.
Ele me empurrou para trás e correu. Eu cai, mas logo me levantei.
As luzes se acenderam e então Mike surgiu em meu campo de visão.
- O que aconteceu? Perguntei.
- Dan, chamei a policia mas não posso esperar aqui com você. Esses caras que invadiram aqui são aqueles de Porto Seguro. Não sei como mais conseguiram rastrear você.
Tomei um golpe na cabeça e senti mais medo do que já senti na vida.
- O que eles querem?
- Querem me pegar. Ainda estou devendo a eles.
De repente, eu já podia ouvir as sirenes se aproximando.
- Eu tenho que ir... Diga a meu irmão que explico tudo depois.
Mike sumiu e fiquei sozinho ate a policia chegar. Eram no total quatro viaturas.
Contei toda a história e eles começaram a procurar pela propriedade e acharam um corpo de um garoto nos fundos.
Eu desmaiei quando pensei que pudesse ser o Felipe.
Acordei no hospital.
Me levantei e sai da maca de hospital e fui procurar por Felipe.
- O outro garoto morreu e o seu amigo esta internado, em coma. Disse o policial que estava na sala de espera. Corri o mais rápido que pude para o quarto dele.
Felipe tinha hematomas roxos e vermelhos no rosto e nos braços, também algum arranhões. E estava inconsciente.
Tudo por minha culpa.
Pelo menos ele ainda não iria ter que ouvir a história do irmão se envolvendo comigo e com traficantes em uma ilha em Porto Seguro.
Esse era um segredo que eu, se quisesse continuar vivo, teria que desenterrar.
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Muito bem gente, esse foi o ultimo desta primeira parte da temporada, terá 22 episódios, e prometo voltar em breve.
Obrigado por lerem os contos e espero que gostem.
Até o próximo.
