-Cadê o seu namoradinho filho?- meu pais estavam preocupados.
-Não sei, ele saiu e até agora não o achei...
-Bom, já esta tarde eu e sua mãe vamos indo para casa, qualquer coisa liga no nosso celular.
-Ok pai.
Eles estavam meio bêbados por ter tomado tanto champange, nem perceberam meu olho inchado e meu lábio cortado. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Lucas:
"Onde você esta? meus pais já foram embora... vou estar te esperando na frente da mansão que esta em construção, vem logo amor!"
A mensagem nem chegou as mãos de Lucas, Sra. Durftys estava com o celular e sabia exatamente onde eu estava... e o pior, eu estava sozinho!
-MÃAAAAAAAAAAAAAE- Lucas gritava batendo as mãos na forte porta de madeira como um animal tentando sair de uma gaiola- MÃAAAAAAE POR FAVOR, ME DEIXA SAIR!!!- os gritos ressoavam pelos ladrilhos e pelo piso de marmore branco de toda a casa e não era ouvido por ninguém -POR FAVOR!!!
-Lucas, o que esta acontecendo?- Alguém havia falado, ele olhou para trás procurando a fonte daquelas palavras que podiam salvar a vida de seu amado- isso é sangue?- ele olhou pela janela e pode ver o pai de Felipe o chamando do outro lado da casa. Mas é claro, Lucas foi burro ao não se lembrar que a janela de seu quarto dava de frente com a de Felipe.
-O SEU FILHO ESTA CORRENDO PERIGO!
-Como assim rapaz?
-Minha mãe vai mata-lo.
-Você é louco?
-Não, eu juro, me ajude.
-Sua mãe não faria isso, rapaz.
-Você tem que acreditar em mim, se não fizer nosso amor estará morto amanha! -Lucas falou atravessando o telhado.
Eu me sentei em um balanço quebrado de um parquinho na praia, estava escuro e molhado, minha cabeça pesava com tudo aquilo, imaginava Lucas brigando com a mãe dele. Poucos carros passavam por mim e nenhum chamava minha atenção, até que um fox vermelho parou em frente ao balanço, as janelas estavam escuras, nem dava para ver quem estava lá, apenas a silhueta balançando de um lado para o outro, pegando algo no banco de trás, e se ouviu o barulho da trava se destrancando.
-Oi...- ouvi a voz da Sra. Durftys, ela enfiou o tamanco de grife na areia e saiu do carro de vagar -...garoto, você fudeu com minha vida, sabia?- ela pegou uma arma da bolsa- você tirou meu filho! a unica coisa que eu ainda me importava.
-Calma, pelo amor de deus!
-Hoje você vai sentir na pele o que eu senti!- ela mirou a arma e atirou, minha sorte é que ela não é uma boa atiradora, errou feio! Corri até a mansão em construção.
Sentia meu coração palpitando, corri até os muros escuros e ainda não acabados da casa.
-VEM AQUI MEDROSO, VEM SENTIR MINHA RAIVA.- Sra. Durftys gritava, ela me seguia pelo caminho sujo de areia que eu acidentalmente deixava -VEM COMIGO!!!
-Por favor, vamos conversar!
-Conversa é para bichinhas! talvez se eu não desse tanta conversa para meu filho ele seria HOMEM! - ela atirou em um sombra que corria pela escuridão, acertou meu braço, subi as escadas e cheguei no 2 andar, corri para um quarto e me tranquei lá, era um quarto mal acabado onde só tinha gasolina e pedaços de latas -PARA DE CORRER GAZELINHA!!! QUANDO EU TE MATAR, VOU CORRENDO LÁ PARA CASA TORTURAR O VIADO DO MEU FILHO! E LOGO DEPOIS, VOU PEGAR ESSE ARMA E ATIRAR NO MEIO NA CABEÇA DELE!!!
Tive que pensar rápido, peguei a gasolina joguei no chão do quarto, depois sai pela janela e procurei algum botijão de gás, Sra. Durftys estava no 2 andar, achei um botijão na dispensa, peguei no meu bolso um fosforo e joguei gasolina em cima do botijão, fiz um caminho que saia da casa e ia diretamente até o lado de fora, depois ateei fogo no caminho da gasolina, ela saiu queimando tudo até atingir o botijão que explodiu e destruiu metade da casa. Sra Durftys quando percebeu o incêndio estava no 4 andar. Eu estava desesperado, não podia deixar aquela mulher a solta, querendo matar o unico amor da minha vida! Eu estava suando, sujo de areia e com o rosto cheio de graxa, meus olhos lacrimejavam, eu olhava o fogo queimar tudo na casa.
-AAAAAAAAAAAAAAAAH, SOCORRO ESTA ME QUEIMANDO!!!- Sra. Durftys gritava de dentro da casa.
Me senti culpado por tudo aquilo mas ela mataria meu amor se eu não fizesse nada, assim como matou seu outro filho, Daniel. Ouvi um tiro explodir de dentro da casa, olhei para cima e vi uma silhueta se batendo pela janela, depois vi o corpo queimado quebrando e caindo pela janela, ela caiu de cabeça no chão e quebrou o pescoço. Era o fim de Sra. Durftys. Meus olhos enxeram de lagrimas, coloquei a mão na boca e deitei no chão em posição fetal, olhando a luz do grande incêndio crescendo e esquentando meu rosto.
Uns 13 minutos se passaram e os bombeiros chegaram, Lucas veio logo atrás, me abraçou e quando eu fui explicar o que havia acontecido ele mandou eu me cara.
-Vai ficar tudo bem, não precisa explicar nada, amor. Agora somos só nos dois para sempre.- ele chorava enquanto beijava minha bochecha...- MEDICO!!! ELE ESTA FERIDO!!!- ele gritou ao ver meu machucado. -o que aconteceu, voce esta perdendo muito sangue!- tudo começou a ficar lento e escuro, até que eu desmaiei.
Acordei no dia seguinte no hospital.
-Filho, ainda bem que acordou!- Meus pais estavam ao meu lado.
-Cade o Lucas?
-Calma, ele esta bem só esta um pouco impressionado com o que aconteceu.
-A Sra. Durftys? ela esta bem?
-Não, ela morreu Felipe...
-Ai, eu matei a Sra. Durftys- comecei a chorar.
-Não filho, voce só se protegeu.
Vi Lucas entrar pela porta.
-Lucas... ainda bem.
-Vou deixa-los a sós- disseram meus pais.
-Me beija- ele encostou os lábios nos meus, estavam gelados por causa do clima que fazia lá fora.
- Eu te amo.
-Eu também te amo...
-Eu vou fazer 18 anos mês que vem, poderemos sair de casa, eu e você...
-Não sonha tão alto, amor. Meus pais nunca nos deixaram ir embora.
-Mas pelo menos poderemos ser felizes juntos, para sempre.
-Para sempre!- nos beijamos novamente.
fim...
