Aprendendo a amar - parte VIII

Um conto erótico de Alessa
Categoria: Homossexual
Contém 978 palavras
Data: 01/05/2013 10:27:26

– Bebê, o que tá acontecendo, me fala vai.

– Eu... – ele respirou fundo – eu tô com um tumor e não tem como operar, não tem nada que eu possa fazer mais. Já tá muito avançado... – vi as lágrimas descendo de novo, mas agora as minhas também rolavam pelo meu rosto e eu o ouvia calada – Eu sempre achei que as dores de cabeça, os enjoos, minha visão alterada era por causa do estresse, dos estudos. Que droga, eu ia me formar em medicina pra que se nem consigo diagnosticar uma merda dessas dentro de mim?

Eu não podia acreditar, ou simplesmente não queria. Meu irmão... Eu não podia perder meu irmão. Ele é a pessoa que eu mais amei nessa vida, que me deu os melhores conselhos, que me apoiou. E então todos os momentos que a gente viveu foram passando em flashes na minha cabeça, as brincadeiras, os ensinamentos, as horas que passamos juntos sem fazer absolutamente nada, simplesmente porque eu amava estar perto dele. Não podia estar tudo acabando assim, sem motivo algum.

– Você já falou com o papai? Alguém tem que fazer alguma coisa, qualquer coisa!

– Não tem nada que possa ser feito.

Eu comecei a socar o peito dele com toda força que eu tinha enquanto chorava.

– Que droga! É claro que tem! Vai ao médico! Você não pode me deixar de novo, NÃO PODE!!!

Ele só me abraçou forte e eu parei de bater nele. Só conseguia chorar mais e mais enquanto ele fazia carinho no meu cabelo sem dizer nada. Fiquei tanto tempo chorando que acabei adormecendo e acordando um tempo depois, desejando ardentemente que tudo aquilo não passasse de um sonho ruim, mas haviam braços fortes em volta de mim, ele ainda estava ali.

Afastei-me um pouco dele e ele disse:

– Eu vim por você. Porque não queria te deixar sozinha. Acho que com o tempo eu fui pegando algumas características do papai, eu quero passar por isso sozinho, quero que acabe logo, mas eu queria te ver, porque você sempre foi minha melhor amiga. Quando mamãe estava grávida eu queria que fosse um menino, alguém pra jogar bola comigo ou vídeo game, mas aí ela disse que era uma menina e eu jurei que ia te proteger. Criei uma música pra você, cantava pertinho da barriga da mamãe todos os dias, aí quando você nasceu, prematura demais, estava sempre mal e ninguém queria deixar eu te ver. Você não respirava direito, não dava sinais de que ia durar muito tempo com vida. Aí a mamãe passou por cima das restrições dos médicos e do papai e fez com que me levassem pra te ver. Eu cantei pra você e lentamente seus sinais foram melhorando, você foi melhorando e tá aqui forte e saudável. Fui eu que te ensinei a falar e a andar. Papai e mamãe sempre estiveram muito ocupados e eu tinha que ficar em casa cuidando de você. Quando você chorava, eu não tinha a menor ideia do que fazer, então te pegava no colo e cantava pra você, era incrível como sempre te acalmava.

Dizendo isso ele começou a cantar a minha música, que eu ouvia antes mesmo de nascer. Marília entrou no quarto, acompanhada por minha mãe que estava com olhos vermelhos por ter chorado recentemente, ambas sentaram na cama e o ouviram cantar.

Depois terminei de organizar minhas coisas e coloca-las no quarto da minha irmã. Descemos para o jantar e Caio não parava de falar suas besteiras de sempre, tentando fazer alguém rir, mas estava claro que a tristeza pairava sobre aquela mesa. Com o tempo ele desistiu, baixou a cabeça e comeu em silêncio como todos faziam.

Aquela noite eu não estava conseguindo dormir, precisava falar com alguém, na verdade eu sabia com quem eu tinha que falar, precisava de colo e carinho. Não ia conseguir lidar com isso sozinha de forma alguma. No meio da madrugada resolvi ligar pra Luna, torcia pra que ela atendesse, lá pelo sexto toque eu já estava sem esperanças, já ia desligar, mas ela atendeu com voz de sono:

– Alô? – bocejo.

– Luna, eu tô precisando de você – eu não consegui segurar o choro, ainda não tinha me acostumado com tudo.

– O que houve?

– Meu irmão ele não tá bem e... Eu to com saudades e... Você entendeu tudo errado... QUE DROGA, EU PRECISO DE VOCÊS!

– Calma, eu to indo aí.

– Que?!

– Quando eu chegar a gente conversa, me espera lá fora ok?

Fiquei no portão e ela chegou em poucos minutos, quando eu a vi descendo do carro, me joguei em seus braços e a abracei com força, estava morrendo de saudades daquele cheiro. Ela não me afastou, só ficou passando a mão no meu cabelo, e me olhando.

– O que houve?

– O Caio, ele tá doente, ele é o único nessa casa que me entende, o único que sempre esteve do meu lado e agora eu tô morrendo de medo de perdê-lo.

– Ei, calma, ele vai ficar bem ok?

– Não precisa dizer o que todo mundo vai dizer, eu não acho que ele vai ficar bem... – acabei chorando mais ainda.

– Não chora, por favor, me dói tanto te ver chorar.

Queria muito que ela me tirasse dali, ela sempre conseguia me tirar da realidade de qualquer forma e me custava acreditar que depois de uma semana ela simplesmente estava ali parada na minha porta. Me afastei um pouco e fiquei olhando em seus olhos, ela parecia preocupada demais comigo.

– Onde você esteve esse tempo todo?

– Olha, acho que eu não te devo explicações sobre isso.

Aquela resposta seca e direta doeu também, mas eu não queria simplesmente manda-la embora, até porque eu tinha certeza que aquilo era culpa minha, já estava passando da hora de esclarecer as coisas com Luna. Eu precisava contar tudo que estava acontecendo e o que eu estava sentindo e decidir certas coisas...

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive demonbaby a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Nana- acho que já passei meu e-mail em alguma das partes desse conto, mas é Laylla.geral@gmail.com

Fica aí pra quem quiser saber a real história, na íntegra e como eu sou depois de tudo

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Demonbaby, será que você poderia me dar o seu email, preciso entrar em contato com você, por favor mesmo.

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Kau24 - esse meu conto é antigo, acabei ficando com preguiça :/

0 0
Foto de perfil genérica

Volta escrever quero saber o fim da hestoria

0 0
Foto de perfil genérica

Amore continua logo não me deixe aki nessa aflição!!!

0 0
Foto de perfil genérica

Querida vc escreve muito bem.

Estou esperando com ansiedade a continuação!!!

:-D

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Oh baby isso e noticia boa!entao continua logooooo kkk aah gostaria de conversa contigo,se possivel manda email mayara9205@hotmail.com

0 0
Foto de perfil genérica

Gente, a atração que ela sentiu de cara pelo Gabriel foi linda e tal, mas atração não segura relacionamento e se ela ficasse com ele não teria muita graça como conto lésbico né? kk só posso adiantar que não é com o Gabriel que ela vai ficar

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Lindo, maravilhoso!! Super emocionante!

0 0