18+ 11- O Baile Part III
Estava sentado mais ou menos uma hora naquele banco da delegacia, o delegado disse que talvez não pudesse falar com o Rafael naquela noite, mais como minha mãe é amiga dele faria oque puder. Após essa longa espera, consegui uma brecha e caminhei em direção a uma sala que ficava em um corredor fundo, era ate meio gélido, mais do que a rua em suas noites de frio. Adentrei a sala e lá estava ele algemado, de cabeça baixa. –Porque Rafael, Por quê? Disse eu em um tom de desentendimento. –Pela emoção Lucas. –Pela emoção, pela mor de Deus Rafael, você é rico, pode fazer oque quiser, agora assalta uma loja pela emoção? Não acha que é estupidez demais? Sabe, continuei dizendo, alguém poderia ter morrido, eu poderia. –Lucas, você não entende como é viver sozinho, sem ninguém para se importar, ninguém para se preocupar. Aquilo me corto o coração. –Sabe Lucas, continuou ele, quando meus pais morreram, só ficou eu, sem amor, carinho nada sabe, apenas uma casa cheia de empregados, e uns parentes que só quer saber do meu dinheiro.
Ele pôs suas mãos sobre a mesa às algemas rangiam, com a fricção sobre o metal. –Às vezes Lucas você só quer alguém que se importe, aquele dia que olhei nos teus olhos no dia do assalto, não sabia oque fazer, o arrependimento bateu, e quando vi o Allan, te levando embora, pensei que tinha perdido uma oportunidade de você, E olha agora onde estamos. –Sabe Rafael, apesar de tudo isso ser muito bonito, e ao mesmo tempo triste não justifica, mas não vou julgar você, ninguém se machucou não é? Ele deu um sorriso de criança. –Então, continuei, quando sai? –Amanhã, pela manha, meus advogados estão cuidando de tudo. –Sabe Rafael, minha mãe não vai gostar nada disso. –Eu sei, mas vou dar um jeito. Cheguei perto dele e o beijei, o policial que estava encostado na sala, baixou a cabeça e riu. Após me despedir sai em direção à porta de saída, e vi oque não queria ver, Allan, estava parado, e me esperava.
-Oque você quer Allan? Disse eu num tom não amigável. –Conversar Lucas, explicar, e resolver. –Resolver, achei que já estávamos resolvidos. –Não Lucas, não estamos, então suas mãos tocaram nas minhas, e se tiver um pingo de consideração sobre mim, sobre nos, você vai me dar essa oportunidade. Parei por uns momentos, olhei em seus olhos, como eram lindos. –Tudo bem Allan, mas que seja rápido. –Pode deixar disse ele. Saímos em direção à rua e fomos caminhando pela calçada, ate chegar à praça, aquela praça onde tudo começou, sentei sobre um banco de concreto, enquanto ele me vigiava, ao prestar atenção via que ele estava usando o mesmo casco daquele dia, o mesmo casaco que me aqueceu. –Então Allan, oque tem para me dizer? –Ok, Lucas respondeu ele, vou te falar tudo oque aconteceu a historia inteira, minha do Rafael, e você. –Eu? Perguntei. –Sim Lucas você respondeu ele. –Sabe Lucas tudo aconteceu no dia em que você chegou a escola, eu e Rafael, estávamos saindo aquela época, mais só ficando nada de mais, e no momento que o vi entrando naquele prédio sabia que era hora de eu dar conta da minha vida, parar dessas loucuras. –Como assim Allan, perguntei. –Bom, continuou ele, eu e Rafael, era o tipo de casal meio doido por assim dizer, bebíamos de mais, bagunçávamos geral, mas resumindo quando te vi aquele dia no prédio, sabia que era hora de parar com tudo isso hora de se ajeitar, sei que parece louco, mas é a verdade. Continuava ouvindo com atenção. –Aquele dia na sala quando esbarrei em você foi de proposito, esperei a sala encher até sobrar aquele lugar perto de você, ai o resto se sabe. –Tá Allan entendi, mas como o Rafael entra nessa historia? Perguntei. –Então, Rafael sabia ou desconfiava que estava atrás de alguém porque eu já tinha esfriado de mais com ele. Então ele procurou saber quem era, ate descobrir que era você. Naquele dia ele chegou a mim e disse que faria o possível, para separar eu e você. Claro que não dei ouvidos, ate ele dizer que falaria tudo oque eu era, claro que aquilo me apavoro, ate mesmo por pensar que aquilo mudaria oque você pensava de mim.
Então sugeriu que se eu passasse uma ultima noite com ele, ele sumiria da nossa vida. E o resto acho que você já sabe. Claro que fiquei perplexo por tudo que ele falou. Não poderia imaginar uma coisa dessas de Rafael, mas em mente sabia que naquela hora o Allan estava sendo sincero. –Allan, não sei oque pensar? Disse eu. –Não vai dizer que é mentira Lucas? Respondeu Allan de cabeça baixa. –Não, conheço você, cada parte e acho que não esta mentindo. Mas também não sei se tudo isso é verdade. Tenho que pensar, botar as ideias em dia. E Perguntar ao Rafael se tudo isso é verdade. –Ele vai negar Lucas. –Não para mim respondi. Levantei-me, aquilo já era um sinal de que eu estava indo embora, ele segurou em minha mão e me olhou de um jeito, -Sinto tanto sua falta Lucas. Seus olhos pairavam nos meus, meu coração batia cada vez mais rápido. –Lucas o disse, sinto tanto por tudo. E quando me dei conta seus lábios já estavam nos meus. Era errado, era bom. Senti como a primeira vez que nos beijamos, não sabia oque fazer. O Afastei e sai correndo, acho que era a ação mais plausível na situação em que eu estava, ao olhar para trás podia ver sua mão em sua própria boca, e um breve sorriso saindo de seus lábios.