Parte 1 – Meus 30 Anos – Narrado por Fernando
Era um dia ensolarado, dia 10 de abril de 2012, há mais de 2 anos eu tinha me separado de Cristiano, minha vida ganhou outro ritmo. Naquela sexta-feira eu estava completando 30 anos de vida. Dizem que o homem aos trinta anos está no auge no seu vigor físico, era assim que eu me sentia, mais forte e mais determinado e eu tinha um outro amor agora.
Ele dormia comigo em meu quarto todas as noites e eu aprendi a velar seu sono. Acordei e fui direto tomar banho e fazer a minha higiene matinal. Quando retornei ele ainda estava dormindo e como todos os dias eu comecei a cheirar seus cabelos e dar beijos em seu pescoço, descendo por suas costas, chegando até suas mãos e seus pés.
“Bom dia meu anjo”. Ele foi acordando abrindo sua boca linda e se espreguiçando e eu continuei “hoje é meu aniversário de 30 anos, e olha só que legal! Eu já ganhei meu presente. Eu ganhei o meu presente quando você entrou na minha vida meu príncipe”. Ele me olhava e sorria, com seu sorriso encantador, que ele dava só pra mim. Ele lançou os braços, eu abaixei-me e ele se envolveu em meu pescoço. Eu o peguei e ele me deu um selinho que só ele sabia me dar.
“Tá na hora de tomar banho meu príncipe e olha depois a gente vai ao médico e em seguida papai vai te levar pra brincar no parque, só eu e você. Diz bom dia pro pai diz Olívio”.
“Bom dia pai”. Pai foi a primeira palavra que meu filho aprendeu a falar e a outra foi bom dia. Sim, meu filho estava com 1 ano e 6 meses de vida e já falava algumas coisas e geralmente só eu entendia. Eu o levei pra dar banho e o arrumei, pois aquele dia eu teria uma consulta decisiva com a pediatra e cardiologista de Olívio, Dr. Alice Cruz.
Eu mesmo fiz questão de dar sua mamada e quando já estávamos de saída Sabrina apareceu, ela estava com 9 meses de grávida de minha filha Fernanda, e tinha uma gravidez de risco e não, não tínhamos retomado nosso casamento, ela ficou grávida exatamente nas mesmas circunstâncias de antes, eu tinha bebido e transamos.
“Bom dia Fernando! Bom dia filhinho”. Ela deu um beijo em meu filho.
“Sabrina ainda está cedo pra você está de pé. Na verdade você nem deveria estar andando”.
“Eu sei Fernando, mas eu não aguento mais ficar naquele quarto. Eu preciso ao menos respirar um ar puro. É hoje que você vai levar o Olívio ao médico?”.
“Sim é hoje e já estamos atrasados. Vamos amor, dá tchau pra mamãe”.
“Fernando, você deveria deixar pra levá-lo amanhã, afinal hoje é seu aniversário e as notícias podem não ser tão agradáveis. Aliás, feliz aniversário Fernando”.
“As notícias serão boas eu tenho certeza. Olívio é um guerreiro e eu sei que depois de tudo o que ele passou já está bem, seu coração já está bom. Por favor, Sabrina descanse, não podemos arriscar que Fernanda também tenha problemas de saúde”.
Ela concordou e eu e meu filho saímos. Durante a consulta Dra. Alice olhava e revirava os exames de meu filho e eu estava apreensivo “Dra. Alice hoje é meu aniversário de 30 anos, por favor me dê um grande presente”.
Ela sorriu e falou “se você quer um grande presente Fernando, eu irei te dar. O Olívio está ótimo, o coraçãozinho dele está perfeito agora e ele vai ser uma criança normal, e aliás, parabéns meu amigo”.
Foi impossível conter as lágrimas, apertei ainda mais o corpo do meu filho no meu. Ela sorria e falava “você é o pai mais dedicado e amoroso que eu já vi em minha vida Fernando. Mas tenho que dizer que por prevenção vocês terão que me visitar sempre, pelo menos de 6 em 6 meses”.
Concordei com tudo e corri com meu filhinho pro parque, era hora de celebrar a vida. Ele ficava sentado em meu ombro e a gente brincava de cavalinho, depois nos entupimos de sorvetes e fomos brincar na grama. Aquele era simplesmente o dia mais feliz da minha vida, por saber que Olívio ficaria comigo pra sempre. Fizemos muita farra e nos sujamos muito, mas eu tinha que voltar para o trabalho. Tratei de deixá-lo em casa, tomei um banho e corri pra lá.
Quando eu cheguei achei um clima estranho, silencioso e quando eu abro a porta “parabéns para você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida”. Meus sócios e funcionários inventaram maior mico pra eu pagar, com minha sala toda enfeitada de balões e um bolo de aniversário com umas vela grande de 30 anos.
E era um tal de abraço e de felicitações, com muito bolo, suco e refrigerante. Tive direito até ao discurso e tudo. Claro que eu fiquei feliz com a homenagem mas eu virei pra Glauber e Thiago e disse “vocês me pagam por esse mico” e eles me abraçavam e ficavam na maior baderna comigo.
Depois do mico básico eles perguntaram “você vai ter coragem de ir ao Manauense pra convenção agora à tarde?”.
“Claro que vou, eu sou o homenageado. Por acaso vocês já me viram fugindo de alguém ou de alguma situação e mesmo, será uma cerimônia rápida, eu receberei o prêmio e pronto vou embora”.
“E se o Cristiano estiver lá, ele não é o gerente do hotel?” perguntou Glauber.
“Eu dou um soco na cara dele se ele vir falar comigo e ainda dou uma rasteira pra ele cair no chão”.
Thiago falou “Pancada de amor não dói, não é assim o dito popular, hahahahaha”. E os dois cretinos começaram a rir da minha cara e eu revidei “vão pro inferno vocês dois” e sai rindo também.
Quando já estava saindo eu lembrei que esqueci minha pasta com uns papéis importantes, corri pra minha casa. Quando eu cheguei eu tomei um susto, pois vi uma cena que me deixou estarrecido, meu pai estava abraçado brincando com meu filho e Sabrina estava sentada no sofá.
“O que é está acontecendo aqui? O que esse homem está fazendo aqui Sabrina?”.
Ele foi falando gaguejando “Fernando filho eu...”. Coloquei meu filho no colo e disparei com raiva “nunca mais encoste essas mãos sujas no meu filho seu desgraçado e vai embora daqui”.
Eu estava tão enfurecido que até esqueci que ela não podia se aborrecer “não se pode confiar em você mesmo não é Sabrina? Faz quanto tempo que esse homem visita meu filho ein? Você fica colocando essa cobra em minha casa enquanto estou trabalhando?”.
E ela tentou argumentar “mas Fernando ele é seu pai e é avô do Olívio, ele tem direito de ver o neto”.
“Põe uma coisa na tua cabeça, meu filho não tem avô. Nem esse sujeito nem seu pai são avôs do meu filho. O que ele tem é um pai que vai protegê-lo sempre”.
Ele também tentou argumentar “Fernando por favor não me trata assim. Eu me apeguei tanto a essa criança e ele gosta tanto de mim, não me tira isso por favor”.
“Cala a boca, cala esse maldita boca e sai daqui. Eu não quero você perto do meu filho. Eu jamais deixaria meu filho perto de você. Agora vai embora se não eu não respondo por mim”.
Ele saiu humilhando e com os olhos seus de lágrimas. Eu realmente não queria que Olívio tivesse nenhum contato com meu pai biológico.
“Eu só não vou brigar com você Sabrina por causa da sua gravidez, mas não me apronte outra dessa, é só o que eu te peço, não me apronte outra dessa”.
Entreguei meu filho pra Antônia e sai de imediato pro hotel Manauense, pronto pra encarar um possível encontro com Cristiano”.
Chegando lá eu fui muito homenageado e com tapete vermelho. Nunca fui vaidoso a ponto de querer aparecer e a ser homenageado, mas devo confessar que ter o nome tão valorizado me fez muito bem. Eu ganhei um prêmio como empresário do ano e como o patrono da construção civil. Houve discurso meu, de autoridades e de empresários do ramo. Depois fomos brindados com um coquetel e entrega de medalha, eu não era o único a ser homenageado.
Eu sem querer o vi. Sim eu vi Cristiano de longe, ele passou de frente para o plenário onde eu estava, mas ele não me viu. Ele estava ainda mais bonito e meu corpo começou a tremer de desejo “droga Fernando, como é que isso pode acontecer com você depois de tanto tempo, que raiva de você mesmo cara!”.
Sim eu falava comigo e não conseguia conter meu desejo, sobretudo por que eu não tinha mais vida sexual e meu desejo era só dele. Eu não sabia se ele estava solteiro ou não, mas pouco importava, o amor que eu sentia era só meu. Eu pensei que eu conseguiria, mas era mais forte que eu e tive uma ideia. Esperei ele se afastar, fui até a recepção e um rapazinho me atendeu. Eu aluguei uma diária na melhor suíte e disse que precisava falar com o gerente com urgência, dei o sobrenome que eu adotei Martins. Pensei comigo mesmo “é Cristiano, agora quero ver como você vai me encarar”.
Continua...
Parte II – UM TEMPO PRA PENSAR - Narrado por Jonas
Só o amor e a paixão não são suficientes para estabilizar um relacionamento. Pessoas e situações externas influenciam diretamente na convivência dos amantes. Depois que os filhos de Cláudio foram morar com ele nossa relação foi transformada. Não que o amor e a paixão tivessem acabado, mas o ritmo de nossa entrega mudou.
Eu me envolvi cada vez mais no trabalho. Cláudio por outro lado passou a ter saídas mais frequentes para a missões na Polícia Federal e todas as vezes eu tinha que ficar olhando os filhos dele, não só por que Cláudio confiava de mais em minha presença, mas por que eu mesmo me impus essa tarefa. Achei que com a convivência com os meninos eu seria aceito por eles, o que foi um grande engano.
Quando estávamos sós era uma coisa, quando Cláudio estava presente era outra. Os adolescentes podem ser muito cruéis quando querem e era isso mesmo que eu sentia. Eles fizeram o que Maurício prometera, transformaram minha vida num inferno. Escondiam coisas minhas, colocavam as músicas nas alturas, fugiam a noite, viviam fazendo baderna e se faziam de santinhos na frente do pai. Depois de algum tempo de vivência com eles eu resolvi que não queria casar de imediato com Cláudio.
Minha mãe percebeu a situação e começou a me pressionar também pra eu tocar minha vida sem a família do Cláudio. Meu pai tentava amenizar a situação, mas nem privacidade eu e ele tínhamos. Quando queríamos transar tínhamos que ir a um motel. Esse tipo de situação foi me enchendo, como uma bola de neve, até que um dia eu marquei num restaurante com meu amor e procurei falar francamente com ele.
“Eu não acredito que você está querendo me deixar Jonas. Você está fazendo exatamente o que o Cristiano fez com o Fernando. Lembra como ele foi criticado por você?”.
“É diferente. Eu estou aqui encarando você. Eu gosto dos seus filhos e é claro que eu te amo. Mas eu penso que vai ser muito melhor a gente dar um tempo. Vamos ver como vai ser daqui pra frente”.
“Jonas eu não sou homem de dar um tempo. Seja homem e termine comigo. Pelo menos isso o Cristiano fez”.
“Não me compare com o Cristiano. Ele é uma pessoa e eu sou outra. Mas poxa, a gente não é mais o mesmo. É claro que eu te amo Cláudio. Mas eu acho que a gente tem que repensar a nossa relação”.
“Pelo menos eu tenho uma vantagem em cima do Fernando. Pelo menos eu já passei por isso e sei como lidar com essa situação. Eu não acredito que você está fazendo isso comigo meu pequeno. Mas eu vou fazer o que você quer. Eu vou dar o seu tempo. Eu só te peço que não fique me enrolando. Se você achar que deve, termina comigo de vez. Quanto aos meus filhos, agora eles irão conhecer um meu outro lado de pai”.
E assim fizemos. Na verdade eu queria mesmo era dar um tempo dos filhos dele. Cláudio era tudo pra mim, mas eu não estava mais suportando aquela situação. Passei mais um dia sem ver meu amor pessoalmente, mas nos falávamos pelo celular todo dia e continuávamos com nossas declarações de amor. No fundo eu achava que esse pequena distância poderia fazer acender o fogo dos primeiros meses de namoro.
No aniversário do Fernando eu não poderia deixar de ligar pro meu amigo. Nosso amor sim era a prova de bala. Nem o tempo, nem família, nenhum ex, nem um problema poderia nos afastar.
“Palhabéns pla voxê, nesta data quelida”.
“Hahhahahaha. Que foi Jojô tá ficando doido é? De criança só tem agora meu filho Olívio”.
“Ai amigo bofe. Não posso nem ser carinhoso contigo?”.
“Claro que pode amor da minha vida. Você pode tudo e você sabe que eu amo de verdade Jô”.
“Nando, que tal a gente sair mais a noite no dia do teu aniversário?”.
“Só eu e você? Como nos velhos tempos? Ótima ideia e eu tenho uma ótima notícia pra te contar”.
“Ai tô rosa de curiosidade. Fala logo”.
“O Olívio está totalmente curado do problema que ele teve no coração. Meu príncipe agora é uma criança bem saudável”.
“Nando, que maravilha. Você leva meu afilhado e a gente comemora os três juntos. Como nos velhos tempos, só que agora enfeitados pela presença do nosso principezinho”.
E assim o fizemos e foi maravilhoso o encontro. Percebi que Nando realmente nasceu pra ser pai e eu fiquei muito feliz de ser escolhido como padrinho do Olívio. Também não poderia ser diferente. E aí dele que não me escolhesse.
No outro dia eu fui trabalhar meio ressaquiado, não de bebida, mas de sono mesmo, pois ficamos até tarde conversando. Olívio dormiu e a gente continuou botando a fofoca em dia. Mas meu dia foi bastante surpreendente, eu estava muito concentrado em minha mesa e meu computador quando ouço uma voz conhecida “Olá Jonas. Que bom que você ainda trabalha aqui. Eu voltei e agora tudo será diferente”.
Olhei espantado pra ele. Era Brunno Benevides, olhando pra mim com um sorriso sereno e cativante. Meu corpo tremeu, não sei se de surpresa ou de desejo.
Parte III – AMOR E ÓDIO
Meu Bem, Meu Mal (Caetano Veloso)
Você é meu caminho
Meu vinho, meu vício
Desde o início estava você
Meu bálsamo benigno
Meu signo, meu guru
Porto seguro onde eu voltei
Meu mar e minha mãe
Meu medo e meu champagne
Visão do espaço sideral
Onde o que eu sou se afoga
Meu fumo e minha ioga
Você é minha droga
Paixão e carnaval
Meu zem, meu bem, meu mal
Meu zem, meu bem, meu mal
http://letras.mus.br/caetano-veloso/44748/
Narrado por Cristiano
Hoje é um grande dia pra mim. Ele completa 30 anos de vida. Dois anos se passaram e nunca mais o vi de perto, pois de longe eu sempre acompanho seus passos, eu nunca me separei dele verdadeiramente em meu coração. Ele está em mim como uma tatuagem, impossível de ser retirado. Seu lugar continua aqui, pois depois dele eu nunca mais tive outro homem e sim, eu ainda tinha esperança de que um dia iríamos ficar juntos.
“Seu Cristiano, um hóspede pede sua presença na suíte principal. Ele disse que tem uma reclamação a fazer, mas eu deixo muito claro pro senhor que ele foi muito bem tratado e está tudo na mais perfeita ordem”.
“Não se preocupe Francisco conheço seu profissionalismo. Quem é a figura?”.
“É um empresário chamado Martins. Ele acabou de ser homenageado aqui no hotel e disse que queria descansar. O senhor o conhece?”.
“Não. Nunca ouvi falar, mas eu vou lá ver qual é a reclamação dele”.
Me dirigi até a melhor suíte do Manauense. Tive aquela sensação de um déjà-vu. Era como se eu tivesse vivido aquela cena algum dia em minha vida, e não era coincidência, eu já havia vivido mesmo, na despedida de solteiro de Fernando. Quando eu toquei a campainha e a porta se abriu eu tive uma surpresa maior que a da primeira vez.
“Fernando, é você?”.
“Olá Cristiano, entra”.
Eu entrei e ficamos nos encarando. Eu não consegui me controlar e voei pra cima dele, dando um beijo tão forte que eu pensei que não conseguiria dar. Foi puro instinto, eu não pensei no que estava fazendo. Ele me abraçou forte e correspondeu. Nossos corpos se encontraram e minhas lágrimas começaram a brotar. Ele segurou minha cabeça e ficou me olhando fixamente, com um olhar enfurecido e cheio de desejo.
Ele voltou a me beijar com uma fúria que eu não conhecia. Ele arrancou minhas roupas e me deixou nu. Eu também tirei sua roupa e ele já se encontrava de pau duro “hoje é meu aniversário de trinta anos e hoje eu vou me dar um presente, eu quero você”. Ele falou com a voz embargada.
Eu não conseguia falar nada. Só correspondi as suas investidas. Ele me jogou na cama e veio pra cima de mim. Me beijou tão forte e me apertou de um jeito que me causou dor. Quanto mais ele me dominava, mais eu me entregava e estava já quase gozando. Ele foi mordendo meus lábios, puxando meus cabelos e descendo com sua boca pelo meu pescoço e peito.
Ele mordeu muito, chegando a ficar totalmente vermelho e as marcas foram inevitáveis. Eu me contorcia e ele me devorava. Ele desceu pela minha barriga e roçou sua barba semicerrada em mim. Eu delirava. Quando chegou em meu cacete ele abocanhou com muita fúria, me causando calafrios de dor e prazer, que se misturavam em meu corpo. Ele também levantou minhas pernas e me posicionou de frango assado. Eu me abri e ele lambeu e mordeu muito, como se quisesse arrancar meu anel fora.
Não falávamos nada. Tudo era dor, prazer e tesão. Eu consegui me desvencilhar e o empurrei pra cama e montei em cima dele. Também peguei forte com ele, mas fiz isso com muito carinho, gemendo, lambendo, mordendo de leve seu corpo, enquanto ele se contorcia ensandecido. Seus gemidos eram roucos. Quando chupei seu pau ele me torturou enormemente, penetrando minha boca até a garganta, fazendo-me engasgar e os olhos se encherem de lágrimas.
Eu consegui sair dessa posição e cavalguei em seu mastro. Ele me segurava pela cintura e me fazia descer e subir com força. Por vezes levanta-se e mordia meus peitos como se fosse arrancar, era uma dor tão forte, quase insuportável.
Ele me virou de lado, abriu minhas pernas, eu fiquei em forma de y e deitado, ele meteu com muita força, me comendo de lado, enquanto revezava mordendo meu pescoço e a boca. Eu estava totalmente entregue ao sadismo de Fernando. Continuando nessa posição ele começou a apertar meu pau e bater uma punheta ensandecida. Meu corpo tremeu no dele, enquanto era devorado por Fernando, então eu gozei, como não fazia há muito tempo. Ele continuou metendo, mas com o aperto do meu anel em seu pau, ele me apertou ainda mais e de lado gozou dentro de mim. Quando isso aconteceu ele devorou minha boca, que chegou a sangrar.
Ele continuou me apertando, como se estivesse evitando uma possível fuga minha. Eu chorei, eu tive muito prazer e tive a certeza que dei muito prazer a ele, mas aquele era outro Fernando, não era o meu Nando.
Continuamos em silêncio, sem coragem de falar um com o outro. Até que eu disse “eu preciso ir ao banheiro, na volta eu quero conversar com você Fernando”. Eu fui pra baixo do chuveiro e chorei, me sentindo culpado por tudo o que eu tinha feito na vida de Fernando, eu estava decidido a quebrar o silêncio.
Me recompus e quando eu voltei pro quarto ele não estava mais lá. Havia várias notas de cinquenta reais e um bilhete que dizia “você agora é um homem muito mais bonito, mais gostoso e mais sofisticado, é justo fazer um pagamento muito maior do que o de antes. Se o dinheiro for pouco me avise e no próximo encontro eu compenso. As. Fernando Martins”.
Eu não acreditei que ele estava fazendo aquilo comigo e saí em disparada, nem usei o elevador, fui pelas escadas correndo com todas as minhas forças. Quando cheguei ao estacionamento do hotel eu consegui entrar de supetão dentro do seu carro.
“O que significa isso Fernando. Você pensa que eu sou o que?”.
“Exatamente o que você é pra mim: apenas um prostituto, um garoto de programa”.
Eu dei um tapa em seu rosto e comecei a chorar “desgraçado, como é que você tem coragem de me tratar assim?”.
“Por que é assim que você merece ser tratado. Claro, você está mais bonito, mais sofisticado, mais homem, mas pra mim você continuará sendo um garoto de programa e quando eu quiser eu vou te ter, vou pagar e vou ter você.”
“Por que você está fazendo isso? Você nunca foi assim!”.
Ele começou a falar chorando “Por que eu te odeio. E odeio a mim mesmo por não conseguir parar de te amar. Teu corpo é um vício pra mim. Você é uma droga viciosa e cruel. Eu não consigo olhar pra outra pessoa. Eu não consigo parar de te desejar. Como eu queria arrancar você da minha vida e eu não consigo Cristiano. Eu te odeio com todas as minhas forças e o mesmo tempo te amo como eu não queria”.
“Amor, você precisa saber a verdade. Eu te amo”.
“Eu não quero saber de verdade nenhuma. A única verdade que eu sei é que você sempre me abandonou, você sempre me escorraçou da sua vida. Você é um fraco e me torna fraco também. Mas o seu castigo vai ser esse, você vai ser tratado como um objeto, um garoto de programa. A vida é cruel e justa, por que eu sei que você também me deseja, e não vai conseguir ficar sem meu corpo. Somos prisioneiros de nós mesmos, do nosso amor e do nosso ódio”.
“Um dia. Um dia você vai ver como está sendo injusto e cruel comigo”.
“Sai do meu carro. Ele é um lugar que só os amigos entram”.
“Você ainda vai se arrepender de não me escutar agora”.
“O único arrependimento que eu tenho é de ter inventado aquela maldita Despedida de Solteiro, pois foi ali que eu te conheci e foi ali que eu fiquei preso a uma paixão que vai me acompanhar a vida inteira. Mas o que me conforma é que você vai ser também prisioneiro: no amor e no ódio Cristiano. Estamos juntos no amor e no ódio”.
Ele abriu a porta do carro e eu saí pisoteado, numa situação humilhante. Nem imaginávamos que a vida e a morte nos uniria de novo e desta vez para sempre...
Continua...