Pessoal, desculpe o atraso em postar esse capitulo, mas é que minha internet deu um probleminha. Espero que gostem! Coisas vão acontecer...
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“Você vai sofrer, mas vai ser feliz um dia” – Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban
Como eu disse, após as agressões terminarem, não lembro de mais nada.
Acordei em um quarto de hospital. No quarto estavam duas pessoas: Biel e Edu. Na hora que eles viram que eu acordei, os dois se aproximaram correndo. Edu deu um grito para minha mãe.
Infinitas perguntas sobre como eu estava, quem havia feito, sobre preocupação e etc invadiram o meu quarto. Fiquei em silencio. Graças a deus, o médico chegou em seguida. Me examinou rapidamente e pareceu satisfeito.
- Pessoal, eu sei que estão preocupados, mas deixem-no descansar. – Dr. Robert era loiro e tinha um olhar tranqüilizante. Sua voz era calma, embora fosse firme.
Minha mãe, morrendo de preocupação, chorava. Ela queria respostas.
- Filho, quem fez isso? – Ela perguntava sem parar.
- Como podem ver, estou bem. Mas eu quero falar com o Biel, sozinho. Depois eu respondo todas as suas perguntas. – Minha mãe trocou um olhar com Edu, meio a contra gosto, assentiu e saiu.
Uma vez sozinho com Biel, eu perguntei:
- Quanto tempo eu fiquei desacordado?
- Uma semana, você esteve morto. Passou por duas cirurgias de emergência. O médico chegou a acreditar que você teria dano cerebral.
- Bom, ele não pareceu tão surpreso quando eu acordei. – Conclui por fim.
- É que você meio que já tinha dado sinal de vida antes...
- Como..?
- Ele é médico, ele sabe dessas coisas. Eu não.
Ficamos um bom tempo em silencio até ele perguntar.
- Quem fez isso? – Ele perguntou preocupado.
- Você sabe quem fez isso comigo. Só não quer acreditar. – Respondi calmo.
- Por mais que ele te odeie e seja meio brigão, ele não é capaz de matar alguém. – Biel tinha um tom preocupado e desconfiado.
- Responda-me algo. Ele te mostrou um ferimento na perna?
- Ferimento na perna? Uma torção no tornozelo? – Deu um risinho.
- Não. Uma canivetada. Na coxa.
- Ele não tomou uma canivetada. Eu saberia. – Ele disse em tom confiante.
-Eu não sei como é o sexo de vocês mas, peça para ver sua coxa esquerda. Há um ferimento. Eu mesmo o fiz quando ele me acertava com uma barra de ferro. – Ele corou na parte do sexo mas ficou confuso.
- Nós nunca fizemos sexo. Mas vou ver. Se for verdade... – Ele não terminou de falar e saiu da sala. Logo em seguida entrou minha mãe junto com a diretora da escola. Me surpreendi.
- Araujo, filhinho, me conta, me explica. - Ela estava chorando. A diretora havia passado apenas para ver como eu estava.
- Mãe, quem tentou me matar, foi o Matheus, seu filho, diretora. – Minha mãe pareceu surpresa e a diretora, brava.
Expliquei tudo, desde o bilhete até a canivetada. A diretora, não acreditando muito, saiu brava. Minha mãe saiu para ligar para a policia. Foi ai que Edu entrou.
- Oi... – Ele disse um oi sem graça.
- Oi Edu. Como você está? – Perguntei animado.
- Creio que melhor que você. – Ele deu um sorriso amarelo e eu ri.
- Também acho. – Ficamos um tempo em silencio. Ele estava pensativo, com certeza havia algo para falar.
- Araujo, sabe... Durante essa semana que eu vi você, quase morto, eu percebi que você é mais importante pra mim do que eu tenha negado pra mim há meses...
- Edu...
- Eu sei, eu ouvi você contando a história pra sua mãe. Mas, na verdade eu vim pra duas coisas. A primeira é pedir desculpa. Eu fui egoísta. Eu quis você só pra mim, mesmo você me querendo só como amigo. A segunda é para falar que, nessa semana eu conheci alguém, Caio é seu nome. Ele é atencioso comigo e... legal, se é que você me entende. Então se, você ainda quiser ser meu amigo... – No principio foi meio estranho mas gostei da idéia. Edu estava mais feliz do que a ultima vez que eu o vi. Ele estava namorando. Muito bom pra ele, achei que ficaria com ciúmes, mas fiquei feliz.
- É claro cara! Você é meu amigo. E eu também te amo. E se essa Caio é “legal” assim mesmo, eu quero conhecê-lo! – Rimos juntos.
O resto do dia foi bem tranqüilo. Fiquei apenas de boa deitado na cama do hospital, com Edu cuidando de mim.