Minha história 3

Um conto erótico de Julia
Categoria: Homossexual
Contém 728 palavras
Data: 08/05/2013 23:07:47

Cheguei na sala e, assim que sentei, o professor acabou a aula. Peguei a minha bolsa e corri. Não queria perder a oportunidade de participar da contagem. Afinal de contas seria uma boa chance de aprendizado (risos).

Ao sair, me dirigi ai local onde nos encontramos, não a vi. Entretanto, uma movimentação se iniciou. Pessoas passavam, levando as urnas para a sala do "DA". Fiquei realmente tentada, mas sem coragem de chegar sozinha. Curiosamente encontrei um colega de sala que estava acompanhando os outros até a sala da contagem (já que teria que esperar seu irmão que estava participando da eleição) e me chamou para irmos juntos.

Chegando à sala, muito desconfiada, achei mesmo que seria uma perda de tempo, com uma sensação de que ela não me notaria, vejo um sorriso lindo (igual a sua dona). Ao me ver e, levantando-se para me cumprimentar, oferece-me a cadeira vazia que encontrava-se ao seu lado.

Taís: Olá... (Sorrindo...)

Júlia: Olá (Respondo com uma voz fraca, tímida)

Taís: Ela estava a sua espera (falou apontando para a cadeira, sem deixar de sorrir)

Enfim, contagem realizada. Tudo se encerra de forma regular. As pessoas, então, começam a sair. Logo também me levanto, agradecendo a oportunidade e me despedindo do restante do pessoal. Quando uma das pessoas pergunta se eu não iria jantar com eles depois de tudo aquilo. Fiquei totalmente desconcertada com aquela pergunta.

Taís: Vamos! (Com o seu olhar penetrante. Dessa vez não sorriu. Gelei!)

Nesse mesmo momento todos começaram a sair e antes mesmo que desse alguma resposta, ela segurou a minha mão, carinhosamente, olhando em meus olhos, me puxando, em seguida, em direção ao barzinho próximo à faculdade.

Não consegui entender o que eu estava fazendo ali, em meio a um povo que não conhecia.

Chegando ao local, não mais segurando a minha mão, ela me faz sentar ao seu lado. Sempre sorridente (mas de um modo diferente de quando era só para mim) e animada, puxou um brinde para comemorar o fim da gestão deles no "DA" e também da faculdade (pelo menos para a maioria deles).

Em pouco tempo me enturmei. E logo fiquei sabendo um pouco da vida da Taís. Ela era de outro Estado. Estava ali apenas para estudar, com o incentivo moral e financeiro de sua família, esperando seu retorno, quando do término, para que pudesse entrar no escritório da família (tradicional). Segundo ela, nunca teve muita opção, pois cresceu ouvindo dentro de casa que teria que estudar Direito, para dar continuidade ao trabalho/bem da família. Taísanos. Estava no 9º período do curso (ao mesmo tempo cursava o restantes das cadeiras do 10º, que ainda não pagara, com o objetivo de concluir logo o curso, pois passara num concurso para procurador de sua cidade e estava prestes a ser convocada).

Quando soube dessas coisas, fiquei indignada e triste. Depois, quando percebi minha tristeza, fiquei imediatamente sem graça, achando que os outros também a tinham notado. Percebi que ela ficou desconfortável com o rumo daquela conversa. Mudaram de assunto. Lá pras tantas, falaram dos casos amorosos de cada um, no decorrer da formação acadêmica. Ela, que já voltado à descontração, tentou desconversar e puxar outro assunto. Não teve jeito. Começaram a brincar com ela... O que foi Taís? Todo mundo sabe do teu passado, não adiante renegá-lo, viu? (risadagem geral) Você botou todos nós no bolso, namorou mais que todo mundo junto.... E um outro, finalizou: Agora que noivou quer esconder, é?

Ela não gostou dessa parte da brincadeira (nem eu). Fechou a cara e pedia a parcial da conta ao garçom. Enquanto esperava, falou que aquilo era assunto dela e que não dizia respeito a nenhum deles, muito menos para ser exposto daquela forma. Não teve paciência de esperar a parcial chegar, deixou o dinheiro e, antes de se retirar, olhou para mim, triste, me pediu desculpas, apartando a minha mão. Levantou-se e saiu.

Pensei também em ir embora, mas acabei ficando para saber mais informações a seu respeito. Falaram que sempre ela ficava irritada com a história desse noivado, que ela teria aceitado meio a contragosto. Caso não me falhe a memória, era com o filho de um dos sócios do bendito escritório.

Fiquei com uma dó em escutar tudo aquilo. meu coração ficou pequenininho em imaginar a tristeza que ela estaria sentindo em ser obrigada a se casar....

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