Antípoda - Parte 5

Um conto erótico de Hogu
Categoria: Homossexual
Contém 2348 palavras
Data: 11/05/2013 01:29:27
Assuntos: Homossexual, Gay

Boa noite õ/, parte nova adicionada. Desculpem qualquer erro ^^

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Recobro aos poucos os sentidos, abro os olhos e vejo um quarto branco, deduzi que era um hospital. Sento-me na cama perguntando o que fazia ali... Mas é claro! Eu fui esfaqueado e alguém me salvou...

- Thales... - Balbuciei. Estava com soro ligado no braço e um curativo meio exagerado no peito. Tirei alguns fios pra tentar me levantar e a máquina apitou. Aparece rapidamente na porta um enfermeiro baixinho e gordinho. Ele olhou pra mim e falou

- Seja bem-vindo de volta ao mundo dos vivos! - Ótimo um piadista – Como você se sente?

- Mais ou menos, em qual hospital estou? Onde estão meus pais? - Fiz as perguntas de praxe.

- Santa Helena, você foi trazido pra cá depois de ser esfaqueado. Seus pais não estão aqui agora, mas vamos comunicar que você acordou e logo estarão aqui. - Ele falava sorrindo – Espere aqui que vou chamar o doutor...

Santa Helena é hospital conveniado ao plano de saúde da minha família. O enfermeiro saí e um médico alto de cabelos grisalhos aparece na porta.

- Bom dia meu caro! Como se sente? Meu nome é Alexandre, responsável pelo seu caso. Já pedi pra que o enfermeiro Cláudio comunicasse seus pais, como você está? - Tirou alguns instrumentos do bolso do jaleco e se aproximou de mim tomando meu pulso para medir a pressão.

- Mediano... Quanto tempo eu estive aqui e quanto tempo vou ficar?

- Este aqui desde ontem 1h:30 e ficará pelo menos até amanhã de tarde, você teve muita sorte de fato... - Falou em tom humorado.

- Por que? - perguntei curioso.

- Você chegou aqui com um ferimento a faca, um corte bem feio e profundo, pelo estado das suas roupas tinha perdido muito sangue. Porém a hemorragia já havia sido parada e nenhum órgão interno foi comprometido. Só tivemos que administrar algumas transfusões e fechar o ferimento definitivamente. Agradeça ao seu amigo depois, ele quem chamou o resgate e esteve estancando o ferimento até a equipe chegar.

- Amigo? Thales é o nome dele?

- Isso eu já não sei... Bem pelo visto você está muito bem – Guardando os instrumentos no bolso - Poderá ir pra casa amanhã a tarde mesmo neste ritmo.

Então não foi nenhum delírio, ele estava lá mesmo. Fui deixado pelo médico pra descansar, sentia várias dúvidas crescerem dentro de mim a respeito de Thales, pela segunda vez testemunhava ele fazer algo fantástico, desta vez ele me salvou da morte... Rezando... Ou seja lá o que ele fez. Não pude pensar muito tempo, uns 10min depois sou surpreendido por minha mãe chorosa me abraçando.

- Filho que susto você me deu – Ela estava muito alterada, me abraçava forte fazendo doer o ferimento no peito.

- Vai com calma mãe – Falei afastando-a.

- Desculpe, como você está? Está doendo ainda?

- Não... Onde está o pai?

- Ele não pode vir, se você bem lembra a sua sentença sairia hoje... Seu pai vai justificar sua ausência e ouvir a sentença por você. - Vendo meu semblante um pouco preocupado – Fique tranquilo filho, não vai ser nada de tão pesado assim. - Esfregando o meu braço tentando me consolar.

Minha estádia no hospital foi um pouco desconfortável, embora estivesse tudo acertado para um acordo e eu menor de idade, não tinha absoluta segurança, pra completar meu pai não me ligou... Suspense com algo tão importante?

No dia seguinte Dr. Alexandre assina minha alta no início da tarde, assim como havia dito. Tive recomendações de não fazer esforço físico para não arrebentar os pontos. Meus pais vieram me apanhar no hospital, meu pai com um rosto indecifrável, chega logo falando na recepção:

- Todas as despesas médicas do agredido mais indenização, cestas básicas e você terá que cumprir serviços à comunidade.

- Estou ótimo se deseja saber. - falo de maneira irônica, nem sendo esfaqueado ele parecia ligar muito para mim?!

- Não me entenda mal filho, passei um susto imenso pelo que aconteceu com você – Chegando mais próximo e me dando um abraço de leve – Mas imagino que acima de tudo precisava tirar uma preocupação da sua cabeça, não? Vamos, depois ainda precisamos ir a delegacia tratar do assalto que você sofreu.

Sinto que fui um pouco injusto com o velho... Ele esteve agindo como uma sombra por mim, enquanto não estava em condições. Não era tão anormal, uma das poucas coisas que demonstravam sua presença era isso mesmo... Deixamos o hospital e não conversamos muito durante a viajem. Chegando em casa meu pai sobe pra guardar algumas coisas que trouxe, minha mãe estava em algum cômodo da casa, possivelmente tomando banho. Vou até a cozinha e encontro Sônia lavando o que imagino ser a louça do almoço, chego de fininho:

- SÔNIA!

- AAHH – Sorte que não segurava nenhuma louça, pois seria mais um prejuízo na minha conta. - Seu... Erick... - Ela se recompõe e chega mais próximo me abraçando.

Engraçado que Sônia trabalhava anos na minha casa, como disse passava mais tempo com ela do que com meus pais, por isso tinha algum afeto por ela e de certo modo... Ela também por mim. Pude sentir nesse abraço um pouco disso, correspondo um pouco satisfeito com uma certa alegria no peito... Alegria... Recordo da sensação que senti no meu peito enquanto estava caído, tão cálida e maravilhosa... Isso me levou a figura de um sorriso... Desperto negando a ultima imagem.

- Estou morrendo de fome, sobrou alguma coisa pra comer?

- Sobrou sim – Encerrando o abraço – Espera que vou esquentar pro senhor!

Naquele mesmo dia fiz questão de ir a delegacia, mesmo com os protestos da minha mãe de que eu devia repousar, os filhos da mãe que quase me mandaram dessa pra uma melhor não podiam sair impunes. Fui recebido pelo delegado, ele me informou que já tinha colhido o depoimento do Thales horas depois do ocorrido, mas ele não tinha visto os dois responsáveis, então eu dei a minha versão dos fatos e fiz os retratos falados.

Deveria ficar o resto da semana em casa repousando, o que não foi grande sacrifício mas foi tedioso. Não podia sair de casa por insistência, acredite se quiser, da minha mãe... Ela estava se comportando como se eu estivesse amarrado a uma bomba prestes a explodir.

O processo de captura dos dois bandidos não demorou tanto quanto eu imaginava. Na sexta mesmo estava de volta a delegacia acompanhado do meu pai pra reconhecer um suspeito preso e um menor apreendido em um assalto de madrugada. De fato eram os dois, agora pude reparar melhor no rapaz: rosto afunilado, o rosto branco exibia algumas sardas, olhos verdes e cabelos pretos. Exibia um rosto mal-encarado, quase sempre olhando pra baixo. Não tinha muito haver com o pai, apenas nos olhos. Obviamente não tive contato direto com nenhum dos dois, mas meu coração disparou um pouco por reviver aqueles momentos de tensão.

- Esses já são velhos conhecidos, o pai se chama José e usa o filho como parceiro pra roubos e assaltos. O garoto se chama André e é naturalmente ruivo – o delegado me mostra uma foto – mas tinge o cabelo por ser uma característica muito chamativa. A mãe abandonou a família quando ele ainda tinha 8 anos e desde então as coisas começaram a desandar... José começou a beber e os dois foram separados, quando ele tinha 14 anos a guarda foi recobrada. Os dois vem praticando crimes desde então, o pai foi preso e estava sob condicional, o garoto agora com 16, estava em um abrigo mas fugiu pra se reunir com ele... Bem, historinhas tristes a parte, agora vamos cuidar pra que recebam as devidas sanções da lei. Fique tranquilo que provavelmente você não verá mais o José por um bom tempo.

Fui pra casa um pouco chateado, não era uma pessoa sensível, estava até satisfeito pelas prisões. Mas confesso que me incomodou o processo da ruína destas pessoas... Cheguei de tarde e tinha visita do Diego, meu humor melhorou muito ao vê-lo. Já tínhamos nos falado desde quinta por celular, mas não era a mesma coisa.

- Cara se eu pudesse eu juntava os dois e moía na pancada! - batia com o mão fechada na outra.

- Também adoraria, mas os dois já estão presos e pelo visto pelo menos o pai – passei a mão no curativo – vai passar um bom tempo vendo o sol nascer quadrado.

- Pois é... Mas e o Thales? Fiquei surpreso por ele ter te ajudado, vocês estão se estranhando desde que ele entrou no colégio.

- Não é? Até me arrependo um pouco das coisas que eu fiz com ele – Embora ele tenha revidado muito bem a última.

- Pelo menos já posso rasgar o texto póstumo que eu tinha feito pra você hahaha.

- Muito engraçado você...

Ele prometeu “abrir mão” do fim de semana dele me fazendo companhia, eramos como irmãos, então foi até mais divertido que muitas festas que já estive. Mas ansiava que passasse rápido, desejava rever o mais rápido possível o responsável por eu ainda estar por aqui. Tinha tantas duvidas sem respostasO grande dia chegou, forma irônica de se chamar a tão infame segunda-feira, esperaria no mesmo esquema daquele dia, falar com ele a sós na sala durante o intervalo. Milagrosamente encontro minha mãe de pé na hora do café.

- Caiu da cama mãe?

- Bom dia pra você pra você também – Falava com uma voz um pouco arrastada.

- Vai a algum lugar agora cedo?

- Levar você no colégio é claro!

- Mas por que?? A anos eu vou sozinho!

- Não discuta, você ainda está se recuperando e não deve fazer esforço. Também não quero você perambulando por aí depois da saída, direto pra casa! - Ótimo, num momento ela quase não me dá atenção, agora estava exagerando. Por sorte consegui tirar a ideia estapafúrdia do transporte escolar, o resto aos poucos ela esqueceria depois do susto.

Chego ao colégio e a ansiedade me faz ter um frio na barriga. O tempo da primeira aula obviamente se arrastou feito uma lesma, maldita teoria da relatividade... Finalmente o sinal toca, finjo sair da sala, espero os outros alunos deixarem a sala e entro fechando a porta. Ele lia um livro com os fones no ouvido, paro em frente a sua carteira, quando me vê parece um pouco inquieto.

- Oi

- Oi – ele responde retirando os fones – deseja algo?

Ótimo inspirei fundo, realmente não estava acostumado a fazer isso.

- Eu só queria agradecer pelo outro dia... Por você ter... Sabe... me ajudado. - Passando a mão na cabeça.

- Eu teria feito por qualquer pessoa aquilo. Se me der licença, quero terminar este livro. - Voltando sua atenção pra leitura. Eu ensaiei tanto isso, não acredito que ele continua tão indiferente, o lado bom é que o nervosismo se fora e um pouco do velho Erick estava de volta.

- Nossa, também não é pra ser mal-educado assim. A propósito, o que você usou dessa vez? - Queria fazer essa pergunta a muito tempo.

- O quê? - O tom de dissimulação dele era tão mal feito, que não precisava nem de um polígrafo.

- Você sabe... Aquela parada de “Gentil mão de Deus”...

- Não sei do que você está falando, deve ter sido alucinação sua – Parecia desconfortável – Mas tem uma coisa que você poderia fazer por mim.

- O que seria?

- Me deixar em paz. - Ele coloca o livro na mochila e se dirige pra saída.

- Veremos se pode ser assim... - Sento numa carteira próxima e coloco os pés na carteira do lado. Falo antes dele sair o detendo – Apesar de você negar, eu tenho uma ótima memória: “Respiração da Mãe Terra, eu imploro que venha diante de mim, mostre sua grande compaixão por essa pessoa e entregue suas bençãos”... Não esqueço nada do que faço ou sofro mesmo quando estou caído de bêbado...

Ele estava de costas, mas pareceu mais nervoso ainda. Não fico muito contente com isso, não era meu objetivo deixá-lo inquieto, mas justamente o oposto.

- Obrigado – falo sério - Mesmo depois de tudo que eu fiz, você salvou a minha vida.

- De... de nada – Ele sai logo em seguida me deixando sozinho na sala, mas pude ver a sombra de um sorriso quando ele fecha a porta.

Relaxo e coloco a mão no meu peito, fechando os olhos imagino aquela sensação... Tão boa... O Sorriso dele... “Espera! Não!” me recrimino mentalmente.

Não ficamos amigos, mas eu tentei ao máximo cumprir o seu pedido. Evitava ficar em seu caminho e ele parecia fazer o mesmo sem muito esforço, também passei um tempo sem procurar confusão no colégioAs coisas continuaram amenas até o fim do mês chegou rápido. Chegava do colégio com o Diego na companhia pra fazer um trabalho, por milagre vejo meu pai sentado na sala.

- Oi pai, que milagre é esse você em casa a essa hora?

- Hoje cheguei mais cedo, me deram o dia de folga. A propósito, você lembra que seu serviço comunitário começa amanhã a tarde não é?

- Lembro sim... Vou tomar um banho e descer pra almoçar.

Diego cumprimentou o meu pai, como ele já era quase de casa sua presença nem era muito questionada. Subimos e ele senta numa almofada, uma espécie de puffe, que tem no meu quarto.

- Que barra ein? Tudo por causa daquele folgado.

- Sim – Escolhia a roupa pra trocar depois do banho – O foda é que to pagando sozinho... Mas deixa estar, só uns 3 meses cuidando de pirralho carente e caio fora.

- Vai virar babá? - ele riu

- Não ria, sua sorte é não estar lá na boate no dia, se não também estava nessa!

- Estaria mesmo, você sabe que não abandono amigo numa briga. Mas meu pai iria me matar... Você tem sorte dos seus pais serem tão legais.

- Seu Robson iria mesmo, não esquenta foi melhor assim... - Pego a roupa e vou para o banho.

Realizamos o trabalho e jogamos bola no quintal quase a tarde inteira, parecíamos duas crianças depois para o PS3. As 20:30h ele se despede, volto pro meu quarto e Sônia bate na porta.

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Falando sobre o Thales, o segredo dele nem é tão secreto assim mais rsrs. Mas o como e os detalhes que são importantes serão esclarecidos /o/. E é claro, o romance que é importante existe, mas os conflitos vieram primeiro '-'

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Comentários

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Mto bom.

http://x-tudotudotudo.blogspot.com.br/

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Maravilhosamente muito bem narrado. É uma estória muito envolvente e surpreendente! Estou amando cada detalhe. Estou muito ansioso pela continuação.

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ohhhh que cuti-cuti esse amor que começa a nascer entre eles XD.

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Bom texto! Tome cuidado com as palavras que usar, lembre-se que nem todos têm o mesmo conhecimento. Por exemplo, o que é um "polígrafo"?

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kkk thales é um noviço retirado no jogo de rpg ragnarok ? kkkk :p amando nota 10

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