Obrigado a todos pelos comentários. Como prometido, segue a segunda parte dessa parte mais tensa...
Continuando de onde paramos...
Eu não conseguia me controlar. Eu tremia. Soluçava segurando o choro. Comecei a respirar fundo tentando de alguma forma falar algo. Olhei pro Ale implorando socorro mas ele apenas me olhou e voltou a olhar para o diretor. Me acalmei um pouco e me preparei para falar quando...
Quando o Ale começa a rir alto e descontrolado. Eu fico sem entender nada. Olho para o diretor e ele está rindo também. Eu fiquei surpreso e não entendia o que estava acontecendo. Quando fui interrompido pelo Ale eu estava prestes a falar toda a verdade do que estava acontecendo entre nós. O diretor ainda rindo fala:
Diretor: Alexandre, tu estragou a surpresa!!! Por que começou a rir antes do tempo?
Ale: Foi mal diretor!! Eu estava vendo o desespero dele e não consegui me segurar!
Eu continuei sem entender nada do que estava acontecendo. Que armadilha foi essa? Era tudo brincadeira? Que estava havendo?
Diretor: É o seguinte Fernando. Ontem a noite eu tive uma conversa com o Alexandre. A mesma que nós tivemos outro dia. Falei o quanto estava admirado pelas mudanças que o Alexandre teve nesse ano. Mudanças que o tornaram uma pessoa melhor. Falei a ele que eu faria mudanças hoje. Conversei com ele antes de você para explicar o quais seriam as mudanças e ele propôs te pregar um susto! Agora vou falar o que vai ocorrer.
Eu: Espera ai, diretor!! Tudo o que o senhor fez hoje foi tudo uma brincadeira?...
Diretor: Não. Ontem depois da conversa com o Alexandre eu soube de umas faltas graves dos teus outros colegas que chamei hoje. Eles foram expulsos, à noite vou esclarecer tudo para todos. Mas saiba que o que eles fizeram foi grave. E eu espero que vocês dois não repitam o que eles fizeram. Vamos continuar nosso assunto. Com a saída desses que foram expulsos, algumas camas ficarão vazias no dormitório. Para não deixar espaços vazios entre um e outro, estou mudando vocês dois de lugar. Vocês dois ficarão próximos um do outro, ou melhor, um ao lado do outro entre a cama do Everson e do Marcos. Fernando, você ficará do lado do Everson e o Alexandre ficará do lado do Marcos. Então quando saírem daqui subam e façam a mudança de lugar.
Eu: Entre o céu e o inferno!!
Diretor: Que foi? Não entendi! Algum problema?
Eu: Nada não! É que eu não me dou muito bem com o Everson e também não com o Marcos. Mas se o senhor decidiu assim, faremos assim.
Diretor: Olha, você conseguiu mudar o Alexandre. Por que não tenta fazer o mesmo com o Everson? Agora subam e arrumem suas coisas!
Saímos de sua sala. Parecia que eu tinha tirado o peso de uma tonelada da minha cabeça. Mas ao mesmo tempo eu estava bravo com o Ale. Como é que ele podia ter sugerido me dar um susto desses? Não teve noção do perigo de que eu poderia ter causado a nossa expulsão e o nosso afastamento para sempre? Eu estava muito indignado com o Ale até que ele diz algo que me amoleceu na hora:
Ale: Tu nem pense em fazer com o Everson o que tu fez comigo!! Esqueça o que o diretor falou!! Tu é meu e eu não divido.
Eu fiquei alegre com o ciúmes dele. Mas então lembrei do Éder. E retruquei:
Eu: Ah é? Não me divide? E o Éder? Heim!! E o Éder? Tu não acabou me dividindo com ele aquela noite na garagem?
Ale: Maninho, tu sabe bem que não tínhamos opção aquela vez!!! Ele nos colocou numa situação em que não tínhamos outra alternativa!! Não pense que eu gostei de ter feito isso. Não pense que eu não fiquei mordido com isso! Mas por que tu tinha de trazer isso à tona agora? Eu te quero! Eu quero estar contigo o tempo todo! Não me condene agora!!
Eu: Não estou te condenando. Eu também te quero e te quero muito! Mas eu estava te provocando, provocando teu ciúmes!! Tu ficou muito lindo com essa cara ciumenta!! Mas o Éder é um assunto que ainda teremos de tratar...
Ale: Não vamos falar dele! Não agora, não nesse momento!! Olha ao redor! Não tem ninguém aqui no dormitório! Vem me dá um beijo! Vem meu bebê!!
Demos um beijo rapidinho pois alguém poderia aparecer a qualquer momento. Terminamos de arrumar nossas coisas e começou uma movimentação de pais no dormitório ajudando seus filhos a descerem suas malas. Alguns dos que foram expulsos estavam chorando diante dos pais. O único que estava indiferente era o Luiz Carlos. Ele apenas ria como se nada tivesse acontecido. Quando nos viu no dormitório fechou o sorriso olhou pra mim e falou:
Luiz Carlos: Olha ali, tio, outro viadinho!! Mas esse ai é protegido pelo diretor!! No mínimo deve estar dando pro diretor, por isso não foi expulso como eu!!
Eu e o Ale nos olhamos sem entender o que era aquilo, de onde o cara tinha tirado aquilo. Mas isso atiçou a nossa curiosidade por querer saber o motivo da expulsão de todos eles. Chegou as 18h. Toda a movimentação de pais e colegas expulsos acabou e era a hora da reunião semanal de avaliação. Descemos para a reunião. O diretor inicia:
Diretor: Hoje alguns foram expulsos. Todos eles estavam envolvidos em atos que não são tolerados aqui dentro! Há algumas semanas vínhamos acompanhando o sumiço de alguns nos intervalos da noite. O vigia passou a seguir o Luiz Carlos e ontem à noite nós pegamos ele no dormitório dos visitantes acompanhado de outro colega e estavam fazendo coisas que não é conveniente falarmos aqui. Ontem o chamamos para conversar e ele revelou que não era apenas com aquele colega que ele vinha fazendo isso. Por isso, com ele, foram expulsos mais sete colegas. Aviso a todos que estamos de olho em todos. O vigia está sempre de olho se alguém some nos intervalos da noite. E saibam que práticas desse tipo é pecado e não é tolerado. Hoje vocês tiveram um exemplo do que pode acontecer.
Quanto ao Alexandre e ao Fernando, eles forma mudados de lugar no dormitório pois agora está mais vazio. No decorrer da semana outros terão seus lugares alterados...
Terminada a reunião, jantamos e fomos para o intervalo noturno. Ale e eu saímos para conversar sobre tudo o que tinha ocorrido. Decidimos que teríamos de ter mais cuidado agora e que não poderíamos sumir nos intervalos, pois o vigia iria sacar. Precisávamos bolar uma estratégia para poder nos encontrar. Mas o que fazer?
Continua...
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