Ele me dá um beijo, eu não sabia se correspondi ou se evitava, até que me rendi me entreguei ao beijo ele me beijava com tanto amor, que o beijo começou a me deixar sem ar, voltei a mim, o empurrei e dei um soco em seu nariz, que na hora vi sangrar, ele cai no sofá, se levantou, colocou a mão no nariz e me olhou com se não tivesse entendido nada, me levantei peguei minha guitarra e sai correndo de baixo da chuva mesmo.
Só ouço a porta se abrir e ele me chamar:
Gabriel- Michel, volta aqui, eu te levo, você vai pegar um resfriado.
Eu nada respondi apenas continuei correndo.
Cheguei em casa todo ensopado, tremendo de frio, fui direto para o banheiro, tirei toda minha roupa e entrei debaixo do chuveiro na água morna, depois de uns 10 minutos, desliguei o chuveiro, me sequei, enrolei-me na toalha e fui para meu quarto vestir uma roupa seca.
Deitei-me na cama e a cena do beijo veio em minha mente, lembrei de como ele beijava bem, da sua pegada, e me lembrei do soco que havia dado nele, fiquei com dó dele, será que eu tinha quebrado o nariz dele, também ele mereceu quem mandou me beijar, sou hétero, agora quem ele pensa que é para me beijar assim, um viado (momento raiva), eu era macho e por cima muito macho, pensando bem foi bem feito o soco.
Fiquei em silencio por uns minutos e meu coração doeu, meus olhos se encheram de lágrimas, “eu não vou chorar, não vou chorar! Chorão”- pensei comigo, não aguentei e desabei no choro, chorava igual a uma criança que quer algo e não é atendido, chegava a soluçar, era muita coisa para minha cabeça, minha vida tinha virado de pernas para o ar em apenas um dia, 1º a chegada de Gabriel; 2º nossa aproximação; 3º a atração que eu estava sentindo por ele; 4º o convite para ir na sua casa e 5º o beijo, minha cabeça estava um turbilhão, ao mesmo tempo que eu estava odiando ele por estar fazendo eu passar por isso tudo, tinha um sentimento dentro de mim que não sabia qual era, mais cada vez sentia que estava se tornando mais forte ainda. Porque eu estava neste conflito interno, sobre mim, sobre minha sexualidade, sobre a minha vida. Eu sabia que eu era hétero até um dia atrás, mais hoje já não sabia de mais nada, em apenas um dia o Gabriel mexeu tanto comigo, e seu beijo tinha posto tantas dúvidas, tantos questionamentos na minha cabeça, confesso tinha sido o melhor beijo que já tinha dado em alguém, podia sentir o gosto do beijo ainda nos meus lábios. Será que eu era gay e não sabia? Ou era bi?
Em meio a tantos pensamentos e devaneios acabei dormindo, acordei as 06h00 com meu pai me chamando para ir para a escola, disse que não queria ir, mais ele insistiu, e eu insistia ainda mais, até que tive uma ideia.
Eu - Pai, serio não estou afim de ir para a escola hoje, mais queria te pedir um favor, estou precisando de um tempo para ficar só e por minha cabeça em ordem, espero que você concorde?
Marcos (pai) - O que está acontecendo, filho?
Eu - Pai, não vem ao caso agora, só queria te pedir uma coisa, sabe aquele hotel fazenda que a gente costuma ir sempre, posso passar o fim de semana lá? Por favor?
Pai- Filho, se é importante para você ficar um tempo só, eu deixo, só vou ligar e ver se tem vaga, espera um momento!
Meu pai ligou, conversou com a atendente, eu rezava para ter vaga, depois de um tempo ouço meu pai passar alguns dados a atendente, pelo visto tinha vaga, fiquei muito feliz, meu pai desligou o telefone, me olhou e disse:
Pai - Pronto S.r. Michel, tudo pronto, sua reserva está marcada até as 09h00, então, faz o favor de se arrumar, arrumar suas malas que eu vou trabalhar e as 08h00 eu passo aqui e te pego para levar você!
Eu - Obrigado, Pai, te amo!
Pai - Também te amo, você tem dinheiro para levar?
Eu - Tenho o que eu estou guardando para tirar minha CNH, não é muito mais acho que dá?
Pai - Nada disso, você não vai gastar esse dinheiro, sei o quanto você quer pagar pela sua CNH, quando eu vir te buscar você me avisa e eu deixo uns dos meus cartões com você, ahh, vai avisar a sua mãe dessa sua pequena viagem!
Saio do meu quarto correndo, vou até o quarto da minha mãe, falo para ela da minha viagem, ela questiona um pouco, mas logo aceita, peço sua ajuda para arrumar as malas, vamos até meu quarto e decidimos o que eu levaria de roupa, depois das minhas malas, prontas vou tomar um banho.
Pego pensando no Gabriel, no beijo, e penso comigo “esta pequena viagem vai ser ótima, e quando voltar espero ter posto minha cabeça em ordem e quem sabe não terei algumas respostas já”, saio do banho, visto minha roupa, pego minha mala e desço para a cozinha tomar café da manhã, quando percebo meu pai já está na porta me buzinando, me despeço de minha mãe e vou.
Bem galera espero que gostem desta parte, mudei um pouco minha escrita, estou tentando em deixa - lá um pouco mais amadurecida, espero que gostem, bjos, comentem e votem.
