Consegui tempo de escrever essa parte 8. Então já posto agora!! Espero que gostem. Bjsss
Continuando...
Fiquei pensando em como as coisas seriam daqui pra frente. Lembrei que logo logo o Everson estaria de volta no meu quarto. Não conseguia mais parar de pensar no que ele disse e o pior, não conseguia tirar o beijo da minha cabeça...
Sequer toquei no meu prato. Quando fico nervoso ou ansioso meu estômago se fecha e não consigo comer. Estava deitado na cama pensando em tudo. De repente o Everson bate na porta e entra. Ele vê meu prato com comida e fala:
Everson: Fernando, que é isso, come rapaz, tu precisa se alimentar...
Eu: Não consigo. Não tenho fome. Me deixe em paz!
Everson: Só vou sair daqui depois que tu comer. Pelo menos um pouco!
Eu: Certo! Agora você está supostamente se preocupando comigo não é? Vai! Sai daqui! Me deixa! Me esquece!
Everson: Vai come! Não fica assim!! Eu juro que não conto nada a ninguém! Se eu não fosse de confiança, tu já não estaria mais aqui!! Pensa nisso!!!
Eu: Eu estou pensando!! Mas o que me intriga é que se você me entregasse, você ganharia algo, ou seja, não ia ser expulso! Não me entregando, o que você vai ganhar com isso? De alguma forma você vai querer ganhar algo e eu não sou moeda de troca!!!
Everson: Tudo ao seu tempo! Não quero nada de ti! Nada além da sua confiança!
Eu: Finjo que acredito!!
Everson: Então tá! Agora come!! Não faz a desfeita, eu fiz questão de escolher o que tinha de melhor para que tu almoçasse bem!!
Eu: Eu não vou comer! Pára de ser chato!!!
Ele pega o prato, vem até perto de mim, enche o garfo e leva em direção à minha boca fingindo ser um avião.
Eu: Pára!! Não sou criança!!
Everson: Mas está se comportando como uma. Vai, abre a boca!! Olha o aviãozinhooooo...
Eu comecei a rir e no fim acabei comendo. Ele ficou fazendo aviãozinho, trenzinho até eu esvaziar o prato. Eu parecia um abobado, comi tudo igual uma criança que fez birra até pouco tempo atrás.
Everson: Daqui a pouco o diretor vai vir aqui falar contigo! De noite, quando eu trouxer a janta nós dois vamos conversar. Não quero te ver sendo birrento de novo. Tu vai gostar da nossa conversa. Aliás tu vai amar. Ah! O Alexandre está todo mordido pra lá e pra cá morrendo de ciúmes que seja eu quem está te levando comida. Não sei o que é mais engraçado nisso tudo. Te ver fazendo birra ou ele mordido, hahahahaha...
Ele pega a louça suja e vai saindo do quarto, Nisso ouço ele saudando o diretor que já vinha entrando no quarto. Eu me sento na cama com as pernas pra fora. O diretor me pergunta como estou, respondo que bem apesar da coceira. Ele diz então:
Diretor: Deite-se!! Melhor que você descanse bem hoje e amanhã. Segunda você irá para casa. É melhor você estar com a tua família. Quando melhorar você volta. Decidi que é melhor você ir segunda pois daqui a pouco eu e os outros padres mais jovens vamos sair e voltaremos só amanhã. Temos um curso e uma reunião e não podemos faltar. Então segunda eu vou te levar pra casa. Não vou te deixar ir de ônibus estando assim. O que tu acha?
Eu: Por mim tudo bem. Estou com saudades dos meus pais. E aproveito pra me consultar com o médico da família.
Diretor: Então está combinado! Segunda tu vai pra casa e eu te levo! Até amanhã e boas melhoras. Comporte-se enquanto estiver sozinho! Não seja bobo! Aproveita para descansar e rezar. Tchau!
Ele sai do quarto. Eu fico feliz com a notícia de ir pra casa. Veria minha família que fazia mais de um mês que não via. Estava louco pra ir pra casa depois da notícia. Acabei pegando no sono. Acordei depois das 18h com o Everson me cutucando pra acordar. Estava no meu quarto com o jantar. Eu acordo meio zonzo e ele me pergunta o que o diretor queria e eu digo que me deu notícia que eu iria pra casa na segunda:
Everson: Que bom, Fernando! Poderá ficar com a tua família um pouco! Está sabendo que não tem nenhum responsável para cuidar de nós esse fim de semana? Só ficaram os padres idosos em casa (um tinha 83 anos e o outro tinha 92). Eles estão muito velhos, não vão dar conta de cuidar de todos! Só vão fazer o básico. Acordar a gente de manhã e estar presente nas refeições, fora isso estarão em seus quartos!
Eu: Hummm! Que bom para vocês!! Poderão estar bem a vontade para fazer o que bem entendem!
Everson: Não é bem assim! Hoje teremos de ficar dentro de casa assistindo filme na sala de televisão. E amanhã a noite teremos de entregar um trabalho sobre o filme. Na verdade o único que vai poder curtir bem a noite, vai ser tu!!
Eu: Certo como se vocês não fossem dar um jeito de alguém fazer o trabalho para vocês enquanto estarão no mato fumando tendo certeza que nem o vigia estará lá para importunar. E como se eu fosse curtir a noite estando trancado no quarto, nem o filme poderei assistir. É isso que você chama de curtir a noite?
Everson: Quem disse que tu precisa curtir sozinho?
Eu: Sabia!!! Sabia que tu ia querer a tua parte!! Babaca!! Fica sonhando ai!! Quer saber, vai lá e me entrega para o diretor!!
Everson: Mesmo que eu quisesse não teria como te entregar agora não é? O diretor não está em casa, se lembra? E quem disse que eu estava falando de mim? Tem um cara doido lá embaixo querendo estar aqui no meu lugar!!
Eu: Então por que tu não mandou ele vir trazer minha janta?
Everson: Tudo que é mais difícil é mais gostoso, não acha? Falando em gostoso, ele já te comeu?
Eu: Não te interessa!
Everson: Hmm pela resposta já sei que não. Dois cabaços! hahahahaha... Por isso que o Alexandre está subindo pelas paredes!! Hoje é uma boa oportunidade para vocês. Pensa nisso enquanto janta! Depois venho buscar as coisas e você me dá uma resposta. Eu já tenho um plano em mente. Tudo depende de ti! O Alexandre não vai negar! Até depois gato!
Eu: O que você tá querendo? Eu sei que isso não vai sair de graça! Fala logo o que tu quer ganhar com isso!!
Everson: Boa janta!
Eu fiquei confuso, mas resolvi comer. Não queria mais uma cena infantil para me fazer comer. Comi tudo e fiquei pensando no que seria melhor. Perder a noite, ficar sozinho, ficar sem ver meu Ale, aguentar a saudade ou dar o braço a torcer e confiar no Everson? Uma coisa ele tinha razão. Se ele quisesse nos ferrar ele já o teria feito. Mas qual seria o preço que eu iria pagar? Não sei. Mas quer saber seja qual for o preço eu vou pagar. Quero o Alexandre comigo!!
O Everson chega e eu tenho um calafrio:
Everson: Então, gato, pensou bem? Quer ficar mais uma noite sozinho?
Eu: Não!
Everson: Então vai aceitar minha ideia. Que bom! Seguinte, quando eu descer vou dizer pra Alexandre que tu quer falar com ele, eu sei que ele já teve catapora, então está tranquilo. Vou dizer pra ele que tu quer que ele venha aqui depois do filme. E ai vai ser contigo!! Vai ser uma pena que a tua primeira vez vai ser com ele, mas eu aguento o sacrifício hahahahaha....
Eu: Hã? Tu tá maluco? Acha mesmo que tu tem alguma chance? Quem me garante que isso tudo não seja uma armadilha sua?
Everson: Isso...
Ele me beija mais intensamente que de manhã. Eu no início resisto, mas me entrego. Correspondo. Sinto seu cheiro, seu gosto, seu calor. Me entrego mais ainda a ele. Ele começa a passar sua mão pelo meu corpo. Eu me descontrolo e começo a acaricia-lo. Ele para de me beijar. Eu acordo do transe que tinha entrado. Ele dá um sorriso e diz:
Everson: Essa é a tua garantia. Agora vou descer e falar com o Alexandre. Não esquece que depois do filme sem demora ele estará nos teus braços. Mas cuidem para ninguém ouvir. Eu vou dar cobertura. Não esqueçam que antes de o dia começar a clarear o Alexandre tem de estar de volta no dormitório ou vai dar merda. Bom proveito, bom namoro hahahaha... Tchau gato!!
Ele sai do meu quarto. Eu estou mudo! Tento entender o que se passou. Mas a ansiedade de rever o Ale era maior e não pensei em mais nada além de ter o Ale comigo em pouco tempo. A sala de TV era quase em frente ao quarto que eu estava. Escutei o povo se movimentando rumo à sala. Fui até a porta abri uma fresta e fiquei olhando quem estava entrando na sala. Vi o Ale e o Everson entrado juntos na sala, eles me viram na porta olhando. O Everson pisca o olho pra mim e entra. Depois de quase 2 horas escuto movimentação e todos estão saindo. Por último vejo os dois saindo. O Ale faz menção de ir para o meu quarto. O Everson o segura colocando seu braço sobre os ombros do Ale e diz que não era aquela a hora. A casa volta a ficar silenciosa. Vou à janela e fico olhando em direção ao dormitório. Fico cuidando parado. Vejo algumas janelas se fechando. Vultos passando pelas janelas. Passa-se um tempo e a movimentação por lá encerra-se. As luzes são apagadas. Passa-se 10 minutos e nada acontece. 20 minutos e nada. Meia hora e ouço passos fora do meu quarto. Penso ser ele, abro a porta lentamente e vejo um dos padres idosos indo para seu quarto. Fico frustrado. Passa-se mais meia-hora e nada. Pensei que o Ale não viria mais. Pensei que ele sentiu que era armadilha do Everson e não viria. Deitei e choraminguei. Dormi!
Continua...