Meus lindos, espero que gostem desse novo capitulo! Desculpe a demora mas é que não tive muito tempo de escrever esse fds e esse semana. Até mais!
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“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.” – Fernando Pessoa
Um rápido resumo da minha vida antes do primeiro dia de aula do terceiro ano:
Eu era infeliz e solitário. Tinha apenas um meio amigo, chamado Biel. E então, conheci Edu. O cara mais perfeito do mundo. E nós nos tornamos grandes amigos. Me apaixonei por Edu. Fiquei com Edu. Biel, que descobriu que eu havia ficado com Edu, fugiu, pois me amava e segundo ele não suportaria me ver com outro. Durante o tempo que fiquei com Edu, fui o cara mais feliz do mundo. Mas então, Biel volta, e tudo o que eu achei que não sentia por ele, era mentira. Eu o amava mais que amava Edu. Dúvida por um longo tempo, mas decidi ficar com Biel. Mas ele estava namorando um psicopata, que, quando Biel resolveu ficar comigo, tentou me matar e matou Biel. Até o inicio do terceiro ano, fui o cara mais infeliz da face da terra.
O fim de segundo ano e das férias antes do terceiro foram monótonas e tristes. Não porque não houvesse nada para fazer, mas porque eu não queria fazer nada. Nada sem Biel, mas Biel estava morto e ele não poderia me acompanhar em nada.
As únicas pessoas que eu aceitava que conversassem comigo, e mesmo assim de vez em quando, eram Edu e seu namorado Caio. Mas era sempre muito doloroso, pois eu havia trocado Edu por Biel e ele sempre me trazia lembranças dele.
Como eu ainda era obrigado a freqüentar as aulas, foi matriculado na mesma escola, na mesma sala. Minha mãe insistiu para eu trocar, mas eu bati o pé e não quis. Queria terminar o ensino-médio na mesma escola onde havia começado a estudar.
O primeiro dia de aula, assim como todos do ano, foi chato e sem graça. Tudo era meio cinzento, sem cor, sem vida. Minha sala estava a mesma. A escola estava a mesma, os professores, os mesmos. Até minha vida estava a mesma de 2 antes. A única coisa que mudou, foi o motivo da minha tristeza e solidão.
Nada de novo aconteceu na primeira semana, nem no primeiro mês. Tudo era tão simples, em questão de matéria, que nem tinha graça prestar atenção na aula. Tudo o que fazia era ler. E rabiscar algumas coisas aleatórias nas ultimas páginas do caderno.
Mas um dia, tudo mudou. Eu havia saído para o intervalo, comprado um salgado na cantina e me sentado em um banco sozinho, comendo meu salgado frio. Até que alguém se sentou ao meu lado. Como era de meu feitio, simplesmente ignorei. Muitas vezes as pessoas se cansavam e iam embora, me deixando novamente em paz. Mas esse foi diferente.
- Você parece triste. – Uma voz firme e decidida disse ao meu lado. A principio achei que fosse Edu, mas essa não era sua voz. Portanto, ignorei. A pessoa continuou ao meu lado.
- Definitivamente você não está bem. Aceita chocolate? Dizem que é bom. – Após ele dizer isso em um tom alegre e confiante, percebi que havia tempos e tempos que não comia chocolate. Quis aceitar, mas apenas ignorei.
- É chocolate branco cara! É o bacon do mundo dos chocolates! Ninguém resiste a isso! – Ele disse isso em um tom alegre e animado. Fiz muita força pra conter uma risada. Talvez se ele continuasse, eu acabaria cedendo. Estava torcendo para ele continuar.
- É.. é.. existe louco pra tudo nesse mundo. Sabe, uma vez eu estava triste e uma pessoa me ofereceu chocolate branco. Eu recusei. Achei que fosse besteira. Mas um dia eu aceitei e essa pessoa virou a pessoa mais importante pra mim... – Alguma coisa em sua voz deixou uma brecha, afirmando que tinha mais. Queria muito saber o que aconteceria se eu aceitasse esse chocolate branco.
- E então? – Perguntei por fim, ainda de cabeça baixa, mantendo o foco no meu lanche.
- Essa pessoa teve quer ir. – Suspiro – E me fez prometer que todas as vezes que eu visse alguém muito triste, eu ofereceria um chocolate branco. E é isso que estou fazendo. Aceita.
- Vou arriscar. – Na hora que eu levantei a cabeça, eu vi.
Era um garoto lindo. Devia ter a minha idade mais ou menos. Olhos azuis, pacificadores. Ele usava um óculos simples. Tinha os lábios finos e vermelhos. Seus cabelos eram de um tom negro, ondulados até a altura do pescoço. Seu sorriso era branco. Num conjunto todo, trazia muita paz para quem o contempla. Era um rostinho de criança, mas que sabia ser másculo no momento certo.
Pela primeira vez em meses, senti uma pontada de calor no meu mundo frio e sem vida. Pela primeira vez eu tive esperança.