O início.
Meu nome é Bruno, tenho 17 anos e atualmente estou no terceiro ano do ensino médio. Minha família é muito conservadora e religiosa. Eles queriam me transformar em mais um desses que só vive para orar, mas sempre soube que nunca fui disso. Tenho personalidade forte e nunca os deixei que mandassem completamente em mim. Sempre me considerei hétero desde à infância, tinha vários amigos homens e nunca senti algo a mais por nenhum deles. Fiquei com várias garotas e até namorei, mas nunca dava certo. Modéstia a parte, até que sou bonito: tenho olhos escuros e enigmáticos, cabelos pretos e lisos, uma pele branca um pouco bronzeada do Sol e um corpo definido por conta de sempre ter ajudado meu pai com serviços pesados e até mesmo pelos exercícios que eu mesmo fazia em casa, gosto de deixar meu corpo em forma para atrair as garotas.
Na escola era proibido namorar, por isso sempre que algum rolo surgia, o casal ia pra trás do colégio e por lá ficava, haviam boatos de uma garota que pagava boquete nos caras que davam uma quantia x pra ela. Como sou veterano na escola, sou um pouco conhecido pela maioria, e nunca fui considerado novato pra ninguém. No oitavo ano, começo de ano letivo, todos entrando na adolescência, hormônios à flor da pele e claro, ansiosos para conhecer as pessoas que iriam estudar na mesma sala que eles. Cheguei cedo no primeiro dia, estava realmente ansioso. Pouco a pouco as pessoas iam chegando, novato aqui e ali, pessoas que eu já conhecia acenavam ou diziam "oi" e eu simplesmente respondia, estava esperando mesmo pelos meus amigos mais próximos. Eis que chega meu melhor amigo: Lucas. Cabelos castanhos e lisos, altura mediana e um corpo normal, nem gordo nem magro. Nós éramos irmãos mesmo, nos conhecemos desde pequenos, dormi na casa dele várias vezes, assim como ele na minha, trocávamos segredos e sempre que podíamos, a gente saía junto. Nunca fiz troca-troca com ele ou algo assim, nessa época não sentia nada por garoto algum. Nunca me senti atraído por ele e nem por qualquer outro garoto, mas quando ele entrou na sala comecei a observar ele com outros olhos, desde o começo das férias ele mudou muito, estava bonito. Eu nunca tinha reparado nisso e comecei a me perguntar "Por que você tá prestando atenção nele?" Assim que ele me viu, veio na minha direção e começou a falar:
— E aí Bru, beleza?
— Tô de boa Lucas, como foram as férias?
— Chatas, não via a hora das aulas começarem logo... Então, sentiu minha falta? — Ele falou em tom de brincadeira
Não sei por quê, mas senti uma vontade muito forte de responder que sim e dar um abraço nele, eu não sabia direito o que estava me dominando naquele momento, mas fui mais forte e só respondi isso:
— Deixa de bobagem, besta, hahaha.
— Ow, entrou alguma mina gata na nossa sala?
— Nem prestei atenção nisso.
— Pow velho, pensei que você já ia ficar de olho nas minas pra gente atacar!
— Se liga véi, depois que terminei com a Jéssica não tô afim de namorar tão cedo.
Jéssica era minha ex namorada. Ela saiu da escola esse ano. Naquele tempo estava tentando superar a dor de me separar dela, éramos muito chegados e perder ela por causa da briguinhas me afetou muito.
— Ah sim, beleza então. Vou falar com uma galera ali, já volto.
Acenei com a cabeça e ele foi. Não parava de entrar gente na sala, parecia que não ia caber todo mundo de tanta gente que entrava. Pela porta surgiu Victória, minha melhor amiga. Ela tinha cabelos longos e finos. Uma pele branquinha e um corpo normal, ela era muito preguiçosa e voltou das férias um pouco acima do peso de antes. Ah, ela sabe cantar também e às vezes me dá umas instruções de canto. Não que eu saiba cantar tão bem quanto ela, só canto mesmo na frente dela e sozinho, tenho vergonha de expor minha voz em público, essa era minha única vergonha. Sou bastante desinibido. Ela chega em mim e fala:
— E aí Bruninho, como cê tá? Senti sua falta, poxa.
— Ah, eu também pô. Tô bem, e você? Voltou meio gordinha, hein? hahaha
— Não diz isso, besta. Eu já sei, vou dar duro pra perder esses quilinhos.
Depois que ela disse isso, entrou um menino que eu nunca tinha visto, mas parecia que eu o conhecia há anos. Ele era alto e um pouco moreno, tinha cabelos castanhos e olhos cor de mel. Parecia que fazia academia, usava uma roupa justa que realçava seus músculos. Ele sentou na cadeira do meu lado, pois era o mais próximo e talvez ele estava com preguiça ou sem vontade de ir lá pra trás. Ele olhou pra mim e sorriu por educação, eu sorri de volta e nem dei muita bola à princípio. Victória volta a puxar assunto, sussurando:
— Gatinho esse garoto, hein?
— Cê tá esperando que eu concorde?
— Ah, vai. Ele é bonito sim, admite.
— Tá, ele não é feio.
— Olha só! Hahaha, até você, que é um super hétero admitiu.
— Deixa de bobagem, sua idiota, hahaha.
Lucas voltou e sentou perto de mim e da Victória. A aula começou e as apresentações se iniciaram. Logo descobri que o nome do garoto misterioso era Emanuel e que tinha a mesma idade que a gente, até o começo do intervalo ele não falou com ninguém, a não ser com quem puxava conversa com ele primeiro. O sinal tocou e todos nós saímos pro intervalo. Eu e Victória ficamos curiosos pra conhecer Emanuel, menos Lucas, que parecia estar com ciúmes de mim, não sei. Por fim, tomei coragem e fui conversar com ele, que estava sozinho, deixei os dois pra trás e pedi que não viessem juntos:
— Oi! Emanuel, né?
— Sou eu sim. Tudo bem Bruno?
Ele até já decorou meu nome em meio à tantos que tinham lá na sala. Me senti especial. Mas, espera: por que eu me importava tanto se ele tinha ligado ou não? Eu respondi:
— Tudo sim, tá gostando da escola nova?
— Ah, não que eu não esteja gostando, mas é tudo novo, vou demorar um pouco pra me adaptar, entende? Acho que só vou me dar bem com você por aqui, então não me abandona, viu? Hahaha.
Fiquei com vergonha, ele mal me conhecia e já não queria que eu deixasse ele de lado. Falei:
— Hahaha, pode deixar. Acho que vamos ser bons amigos. — Notei um semblante de leve decepção no rosto dele
— É...
— O que houve? Ficou triste do nada...
— Não, nada. Impressão sua, só.
Mesmo com ele dizendo isso, não acreditei e fiquei com aquilo na cabeça. O sinal tocou e fomos pra sala de novo. Depois de um tempo nos acalmando, a aula de História começou e o professor começou a copiar a matéria na lousa. Victória começa a conversa:
— E aí?
— E aí o quê?
— Ora "o quê"! Sobre o Emanuel, ele é legal?
— Eu achei ele bastante divertido.
— Sério? Por que você não me apresenta pra ele?
— Deixa de ser oferecida garota, hahaha. Aliás, acho que ele não está afim disso.
— E por que não?
— Deixa quieto, você não iria entender mesmo.
Ela ficou com uma cara meio que desentendida, mas deixei por assim mesmo. Na saída, me despedi do Emanuel, mesmo falando pouco com ele, já sabia que seríamos grandes amigos daqui pra frente. Lucas não gostava nada da ideia, ele vai pra casa usando o mesmo caminho que eu, moramos bem perto, estávamos conversando:
— E seu amigo lá, o Emanuel?
— Tá com ciúmes de mim Lucas? Hahaha, nem acredito.
— Claro que não tô!
— Relaxa, não vou te considerar "viado" só porque tem ciúmes de mim. É legal saber que se importa comigo.
Os olhos dele brilhavam, eu me sentia tão feliz de estar fazendo ele feliz. Dei um abraço tão forte nele, era bom sentir o corpo dele junto ao meu. Eu não me reconhecia mais, eu parecia estar atraído pelo meu melhor amigo. Como assim? Estava o olhando de um jeito diferente e bom, coisa que nunca fiz antes. O soltei e ele disse:
— Obrigado pelo abraço.
— Pra quê agradecer? Somos irmãos e você sabe disso.
Os olhos dele encheram de lágrimas, ele tentou disfarçar, mas deixei ele pensar que eu não tinha notado. Nunca vi Lucas tão sentimental como ele estava naquele dia. Ele disse:
— Posso ficar na sua casa um pouquinho? Queria conversar com você...
~~~~CONTINUA~~~~
Gente, pode ser um pouco cansativo no começo, mas a história ainda está se desenrolando
COMENTEM O QUE ACHARAM POR FAVOR, SERIA UM ÂNIMO A MAIS PRA ME FAZER ESCREVER COM MAIS FREQUENCIA.
OBRIGADO A TODOS QUE LERAM. ♥